- A Selena disse que você era uma garota qualquer? – Carlos perguntava incrédulo.

- Sim – confirmei – Mas eu não ligo. – me joguei no sofá da sala e fechei os olhos.

Estava com muita dor de cabeça.

Aquela sessão de fotos tinha sido muito longa e cansativa. Talvez eu esteja exagerando, mas certamente deve-se ao fato de que faz um longo período em que eu não sabia o que era uma sessão de fotos. Ah, não ser pela “sessão de fotos” que tinha durante a noite. Ou para a melhor compreensão de todos: os papparazzis.

Na verdade, desde o dia em que fui vista saindo com o Bieber (na primeira vez), os papparazzis pareceram se multiplicar.

- Toma. – Carlos estava parado na minha frente com um comprimido e com um copo d’água.

- Tenho que tomar mesmo? – perguntei fazendo manha.

- Tem – confirmou.

Tomei o remédio e acabei apagando.

***

“Irei passar ai daqui a dez minutos. JB”

Balancei a cabeça e logo mandei uma resposta.

“Desculpa Bieber, mas hoje irei sozinha. Melody”

Respondi a mensagem. Aproveitei que Carlos estava dormindo e peguei as chaves do carro dele e fui em direção ao prédio da Vanity Fear.

- Olá, eu sou Melody Parker e eu... – eu dizia, mas logo fui interrompida.

- Oh, Srta. Parker! Meu Deus, eu sou sua fã – ela gritava. Devo admitir que era estranho – Pode autografar? – ela me empurrou um caderninho de veludo rosa com uma caneta.

- Claro – sorri e assinei “Mparker” com letras desenhadas.

- Obrigada – ela sorriu – Posso te ajudar?

- Sim – sorri e olhei em volta, mas logo percebo um Bieber entediado na cadeira – Não, não preciso mais.

Fui em direção a ele e me sentei ao seu lado.

- Pensei que não viria – ele falou olhando para os seus dedos.

- Mas eu vim – falei.

Um longo silêncio permaneceu no lugar.

- Me desculpe – Bieber quebrou o silêncio.

- Pelo o que? – perguntei com a sobrancelha arqueada.

- Pela Selena – ele falou olhando para mim – Eu não sei se você ouviu, mas... – o interrompi.

- Eu ouvi – ele abriu a boca, mas eu logo o cortei – Eu não me importo com ela.

- Isso é bom – ele deu um sorriso forçado.

Passaram-se alguns minutos e logo, nos estávamos dando a tal entrevista para a revista. Era perguntas obvias como “Quando você percebeu que gostava de cantar?” ou “Você pretende abandonar a carreira de atriz para seguir a de cantora?” e tinha aquelas do tipo “Você está ajudando a Melody para melhorar tanto a imagem dela como a sua, Bieber?”. Devo admitir que com essa última eu fiquei horrorizada.

- O.k, vamos a ultima pergunta – ela analisava o caderninho de anotações – Vocês estão namorando?

- O que? – eu ri da pergunta.

- Eu tenho namorada, e acho que todos já sabem disso – Justin riu nervoso.

- O.k – ela sorriu decepcionada – Então, obrigado pela entrevista.

Sai da sala e fui caminhando, cantarolando algo do Green Day.

- Quer almoçar comigo? – Justin apareceu do meu lado de repente.

- Nossa – coloquei a mão no coração, devido ao susto – Não, não dá – balancei a cabeça.

- Porque? Está com medo da Selena, Melody? – ele riu.

- Justin, você não acha que minha carreira já ta afundando demais para eu estar saindo com um pivete que tem uma namorada que me odeia? – perguntei visivelmente irritada.

- Primeiro: eu não sou pivete – ele falou fazendo careta – Segundo: é só um almoço. Você tem que parar de ficar com medo do que as pessoas vão pensar.

- Não irei – falei simplesmente tateando as coisas que havia dentro da minha bolsa em uma tentativa de procurar o meu maço de cigarros que havia comprado escondido de Carlos.

- Ok, então. – ele falou ainda me seguindo.

- Qual parte do “Não irei”, você não entendeu?

- Você disse que não ia, mas não disse que eu não poderia almoçar com você na sua casa. – ele falou sorrindo de canto.

- Então, ta – falei – Você não pode almoçar comigo. – sorri sarcástica.

- Então, isso significa que eu posso contar para o Carlos que você está feito uma louca procurando esse maço de cigarros? – ele perguntou irônico balançando o maço no ar.

- Bieber! – gritei bufando.

Fiquei séria olhando para ele por um longo tempo, mas daí percebi que ele realmente iria me dedurar para o Carlos caso eu não o deixasse almoçar comigo, então dei um suspiro longo.

- Pivete. Chantagista. – falei entre dentes. – Quero te matar.

- Eu sabia que você me amava, mas não a esse ponto. – ele ria, enquanto eu revirava os olhos.