Karma. escrita por Alien


Capítulo 11
Capítulo 11




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Entrei bruscamente na faculdade, caminhando rapidamente para a ala dos dormitórios. Durante o trajeto que fiz da loja até aqui, havia planejado o que deveria fazer com relação à minha segurança. Bem, esta noite eu deixaria o local e me mudaria para uma cidade menor e o mais desconhecida possível.

 Abri a porta do meu dormitório e, ao me virar para o centro do quarto, quase não consigo conter um gritinho de susto ao ver Frank sentado na minha cama, observando-me cautelosamente.

 Tentei me concentrar em esconder qualquer resquício de culpa aparente no meu rosto.

Sorrindo, disse:

 - E aí, Frank. Tudo bem?

 Ele não me respondeu. Apenas ficou de pé, analisando a minha expressão.

 Droga, eu não sabia mesmo mentir.

 Forcei meus pés a se moverem até a minha mesinha de cabeceira e depositei meus pertences ali.

 Seria certo esconder tudo isso de Frank? Poxa, ele era o meu melhor amigo naquele local!

De súbito, considerei lhe dizer o máximo que podia, mas desisti. Não iria acabar com o futuro de alguém por causa de uma luta que era só minha.

 - Você sabe que é péssima no quesito mentira.

 Não fiz qualquer gesto nem expressão perante aquela afirmação. Apenas o observei balançar a cabeça negativamente e, com um sorriso sarcástico no rosto, dizer:

 - Você também deve saber que eu estou com você nessa. Quer aceite, ou não. Então por favor, Charlotte, não me obrigue a lhe pegar pelos ombros e chacoalhá-los até que me conte o que está acontecendo de verdade.

 Suspirei dramaticamente e me sentei na beirada da cama. Era inevitável que Frank também seria caçado pelos integrantes da seita. Claro, eles iriam buscar os meus pontos fracos e atingi-los brutalmente, até que eu me rendesse por completo.

 - Fui ver Melanie. –  confessei, enquanto tirava os sapatos e massageava os dedos dos pés.

 - Sério? Quero saber de tudo – disse ele, enquanto se acomodava na outra extremidade da cama.

 - Tem certeza? – questionei-lhe, desejando imensamente que ele saísse por aquela porta e fosse viver normalmente, esquecendo para sempre aquela confusão que havia se tornado a minha vida.

 - Sim. – respondeu, convicto.

 - Eles me querem não para vingar o que minha avó fez, mas sim, para que eu me torne um receptáculo.

 Observei a mudança de expressão no rosto de Frank. Ele parecia tão apavorado quanto eu.

 - Me explica isso direito, Charlotte.

 Contei-lhe toda a história, desde o início da minha conversa com Melanie. Ao terminar de lhe pôr a par dos fatos, me sentia exausta e com uma terrível dor de cabeça.

 - E o que você pretende fazer agora? – Frank disse, se aproximando de onde eu estava e tocando levemente o meu antebraço.

 Encostei minha cabeça no seu ombro e deixei que mais lágrimas umedecessem as minhas bochechas. – Eu vou embora, Frank. – disse entre soluços.

- Eu vou com você.

 Virei-me para fitar seu rosto totalmente sereno e repleto de compreensão, sem acreditar no que acabara de ouvir.

- Você não pode abandonar a faculdade!

 Frank, inesperadamente, soltou uma gargalhada. – Olha só quem fala! Se eu não posso você também não pode.

 Abaixei minha cabeça, reconhecendo a verdade nas palavras dele.

 - Pense bem, Frank. É a sua vida. O seu futuro. – Mas eu sabia que de nada adiantaria tentar convencê-lo. Éramos amigos. O que mais poderia esperar que ele fizesse?

 - Precisamos procurar uma cidade distante daqui. Venha, na biblioteca dispomos de internet livre daqueles bloqueios chatos de conteúdo. Em seguida, fazemos as malas e partimos ao anoitecer de amanhã.

 Sorri, imensamente grata por sua amizade, enquanto o deixava me guiar até a biblioteca.


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Notas finais do capítulo

Reviews? (:



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