A Lenda de Jamie Carter escrita por Live Gabriela


Capítulo 36
Adeus Jamie


Notas iniciais do capítulo

Capítulo narrado por Ryan Campbel e narrado por Mateus Scofield.



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Olho para o vale a nossa frente, sinto a mão dele pousar sobre o meu ombro. Blase estala o pescoço frio como sempre.

- Hora de partir Campbel, não temos tempo a perder.

O sol começa a se por.

Agora uma pequena pausa para perguntas, que diabos eu fazia com Daimmem? Pra ondeiríamos? Bom, vamos voltar um pouco no tempo, até a grande batalha no castelo de Londres.

- O que veio fazer aqui Deimmem? Pensei que não se importava com os jogos de poder aqui instalados? Por que ajuda os Franceses no embate? Qual é o desafio em uma emboscada comauxiliares?

Ele sorriu.

- Não vim pelo desafio Campbel, vim por você...

- Já lhe disse que não faz o meu tipo Blase.

- Tu e teus gracejos Campbell, acho que preciso calar a sua boca depois de uma bravata como esta. - disse ele levantando o arco e apontando para a minha cabeça.

- Pode vir, FRANCÊS - enchi a boca pra ultima palavra.

Ele abaixou o arco e permaneceu me olhando com o ar mais frio e sem emoções possível, aquela sala era mais fria com Blase dentro.

- Quero que parta ao meu lado Campbel.

- O quê?

- Quero que abandone esse lugar, venha comigo, preciso de você.

- Alguma razão em especial?

- Você é o único digno de presenciar as minhas façanhas.

- Devo me sentir lislongeado?

- Deveria parar de gracejar e me ouvir.

Súbito ouvimos um barulho.

Blase...

- Calado.

- Eu cuido disso.

Ele ficou em silencio, nesse momento pude ver um vulto saindo das trevas:

Jamie! - gritei ao ver a pequena e magra garota disfarçada saindo das sombras e avançando sobre Blase.

Não pude fazer nada, assim que olhei para a minha aprendiz Blase rodou a mão no ar e a encravou no peito com um flecha.

JAMIEJAMIEJAMIE!!!

Me ajoelhei próximo ao corpo de minha aprendiz como que se eu tivesse desabado, segurei a sua mão e então olhei nos seus olhos.

Sua pele branca se destacava sobre o chão de pedra, segurei a sua mão, ela ainda tinha pulso, mas este estava fraco, seus olhos estavam fechados.

BLASE SEU DEMÓNIO DESGRAÇADO!!!

Avancei sobre Deimmem com um soco direto no nariz, ele não se mexeu.

Reaga monstro!

Mais um soco, dois, três, quatro... Meu corpo se mexia por impulso, meus punhos se mexiam sozinhos, o rosto de Blase começou a se encher de manchas vermelhas, por fim desabei no chão.

- Por que fez isso? - perguntei a Blase furioso.

- Fiz o que?

Olhei para trás, na direção de Jamie.

- Por quê?

- Olhe para ele novamente Campbel.

O fiz.

- O que foi?

- O que vê?

Jamie.

- Vê a flecha?

- Vejo.

- Vê o sangue?

Olhei novamente

- Como?

- A flecha estava sem ponta, tem apenas um erva que o fará dormir. Sei que este é seu protegido, o devo dizer, protegida?

Blase...

- Não se preocupe, não a machucarei, preciso que parta comigo, é de seu interesse.

- O que quer dizer com isso Blase?

- Ainda quer derrubar o sistema Ryan? Acho que sei como eu posso te ajudar, desde que você me ajude.

- Eu... Como?

- Como eu disse, preciso que me acompanhe, você é o único que acredito ser capaz de me acompanhar e permanecer vivo, preciso de alguem que possa seguir-me e registrar os meus feitos.

- E como isso me ajudaria a derrubar o sistema?

- Não tenho meios para explicar-lhe aqui, preciso que viaje comigo a uma terra fora desses cantos, a outro lado do mar, você precisa ver com seus próprios olhos.

- Onde pretende me levar Blase?

- Te levarei onde o príncipe dessas terras lutou, próximo ao reino de Castela e de onde viviam os Gauleses, vamos a um reino chamado de Portugal, lá encontrara o que precisa para derrubar os reis.

