Robert Langdon contemplou seu próprio reflexo no espelho do banheiro. Tinha acordado naquela manhã com 50 anos, na véspera recebera seus colegas de trabalho em casa para uma comemoração discreta, agora avaliava os efeitos da mesma em seu rosto. Não estava tão mal, apenas um pouco cansado, mas apesar da festa ter se estendido além do que pretendiam, conseguiu dormir bem.

Não estou tão mal para um cinquentão, pensou consigo mesmo. Antes de se sentir mal com essa idade, como alguns homens que conhecia, o famoso simbologista de Harvard considerava seu meio século de vida muito bem aproveitado. Sorriu para si mesmo, observando os fios brancos que ameaçavam surgir na espessa cabeleira. Segundo suas colegas do Departamento de História, os grisalhos lhe conferiam um charme especial.

Depois o pensamento do professor voltou-se para o dia de aula que teria pela frente. Mesmo depois de tantos anos, Robert ainda ficava ansioso pela primeira aula do semestre, talvez não pensasse tanto em si mesmo, mas nos alunos que estariam prestes a descobrir um mundo totalmente novo a partir do momento que entravam na universidade, e isso se aplicava especialmente aos alunos do curso de Simbologia, Langdon sabia que o fascínio da sua vida causava verdadeiros assombros aos novatos no assunto. Uma excelente motivação para o catedrático, guiar as jovens mentes pelos sinuosos caminhos dos símbolos.

Robert se barbeou, vestiu seu costumeiro terno de tweed e saiu.