A Lenda de Jamie Carter escrita por Live Gabriela


Capítulo 55
Boas Vindas Escocesas


Notas iniciais do capítulo

Capítulo escrito por Live Gabriela Woiciekoski ^^ e narrado por Jamie Carter.



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– Wurhl, ahh... – levanto a cabeça e limpo minha boca com a manga da blusa.

– Você está bem? – perguntou Sebastian.

– Já saímos do navio, isso não deveria me fazer melhorar? – subo de volta em Larápio e continuo com os outros.

– Acho que seu corpo acostumou com o balanço das ondas e acabou esquecendo como é estar em terra firme. Amanhã você estará melhor.

– Eu espero, já estou cansada de vomitar.

Havíamos chegado a Eyemouth, cidade litorânea da Escócia e estávamos indo na direção sudoeste onde, de acordo com nossas instruções, acabaríamos a encontrar os tais escoceses rebeldes, uma milícia controlada por Willam Randall, um ex-militar idealialista que tem como objetivo separar definitivamente a escócia de nossa Inglaterra. Por mim poderíamos deixar isso acontecer se não estivéssemos em tempos de guerra e se esse William Randall não estivesse matando e torturando todos que se opõem a ele. Ele diz estar protegendo seu povo, mas o mata se não concordam com seus ideais. Pessoas como ele não merecem viver.

Por isso o Rei Eduardo III nos mandou, para protegermos seu povo e sua terra. Viajávamos há algum tempo, dentro de um caixote de madeira que todos chamam de navio. A viagem foi longa, mas ainda mais rápida do que se fôssemos a cavalo. Claro que eu preferia ter ido com Larápio, essa coisa de mar não é pra mim, admito, a areia da praia é uma coisa engraçada e quando estamos num barco temos uma bela vista, mas não compensa os enjoos da viagem e a enorme sensação de que aquilo ali iria afundar a qualquer momento. Pra minha felicidade hoje chegamos à terra firme e agora sim nossa missão iria começar.

Dois dias depois...

– Sim, foi! E daí quando voltamos Carter estava lá, inteiro! – dizia Jhonson impressionado.

– Ou quase... – continuou Smith – Estava com uma flechada no peito, eu mesmo retirei.

– E eu o agradeço por isso meu caro. – respondi.

– Bruxaria! – exclamou Robert, um soldado que estava conosco ao redor da fogueira.

– Realmente é impressionante levar uma flechada de Daimmen Blase e sobreviver. – concluiu Mark, dando risadas e virando seu cantil para beber o que havia dentro. Sorri pelo elogio, mas no fim sabia que ele estava elogiando a si mesmo, afinal, em nossa primeira emboscada ele foi atingido por Blase e agora está vivo.

Estava escuro, já era noite e uma bem fria. Estávamos acampados em uma grande planície perto de uma floresta. Segundo Steve e o General Russel Brown, já estávamos na rota dos rebeldes. E agora deveríamos subir indo em direção há Edimburgo, onde encontraríamos o castelo e lá falaríamos com o “rei” David II para controlar os rebeldes que matavam inocentes. Segundo Brown essa era nossa ultima opção, pois antes de chegarmos lá os encontraríamos no caminho e lá mesmo acabaríamos com eles.

– Mark.

Todos olham para Hammel que se aproximava. Sérios e em silêncio. Ele inspirava medo em todos, sempre o fez.

– Sim Hammel?

– Steve quer falar conosco.

Mark se levanta e acompanha Hammel até o centro do acampamento, onde ficavam os mais graduados, não que ele não fosse, mas parecia gostar da diversão proporcionada pelos mais jovens.

Depois de um tempo Mark volta e me chama juntamente de Smith e Jhonson.

– Parece que um vilarejo aqui perto foi atacado recentemente. Apenas ameaças foram feitas, mas serão cumpridas se os moradores continuarem contra os rebeldes. Eles aparecerão por lá amanhã cedo, Steve vai liderar um pequeno grupo até a cidade onde iremos impedir que isso aconteça.

