A viagem de volta foi um pouco mais demorada, pois os dragoes não se esforçavam tanto. Voavam mais lenta e graciosamente. Tanto durante aquela tarde quando durante a noite eles não pararam queriam chegar ao amanhecer.

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Nasuada andava de um lado para outro na barraca. Sua mão pairava na testa, em um sinal de preocupação. Ela temia a reação dos Varden ao ver Murtagh um cavaleiro assim como seu pai, montado em um dragão vermelho assim como o de seu pai.

– Mandou chamar-me lady? – A voz da feiticeira morena invadiu a tenda assim como o aroma de flores que irradiavam de seu corpo.

– Sim Trianna. Quero que me diga exatamente quantos magos nos temos.

Sua posição de líder ali estava posta, quando ela exigiu de Trianna, que desde o dia dos vestidos feitos por magia não ousava contradizer a Líder dos Varden.

– Contando comigo, Ângela, Eragon e os Elfos.. – Ela fez uma pausa contando os usuários de magia.- Temos 120 magos. Mas não sei quanto aos Anões ou Urgals.

Nasuada largou-se na cadeira.

– Não, não Trianna. São 123 usuários de Magia. – A bruxa fez cara de desentendida. Quem poderia ser os outros três? Percebendo a confusão da bruxa, Nasuada revelou. – Elva. – Chamou. E a pequena menina saiu de seu esconderijo atrás das cortinas no fundodo pavilhão vermelho. Ela andou e se postou ao lado de Nasuada.

Seus grandes olhos roxos refletiram, quando ela virou o rosto e olhou nos olhos de Trianna. Que estremeceu com aquela criança que parecia ter 9 anos, mais os boatos eram que a menina tinha apenas alguns meses.

– Olá Trianna. –A feiticeira assustou-se com voz adulta da menina e fez uma leve missura para a pequena criança, e expandiu sua mente tentando tocar a mente da Criança. E para a sua surpresa uma barreira impenetrável estava ali. – Não toque minha mente. Se você que uma prova então tome. Flauga.

A feiticeira ergueu-se do chão e flutuou com o feitiço que Elva havia lhe lançado. Era muito potente. Pois nem com as palavras da língua antiga que conhecia pode evitar.

– Ja chega Elva. – Ordenou Nasuada, com uma voz ríspida porem orgulhosa.

– Letta. – E a bruxa despencou. Caindo em pé grassas a um encanto que lançou antes de cair.

– Sem duvidas, ela é uma maga e uma muito poderosa por sinal. – Trianna sorriu para a garota gentilmente, mesmo tendo medo sentiu uma simpatia pela garota. Que lhe retribuiu o sorriso, fazendo com que Nasuada se espantasse já que Elva nunca manifestava sinais sentimentais e muito menos sorria. – E quem são os outros?

– Roran Martelo Forte. Provou-me ontem sua capacidade. – Ela fez uma pausa. E sentiu um calor lhe apossar ao lembrar-se de seu amor secreto.- E o ultimo é… Murtagh.

Uma expressão de choque e surpresa passou-se pelo rosto de Trianna. Que demorou alguns segundos para se recuperar do choque. Aquilo era exatamente o que Nasuada esperava: choque. Mais se isso apenas de uma pessoa já era desagradável, imagina de todo um exercito?

– Murtagh… o Cavaleiro vermelho? – Disse a bruxa quando se recuperou do susto.

– Sim, ele agia do lado de Galbatorix por que estava sob juramento na língua antiga. Mas Eragon e Saphira o libertaram… – Ela fez uma pausa e Abriu um sorriso brilhante e suave, – …e ele jurou na língua antiga lealdade a mim e aos Varden.

Trianna pareceu entender que agora sim Murtagh estava do lado deles, e não havia mais como voltar atrás. Seus magos provavelmente agora teriam dois lideres Eragon e Murtagh.

– Entendo. Mas fui chamada apenas para ter estas noticias minha Lady? –Ela indagou, regulando seu tom de voz para não parecer insolente.

- Não. Quero que reuna todos os Varden! Ao amanhecer quero todos no campo de treinamento, espalhe que isso poderá depender da nossa vitoria sobre Galbatorix.

A bruxa assentiu e concentrou-se tocando a mente de seus magos. E passando lhes a noticias, que imediatamente começaram a espalhar.

– A noticia será passada assim como suas palavras milady. – Nasuada assentiu e levantou-se andando ate Trianna.

