The Third Winchester escrita por Eleanor Blake


Capítulo 33
Voltamos


Notas iniciais do capítulo

Oi gente,peço imensas desculpas pela demora,mais faculdade é complicado pra caramba,mais agora eu entreguei tudo e estou mais livre pra poder escrever muito mais.Espero que gostem e se surpreendam com esse capítulo.



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Os anos passaram por mim como uma brisa sem graça, sem vida. Dois anos depois de tudo aquilo e eu me recordava como se fosse ontem.

Andei até a praça da universidade onde tinha me tornado professora de aplicações cirúrgicas emergenciais ganhando muito mais do que o necessário pra tocar a vida sozinha por aí.

Como todas as quartas feiras eu entrei silenciosa na sala dos professores sem nenhum interesse até olhar o jornal que dizia:

“Mortes inexplicáveis de nascituros na maternidade de Yale, após análises dos mais renomados doutores pediatras o resultado foi nulo. Não se tem respostas pra um dos casos mais assustadores de morte de prematuros no país desde a última guerra.”

Peguei a bolsa sentindo que aquilo era pra mim, que era minha hora de mostrar utilidade.

Acelerei o carro até a maternidade dando de cara com médicos desesperados e confusos e várias macas ocupadas por nascituros que não respiravam. Fui até a recepção e solicitei uma conferência com o presidente atual do hospital.

Fui autorizada e subi os andares naquela lata de sardinha que se movia. Por que tantas mortes, por que tão derrepente e sem explicação?Não fazia nenhum sentido, eu não queria aceitar que o sentido daquilo não era humano pelo menos.

O corredor até a sala do presidente era frio e apático como imaginava que ele seria. Dentro da sala havia um homenzinho velho e frágil na casa dos oitenta e todos me olhando atentamente. Poderia ser velho, mais eu reconheceria os olhos de John Wayans, o médico que trabalhou por tantos anos com minha mãe e que me ensinou praticamente tudo o que sei.

–Annice Marie Winchester, que prazer em ver minha melhor aluna aqui!- ele disse com um aceno.

–Connors, uso o sobrenome de minha mãe John, prazer em vê-lo também- eu disse me aproximando.

–Ah, já sei por que veio querida, com certeza eu aceito sua ajuda nesse caso. Acho que ninguém que não tenha seu talento conseguirá resolver um problema assim. Nenhum vestígio, nada, só algumas pequenas feridas nos pulsos e pescoço. Nada Annice, nada- ele disse desestabilizado.

Fui até John e segurei sua frágil mão na minha para tranqüilizá-lo. O velho homem pareceu sorrir de lado enquanto olhava pra mim.

–Tão bonita e competente quanto a sua mãe. Você vai fazer história querida- John disse levantando-se com dificuldade.

Ele saiu de sua sala andando até uma sala esterilizada ao lado da sua. “Só um louco faria um necrotério ao lado de sua sala. Louco não, desesperado.”–pensei pesarosa.

Entramos na sala fria silenciosos enquanto um médico forense saía da sala parecendo desanimado. O cheiro da sala era acre, pesado, não era exatamente o cheiro de coisas mortas, e eu sabia do que era aquele cheiro. Demônios.

–John, por favor, me dê licença, eu preciso analisar o que temos- eu pedi olhando pras gavetas cheias de corpos.

Abri uma das gavetas que indicavam que este era o último corpinho encontrado morto esta manhã. O pequeno bebê ainda estava corado quando o tomei nos braços envoltos pela capa de proteção.

Coloquei-o na maca delicadamente com os olhos marejados e voltei ao armário tirando mais quatro crianças que tinham morrido horas antes dele. A cena de crianças mortas ali era macabra.

Inconscientemente eu tirei a capa e as luvas e toquei cada uma delas derramando lágrimas de sofrimento. Minha raiva corria por minhas veias enquanto eu maquinava o que poderia ter feito uma coisa dessas.

Senti uma leve brisa enquanto eu me sentava no pequeno banco puxando meus cabelos nervosamente. Olhei pra cima e quase caí no chão quando dei de cara com um homem ali. Homem não, um anjo estava ali.

–O que faz aqui?- eu sussurrei levantando-me.