– E quanto aos outros? – perguntei.

– Ficaram aqui no acampamento aguardando nosso retorno ou pedido de ajuda. Sugiro que descansem, partiremos em 4 horas.

– Senhor Powell, nós também estamos convocados? – perguntou Fitzwilliam.

– Não soldado. Apenas Carter, Smith e Jhonson.

– Se me permite senhor, acho que seria de grande ajuda se os soldados Fitzwilliam, Flyn e ... – qual o sobrenome do Sebastian?! – Sebastian fossem conosco.

– Acha que não damos conta James?

– Certamente que sim, mas não sabemos em quantos os nossos inimigos estarão.

– Bom Steve disse que estimam um máximo de dez homens.

– Podem ser mais, afinal se aparecerem destruirão todo o vilarejo, não?

– Creio que não, seus alvos são aqueles que são contra a separação. Além disso, levar tanta gente poderia nos fazer perder elemento surpresa da emboscada. E concordemos que não são todos tão experientes, certo? – disse olhando para os outros - Com o que lutam?

– Espada! – dizem os gêmeos juntos.

– E você? - Pergunta à Sebastian.

– Luto com uma morningstar, senhor.

– Legal, gostei. Você está dentro. Mas James... – ele se vira pra mim – Ele é sua responsabilidade.

– Sim senhor, obrigado senhor.

Mark se retira. Então vamos todos dormir em nossas tendas, descansar para o dia que viria.

Levantamos bem cedo no dia seguinte, ainda estava escuro. Tomamos uma sopa quente para nos aquecermos e então seguimos a cavalo na direção do vilarejo. O caminho foi duro, enfrentamos uma rápida nevasca, mas ela fez com que demorássemos mais para chegar ao nosso destino. Mas não tarde demais para salvar aquelas pessoas.

– Muito bem, atenção aqui. – Steve parou seu cavalo à nossa frente – Chegamos à cidade e logo vamos nos encontrar com alguns militantes de Randall, provavelmente vão querer combater, mas a menos que eles iniciem o ataque não quero brigas. Vamos tentar levar o líder para o acampamento para aplicar-lhe um interrogatório. E lembrem-se, estamos aqui para proteger essas pessoas, não feri-las.

– Sim senhor. – dissemos todos em uníssono.

– Irei com Hammel na frente. Vocês procurem algum lugar estratégico e se escondam. Caso haja algum sinal de batalha, podem agir. – disse e seguiu adiante nosso admirado líder.

Há tempos não via o Capitão Steve. Ultimamente ele se vê muito ocupado liderando e planejando juntamente de outros capitães e generais os ataques que definirão nossa vitória. Ele estava sério como sempre, montado em seu cavalo branco e vestido com sua armadura que estava mais reluzente do que qualquer uma que eu já tivesse visto. Era um verdadeiro cavaleiro.

Mark liderou os que ficaram, demos a volta na cidade, encontramos nossos postos e lá ficamos por algum tempo. Eu já estava prepara para qualquer conflito com o arco em mãos e a flecha preparada.

Ao centro do vilarejo estavam Steve e Hammel, preparados para a chegada dos escoceses e eles não demoraram muito. Fiquei atenta para o movimento de todos ali. Steve em seu cavalo estava conversando com um homem, também a cavalo. Atrás dele seguiam mais uns quatro homens que desceram de sua montaria e foram se aproximando de Steve e Hammel. Esse ultimo desceu do cavalo também. Ficaram conversando por algum tempo, até que vi Hammel tirar a espada.

O cavalo do escocês se inclinou para trás e os amigos do recém-caído sacaram suas armas. Olhei para os outros, Mark fazia sinal positivo. Todos saíram correndo para o centro. Fiquei ainda em minha posição e de lá comecei a batalhar, acertando o primeiro inimigo no ombro direito.

