Lagrimas quentes de medo e desapontamento rolavam livremente pelo meu rosto. Agora eu era uma loba, não eu era pior de que isso, eu era um monstro extinto assassino.

A mão quente de Erick afogou o meu rosto.

- Nem pense em pensar em me consolar.

- Desculpe- disse ele tirando a mão de meu rosto.

 Não me sentia bem, eu estava irritada e cinco segundos depois eu estava super alegre. Em outras palavras eu estava super bipolar. Um sintoma da transformação. Espero que o meu pai não perceba.

- Que Droga!- exclamei- Por que eu não paro de tremer?

- É parte de transformação- isso ele colocando a mão em minhas costas.

- O. Que. Eu. Disse. Sobre. Me. Consolar?- disse entre dentes.

- Desculpa.

Estou tremendo, bipolar e quente. Espero de novo que meu pai não perceba, na verdade, espero que ninguém perceba.

-Você contou a rebeca o que aconteceu?

- Sim- disse ele calmo- ela surtou mas prometeu ajudar.

-Que bom

Chegamos na porta de casa, ele me deu um beijo rápido e se foi quando eu sai do carro.

Antes de abrir a porta eu pensei comigo “ aja normalmente”. Abri a porta, ignorando meus pais eu fui dormir. Continuava com medo.

Eu já tinha acordado há uns 10 minutos, mas não conseguia abrir os olhos. Estava com medo de ver um lobo horrendo no meu lugar na cama. Respirei fundo e os abri. Ainda tremendo, eu olhei as minhas mãos, estavam normais. Suspirei de alivio. No reflexo do espelho eu também estava normal.  Estava tão entretida com a minha imagem refletida no espelho que deu um pulo com meu celular tocando o seu toque de mensagem.

“Oi Meg, espero que esteja melhor.

O Billy pediu pra vc dormir lá hoje. E levar um roupa extra.

Te espero na escola.

Bjs Erick”

Desci para tomar o café da manhã.

Meus pais já estavam lá comendo.

- Oi pai, oi mãe.

- Oi filha.

- E ai garota?

- Tudo bem, eu vou dormir na casa do meu avô hoje, ta bem?

- Claro, claro.

- Pode ir Meg- disse minha mãe me olhando estranho- você ta bem filha?

- Sim.

Ela pegou a minha mão, e soltou rápido como se tivesse pondo a mão no fogo.

- Você ta quente.

Os olhos do meu pai faiscaram de alegria.

E agora? Pensa, pensa, pensa...