– Obrigado. – Ela olhou nos olhos de Trianna e pode ver neles concentração. – Eu vou precisar de todos os magos prontos para treinamento, Trianna! Todos os que forem capazes de usar magia e lutar ao mesmo tempo. Esta dispensada.

– Sim Lady. – Trianna fez uma leve reverencia e se afastou dali a passos rápidos.

Aquela situação estava mais complicada do que todos imaginavam e os Varden precisariam de todos os magos que puderem  controlar.

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Os primeiros raios do amanhecer apareceram no horizonte, pintando o céu com um to rosado. As pequenas partículas de luz que chegavam aos dragões refletindo e cintilando em suas escamas fazendo-as brilhar.

“Chegaremos logo.” Anunciou Saphira. Ela e Thorn voavam fazendo acrobacias em volta do outro criando luzes arroxeadas quando a luz do sol refletia nas duas cores de suas escamas.

“ Saphira não posso acreditar. Finalmente temos Murtagh de novo. E agora Thorn…”

“Nossa família esta aumentando.” Concluiu Saphira.

Aos poucos no horizonte foi surgindo uma mancha cinzenta, que deduziram ser o acampamento. Os dragoes começaram a bater mais rapidamente as asas almentando suas velocidades.

“Você é tão lento Thorn, pensei que fosse mais rápido.”  Pensou Saphira abrindo sua mente para todos. Que riram da provocação de Saphira.

“A senhorita quer velocidade?” Indagou Thorn com sarcasmo.

O dragão vermelho fechou as asas e começou a girar,atingindo uma velocidade incrível. Que mesmo com o os olhos de Elfo de Eragon o dragão vermelho tornou-se um borrão cortando o cêu.

Saphira empenhou a sua força contida e bateu as asas usando a técnica que havia aprendido com Glead. Alcançado e ultrapassando Thorn.

OoO

Nasuada despertou de seu sono, se é que conseguiu dormir essa noite. Andou ate sua bacia e lavou seu rosto, iniciando sua higiene pessoal. Quando terminou andou ate seu armário e pegou um vestido negro e colado ao corpo o que a deixava com um ar sexy.

Antes de por suas vestes, Nasuada foi ate uma mesinha que ficava ao lado de sua cama e tocou um sino suave.

– Sim, minha Senhora. – Farica a criada de Nasuada adentrou a tenda. Fazendo uma missura.

– Ajude-me com meu vestido Farica. – E criada assentiu e andou ate Nasuada tomando o vestido de suas mãos e começando a por em sua senhora.

Quando os últimos cordões das costas foram presos, Nasuada se girou e depositou suas duas mãos nos ombros de Farica,  respirou fundo repetidas vezes.

– Farica precisarei de você ao meu lado. – A criada assentiu e retirou o avental branco que usava ficando com um sutil vestido verde claro. – Esta deslumbrante Farica. – disse Nasuada admirando a criada…

- Esta na hora. É melhor irmos Nasuada. – A voz adulta saiu da boca infantil de Elva, assustando Nasuada.

– Sim vamos.

As três mulheres passaram pela entrada da barraca, sendo rodeadas pelos habituais Falcões da Noite, os guardas de Nasuada. Elas caminharam silenciosamente ate o campo de treinamento onde todo o exercito Varden a aguardava. No meio do Caminho Arya, BlodhGarm e os outros Elfos se juntaram ao grupo andando calmamente ate o local marcado. Ao longe os primeiros Raios da manha se originavam tingindo o ceu com um tom rosado.

Nasuada chegou ao campo de treinamento deixando para traz os Elfos e sua guarda. Mas não ficou sozinha pois Arya, o Rei Orrin, Nar Garzhvog e o rei Orik se juntaram a ela. Os cinco subiram ate um palanque improvisado no meio Do campo e Arya usou um feitiço para que a Voz de Nasuada ficasse alta sem que ela precisasse gritar.

Quando aos Cinco lideres se colocaram no palanque, todos os presentes se ajoelharam, em respeito aos lideres.

– Eragão-se. – Como um individuo, todos se ergueram e olharam atentamente a mulher que lhes falava. – Pesso a vocês, que entendam o que vou falar. Pois isso  é muito importante. As decisões de Vocês contribuíram tanto para a nossa vitoria quanto para a nossa derrota.

Nasuada olhou para os quatro companheiros que assentiram com a cabeça. Menos Orik que apenas olhou para Nasuada. Murtagh havia matado seu tio, matado o rei. Não sabia se o seu povo o perdoaria por isso.

