A Lenda de Jamie Carter escrita por Live Gabriela


Capítulo 2
O Ferreiro


Notas iniciais do capítulo

Capítulo escrito por: Live Gabriela Woiciekoski ^^ e narrado por Jamie Carter



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– Não façam isso, é um erro! - exclamou o ferreiro para os cavaleiros.

– Sua majestade, o Rei, precisa de um arqueiro, e este rapaz deve serví-lo.


Um dos cavaleiros me puxou pelo braço e como reação o ferreiro soltou-me, o que foi uma grande besteira. O cavaleiro, então, pegou sua espada e decaptou o pobre velho. Ali, naquele momento eu soube de duas coisas:


  1. Se quisesse viver teria de ir com aqueles homens.

2. A pessoa que eu tinha mais perto de ser um parente havia morrido, agora eu estava só.


O ferreiro.


O que uma garotinha de sete anos faz quando seu pai a abandona e sua mãe morre?! Vai pra rua, com as outras crianças pobres e trombadinhas. Em uma tarde, essa garotinha presenciou uma luta em sua cidade e depois de todo o alvoroço ela encontrou duas coisas que a tornariam outra pessoa. Um arco perdido e uma flecha quebrada. A garotinha, que mais parecia um menino sujismundo, pegou o tal arco e a flecha, e enquanto fazia isso um velho ferreiro presenciava a cena.


– Hey garoto! Deixe-me ver isso aí.

Fiz que não com a cabeça.

– Oras! Ande, quero ver essa flecha.

– Está quebrada.

– Não me importa se está quebrada ou não, eu a quero, dê-me aqui.

– Não, é minha.

– Não é não. É de um dos cavaleiros. Venha cá, se me der essa flecha eu te ensino a usá-la.

A garotinha se aproximou do velho e entregou a tal flecha.

– Isso, muito obrigada. Como é seu nome filho?

– Jamie Carter.

– James Carter, não conheço nenhum Carter nessa cidade, onde estão seus pais garoto?

– Jamie, e eu sou uma garota! Meu pai não sei onde está e minha mãe está com Deus.

– Ora, só porque seu nome é de menina você não precisa ser uma, venha filho, você tem casa?

– Não senhor.

– Pois agora tem, mas terá de trabalhar pra mim.

A garotinha... Fiz que sim com a cabeça.


Trabalhava com o velho todos os dias e depois do almoço ele me ensinava a arte de fabricar um arco e uma flecha, com o tempo foi me ensinando a usá-los. Eu era uma negação, toda vez que tinha de acertar o feno enquadrado acertava em uma árvore, e quando tinha que acertar na árvore não acertava. Só ouvia o ferreiro dizer "preste atenção", "tenha foco", "mas que diabos está fazendo?", "segure firme, mire e atire". Foi assim durante anos. Mas graças à prática e persistencia fiquei famosa na cidade por ser uma exímia arqueira, mas tinha um porém, pela minha aparência (magra de cabelos curtos e escuros, roupas esfarrapadas, cheias de retalhos, fora a sujeira em que sempre estava, nas mãos, no rosto, nas roupas...) todos achavam que eu era um menino, James Carter, e que Jamie era apenas meu apelido. Não discuti, se alguém soubesse da verdade eu não poderia fazer o que faço. Até que um dia, onze anos depois de meu primeiro encontro com o ferreiro, uns cavaleiros chegaram à cidade, procurando James Carter.


- Viemos em nome do Rei, convocar homens para a guerra. Os nomes que chamarei agora deveram se apresentar, juntar suas trouxas e se reunir à nós para a partida de hoje às 14 horas. Henry Smith, Sebastian Jhonson e James Carter, se apresentem.

– Henry Smith, senhor.

– Sebastian Jhonson se apresentando, senhor.

– E onde está Carter?Saí do meio da multidão e me apresentei.

– Eu sou Carter, senhor. - disse cabisbaixa, provavelmente ele nem viu meu rosto, estava com minha capa e meu capuz.

– James Carter?

– Jamie.

– Pois bem, homens, arrumem sua bagagem e juntem-se a mim e meus colegas para ajudarmos ao Reino a vencer essa guerra.

– Não façam isso, é um erro, não levem James Carter! - exclamou o ferreiro para os cavaleiros.

– Sua majestade, o Rei, precisa de um arqueiro, e este rapaz deve serví-lo.


Um dos cavaleiros me puxou pelo braço e como reação o ferreiro soltou-me, o que foi uma grande besteira. O cavaleiro, então, pegou sua espada e decepou o pobre velho. Ali, naquele momento eu soube de duas coisas:


  1. Se quisesse viver teria de ir com aqueles homens.

2. A pessoa que eu tinha mais perto de ser um parente havia morrido, agora eu estava só.



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Notas finais do capítulo

comentem, seja criticando ou elogiando,mas comentem >.