–Ainda não é a hora deles, de nenhum deles e isso está desequilibrando o mundo espiritual. Faça isso parar Annice, faça rápido.

Um vento bateu no meu rosto e fechei os olhos me encontrando sozinha com os pequenos corpinhos na mesa.

Aproximei-me da mesa e fechei os olhos tentando por as coisas no lugar e comecei a ouvir algo com um murmúrio que depois se transformou em violentas lufadas de ar.

Abri os olhos com choros de bebê em toda a sala. Corri e abri as gavetas do armário dando de cara com bebês chorando assustados na minha frente.

–Socorro!Pelo amor de qualquer coisa, alguém me ajude aqui!- eu berrava desesperava apertando os botões da emergência.

Médicos, enfermeiros e jornalistas vieram como um enxame gigante de gente até a sala e todos ficaram sem reação quando viram o que instantes atrás eram pequenos cadáveres se movendo e chorando desesperadamente.

Saí da sala e entrei na sala vazia de John, minutos depois ele entrou na sala apoiando as mãos nervosas na minha cadeira me fazendo encará-lo.

–Explique Annice, explique agora!- ele rosnava pra mim.

Respirei fundo afastando-o polidamente até poder me levantar e ir até a janela. Como eu iria explicar aquilo sem fazê-lo ter um infarto ou na melhor hipótese pensar que estou louca?

–Ahn, acho que posso explicar isso com uma hipótese, só preciso saber de umas coisas antes John- eu disse virando-me pra ele – tem de me mostrar os vídeos da última semana e a relação de todos os funcionários que trabalharam ali na maternidade direta e indiretamente com os bebês.

John assentiu e fez algumas ligações exasperadas, e em questão de minutos eu tinha tudo o que precisava na minha frente. Liguei o vídeo e comecei a assistir aos vídeos, analisar a relação de funcionários e bebês mortos até que eu vi.

Olhei melhor e reparei que um dos funcionários, um homem pegou no colo quase todas as crianças do quarto de bebês, todas as que morreram. Aproximei a imagem e vi que seus lhos reluziam enquanto as crianças pareciam ficar serenas. Serenas não, fracas.

Parei os vídeos pensando, juntando os fatos e tudo o que tinha aprendido sobre caça. Um passado que não tinha ido embora e que agora pequenas partes me pareciam úteis. Senti a alma gelar quando entendi o que eu enfrentava ali. Eu tinha perto de mim um maldito sugador de almas, um monstro que pra sobreviver se utilizava de almas puras, freiras por exemplo. Mais que alma seria mais pura do que a de um bebê?

Estremeci tentando controlar a raiva enquanto descia pensando no que diria. Após sair do elevador eu dei de cara com a imprensa em cima de mim como vespas raivosas.

–Doutora Connors não é?O que explica tudo isso?Temos respostas concretas sobre isso?- um repórter perguntou.

Suspirei apertando as têmporas e me aproximei do palanque do hospital montado ali pra mim.

–Boa tarde a todos; senhoras e senhores. Lamento informar que a maternidade será interditada por enquanto, mais em contrapartida temos o prazer de comunicar que todos os bebês dados como falecidos estão em nossa área de cuidados intensivos- eu disse orgulhosa.

–E o que fez esses bebês parecerem mortos?O que os trouxe de volta?

Olhei pra frente e senti minhas pernas fraquejarem quando dei de cara com todos eles ali, me olhando incisivamente. Respirei fundo e falei:

–Temos que falar com os pais dessas crianças e com todo o corpo médico antes de divulgarmos qualquer coisa, mas prometo que em breve daremos todas as respostas necessárias.

Desci do pequeno palanque sem nenhuma segurança depois dos enfermeiros conseguirem retirar todos os repórteres de dentro do hospital. Todos menos eles.

Dei passos fracos e lentos até eles reunindo forças pra olhar pra cada um deles. Não consegui.

Meu peito doeu e eu simplesmente me virei e saí dali em direção a capela.

O lugar me parecia calmo, sereno, diferente do que meu coração estava. Sentei-me num banco e me permiti chorar dolorosamente por tudo aquilo, por tudo o que tinha vivido; por lembranças que não podia; que não tinha forças pra lembrar e que me torturavam como pequenas adagas em meu peito.

