A Lenda de Jamie Carter escrita por Live Gabriela
Notas iniciais do capítulo
Capítulo escrito por: Live Gabriela Woiciekoski e narrado por Jamie Carter.
Blase? No castelo? Tudo que me ocorreu a fazer era fugir imediatamente, pois me lembrei de nossos últimos encontros.
Blase, para mim, é um completo mistério. Ele pode fazer o que quiser, mas às vezes não faz por pura falta de vontade. Não sei bem o que estaria ele fazendo lá agora. Se estaria para matar o Rei, como todos suspeitam, ou se para outra coisa, da qual ninguém desconfia. Em todo o caso, ele estar no castelo em uma grande batalha não poderia ser coisa boa.
O homem que havia me avisado sobre a presença do temido arqueiro francês morreu. Não era de se esperar que sobrevivesse não em seu estado. Levantei-me do gramado e olhei pela sacada da qual tinha pulado. Procurava Campbell. O vi correr em direção totalmente oposta à minha e adentrando-se a um corredor. Pensei em segui-lo, mas não conseguiria com meu braço do jeito que estava. Então tive a idéia de ir por fora do castelo. Dar a volta no mesmo que provavelmente sairia naquele corredor e logo poderia procurar, dentro dos milhares de cômodos do castelo, meu mestre.
Com minha adaga em mãos corri para chegar ao outro lado. Fui por trás do castelo e como tanto desejei não havia ninguém por lá. Chegando ao outro lado olho pela sacada paralela a que eu pulei anteriormente e subo, com muita dificuldade, pela mesma. Discretamente passo para o tal corredor e lá dentro me deparo com uma dezena de portas.
Fui abrindo cada uma e entrando em cada cômodo que achava. Até encontrar um que não possuía porta. Lá havia uma grande janela, que iluminava parte do local. Adentrei-me já em posição de ataque e em silêncio observei por alguns segundos dois vultos que estavam contra a luz do luar que entrava pela grande janela.
Ouvi cochichos, mas não entendi muita coisa. Sorte ter sido o suficiente para eu reconhecer a voz de Campbell. Mas alguns passos que os vultos deram e a luz iluminou rapidamente o rosto da pessoa não identificada. Era Daimmem Blase e eu iria matá-lo.
Corri em sua direção revelando com meus passos minha presença. Dei um grito e juntei minha mão esquerda ao meu ombro direito deixando a ponta da adaga na direção do peito de Blase.
- Jamie! - gritou Campbell ao me perceber na sala.
Mas isso não me impediu. Continuei na direção de Blase até alcançá-lo, porém não fui tão rápida quanto ele, que desviou do meu ataque e enquanto eu passava ao seu lado pegou uma flecha e cravando-a em meu peito.
Não sei ao certo o que aconteceu em seguida, pois desmaiei e quando acordei o cômodo em que me encontrava estava vazio. Levantei do sofá em que estava deitada e percebi que a flecha já não estava mais em mim e que eu estava enfaixada por baixo de toda a minha armadura e roupa. Olhei para a sala e pude notar muito sangue no chão. Seria meu? Seria do Blase? Ou do Campbell?
- James? – ouvi uma voz. Virei-me para trás, que era de onde ela saíra.
- Smith?
- Ora! Bem que já era tempo de acordar! Como está se sentindo colega?
- Estou bem. Obrigado.
- Hum, Deus deve gostar muito de você! Mas que sorte hein.
- Sorte por quê?
- Ora! Com uma flechada daquelas, raramente alguém sobrevive, ainda mais sendo de Daimmem Blase!
Parei um instante para pensar, será que Smith havia cuidado de mim e me enfaixado, pois se fosse o caso ele havia descoberto meu segredo.
- Smith.
- O que foi?
- Foi você quem me enfaixou?
Ele soltou uma risada e depois ficou sério.
- James, eu cuidei do seu braço e --
- Smith! – gritou outra voz conhecida. Era Steve.
