A Lenda de Jamie Carter escrita por Live Gabriela
Notas iniciais do capítulo
Capítulo escrito por: Live Gabriela Woiciekoski ^^ e narrado por Jamie Carter
Segui o cavaleiro que se apresentou como Steve, ao que entendi, ele era o "líder" do grupo, ou algo do tipo. Junto dele estava o cavaleiro Hammel. Fomos os cinco (Steve, Hammel, Henry Smith, Sebastian Jhonson e eu "James" Carter) em direção à clareira que havia "perto" da cidade, chegando lá, fomos apresentados à mais dois homens, Mark Powell e Ryan Campbell.
- Muito bem, novatos, ouvi falar de vocês, por isso vim buscá-los, dizem que são bons. Mas terão que provar isso pra mim. Durante três dias, cada novato fica com um cavaleiro, aprenderão o que puderem aqui e então seguiremos viagem para a cidade do Rei, onde nos juntaremos aos outros cavaleiros e receberemos nossa missão. Hammel, você cuida do Jhonson. Mark, você fica com Smith e Ryan com o James.
- É Jamie. - corrigi.
- Jamie?! Mas isso é nome de mulher! - exclamou com risadas meu novo "tutor", Ryan.
- Ora! Cale a boca Campbell, vão treninar, sim?! - disse Steve.
Notei que havia quatro barracas no acampamento e pelo visto iríamos dividí-las.
- É a terceira, a que está com um remendo verde em cima, aquela é a nossa. -disse Ryan.
Fiz que sim com a cabeça.
- Então... Você não é muito de falar e é bem pequeno e magro, deveria estar aqui mesmo?
- Eu... ahrham - engrossei a voz - Eu sou arqueira, quero dizer, arqueiro.
- E é bom?
- Bem... eu...
Então, antes que eu terminasse de responder, Campbell puxou um bastão enorme e começou a me atacar. O que mais eu poderia fazer além de fugir?!
- Tá fazendo o que? - gritei assustada.
- Teste surpresa.
- O que?
- Não vai ficar fugindo pra sempre, vai?!
- Você é louco!
- Revide.
- Não, vou te machucar.
- Não vai não. Mas pode tentar.
Parei de me esconder atrás das árvores e peguei meu arco. Ele parou na minha frente e abriu os braços. A primeira flecha eu errei. "Que diabos está fazendo?" ouvi o ferreiro dizer, na minha mente, é claro. A segunda flecha eu iria acertar em seu ombro, mas ele defendeu com o bastão.
- Quase. - disse Campbell.
Terceira flecha, essa eu tirei a ponta.
- O que está fazendo? - perguntou Campbell.
- É pra você não perder um olho.
"Segure firme, mire e atire" se intrometeu novamente o ferreiro da minha mente. "Segure firme, mire e atire" repiti para mim mesma. Estava segurando firme, mirei no peito de Campbell e atirei... Mas ele desviou a flecha com o bastão, de novo.
- Não consegue me certar marica?! - ele pegou a flecha do chão e a partiu no meio. - Estragou uma flecha à toa. Ela poderia ser sua ultima numa batalha, a que salvasse sua vida ou a de um colega, mas você tirou a ponta. Não faça mais isso.
Meio cabisbaixa concordei.
Ele se virou e entrou na barraca. Dali a pouco ele colocou a cabeça pra fora e disse:
- Hey, Carter, vá com os novatos buscar nossa janta.
- Mas a cidade está à quilômetros daqui.
- Eu não disse para ir para a cidade.
- ...
- Já ouviu falar em caçar?! Já fez iso antes, não é?!
- Han... claro. - Claro que não! O ferreiro sempre me dava comida, claro que tinha que trabalhar feito uma condenada para isso, mas nunca caçei na vida! E já estava anoitecendo!
- Então não há problema algum, pegue uma tocha para iluminar o caminho que logo irá escurecer e traga bastante carne.
Fiz que sim com a cabeça e fui chamar os outros.
- Agora não dá, ele tem que aprender a lutar como homem. - disse Hammel enquanto dava uma chave de braço no Jhonson. - Leve o outro marica com você.
Então fui atrás de Mark e Smith.
- Smith foi buscar água no rio. Terá que ir sozinho dessa vez James. - respondeu Mark.
- Tudo bem.
Quando estava indo em direção à floresta ouvi Mark dizer "cuidado com os lobos". Lobos?! Mas que maravilha, meu dia estava cada vez melhor. Levei comigo meu arco e minhas flechas, um facão e algumas cordas.
Anoiteceu depressa e ficou tão escuro que minha tocha quase não ajudava. Fiquei horas lá, consegui pegar alguns abutres que passavam voando. Peguei dois coelhos e um cão selvagem, esse ultimo foi uma briga para conseguir, não acertava as flechas nele e não era forte suficiente para imobilizá-lo, então fui com o facão, ele mordeu meu braço, sangrou um pouco mas quando voltei para acampamento cuidei do ferimento. Não era muita comida, mas era o que eu tinha conseguido. Pra levar isso pro acampamento foi terrível, o cão era grande e pesado, amarrei-o na corda junto com os abutres e tive que levar arrastando, os coelhos levei no ombro.
Chegando na clareira todos partiram pra cima de mim e pegaram as carnes, assaram na fogueira e reclamaram quando acabou "você não sabe caçar não?!", "porque só trouxe isso?", "isso não dá nem pra minha mulher". Comi um pouco do coelho, foi o que consegui roubar daqueles brutamontes. Depois da "janta" Steve mandou todos irem dormir, pois iríamos acordar cedo no dia seguinte e colher o que fosse necessário para a viagem e treinar, é claro.
Fui para minha barraca por ultimo, entrei e Ryan já estava deitado, só de ceroulas! Evitei ficar olhando e fui dormir com a roupa que estava.
- Você não tira essa capa não?!
- Eu gosto dela. - respondi.
- Mal dá pra te ver com todo esse pano.
- É que eu sinto muito frio.
- Ha, muito frio... Marica. - sussurou ele.
E isso foi a ultima coisa que ele disse antes de virar pro lado e dormir... e roncar. Alto, muito alto! Aquilo era horrível, eu não podia ficar ali, mas também não podia sair, não podia contar quem eu era senão me matariam e ainda tinha que aguentar esses trogloditas! Eu não mereço isso.
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