O que mais Temia escrita por MiraftMaryFH


Capítulo 29
"Acredita que eu amo você?"


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi, oi gentee :D Então, eu acho que isso vai ser uma surpresa para vocês, ou tavez não... porque eu não tinha dado nenhuma pista sobre o tempo da fic e tal, mas por incrivel que pareça, esse é o último capítulo. É... nem sabem o quanto eu chorei quando o escrevi, porém eu achei que faltava alguma coisa... aí eu pensei em fazer o epílogo!Bom, então é isso... ESSE É O ÚLTIMO CAPÍTULO, E O EPÍLOGO VOU POSTAR EM BREVE! Vou deixar as despedidas e agradecimentos para o último dos últimos. Beijoss e boa leitur :)



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Ah… doce perdição, mas isto não podia continuar, não assim.

Afastei-me e ele encarou-me como se estivesse a dizer que o Drácula tinha voltado do além para o assombrar.

- O que foi? – Ele perguntou-me.

- O que foi? – Eu repeti incrédula – Foi que tu vais ter um filho e eu vim aqui para ter paz de ti, e tu vens como se nada fosse e beijas-me, isso é o que “foi”.

- Ahh… - ele assumiu uma expressão mais descansada – isso…

- COMO ASSIM “ISSO”? – Eu gritei – TU VAIS TER UM FILHO, TU SABES O QUE É ISSO? NÃO SÃO AQUELES BONEQUINHOS DE PELUXE QUE TU DÁS ATENÇÃO UMA VEZ POR MÊS!

- Eu não vou ter um filho… - Ele disse simplesmente.

- E AINDA TENS QUE APOIAR A KEIRA PORQUE APESAR DE ELA SER UM TRASGO E… espera… - eu acalmei-me – tu não vais ser pai?

- Não – Ele disse facilmente.

- Como? – Eu perguntei.

- Talvez porque a Keira não esteja grávida!? – Ele perguntou.

- Sim, mas…

- Alarme falso – Ele disse.

Encarei-o por dois segundos, enquanto ele me olhava com cara de: “podemos avançar?”.

- Mesmo assim… - Eu falei, mas no fundo, 50% das minhas esperanças tinham regressado.

- Mesmo assim, o quê? – Ele perguntou confuso.

- Mesmo assim, vocês… - Eu ia dizer, mas fui interrompida.

- Não foi com sentimento. – Ele disse olhando as árvores – Nós, homens somos todos iguais – ele disse sorrindo, ainda encarando as folhas ressequidas – nós separamos as coisas, sexo é uma coisa, amor é outra.

- Isso é…

- Estúpido. – Ele disse olhando para mim por 1 segundo – Eu sei… - E voltou a mirar o céu.

- Mesmo assim, eu não consigo entender… e também tem aquilo que disseste no hospital…

- O que é que eu disse no hospital? – Ele perguntou, encarando-me.

- Que estavas com as outras porque nenhuma delas era eu, que eu era fácil, que gostavas da Keira… - Eu disse olhando para o chão, como se de repente este se tivesse tornado muito interessante.

Ele aproximou-se de mim e abriu a boca para dizer algo, mas o que quer que fosse esse “algo” eu nunca viria a descobrir porque eu vi quando ele abanou a cabeça e fechou a boca para não dizer nada; De seguida, voltou a abrir e eu sabia que não era o que ele ia dizer há pouco. – Achas mesmo que eu diria isso? – Ele perguntou, olhando-me nos olhos…

- Eu… sim. – Disse.

- Muito bem. – Ele fitou os meus olhos e quando eu pensei que ele ia aproximar-se e beijar-me, outra vez, eu vi que não era isso que estava nos seus planos; Ele apenas aproximou-se e sussurrou nos meus ouvidos. – Sinto muito por não confiares em mim. – E virou-se para ir embora.

- Espera! – Eu gritei – Confiar? Do que é que estás a falar? – Eu perguntei confusa e a tremer.

Ele sentou-se como se soubesse que a conversa ia ser longa, e só então é que reparei que a guitarra estava ali no chão… Nem imagino como é que aquilo tenha ido parar ali… Ele dedilhou alguns acordes antes de começar a falar. – Tu não confias em mim.

- Bom… mas é claro! Tenho os meus motivos. – Ele levantou os olhos da guitarra só por 1 segundo para me olhar e depois assentiu e voltou a atenção aos acordes.

- Sim, tens. Mas eu não disse isso… - Ele disse, começando a tocar um som que eu conhecia de algum lugar dos meus sonhos.

- Não? – Perguntei sarcástica.

- Não. – Ele disse simplesmente. – Tu achas que ouviste isso, porque não confias em mim. – Ele levantou a cabeça, outra vez – Não queres confiar.

- Como assim? Isto tem a ver com confiança ou com o que tu disseste? É porque, sinceramente, não vejo nenhuma ligação entre isso. – Disse confusa.

- Pensa – Disse calmo – Achas que é mesmo isso? – Ele perguntou, sem tirar os olhos da guitarra.