Smith rapidamente se levantou e foi em direção a voz, interrompendo sua resposta. Steve que estava à entrada da sala olhou adentro da mesma e quando passou os olhos por mim me encarou seriamente perguntando em seguida se eu estava bem. Fiz que sim com a cabeça e ele logo saiu andando junto de Smith.
Sentei-me novamente no sofá e em seguida Hammel aparece na sala.
- Levante daí marica. Steve quer falar conosco.
- Falar o que? – perguntei preocupada.
- Mas que diabos! Como vou eu saber? Ande logo que só falta você.
- Hammel. E Campbell? Onde está?
- Ora! Como não sabes? Campbell não está conosco! Partiu hoje ao nascer do sol. Ele e Mark.
Meus olhos se encheram de lágrimas, porém as segurei a todo custo e não deixei uma sequer escapar. Segui Hammel até o salão principal onde estavam Steve, Jhonson e Smith e mais dois homens extremamente parecidos.
- Meus caros. Vi ontem a noite uma das maiores demonstrações de bravura, honra e coragem e venho dar os parabéns a todos. Porém nossa missão não acabou. Mark e Campbell partiram como bem sabem. Nós iremos em seguida e nos encontraremos com eles em breve. A missão deve continuar, nós lutamos contra os franceses e vencemos, mas de nada isso adianta se eles continuarem invadindo nossa amada terra. Por isso iremos ainda hoje atrás de alguns desertores que facilitam em muito a chegada de nossos inimigos aqui. Convoquei-os por justamente já os conhecer e saber que são suficientemente capacitados para tal. Conto com vocês. A pátria conta com vocês... Pois bem homens nós partiremos em algumas horas. Arrumem-se e descansem, pois a viagem é longa.
Com isso fomos todos de volta ao acamamento para nos prepararmos para a viagem. Por todo o caminho que se seguia permaneci com a mesma expressão, o mesmo silêncio e os mesmos pensamentos: Teria Smith descoberto meu segredo e guardado para si? Teria Campbell morrido? Será que haveria ainda motivo para eu ficar ali e continuar a lutar?
[...] - Jamie, nós nunca podemos parar de lutar! – dizia Campbell enquanto me forçava a continuar o treino.
- Mas uma hora nós vamos parar, não vamos?
- Não! Será que você não me ouve?!
- Ora, mas não podemos lutar a vida inteira!
- Jamie... A vida é uma batalha. Se você ficar parada seu inimigo te atacará. Se você não treinar e estiver pronta, irá perder. E se você perder não tem volta.
- Talvez perder não seja tão ruim.
- Mas é claro que não! Desde que faça isso com dignidade.
- Como faço isso?
- Treinando! Agora se levante daí e pare de espiar.
- Você é louco! Como quer que eu acerte algum animal de olhos vendados?
- Ah! Você não me ouve mesmo, não é?! Escute, visualize, mire e atire!
- Ora! Pois é fácil falar não?
Campbell fechou a cara e tomou meu arco e uma flecha de mim.
- Hey! O que está fazen...
- Shhhh! – exclamou ele de olhos fechados.
- Mas o que...
- Shhhhhhh!
Fiquei quieta, ele parou um instante e ficou parado, esperei mais algum tempo até me cansar daquilo.
- Está vendo? Não é tão fácil quanto pare...
Antes de eu terminar a frase Campbell lançou a flecha. Ouvimos um ruído. Ele abriu os olhos e foi em direção ao barulho. Era um coelho, agra morto.
- O que estava dizendo? – perguntou-me sarcasticamente.
Tomei meu arco de volta e coloquei a venda. Fiquei parada para ouvir os sons da floresta e assim continuamos meu treinamento. [...]
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Olá, mil desculpas novamente pelo atraso que se deve aos mesmos motivos de sempre. O esquema de 1 cap por semana não está funcionando na prática, então postaremos assim que pudermos... pelo menos 2 caps por mês! >.
Desculpa mesmo gente! Bom, espero que gostem do cap.
Beijos... Live Gabriela Woiciekoski ^^