A Lenda de Jamie Carter escrita por Live Gabriela


Capítulo 11
Emboscada


Notas iniciais do capítulo

Capítulo escrito por: Live Gabriela Woiciekoski ^^ e narrado por Jamie Carter



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O silêncio mandava na floresta. Ouvia-se apenas o barulho da carroça e dos passos dos cavalos. Ás vezes ouvia um cochicho entre Mark e Campbell ou o último e Steve, mas não prestei muita atenção. Estava mais concentrada em pensar como fugiria dali, quem sabe se a próxima cidade fosse grande eu me "perdesse" deles?!

O vento estava violento aquela tarde, cortava meu rosto com seus sopros incistentes. As folhas das árvores falavam conosco, diziam que algo estava para acontecer... E aconteceu.

Jhonson olhava atento para todos os lados.

– Esperem. - disse ele. - Tem alguém nos seguindo.

Os cavalos pararam e todos ficaram em silêncio. Os cavaleiros olhavam atentamente para todos os lados. Olhei para Jhonson ao meu lado, ele parecia assustado, mas continuava observando as árvores, ou o quer que estivesse entre ou atrás delas. Ficamos assim por alguns minutos e nada. Eu estava com medo, morrendo de medo, se fossem os mesmos homens que atacaram aquele grupo acho que não sobreviveríamos, era morte na certa.

– Vamos, não é nada. - disse Steve após perceber que não corríamos perigo.

Seguimos caminho e algumas horas depois, mas ainda pouco antes do anoitecer, chegamos à Petersfield. Uma cidade pequena, mas bem maior do que a minha natal.

Com seus discursos de cavaleiro e cartas assinadas pelo Rei, Steve arranjou um lugar para passarmos a noite. Era uma casa pequena, de madeira. Nada confortável ou aconchegante, mas era o que tínhamos. A noite passou depressa e acordamos cedo para seguir viagem. Antes de irmos tínhamos que abastecer nossos galões com água. Já estavam vazios.

– Na cidade há apenas dois poços, mas um está vazio. O outro está quase também. Mas se não for encomodo para os senhores, há um rio, não muito longe daqui, vocês podem se abastecer lá. - disse a jovem moça que nos cedeu a casa.

Steve agradeceu e seguiu o conselho da mulher. O sol ainda não tinha alcançado o topo do céu quando chegamos ao tal rio, que estava mais para um riacho.

– Muito bem, peguem todos os galões e os encham, não sabemos quanto tempo demoraremos até a próxima cidade. - disse Steve.

– Não é perigoso continuarmos essa viagem? - perguntou Smith preocupado.

– Não, saímos bem antes deles ontem. - disse Hammel enquanto passava por ele com dois galões cheios d'água.

– Sim, mas passamos a noite em Petersfield, se eles não pararam para dormir estaríam atrás de nós nesse momento. - contrargumentou Smith. Ele era bem esperto.

– Bem, nesse caso você estaria morto agora. - respondeu Mark cutucando Campbell com o cotovelo. Os dois deram risada da cara do novato assustado.

Smith deu de ombros para a gozação e me entregou seu galão. Não poderia deixar de concordar com ele, mas talvez estivesse exagerando.

Enquanto eu estava arrumando os galões na carroça ouvi um grito. É, talvez Smith não estivesse exagerando...

Olhei para fora (a carroça era fechada) e vi o dono do grito com uma flecha no braço. Era Smith.

– Rápido, é uma emboscada. - gritou Steve.

Campbell logo pegou seu bastão enquanto Mark, Hammel, Steve e Jhonson usavam suas espadas.

– Carter! Ajude o Smith! - gritou Campbell.

Saí rapidamente da carroça enquanto os cinco lutavam (ou tentavam) com pelo menos uns dez homens. Me esquivei para tentar não ser notada pelos inimigos e deu certo até eu chegar no Smith.

– Ah - ele gritava de dor - Tira isso de mim!

– Calma, não posso simplesmente arrancar isso do seu braço, vem comigo pra carroça. - senti algo nas costas, uma dor terrível, depois vi Campbell atrás de mim, lutando com um outro cara.

Fomos para trás da carroça e lá Smith pediu para que eu tirasse a flecha de seu braço, - era linda - mas não consegui.

– Droga Carter! Deixe que eu mesmo faço. - e em menos de um minuto, sem um pingo de paciência ou cuidado ele arrancou a ponta encravada em seus músculos. Começou a escorrer sangue, muito sangue pelo seu braço. Tinha que fazer algo, então pensei depressa e puxei um pedaço da atadura que disfarçava meu peito para prender ao braço de Smith antes que ele sangrasse até a morte. Por sorte tenho certeza de que ele estava mais preocupado com a luta do que com minhas roupas ou meu corpo, então acho que ele não reparou em mim.

Logo ele voltou para ajudar os companheiros, e eu tinha que fazer o mesmo. Peguei meu arco, minha aljava e me escondi atrás de um arbusto que estava tampado pela carroça. Fiquei lá agachada enquanto atirava nos inimigos. Consegui acertar uns cinco homens, claro que não os matei, não tinho mira para tal, mas que aquela ponta de ferro encravada nas costas, pernas e/ou braços os incomodou, isso sim.

Para mim, corria tudo bem, não tinham me visto e de certa forma eu contribuía para a luta. Apesar Hammel e Jhonson ficarem gritando para eu fazer algo realmente útil. Eles todos estavam se saindo bem, claro, apanharam feito loucos, mas conseguiram matar uns três caras e isso os incentivou já que outros dois, apesar de vivos estavam jogados no chão sem poder se levantar devido a vários cortes. Mas nem tudo são rosas. Enquanto eles suavam o uniforme para conseguir se manter de pé alguém resolveu aparecer. Resolveu mostrar com quem estávamos nos metendo.

Esse alguém, eu não conheço, nunca nem tinha ouvido falar, mas com certeza os cavaleiros sim. Esse alguém era arqueiro, e dos bons. Bom até demais. Era o dono da flecha que atingiu Smith. Flechas, flechas e mais flechas parecia até que estava chovendo aqueles objetos pontiagudo e muitas vezes letais. A maioria acertou o alvo. Se não me engano, todos, com excessão de Hammel e eu foram acertados com essas mini-lanças. Foi um desastre, quando Steve viu Mark sendo atingido pela terceira flecha percebeu que não iria ter jeito.

– Bater em retirada! Agora! - ele correu mancando (havia sido acertado na perna) para seu cavalo logo depois de nocautear dois dos inimigos.

Os outros fizeram o mesmo. Fui pegar a carroça para que Smith e Jhonson pudessem pular nela e saírmos logo dali. Consegui, com muito medo e esforço. Afinal não saí intacta de lá. Enquanto ajudava Smith levei alguns cortes nas costas, felizmente eu não tinha tempo para reparar na dor, claro, ela voltou depois, bem pior.

Quando estava pegando as rédeas do cavalo uma flecha passou pouco mais de 7mm de distância do meu rosto, não vi de onde vinha, mas tinha certeza de que ela voltaria.


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Notas finais do capítulo

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