–Por quê?Por que isso não pode acabar?Por que não tenho paz?- eu e perguntei encarando o chão úmido por minhas lágrimas.

–Por que isso não é pra Winchesters.

Olhei pra cima e Dean estava ali, parecia cansado, mais magro e pesaroso enquanto se aproximava de mim com cuidado desnecessário.

–O que faz aqui?- eu perguntei olhando pro teto.

–Viemos investigar o que estava acontecendo e acabamos achando você na semana passada. Depois de tudo aquilo rolando eu tinha certeza que você viria pra cá, só não sabia que daria um jeito de trazê-los de volta- ele disse sorrindo lado- uma vez Winchester sempre Winchester.

Olhei pra ele fechando minhas mãos em punhos e suspirando pesadamente.

–Nós dois sabemos que não sou Winchester- eu sussurrei.

–Claro que é. Não me importa se não tem meu sangue, to me fodendo pra essa droga de profecia. Eu só quero minha irmã de volta.

Olhei pra Dean e vi o que de vez em quando eu lembro claramente de ter visto. Um Dean desencanado, frágil e que precisava de alguém por perto pra dizer que tudo ficaria bem.

–Juro que não sei por que ainda me importo com vocês- eu murmurei.

Respirei fundo e tomei Dean num abraço carinhoso e protetor. Aquela sensação era bizarra, assustadora de tão boa. Abracei-o apoiando sua cabeça em meu peito e acariciando seu cabelo despenteado.

–Volta pra gente Annice- Dean pediu.

–Não posso Dean, não consigo- eu murmurei olhando pro teto.

Dean levantou sua cabeça me colocando em sue colo e me fazendo encará-lo com as duas mãos postas em meu rosto.

–Então volta pra mim.

E ele me beijou, nós nos beijamos. Meus dedos presos firmemente em seus cabelos e os deles nos meus e apoiando minhas costas moles, me trazendo pra ele, unindo nossos corpos, me prendendo num nó sem volta, me jogando num abismo de sentimentos torturados e reprimidos por tanto tempo.

–Tanto tempo, por tanto tempo eu me segurei pra não fazer isso- ele gemeu em meu ouvido me puxando mais perto.

Retomei parte da consciência e soltei-me de sues braços me pondo fracamente em pé.

–Não é por que não somos irmãos que agora eu vou ficar com você Dean, não é você sentindo isso, não de verdade- eu disse firme dando um passo pra trás.

–Quero você independentemente de profecias Annice, quero você de volta chorando no meu peito quando tiver um sonho ruim, rindo calorosamente e até passando mal com o cheiro de Bacon- ele disse com um sorriso de lado esticando a mão- vem comigo, nós terminamos isso de uma vez e daí a gente pode ficar junto, isso parece funcionar pra mim.

–Dean, eu cresci do seu lado, cresci com você esse tempo todo. Não posso te ver assim e tão perto sem me sentir traída, sem me sentir enganada por todo mundo- eu sussurrei encarando o chão. - não sinto nada por você.

Dean deu um passo rápido pra perto de mim e me puxou em outro beijo inconseqüente e depois me soltou deixando a mão em meu peito onde meu coração pulava descontrolado.

–E isso é o que?Sei que você sente alguma coisa por mim e sei que você tá lutando contra isso por que se sente ofendida, mais se lembre que eu também sofri e sofro por isso. Você é minha família porra, e percebi ultimamente, desde que te vi de novo que você é muito mais que isso- ele disse olhando em meus olhos.

Dei um passo e puxei-o em outro beijo lento; mais não menos apaixonado.

–E o que eu sou pra você?- eu perguntei em seu ouvido.

Dean me envolveu pela cintura me prendendo ali com um sorriso envergonhado e sussurrou em meu ouvido o que eu nunca pensei que ouviria dos lábios dele:

–Você é o amor da minha vida.



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Notas finais do capítulo

E aí meus queridos?O que acharam?
Não querendo ser chata nem nada,mais alguém poderia recomendar a fic?
Bjos e até o próximo capítulo,que virá bem em breve! O/



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