A Lenda de Jamie Carter escrita por Live Gabriela


Capítulo 33
Sangue no Salão Principal


Notas iniciais do capítulo

Capitulo escrito por: Live Gabriela Woiciekoski e narrado por Jamie Carter.



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Sangue, muito sangue. O chão do salão principal estava banhado por ele. Era apenas luta e morte. Massas de pessoas que se colidiam e ao mesmo tempo rezavam para não morrer.

Campbell me treinara por dias para que eu estivesse pronta na hora. Infelizmente aquela era a minha hora. Parada em frente porta de entrada do castelo eu via homens perderem a vida. Muitos me empurravam para passarem e matar seus inimigos para assim garantir a proteção do Rei.

- Carter! O que está esperando? - ouvia Webb gritar.

Mas só despertei de meu devaneio sangrento quando um francês veio em minha direção com sua espada ensangüentada. Não deu tempo de eu reagir. Fechei os olhos com força.

Pude sentir, vagarosamente, o grande corte que a espada fazia em meu braço direito. Tinha certeza de que ela seguiria cortando até meu corpo não agüentar mais. Mas alguém impediu minha morte certa. Não esperava que aquela pessoa aparecesse e me salvasse.

Ao abrir os olhos me deparo com Thomas Green, o mesmo arqueiro que me atormentara no acampamento, que ao me ver encarando-o empurrou-me com os ombros para trás, fazendo assim com que ganhasse espaço para terminar, desta vez com sua espada, sua luta com o francês que antes, achei ser a ultima pessoa que veria em vida.

- Faça algo de útil, idiota. Não te ajudarei da próxima. - disse Green.

Fiz sinal positivo com a cabeça e corri para um dos cantos do salão. Escondi-me atrás da mesa de bebidas que por sorte ainda estava inteira e comecei a atirar em todos que podia. Acertei grande parte, estava indo bem, mas tudo começou a dar errado quando um francês me viu ali. Ele veio com sua espada enorme em minha direção e logo deu um golpe. Defendi com o arco que era bem resistente, mas com mais dois golpes ele me desarmou me deixando apenas com minha adaga, que recentemente ocupava o lugar de um velho punhal que eu não sabia manusear.

Por sorte adagas são usadas na mão esquerda e apesar de eu não tê-la usado muito nos treinamentos de Campbell, sabia que era poderosa e mesmo não sendo a preferência dos guerreiros as adagas são perfeitas para um duelo contra uma espada...

"(...)

- Ai. – gritei puxando minha mão para meu peito.

- Que está fazendo criança? Já não disse para não mexer nessas coisas?! São muito perigosas! Você não está pronta para isso.

Abaixei a cabeça enquanto chupava o sangue da minha mão. Logo tornei a falar:

- Ferreiro.

- O que quer agora? Deixe-me trabalhar! Aliás, você deveria estar fazendo aquele arco que o Sr. Rolland pediu.

- Mas... Mas eu quero aprender a lutar com um punhal!

- Não seja tola! - ele se aproximou da mesa com as armas de médio porte  e pegou a que havia cortado minha mão - Isto olhe atentamente, isto é uma adaga! E lhe digo logo, uma bela de uma adaga! Agora, aquilo ali - ele apontou para outra arma bem menor, esta pendurada na parede - Aquilo sim é um punhal. Se não sabe a diferença não pode usar nenhum dos dois!

- O Sr não pode me ensinar?

- Ensino, desde que descubra a diferença entre eles e volte a trabalhar!

Dois dias se passaram, eu estava obcecada por aquelas armas, eram lindas. Fui até o Ferreiro e pedi que me ensinasse a usá-las. Mas antes disso acontecer ele me aplicou um tipo de teste. Colocou vários tipos de armas sobre uma mesa. Uma curta e pontiaguda outra mais comprida e grossa e uma que era o triplo do tamanho da ultima.

- Tá legal, me diga o que é cada uma e para que serve.

- Esta aqui uma espada - disse apontando para a maior delas. - Os guerreiros a usam porque é grande e leve. Esse é um punhal - apontei para a menor delas - e serve mais pra... É...

- Não sabe.

- Não. - abaixei a cabeça.

- Continue então.

- Bom, esta daqui é uma adaga e é boa porque é mais forte que uma espada, além de ser menor e furar mais.

