A Lenda de Jamie Carter escrita por Live Gabriela


Capítulo 57
Armadilha de Fogo


Notas iniciais do capítulo

Capítulo escrito por Live Gabriela Woiciekoski ^^ e narrado por Jamie Carter.



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Naquele momento o tempo parecia passar mais devagar. Estávamos no andar superior da casa em chamas. Smith estava se cobrindo com um cobertor e saindo do quarto, me deixando só. A fumaça escura estava ficando cada vez mais densa. Estava ficando cada vez mais difícil respirar e enxergar. O lugar estava quente, muito quente.

– CARTER!!! – ouvi Smith chamar.

Levantei de pressa e corri para fora do quarto, no corredor, mais fumaça. Vi Smith descendo às pressas e fui atrás. Lá em baixo estava todo meu grupo. A parede da frente estava em chamas assim como as postas e janelas.

– Desgraçados! – Hammel vinha de onde seria a cozinha – Cercaram a casa em chamas!

– E as outras janelas? – perguntou Steve.

– Trancadas por fora.

– Droga!

– O que faremos? – perguntou Mark.

– O andar de cima. Rápido subam, talvez conseguimos sair por cima.

Subimos todos as pressas, as chamas estavam começando a engolir a casa. Checamos os dois quartos e as janelas não estavam trancadas, mas assim que aparecemos nelas flechas foram lançadas em nossa direção.

– Cercaram a gente! – gritou Jhonson.

Steve serio passava a mão pelo rosto, parecia irritado.

– Mande o garoto arqueiro matá-los! – disse.

– Não é seguro senhor, só de se aproximar da janela eles já atiram, creio que James não é capaz de acertá-lo sem também se atingido. – disse Mark.

Steve estava visivelmente irritado com a situação e a fumaça que aumentava como o fogo não o ajudava a se acalmar. Todos o olhavam esperando por uma ordem até que me lembrei de uma coisa que poderia nos ajudar.

– Capitão Steve, senhor, essa casa tem um sótão?

Na hora em que disse isso Steve saiu do quarto e foi até o corredor, achou uma corda no teto e a puxou trazendo uma escada para baixo.

– Andem! Por aqui!

Corremos até lá e subimos mais uma vez. Smith começou a ficar preocupado.

– Não é perigoso subirmos? A estrutura da casa não vai aguentar muito.

– É por isso que vamos sair dela! – disse Steve.

No sótão empoeirado e escuro havia uma pequena janela redonda que logo foi quebrada pelo machado de Mark. Aparentemente ninguém havia visto isso acontecer lá em baixo então pudemos analisar a situação melhor.

Atrás da casa, que era para onde a janelinha dava, vimos o fogo, mas também avistamos o celeiro há alguns metros de distância. Havia também dois homem com arcos parados apontado para a porta da cozinha.

Steve se virou pra mim estendendo a mão para o meu arco. Entreguei a ele então rapidamente ele disparou duas flechas e matou os dois homens antes que alguém pudesse ver. Então devolveu meu arco, procurou uma corda e amarrou em um baú pesado que achou. Pegou o cobertor que Smith estava usando para se proteger e o jogou para baixo apagando um pouco do fogo para que pudéssemos pisar no chão.

– Os mais leves vão na frente. – disse ele olhando pra mim.

A janela era pequena e era mais seguro eu descer sem nada, então deixei meu arco lá em cima e pela corda fui descendo em silêncio. Na descida queimei um pouco as mãos na corda, mas nada que me atrapalhasse muito. Cheguei ao chão e eles me jogaram o arco. Steve fez sinal para que eu olhasse dos lados da casa para que não fossem atingidos enquanto eles desciam. Smith era o próximo. Fui me aproximando da lateral esquerda da casa, lá havia mais dois homens armados com arcos mirando numa das janelas.

Abaixei-me mirando no que estava mais próximo. Olhei para trás, Smith chegara ao chão. Estava tentando apagar mais o fogo para a segurança dos outros. Voltei-me para os dois arqueiros e quando Smith se aproximou de mim eu atirei. Acertei o pescoço do primeiro que caiu para o lado. O segundo logo apontou o arco e veio andando em nossa direção. Escondi-me na parte de trás com Smith. Sebastian estava descendo.

Vagarosamente fui tentar ver a que distância estava o arqueiro, mas uma flecha veio na minha direção, por sorte voltei antes de ser acertada. Preparei outra flecha. Sebastian estava no chão e Mark descia com seu machado nas costas.

Sebastian foi para o outro lado verificar como estava. Smith fez sinal para eu fica em silêncio e para eu recuar. O fiz e procurei um local para me esconder. Havia uma carroça velha, fui para trás dela. Smith pegou um pedaço da madeira da casa para usar de escudo que lhe foi muito útil uma vez que assim que ele o levantou o arqueiro virou em sua direção e atirou.

Mark chega ao chão e vai à direção de Sebastian. Vejo Jhonson descendo e reparo que a parte de baixo da casa está começando a cair. Viro-me na direção do arqueiro prepara para acertá-lo, mas Smith foi mais rápido e lhe enfiou as duas lâminas no tronco.

Saio de trás da carroça e vou na direção de Mark e Sebastian. Eles apontam para os arqueiros. Pego o arco e atiro a flecha. Acerto embaixo do braço do primeiro, o segundo me vê e atira. Mark entra na frente e rebate a flecha com seu machado enorme.

O arqueiro se prepara para atirar novamente, mas Sebastian já está se aproximando e lhe acerta em sequencia três golpes combinados com suas armas. Ouvimos um barulho de madeira caindo e olhamos para a corda. Steve está descendo e Hammel segurando, porque aparentemente o batente da janela quebrou e o baú agora passaria pelo buraco.

Sebastian volta correndo assim como Smith e Jhonson.

– Há muitos deles na frente da casa. – dizia Smith.

Steve chega ao chão e olha para Hammel e para as redondezas tentando achar uma solução para ele descer, mas o fogo é mais rápido e assim que vemos Hammel amarrando a corda em uma madeira da parede a casa começa a desmoronar.

Ele pula antes de cair em meio ao fogo e destroços tomando impulso para frente.

– Juntem-se! Vamos pegá-lo! – diz Steve pouco antes de Hammel pular.

Hammel cai amortecendo a queda nos braços de Steve, Mark e Jhonson, mas ainda assim se fere um pouco. Ele rola para frente, consigo ver que ao se levantar ele manca.

– Vamos logo matar esses escoceses desgraçados! – dizia ele com uma empolgação que eu nunca vira antes, talvez somente quando o mesmo queria a cabeça de Daimmen Blase.

E nós fomos. Lutamos por muito tempo, realmente havia muitos deles lá. Cerca de trinta homens foram mortos naquela noite, mas nenhum deles era inglês. A batalha foi dura, sangrenta e inesperada. Quando terminamos descobrimos que o vilarejo era separatista e que tudo não passara de uma armadilha para nos matar enquanto dormíamos.

O aldeão Franklin gritou xingamentos antes de Hammel lhe decapitar, enquanto todos os outros foram trancados num celeiro do vilarejo até que Steve voltasse para decidir o que fazer com eles.

Fomos embora deixando cadáveres, presos e destruição. Esse era o objetivo da missão, mas não do jeito que imaginávamos que fosse.


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