A Lenda de Jamie Carter escrita por Live Gabriela


Capítulo 34
O confronto


Notas iniciais do capítulo

Capítulo escrito por Mateus Scofield e narrado por Ryan Campbell.



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Caos, essa seria a única palavra capaz de definir a confusão em que aquela sala se tornara nos últimos minutos, o exército francês havia invadido o castelo, centenas deles contra poucos dos nossos. Mas já deviam esperar uma coisa, os guerreiros que ali estavam, eram os melhores.

O cheiro de morte estava presente a cada polegada, estava forte o suficiente para que um cego pudesse saber o que ocorria ali sem mesmo ouvir os gritos e gemidos de assassinos e assassinados. Havia sangue para todos os lados, alias, estava vendo um tanto ser arrancado de alguém na minha frente nesse instante, arrancado por mim.

Era um francês, bem feio, aliás, talvez ele tivesse uma linda esposa, filhos pequenos, admiradores em seu país natal, talvez fosse um heroi, feio, mas um heroi. Mas nada disso importa agora, nesse momento ele é apenas mais um dos inúmeros cadáveres jogados no chão, seu nariz jorrava sangue desde que eu o acertara com toda a força no crânio, sua ultimas palavras nunca serão lembradas, pois o único que as presenciou não as compreendeu, a verdade é que no momento em que o matei não liguei, só agora parei pra pensar. Agora ele é um morto, mas um dia foi um homem com sua história e suas conquistas, mas para mim a alguns minutos atrás e para qualquer compatriota meu, ele era apenas uma coisa: O Inimigo a ser morto.

Giro meu bastão no ar e então acerto um novo adversário em minhas costas, seu braço fraqueja e ele deixa sua clava cair no chão, olho para identificar o novo adversário, era um homem alto e careca cheio de músculos, suas orelhas eram grandes e seu olho já não mais jazia em sua órbita.


Fixei um ponto acima de seu ombro e então saltei para acertá-lo, um corpo escudado se precipitou contra mim, cai no chão me apoiando sobre o bastão. Olhando agora para o que havia me tirado da rota do ataque me deparo com um novo francês, baixinho e com cabelos negros partidos em dois. O Brutamontes frances ao seu lado pega a clave de volta.


– Fromboso, que pensez-vous de l'homme avec la chauve-souris?- perguntou o pequeno.

– Je n'ai jamais vu plus belle. - respondeu o grandão.

– Vous êtes un mec bizarre. - prosseguiu o pequeno levantando uma adaga e jogando contra mim.


Tento desviar da arma mas sou acertado na perna, pulo atrás de uma mesa, o francês grande vem na minha direção. Um guerreiro inglês ao meu lado é decapitado por um francês com um machado, aproveito a distração do guerreiro de machado e o empurro contra o francês musculoso. Não da certo, o grandalhão nem desviou de seu caminho apenas arremessou o compatriota contra a parede com sua clava e começou a vir em minha direção.


O Frances baixinho com o escudo veio correndo para me atacar, chutei uma cadeira em sua direção, ele foi rápido e a segurou com o escudo, mas não rápido o suficiente para desvia do golpe que desferi na horizontal logo depois, ele foi ao chão. Para o meu azar, logo depois o francês grande me acertou com a clava e então quebrou o meu bastão, ele continuou tentando me acertar, me defendi com as metades que me restaram da arma, mas foi inútil, pedaço após pedaço da arma de madeira foi se quebrando, em poco tempo tinha apenas dois tocos nas mãos.


– Qu'allez-vous faire maintenant bel homme? - disse o careca musculoso pouco antes de me arremessar com um golpe de clave contra a parede.


Ao bater, cada osso do meu corpo gritava com fúria contra mim, sentia o gosto do sangue na minha boca. O homem forte veio correndo para me esmagar com a clava, me joguei para o lado. Pude ver o Frances com o machado e o com o escudo vindo para auxiliar o careca orelhudo, ele tentou me acertar mais uma vez e novamente me esquivei, dessa vez porem a adaga cravada na minha perna se mexeu causando imensa dor no membro, me escondi debaixo de uma mesa.


Pude ver ao longe Smith, um dos novatos que fui buscar com Steve a um tempão atrás lutando com um arqueiro, perto dele, Mark Powell, o meu melhor amigo, estava banhado em sangue rasgando um homem da testa até a virilha. Perto deles, varias outra batalhas individuais de proporções fantásticas que não pude admirar.


A mesa onde havia me escondido foi jogada para cima após um poderoso golpe de clava, tentei me levantar mas a minha perna não respondia, o careca desceu a clave contra a minha cabeça, por sorte, seu braço fraquejou naquele momento e pude desviar a arma usando apenas as minhas mãos. Ao olhar para o braço do guerreiro careca vi três flechas negras, o gigante devia ter sido alvejado enquanto eu estava em baixo da mesa. Aproveitei o momento de fraqueza do gigante e então enfiei um dos tocos que sobrara do meu bastão na cavidade ocular desocupada do homem careca e orelhudo, ele levantou com dor, sua arma ficou no chão, minha perna atendeu a meu chamado e então me levantei enfiando a outra estaca (toco) no olho que lhe sobrara, o guerreiro de machado veio pela lateral do careca para me acertar mas me defendi chutando a clava contra a perna dele e fazendo-o cair, minha perna doeu, urrei de dor, precisava retirar aquela lamina dali.


O grandalhão careca veio mais uma vez para o ataque, ele me deu um soco na barriga, tentou outro mais errou por não conseguir me ver, mas isso não haveria de me salvar por muito tempo afinal eles eram três e eu estava desarmado. Estava?


O careca veio mais uma vez e então segurei o seu braço, o Frances de machado veio me decepar, mas acabou por arrancar parte do braço de seu compatriota orelhudo, isso não fez o careca parar, ele urrando como um animal veio esmagar o meu crânio com suas próprias mãos (ou no caso apenas mão). Segurando-me pelo crânio ele me retirou do solo, comecei a sentir as pontas de seus dedos afundarem em meu crânio, foi ai que coloquei a mão sobre a minha perna e retirei a faca, com ela cortei a garganta do orelhudo.


O corpo gigante caiu no chão, minha perna estava doendo, mas agora sem a lâmina estava mais fácil permanecer em pé. Mas as coisas não haviam melhorado, o Frances de machado e o baixinho de cabelo partido me olhavam furiosamente. Se aproximavam feito lobos.


Foi ai que o do escudo foi morto pelas costas, o de machado se virou para ver e então cortei a sua garganta com a adaga que a pouco jazia em minha perna, foi então que vi o guerreiro que me auxiliara.


– Jamie.


Conversamos brevemente enquanto enfrentávamos alguns franceses, a garota estava melhor concentrada apesar de ter um braço fora de utilização. Mandei-a ficar no jardim para podermos criar alguma tática posteriormente. Ela partiu.


Me escondi em um canto e fiquei olhando os outros guerreiros lutarem, Hammel se valia de um arco e flecha e fulminava guerreiro que se aproximavam do príncipe, Steve e Jhonson faziam a guarda do rei.

Antes de ir pro jardim corri para um canto isolado da confusão, poucos sabiam daquele local, não seria encontrado lá. Fiz uma bandagem na minha perna, o sangue aquecido me ajudava a não sentir dor. Passei um polco de álcool na perna e a cobri.

– Campbell?

Me virei para trás, um vulto com o rosto coberto pelas sombras se aproximava lentamente, parte do seu rosto branco se iluminou com o tom da lua que entrava por uma janela. Era o demônio da noite.

– Olá Blase, pensei que não te encontraria tão cedo.




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