Olhei para Blase e depois para Jamie.

- Desculpe, mas tenho que cuidar de algo mais importante aqui.

Blase me olhou.

- Abandonaria o sonho de mudar o mundo por essa garota?

- Sem pensar duas vezes.

Ótimo.

Ele retirou uma faca e se ajoelhou próximo a Jamie.

- Encoste nela e eu te mato Blase.

- Não se preocupe... - ele posicionou a faca sobre o braço - ela ficará melhor assim do que se você estivesse com ela - ele fez um corte no próprio braço e o sangue começou a se espalhar sobre ela. - a flecha tem meu nome, se você sumir e encontrarem-na viva e ferida por uma flecha minha ela será considerada uma heroína, a vida dela vai ficar mais fácil sem você.

- Você... Têm razão....

- Sim, mas temos que partir logo. A luta contra os franceses em breve irá findar, devemos partir antes que a festa tenha um fim.

- Sim... Mas... Antes preciso fazer uma coisa.

Me ajoelhei ao lado de Jamie e segurei a sua mão.

- Vá na frente Blase, te encontrarei depois está certo?

- No vale ao fim do jardim do rei, tem até o sol se alaranjar para comparecer.

- Estarei lá em menos tempo.

- Está dito.

Nisso Blase pulou por uma janela deixando a mim e a Jamie sozinhos.

- Vou sentir sua falta menina...

Olhei para a flecha em seu peito e a retirei, abri a sua blusa, retirei as suas faixas. Sobre o seio esquerdo havia um pequeno furo com pouco sangue escorrendo, o limpei e então a enfaixei.

- Me perdoe o atrevimento.

A vesti novamente e então olhei em seus olhos. Mirei a sua boca por um instante.

- Me perdoe por isso tambem.

Seus lábios eram quentes, exatamente como eu me lembrava, não admiti a mim mesmo relembrar nos dias que se passaram ao beijo roubado por Jamie, me apaixonar por uma garota cujo o futuro dependia parecer um garoto seria condena-la a morte ou a mim a uma penitencia auto infringida, por estas razões nunca me permiti ver Jamie como uma garota. Até agora.

- Adeus Jamie.

Me levantei e caminhai até a Janela.

Ryan?

Olhei para trás.

Leyla?

- O que está fazendo Ryan?

- Estou partindo. Mas que bom que apareceu, precisava falar com você

- Ah só pode estar brincando.

- Preciso que me faça um favor Leyla.

- Não Ryan, não vai partir de novo, não, não, não, não, demorei tanto a te achar, não lhe permitirei a partida, não perderei você novamente.

- Irei voltar Leyla.

- Você disse isso da ultima vez.

- E voltei.

- Depois de anos.

- Mas voltei não é? Olhe Leyla, por favor, te garanto que voltarei o mais breve possível.

Ryan...

- Só me escute certo? Preciso que treine o garoto no chão.

- O que?

- Isso, eu te ensinei a se defender, preciso que treine o garoto ai no chão, irei assinar algumas coisas antes de partir, você ficará responsável por ele.

- Onde vai Ryan?

- Irei aprender coisas novas, mas se alguém perguntar parti para próximo do grande pai, agora tenho que ir Ly.

- Você é um grande idiota se acha que vou fazer um favor à alguém que não liga para mim.

- Talvez, mas sei que tem bom coração. Cuide dele para mim certo? Pelos velhos tempos.

Ela sorriu.

- Eu gostava dos velhos tempos... Hum... Talvez Campbel, ele até que é bonitinho, talvez de um bom trato quando for treina-lo "pelos velhos tempos".

- Ah... Aconselho não tentar isso.

- Hum... Pensarei no caso dele.

- Adeus Leyla.

- Cala-te, adeus nada, você vai regressar, e é bom que regresse, se não o fizer vou te buscar.

- Irei lembrar disso.

- Lembre-se.

- Então até mais Leyla.

- Até mais meu noivo...

E então saltei da janela.

...

- Campbel?

- Blase?

- Vamos, temos trabalho a fazer.

- Ok, vamos partir.

Vamos partir... Vamos... Par... Tir...

- Adeus Jamie...


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