Em poucos instantes, o espaço onde estávamos ficou em silêncio, a não ser pelo som da música que ele fazia, que parecia ficar mais alta com o passar dos segundos. E foi então que tudo me veio e eu percebi que sou a rapariga mais estúpida do mundo.

Fragmentos de Flashback

“Brea… Brea…, por favor, volta. Nunca quis que nada disto acontecesse…” “Quando te chateei, para que me apanhasses a caneta, queria chamar-te a atenção e olhar-te nos olhos, como se pudesse ler a tua alma; Quando te irritei era porque queria que perdesses o controlo e me tocasses; queria olhar a tua perfeição dentro de água; queria comprovar como ficavas linda, toda colorida e suja de tinta; queria apenas ver como o teu rosto atingia um corado fascinante, enquanto tentavas evitar o meu olhar; Quando te tirei a toalha, queria apenas ver se eras tão linda como nos meus sonhos, ou talvez até mais; só queria desvendar o sabor dos teus lábios, porque era algo que me fazia perder o sono; Quando disse ao teu irmão que eras fácil, queria apenas desviar-me da forte atracção que sentia por ti… porque isso assustava-me, Quando estava com outras raparigas, era apenas para esquecer tudo isto em que eu pensava; nos teus olhos, no teu toque, na tua beleza, como coravas, no teu corpo, no sabor dos teus lábios…; Quando estava com uma rapariga diferente todos os dias, era por causa da frustração que eu sentia porque nenhuma delas era como tu; nenhuma delas eras tu; Quando fui à festa, fui porque queria ficar perto de ti e ouvir-te dizer: “MAS O QUE É QUE ESTE IDIOTA ESTÁ A FAZER AQUI?”; Quando bati no Matheus, era porque os ciúmes e a raiva estavam a matar-me por dentro e eu não suportava vê-lo a fazer aquilo que eu mais desejava fazer; Quando estava dentro daquela dispensa, a beijar-te… sentia que não podia e nem queria estar a fazer outra coisa ou noutro lugar, senão aquilo e ali; parecia que tudo estava certo, que tudo estava no lugar; Mas, quanto vi aquele carro… senti o mundo desabar… foi como se tudo estivesse a um ponto de acabar e quando cheguei perto de ti e olhei-te, foi como ver o mundo ao contrário, sem sentido. Eu quero-te Brea; Eu quero o som da tua voz; Eu quero as tuas cores de volta; Eu quero esse teu ódio todo por mim; Eu quero-te ao meu lado, outra vez; Eu preciso de ti.”

Enquanto as lembranças apareciam com intensidade, eu senti-me mais fraca, como se desse toda a energia para me lembrar delas; Precisei de sentar no chão porque estava a ficar tonta e sentia que ia desmaiar a qualquer momento.

- Achas mesmo que eu não te amo? – Ele perguntou, parando de tocar e levantando-se. – Achas?

Eu não respondi; A minha cabeça estava um caos; lembranças iam e vinham e eu já não sabia o que pensar; Precisava de algum tempo para colocar as lembranças no lugar, mas estava esgotada. Devido à minha falta de resposta, ele virou-se para se ir e eu vi toda a minha vida passar à frente; Se eu não dissesse nada, ele iria embora, e algo me diz que seria para sempre. Talvez voltasse um dia, daqui a muitos anos, quando já estivesse casado e com filhos e eu relembrasse este amor frustrado, que não deu certo porque eu perdi as forças para falar… Uma simples palavra e faria toda a diferença.

Decisões, decisões… força… escolhas… Vá lá Brea! Tu consegues… Abre a boca e fala, antes que o percas de vista. E então como uma graça divina, um “não” saiu da minha boca, não sei como, e tão baixo que eu quase duvidei que ele tivesse ouvido. Aparentemente, ele devia estar à espera que eu falasse até ao último segundo e, provavelmente, devia estar a prestar atenção até mesmo ao mínimo som.

Ele voltou-se para mim, esboçando um pequeno sorriso de alegria e enquanto dava uns passos na minha direcção, como se a nossa história fosse começar de novo, mas da forma certa, porém foi aí que senti que já tinha feito tudo o que poderia fazer… Consegui dizer o “não”. O “não” de não acreditar que ele não me amava; Porque eu sabia que ele amava-me, assim como esse sentimento era igualmente recíproco; Esgotei todas as minhas forças para que ele não pensasse que eu não acreditava e, agora as pálpebras pesavam-me e eu sabia que perderia os sentidos; Então, como última coisa, concentrei o resto das minhas energias nos olhos dele, aquele azul-acinzentado que me trazia um conjunto de emoções e sentimentos contraditórios, mas assim é mesmo o amor, não é? Contraditório… Aqueles olhos magníficos estavam agora aflitos, mostrando a confusão dele por não saber o que se estava a passar comigo… Olhei para eles no último segundo, para que pudesse gravar aquela imagem e aquele momento para sempre no meu coração. E antes que o negro cobrisse os meus olhos… eu sabia… agora estava em paz.


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Notas finais do capítulo

Gente... está no final, mas ainda podem recomendar a fic :D

Espero recomendações e reviews :D

Até ao último dos últimos xD



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