A Lenda de Jamie Carter escrita por Live Gabriela


Capítulo 56
De Volta À Ação


Notas iniciais do capítulo

Capítulo escrito por Live Gabriela Woiciekoski ^^ e narrado por Jamie Carter.



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Com os olhos vermelhos de raiva o homem com a lança levanta mais uma vez sua arma e tenta acertá-la em mim. Giro para o lado para tentar escapar do golpe, mas a lança é comprida e me acerta em cheio nas costas.

Vejo farpas voando e por alguns segundos fico sem ar. Tento me levantar, mas meus braços não são fortes o suficiente no momento. Viro-me para o olhar o rosto do homem, ele abriu um sorriso amarelado e levantou a lança, agora mais frágil, para me finalizar. Mas não o fez.

Hammel ainda estava ali e me viu sendo acertada. Não havia feito nada, provavelmente esperando alguma reação minha, mas já que não consegui ele resolveu segurar o cara, que tentou se soltar, mas não conseguiu.

- Vamos lá Carter. Pegue sua espada e acabe logo com esse palhaço.

Levantei-me tentando ainda recuperar o ar e fiquei olhando para ele. Tossi algumas vezes e estava ofegante, mas Hammel não se importava com isso, queria ver se eu havia aprendido algo com ele.

- Ande logo marica. Não tenho o dia todo.

- Quer... Que e-u o de-capite, senhor?

- O que acha?

O homem estava ajoelhado na minha frente, tinha os olhos molhados, mas duvido que de tristeza.

- Anda Carter! Faça o que lhe ensinei.

O homem cospe.

- Acabe logo com isso. – ele disse.

- Faça! – gritava Hammel.

Meu coração estava batia forte, minha respiração acelerada e dolorida, eu estava suando. Uma gota desceu pelo meu rosto. O homem gritava “Mate-me de uma vez, filho de uma puta! Mate-me, covarde!”. “CARTER!”, gritava Hammel. Ouvia gritos, olhei para o lado e vi gente sendo cortada. “Bastardo maldito...” ouvi Hammel dizer. Então, num rápido e forte movimento, ele quebrou o pescoço do homem. O corpo caiu imediatamente e Hammel ficou me encarando bravo, se aproximou rápido bufando e ficou bem perto de mim para dizer:

- Nunca mais me faça perder tempo contigo seu desgraçado magricela.  – disse raivoso me cutucando com força no peito.

- Senh—

- Cale a boca e não me dirija mais a palavra. Covarde.

Disse ele e saiu. Fiquei paralisada por alguns instantes, estava tremendo de medo, havia decepcionado o mestre Hammel e agora provavelmente ele me odiava tanto quanto se pode odiar alguém de sua equipe e isso me parecia ser muito perigoso se tratando dele.

Olhei em volta e então me dei conta de que ainda estávamos em batalha. Vi meus companheiros guerreando no centro do vilarejo e depois dessa minha experiência resolvi ficar longe da briga.

Lembro-me que em treinamento Mark havia me dito que “Como arqueiro você não deve se envolver diretamente na luta, não é muito forte, mas tem uma boa mira. Sempre que puder fique num lugar alto, sua visão será melhor e de lá poderá acertar quem nós não conseguimos”.

Então fiz o que ele mandara, procurei por um lugar alto, onde poderia atirar nos inimigos sem correr o risco de um deles vir tentar me acertar, foi aí vi uma casa ao lado de um mercado. Fui até lá tentando não ser vista e quando cheguei fui subindo em uns caixotes até chegar numa varanda e de lá subir no telhado.

Lá de cima pude ver Hammel brutamente matando um homem enfiando sua espada no mesmo e o erguendo no ar e logo em seguida tirado a espada do cadáver para matar outro inimigo que corria em sua direção. Mark girando seu machado na direção de um dos dois homens com quem lutara. Sebastian jogando sua morning star na cabeça de um homem que estava lutando com Sebastian Jhonson. Smith se defendendo de um brutamonte com um martelo e Steve, girando sua espada na horizontal acertando de uma só vez os três homens que o estavam cercando.

- Céus... – sussurrei pra mim mesma. Realmente eu estava longe de ser tão boa quanto qualquer um deles, mas eu tinha que tentar ajudar.