– Eragon saiu a um dia para fazer uma missão de alta importância para nós, – Ela fez uma pausa para que suas palavras fossem gravadas pelo ouvintes quando a segunda parte fosse dita. – E a missão era libertar Murtagh. Que estava sob o comando de Galbatorix, sendo obrigado a Matar e destruir Pelo juramento, na lingua antiga, que havia sido forçado a fazer.

Um burburinho geral se iniciou. Muitos não queriam a presença de Murtagh. Nem que disso dependesse sua vitoria ou derrota. Enquanto outros apenas acenavam com a cabeça dizendo que ajuda nunca era demais. Com o passar dos segundos  todos se calaram para escutar a segunda parte das noticias.

– A missão de Eragon foi bem sussedida e nesse momento Estão a caminho daqui Eragon, Saphira, Murtagh e Thorn. – Todos se chocaram com a noticia. – Murtagh já jurou na língua antiga lealdade a mim e aos Varden. Então apenas o que peço é que não o julguem ou tentem feri-lo ou ao seu Dragão. Pois assim como Como Eragon, este sera punido com a morte….

Suas palavras foram cortadas por um bater de asas auto e potente.

E do céu então desciam os dois Dragões. Pousando suavemente um do lado do outro, com um baque surdo. Os guerreiros ali postados ficaram boquiabertos com aquela cena dos dois dragões ali lado a lado. Como se fossem um os cavaleiros saltaram de suas montarias, andando suavemente ate Nasuada.

Os olhos de Nasuada se encheram de lagrimas quando viu que ali a sua frente estava o objeto de seu afeto e carinho. Murtagh andou ate Nasuada junto com Eragon ajoelhando-se de frente para os quatro lideres e a embaixadora dos elfos.

– Peço-lhes perdão pelos meus atos. – O cavaleiro vermelho se calou e seu Dragão andou pomposamente ate ficar ao lado de seu cavaleiro curvando-se ali e abrindo sua mente para todas as pessoas que estavam ali.

“ Pedimos perdão.” Alguns se sobressaltaram com a voz grave do dragão vermelho.

O povo ficou em silencio. Para os humanos ele ate poderia ser perdoado pelo fato de estar sendo controlado por Galbatorix. Mas para os anões, a morte de seu rei não merecia perdão algum.

– Você tem o meu perdão e espero o perdão do meu povo. – Disse Nasuada. Os humanos assentiram as palavras de Nasuada. Ela era sabia em suas decisões e não confundia sentimentos com dever.

– Rei Orik. – Ele desembainhou Zar’roc, e ps acima de sua cabeça ainda ajoelhado. O rei pegou a espada e olhando para Nasuada buscou apoio recebendo apenas um aceno de cabeça. – Peço em meu nome e de Thorn, que vossa majestade e o seu povo possam nos perdoar um dia.

Orik examinou a lamina da espada, e olhou para Murtagh mesmo tendo compaixão da quela alma em agonia, as palavras de perdão que saissem de sua boca não seriam verdadeiras.

– Levanten-se – Ordenou. – Nosso perdão você não tem… Mas com o tempo ate as rochas mudam. Pegue sua espada.

Murtagh tomou a espada da mão de Orik, assentindo. Ao que esperava aquilo havia sido uma festa. O cavaleiro se virou para a multidão e disse em alto e bom som.

– E agora vos peço perdão pelos danos causados e pela minha traição. Mas isso não ira se repetir. – Ele fez uma pausa, e proferiu o juramento que havia feito a Eragon.

Quando as ultimas notas reverberam pelo ar, uma calmaria tomou o conta do lugar. E ao longe um grito solitário foi ouvido que Eragon reconheceu imediatamente como sendo Baldor. A manifestação foi imitada ate que todos gritavam pela volta do Cavaleiro. Murtagh sorriu a andou ate Thorn subindo em suas costas e pegando o ovo roxo. Que estava envolto em um tecido cinzento.

 – Eis aqui um dos maiores tesouros de Galbatorix que agora é nosso. – Ate mesmo os Elfos ficaram abismados dessa vez. Mas o silencio não durou muito pois uma gritaria incontida ecoou pelo campo. O som de espadas batendo contra escudos, gritos, botas contra o solo. A felicidade era geral.

Eragon andou e ficou ao lado de Murtagh pegando sua mão livre e a erguendo. Quase no mesmo instante os dragões repetiram o movimento, jogando suas cabeças para cima e rugindo ao mesmo tempo que soltavam jatos flamejantes, que se cruzavam no céu.

A gritaria foi baixando e os Dragões pararam o seu pequeno espetáculo.

