A Lenda de Jamie Carter escrita por Live Gabriela
Notas iniciais do capítulo
Capítulo escrito por: Live Gabriela Woiciekoski ^^ e narrado por Jamie Carter
– Não façam isso, é um erro! - exclamou o ferreiro para os cavaleiros.
– Sua majestade, o Rei, precisa de um arqueiro, e este rapaz deve serví-lo.
Um dos cavaleiros me puxou pelo braço e como reação o ferreiro soltou-me, o que foi uma grande besteira. O cavaleiro, então, pegou sua espada e decaptou o pobre velho. Ali, naquele momento eu soube de duas coisas:
1. Se quisesse viver teria de ir com aqueles homens.
2. A pessoa que eu tinha mais perto de ser um parente havia morrido, agora eu estava só.
O ferreiro.
O que uma garotinha de sete anos faz quando seu pai a abandona e sua mãe morre?! Vai pra rua, com as outras crianças pobres e trombadinhas. Em uma tarde, essa garotinha presenciou uma luta em sua cidade e depois de todo o alvoroço ela encontrou duas coisas que a tornariam outra pessoa. Um arco perdido e uma flecha quebrada. A garotinha, que mais parecia um menino sujismundo, pegou o tal arco e a flecha, e enquanto fazia isso um velho ferreiro presenciava a cena.
– Hey garoto! Deixe-me ver isso aí.
Fiz que não com a cabeça.
– Oras! Ande, quero ver essa flecha.
– Está quebrada.
– Não me importa se está quebrada ou não, eu a quero, dê-me aqui.
– Não, é minha.
– Não é não. É de um dos cavaleiros. Venha cá, se me der essa flecha eu te ensino a usá-la.
A garotinha se aproximou do velho e entregou a tal flecha.
– Isso, muito obrigada. Como é seu nome filho?
– Jamie Carter.
– James Carter, não conheço nenhum Carter nessa cidade, onde estão seus pais garoto?
– Jamie, e eu sou uma garota! Meu pai não sei onde está e minha mãe está com Deus.
– Ora, só porque seu nome é de menina você não precisa ser uma, venha filho, você tem casa?
– Não senhor.
– Pois agora tem, mas terá de trabalhar pra mim.
A garotinha... Fiz que sim com a cabeça.
Trabalhava com o velho todos os dias e depois do almoço ele me ensinava a arte de fabricar um arco e uma flecha, com o tempo foi me ensinando a usá-los. Eu era uma negação, toda vez que tinha de acertar o feno enquadrado acertava em uma árvore, e quando tinha que acertar na árvore não acertava. Só ouvia o ferreiro dizer "preste atenção", "tenha foco", "mas que diabos está fazendo?", "segure firme, mire e atire". Foi assim durante anos. Mas graças à prática e persistencia fiquei famosa na cidade por ser uma exímia arqueira, mas tinha um porém, pela minha aparência (magra de cabelos curtos e escuros, roupas esfarrapadas, cheias de retalhos, fora a sujeira em que sempre estava, nas mãos, no rosto, nas roupas...) todos achavam que eu era um menino, James Carter, e que Jamie era apenas meu apelido. Não discuti, se alguém soubesse da verdade eu não poderia fazer o que faço. Até que um dia, onze anos depois de meu primeiro encontro com o ferreiro, uns cavaleiros chegaram à cidade, procurando James Carter.
- Viemos em nome do Rei, convocar homens para a guerra. Os nomes que chamarei agora deveram se apresentar, juntar suas trouxas e se reunir à nós para a partida de hoje às 14 horas. Henry Smith, Sebastian Jhonson e James Carter, se apresentem.
– Henry Smith, senhor.
– Sebastian Jhonson se apresentando, senhor.
– E onde está Carter?Saí do meio da multidão e me apresentei.
– Eu sou Carter, senhor. - disse cabisbaixa, provavelmente ele nem viu meu rosto, estava com minha capa e meu capuz.
– James Carter?
– Jamie.
– Pois bem, homens, arrumem sua bagagem e juntem-se a mim e meus colegas para ajudarmos ao Reino a vencer essa guerra.
– Não façam isso, é um erro, não levem James Carter! - exclamou o ferreiro para os cavaleiros.
– Sua majestade, o Rei, precisa de um arqueiro, e este rapaz deve serví-lo.
Um dos cavaleiros me puxou pelo braço e como reação o ferreiro soltou-me, o que foi uma grande besteira. O cavaleiro, então, pegou sua espada e decepou o pobre velho. Ali, naquele momento eu soube de duas coisas:
1. Se quisesse viver teria de ir com aqueles homens.
2. A pessoa que eu tinha mais perto de ser um parente havia morrido, agora eu estava só.
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