Peguei uma flecha e a preparei no arco, respirei fundo e “segure firme, mire e atire”. Soltei a flecha, ela acertou a perna de um homem que estava entrando na briga, ele caiu de joelhos. Comecei a reparar que havia mais inimigos ali do que quando havíamos chegado. Fiquei procurando de onde estavam vindo... E eu achei.

Dois escoceses estavam vindo da entrada do vilarejo que dava no centro. Mirei em um deles e errei a flecha. Por sorte nenhum dos dois viu, eu ainda estava tremendo. Respirei fundo mais uma vez e tentei me lembrar de que quando tentara acertar alvos em porcos, era difícil, eles corriam pra lá e pra cá, mas no fim eu consegui acertá-los.

- Tá legal, eu consigo fazer isso. É só segurar firme, mirar... E atirar!

Havia acertado no peito de um escocês, ele nem ao menos havia visto de onde vira a flecha. Seu amigo ao lado levou um susto e deu uma olhada em volta para ver se me achava, mas não me encontrou, então logo foi correndo para a luta. Estava perto de Sebastian que acabara de derrubar outro homem. Atirei nele antes que o alcançasse.

Sebastian ouviu o barulho do corpo caindo e rapidamente se aprontou, mas viu que já estava morrendo. Procurou-me e alguns segundos depois de avistou no telhado e apenas deu um aceno positivo com a cabeça.

- ESCOCÊS DE MERDA! – ouvi alguém gritar.

Então vi que era o ultimo grito. Havíamos derrotado os rebeldes, nenhum daquele grupo estava agora vivo. Ou ao menos, era o que pensávamos.

Vi todos se reunindo ainda preparados para mais, até que depois de uns poucos minutos resolveu-se que havíamos mesmo ganhado. Desci do telhado, os moradores estavam comemorando e eu já me aproximara quando um aldeão veio a falar conosco.

- Santo Deus! Obrigado por terem aparecido, nós nem ao menos sabemos como lhes agradecer!

- Não se preocupe meu senhor. – dizia Steve – Viemos em nome do rei Eduardo III para lhes proteger.

- Muito obrigado meu bom homem, mas devo avisá-los que infelizmente isso não acabará por aqui. Logo ficaram sabendo e irão voltar! Se é que já não estão vindo!

- Creio que demorará mais que um dia para fazerem algo, uma vez que suas ordens vem de Edimburgo e...

- Oh, sem querer ser rude nobre cavaleiro, mas há pessoas que gostariam da separação em nossa pequena cidade eu não confiaria que elas mesmas não fizessem algo para informar estes homens de mau.

Steve para um momento em silêncio, pensando no que iremos fazer.

- Não podemos ferir inocentes... – disse Mark.

- Não.  – respondeu Steve. – Passaremos a noite aqui então, se aparecerem mais, terminamos com isso de uma vez.

- Isso seria adequado. – disse o aldeão – Me chamo Franklin, vocês podem se alojar na minha casa.

- Obrigado Franklin. Aprecio sua colaboração e aceitarei sua oferta.

- Ora! Só estou tentando fazer o melhor para nossa cidade.

E assim ficamos passamos a noite no vilarejo. Eu, Smith e os dois “Sebastians” ficamos para arrumar a bagunça da batalha, mas depois fomos descansar na casa de Franklin. Ele disse que não queria incomodar então nos deixou só em sua casa e disse ir dormir no celeiro. Mas ainda era cedo, então almoçamos numa taberna e demos a volta no vilarejo, para conhecermos melhor o território.

Ao escurecer entramos na casa de Frank, que não era muito grande, e lá fomos dormir...

No meio da noite acordei com chacoalhes de Smith.

- James acorde!

Abri os olhos e os fechei rapidamente depois de ver um clarão.

- Levante! Rápido!

- O que...?

Sentei-me e cobrindo os olhos com as mãos. O quarto continuava claro e então reparei no calor e na fumaça que estavam surgindo no lugar.

- ANDA LOGO JAMES! A CASA ESTÁ EM CHAMAS!!!


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Notas finais do capítulo

comentem =]



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