- Tá legal, você acertou duas, escolha uma delas  e eu te ensinarei. Mas não agora, agora você voltar ao trabalho! E ande depressa! (...) "

Rapidamente peguei minha adaga e protegi-me do golpe que francês havia me dado. Mais um e outro em seguida, uma seqüência que deveria ter me matado mas, graças a essa pequena espada e a algumas aulas do Ferreiro, não matou.

Um passo que o francês deu o desequilibrou. Aproveitei este milésimo de segundo para cumprir com o objetivo de minha adaga. Cortei a ponta da espada do meu inimigo.

Sem muita pausa na luta ele tirou desta vez a sua adaga, que era pouco mais fina que a minha, porém igualmente resistente.

Nossa luta continuara um golpe após o outro e, assim, fomos enfraquecendo. Cortes leves no rosto e outros nos braços e pernas não me deixaram cair, mas como era de se esperar uma hora ele acertaria meu recente corte no braço direito, que julguei estar profundo, pois em momento algum parou de sangrar. Seu colega havia feito um bom trabalho.

Ao sentir sua adaga afiada entrar bem próximo ao local onde eu já estava gravemente ferida tratei de tirá-la logo de lá. Dei uma rasteira no francês que não o fez cair, mas sim se afastar um pouco o que já fazia com que sua arma saísse de meu corpo.

A dor do meu braço era quase insuportável, mas não dava para parar. Ele veio novamente e antes que me atingisse agachei e peguei a ponta de sua espada. Quando ele se aproximou desviei rapidamente para o lado e dei alguns passos pra frente. Passando ao seu lado e esticando o braço esquerdo deixando minha adaga na direção de sua barriga. Ele me desarmou com sua arma, mas em um golpe súbito, com meu braço ruim, enfiei a ponta de sua espada em seu pescoço. Eu havia ganhado.

Assim que meu oponente caiu ao chão me virei e encostei-me na parede. Escorreguei até sentar-me e segurei meu braço fortemente, estava doendo muito. Peguei parte da capa que o recente cadáver usava e amarrei em meus ferimentos usando o braço esquerdo e a boca.

Levantei e logo um francês me avistou, veio em minha direção, eu não tinha mais forças para outra luta como a de antes então o atrasei chutando a mesa em sua direção. Pulei por cima da mesa caída no homem e vi uma porta que parecia dar para fora do castelo, o problema é que eu tinha que cruzar o salão. Dei meia volta e peguei meu arco, não conseguia usá-lo então o deixei nas costas junto da aljava. Pulei novamente sobre a mesa com minha adaga e matei o francês debaixo dela. Peguei sua espada e fui à busca do jardim que poderia me abrigar por algum tempo.

Ao atravessar o salão tive que enfrentar pelo menos sete homens, não sozinha, claro. Não conseguiria. Indo pelo meio o risco de morte era maior, mas também era mais fácil de obter ajuda de um colega. E foi assim que passei. Mateis uns três, enquanto os outros quatro foram por pura sorte de ter alguém perto para ajudar. Uma dessas pessoas foi o Steve, a outra o próprio aniversariante da festa, o príncipe.

Quando finalmente cheguei ao outro lado me deparei com quem eu queria. Ele lutava bravamente com dois franceses, apunhalei um deles pelas costas deixando Campbell matar o outro.

- Ryan!

- Jamie...s! Você está bem? - disse ele olhando para meu braço que apesar de enfaixado continuava sangrando.

- Eu... - fiz que sim com a cabeça.

- Cuidado! - ele me empurrou e golpeou um francês não estômago. Este caiu não chão. - Consegue usar o arco?

- Não, eu... Eu mal consigo mexer, dói muito.

- Saia daqui, pule a varanda e caia no jardim, fique deste lado do terreno que logo a ajudarei.

Obedeci. Campbell correu para o centro do salão e continuou a lutar.

Caí no jardim do castelo e me escondi entre uma árvore e um arbusto. Fiquei lá sentada esperando por Campbell, mas quem apareceu foi outra pessoa. Na verdade não apareceu, eu a ouvi gritar e ao procurar a origem dos gemidos a encontrei.

- Por favor, por favor, ajuda! - gritava um homem ensangüentado no chão. 

- Oh, Meu Deus! Você está bem? - perguntei me aproximando. O homem estava com um corte enorme no rosto fora as flechas que estavam em seu tronco.

- Avise a todos o mais rápido que puder. Ninguém está a salvo, Daimmem Blase... Está aqui.


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Notas finais do capítulo

Oi gente! Desculpa a demora, mal mesmo -- Mas e ae, o que acharam!? Bom? Ruim? Na média? Comentem! Espero ter agradado, beijos a todos!