Turn It Off escrita por giuliaferraro


Capítulo 4
That's What You Get.




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Eu voltei ao meu estado normal, meio atordoada. Minha mae tinha arrombado a porta do banheiro, quando me chamou várias vezes e eu nao respondi. Eu não tinha mais vontade de viver. Não mesmo. As paredes brancas refletindo a luz branca quase me cegaram quando abri os olhos no hospital. Eu perdi sangue de mais, se ficasse na banheira por mais alguns minutos teria morrido. 

Eu nao queria ter chegado a esse ponto, de ficar inconsciente. Era só um corte, só para eu me livrar da minha dor. Agora eu tenho algumas certezas. 

Ninguem vai me deixar sozinha.

Vou ter que ter consultas psicologicas com meu padrasto.

Vou ganhar um belo sermão da minha mae. 

Mas, de verdade? Eu nao me importo com isso. É só eu mentir pra todos e convencê-los de que estou bem, que isso foi só um efeito tardio daquele tiroteio. Espero que nao desconfiem... Eu nao sei mentir bem. 

- Filha, está bem? - Disse minha mãe assim que chegamos em casa -Que diabos está errado com voce? Você acha que eu te criei durante esses 15 anos para você se matar ou algo assim? Por mais que seus problemas sejam muitos, nao se esqueça que nós aqui - Ela fez um gesto, mostrando a nossa 'familia' - te amamos, e só queremos o seu bem.  Nunca se esqueça que alguem te ama, que alguem iria chorar pela sua perda. Que alguem realmente se importa com você. 

- Tá mãe, entendi. Eu estou bem, sério, foi so um surto psicótico porque eu lembrei hoje na praia do tiroteio, lembrei da Lu mãe. Eu nao consigo viver sem ela. E o Pedro, ele terminou comigo... Ele fazia eu esquecer desses problemas, eu estou sem chão. É isso. Tenho que me isolar...

-Não, amanhã você vai pra escola com Gustavo. E trate de ligar para Julia para desabafar!

-Nao mae, ela nao me entende! Ela acha que tudo é frescura minha.

-Entra no computador então, fala com a Luciana, com qualquer pessoa que "te entenda" 

- Ninguem vai entender. 

- Eu vou - Carlos interviu. Minha profecia do que ia acontecer estava se realizando.- Sempre que eu tiver horários livres lá no consultorio eu te ligo para você ir conversar comigo... vamos fazer terapia, tomar um café... quero me aproximar da minha enteada. 

- Tá né. - Revirei os olhos e subi as escadas, precisava dormir.


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