Steve recua com o cavalo, Hammel avança a pé. Mark corre com seu machado, Jhonson corre com a espada e Smith com duas espadas curtas. Sebastian anda em direção aos inimigos com suas morningstars na mão. A batalha começa.

Vou me aproximando ficando sempre sob cobertura do que pude encontrar e de lá eu seguro firme o arco, miro... E atiro.

– Arhg! – um está caído, mas seu colega com a lança me vê.

Ele corre em minha direção, preparo uma flecha e a lanço. Estava tremendo, há tempos não entrava em combate real, não lembrava o quão difícil era acertar uma pessoa e não um alvo.

Com a flecha bem passando perto de seu rosto, mas não o acertando, o homem continua a correr na minha direção. Ele gira a lança e tenta me acertar com seu cabo. Defendo com o braço. Ele gira novamente a lança, defendo com o arco. Naquele momento vejo Ryan lutando comigo. O mesmo movimento de quando estávamos naquele vale...

–Jamie, bom trabalho. – disse Campbell após eu defender seu ataque.

– O que?

– Você passou no teste.

– O que? Como assim?

– Só resta mais um teste a fazer.

– Ryan o que você quer dizer com isso? Não entendo nada do que diz.

– Assim que nos encontrarmos lhe explico.

– Encontrarmos? Encontramos-nos aonde?

–Lá embaixo.

– Lá em baixo? Ryan, o que—”

Não consegui terminar de falar, Ryan pulou sobre mim nos jogando na direção a cachoeira e caindo lá de cima...

– Mais um teste... – sussurrei e me joguei para trás, caindo ao chão.

Pude ver que enquanto caía o homem esticou sua lança em minha direção e se eu estivesse de pé, provavelmente teria me acertado.

No momento que toco o chão faço meus braços impulsionarem meu corpo para cima novamente, me levanto. Ele prepara um soco, desvio agachando, passo para trás dele e com o arco acerto seus joelhos. O homem fraqueja e cai de joelhos o chuto no estômago e ele cai de bruços. Ele se vira para cima e vejo em sua cara um estranho sorriso, não entendo a princípio, mas assim que me viro para ver se havia alguém atrás de mim vejo o cabo de uma espada de aproximando e acertando meu rosto.

– Urrgh!

Caio para trás ofegante e tento olhar para quem havia me acertado. Um homem robusto, com barba comprida assim como o cabelo, ambos louros e desgrenhados. Ele me chuta com força na barriga e em seguida levanta a espada, preparada para me acertar, giro para o lado, ele erra. Vou indo para trás, ele erra o golpe de novo. Na terceira vez ele levanta a espada com determinação, mas antes que conseguisse fazer com que ela descesse com velocidade em minha direção vejo seus olhos azuis arregalarem e boca abrir levemente, ele abaixou a espada lentamente e inclinou a cabeça para frente, vi sangue escorrer pelo seu ombro e pescoço e então vi sua cabeça cair em minhas pernas.

Seus olhos ainda estavam abertos e seu corpo de pé quando vi seu assassino, Hammel, o cavaleiro sem alma. Ele olha para o corpo e o empurra para frente, o corpo cai. Recuo para que não me acertasse. Mecho as pernas para tirar a cabeça de cima de mim. Meu coração batia acelerado, havia muito sangue e um cheiro forte do mesmo. Por um momento fiquei paralisada olhando para a cabeça decapitada, sem saber o que fazer... Mas logo minha atenção foi retomada pelo meu antigo oponente que tentara me acertar com a lança batendo-a com força no chão.

Ele me olhava com ódio, não me conhecia, mas queria me matar. Para ele eu era o vilão, meu aliado havia matado seu amigo, ele tinha de me derrotar.


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Notas finais do capítulo

Olááá leirores! Depois de séculos estou aqui postando mais um capítulo e pretendo continuar o ritmo então aproveitema estoria, espero que gostem do capítulo e até a próxima!
Não deixem de comentar!



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