Nasuada desceu do pequeno palanque sendo seguida pelos outros. Eles andaram ate a tenda da líder, o pavilhão vermelho, sendo assediados pelos guerreiros que lhes parabenizavam e encorajavam. Nasuada puxou um pequeno garoto que ria alegremente e disse:

– Mande Roran Martelo Forte e Trianna, ate minha tenda agora. – O pequeno Garoto Assentiu e saiu correndo dali. Todos entraram nas barracas menos os Dragões que dividiam a entrada. Em poucos minutos Roran e Trianna adentraram a tenda já lotada pelos, lideres e conselheiros.

Ali estavam: Nasuada, Elva (em um canto, porem visível), O rei Orik, Garzhvog, Arya, rei Orrin, BlodhGarm ( que estava ao lado de Eragon sorrindo bobamente), Eragon, Murtagh, Jormundur, e Agora Trianna e Roran.

– Chamei todos Vocês aqui por dois motivos o primeiro é o que com certeza Murtagh tem a contar. – Ela acenou coma mão e Murtagh entendeu que era o sinal para que inicia-se sua narrativa e assim o fez.

– Quando Eragon, meu irmão, E Spahira nos libertaram. Galbatorix já tinha ido para Vroengard buscar os renegados que estavam lá. Isso foi á quatro dias. Ele ficara por lá por pelo menos um mes. Fazendo planos e debatendo sobre as chances de capturar Saphira viva. Quando recebi a noticia de que estava livre a primeira coisa que fiz foi roubar o ovo roxo. – ele apontou para a esfera arroxeada em cima da mesa – E as espadas dos cavaleiros. – Como focinho Saphira empurrou a bolsa para dentro da barraca, mas ninguém ousou tocá-las. – E… Galbatorix tinha dose dos humanos mais dotados em magia de toda a Alagaesia, mas já estão mortos. Eu envenenei a comida de oito batalhões. Agora já devem estar todos mortos. Mas tem uma coisa…

Todos o olharam. A voz de Murtagh foi sumindo ate se tornar apenas um sussurro. O seu olhar era carregado de medo. Sim medo.

– … Galbatorix criou uma espectro. Kathon. – Todos se entreolharam visivelmente com medo.

-Barzul!- Praguejou Orik em sua lingua natal.

Aquilo era o que ninguém precisava, mais um espectro. Eragon havia matado um, Arya outro. Mas ninguem poderia dizer se eles teriam a mesma sorte desta vez.

– Seu nome era Nira. O proprio Galbatorix a transformou, pois era sua mais eficiente lançadora de encantos. Mas tem mais, agora Kathon esta treinando pelo menos quatrocentos magos. – Os rostos estavam tomados por fúria e pavor. Como Galbatorix teve coragem de criar um espectro? As atrocidades de Galbatorix não tinham porque eram apenas fatos. – Pelo menos trezentos mil guerreiros estão indo para Uru’baen. Se juntar com os cinqüenta mil que já estão lá.

Nasuada tomou fôlego. Como se faz antes de mergulhar. Mas o mergulho para o qual Nasuada tomou fôlego não tinha mais volta assim que entrasse seria a vitoria ou a morte.

– Vemos então que nosso inimigo esta reunindo forças mágicas. Vamos fazer o mesmo. – Olhos arregalaram-se perante  a decisão de Nasuada. –Temos mais dois magos aqui Eragon Matador de Espectros.

Eragon olhou para Nasuada, se perguntando quem seriam os dois novos magicos.

-Quem seriam?- Indagou Eragon calmamente.

-Mostren-se.- Ordenou Nasuada. Sua voz firme fazia um kull parecer um cãozinho.

Num rapido movimento Roram saltou para o centro da sala e apontou a mão, estendida, para Elva.

– Brisingr. – As palavras saíram da boca de Roran junto com uma bola de fogo, que foi lançada em direção a Elva.

– Reisa Adurna du eskölir. – De um pequeno jarro que estava perto da garota, saiu uma boa quantidade de água, que foi para frente da garota formando uma película protetora.

As chamas bateram e se apagaram, assim como evaporando a agua que protegia a garota.

– Esta bom.- Disse Nasuada. – Esses são os dois novos magos.

O choque e o espanto se espalharam pelo corpo de Eragon. Mais isso logo deu lugar a uma alegria tão imensa, que não pode conter um enorme sorriso.

– Garrow se orgulharia de nós. – Disse Eragon sentindo um filete de lagrima escapar por seus olhos.