Ficamos a tarde toda do dia seguinte gravando a música. Melody não parecia muito à vontade e ansiosa.

- Você está bem? – perguntei quando acabamos.

- Não – esperei que ela continuasse, mas ela ficou quieta enquanto caminhávamos até meu carro.

- Não quer me dizer?

- Não – falou sem me olhar.

O caminho inteiro foi silencioso. Ela não disse nada, não se moveu. Até achei que estava dormindo, mas podia ver seus olhos piscando enquanto olhava para fora com a cabeça encostada no vidro.

- Obrigada, Justin – murmurou quando parei em frente a sua casa.

- Melody! – chamei saindo do carro atrás dela.

- Por favor, não vamos piorar a situação! – falou com a expressão cansada.

- É por isso? Só por causa das fotos! Mel, eu não ligo para o que as pessoas vão dizer e você também não devia ligar! – falei parando na sua frente.

- Eu estou com medo por você! Ninguém gosta de mim! Eu sou uma drogada, bêbada, má influência pra Deus e o mundo! Faz um ano que eu não gravo nem um vídeo-clipe! Sabe o que é isso pra uma atriz? Eu estou cada vez pior Justin! O que vão achar quando me virem andando com você? – ela nunca olhava em meus olhos. Olhava para os lados preocupada, olhava para baixo, mexia as mãos, mas não me olhava – Vão dizer que você está ficando pior! As meninas vão se decepcionar e logo vão te chamar de drogado por estar saindo comigo!

- Mel, no momento não importa o que as pessoas estão dizendo! Eu estou aqui pra te ajudar e é isso o que eu vou fazer!

Ela deu um suspiro.

- Boa sorte – murmurou antes de entrar em sua casa.

Fiquei ali parado por um tempo antes de entrar no carro. Eu nunca desisti de nada e não vai ser agora que isso vai mudar

Melody POV

Me joguei no sofá da sala e enterrei o rosto nas mãos.

O que eu fiz com a minha própria vida?

- Mel, você ta em casa? – ouvi Carlos chamar.

- Sim! – respondi o mais naturalmente possível.

- E como foi? – ele entrou feliz na sala. 

- Bem – dei de ombros.

- Só bem? – ele fez uma careta – Que carinha é essa?

- Tenho medo do que eu posso fazer ao Bieber – respondi.

- Pare por um momento de se importar com isso! Ele está aqui pra te ajudar! Ou você prefere...

- CALADO! –gritei.

- Vá tomar um banho, vou preparar alguma coisa pra você comer – ele acariciou meus cabelos.

Levantei e fui até meu quarto.

Tomei um banho esperando que a água quente me deixasse mais relaxada. Doce engano!

Eu não conseguia parar de pensar no que havia acontecido. Eu poderia ter estragado toda a carreira dele.

Sai do banho, me troquei, penteei os cabelos e sai de casa. Tomei cuidado para que Carlos não me ouvisse.

Comecei a andar pelas ruas movimentadas de Los Angeles. Uma linda cidade. Luzes em todo lugar, brilho, galmuor! Essa era a Los Angeles boa. Mas toda cidade tem o seu lado obscuro. E esse eu conhecia muito bem.

Entrei na primeira balada que eu vi e sentei no bar.

- Melody Parker – o barman loiro de olhos azuis deu m sorriso debochado – Ouvi dizer que estava tentando melhorar. Sabe, aqui não é o melhor lugar pra isso.

- Cala a boca e me da o que você tem de mais forte.

Justin POV

- Carlos? – atendi o telefone.

- Ela sumiu! Acho que ela fugiu e isso não é bom. Se ela fugiu, está numa balada, na sargeta, não importa! Boa a coisa não esta – ele disse de uma vez.

- Tudo bem, vamos procurá-la – falei pegando a chave do carro e saindo de casa.

- Justin, onde você vai? – minha mãe perguntou.

- Melody sumiu. Tenho que encontrá-la.

Entrei no carro e disparei pelas ruas de Los Angeles.

Depois de procurar em três festas e dois bares, encontrei ela em uma boate mal freqüentada. Com um copo na mão, se esfregando em um cara.

- Melody? – falei alto para que ela ouvisse.

Ela não ouviu. O cara sussurrou algo no ouvido dela e então a beijou encostando seu corpo na parede.

Minha visão ficou vermelha e eu senti a raiva invadir meu corpo.

Cheguei até eles e agarrei o pulso de Melody puxando ela dali.

- Ei cara! Qual é a tua? – o homem se virou pra mim.

- É, Juzzin! Me deija curtir – Mel disse totalmente alterada.

- Não, vamos embora.

- Ae! To falando contigo, garoto! Vai procurar uma pra você – ele pegou o pulso dela.

- Ai zolta! Ta doendooo! – Mel murmuro.

- Solta ela – falei num tom baixo.

- Agora eu te reconheci. Ta fazendo o que numa festa dessas, Bibinha? – o cara deu um sorriso alegre demais. Estava claro que nenhum deles estava bem, mas ele ainda estava melhor que ela. E queria se aproveitar disso.

- Zolta caralho! – ela puxou o braço e ele apertou os dedos ao redor de seu pulso.

- Eu não vou falar de novo! Solta ela.

- Ou o que?

- ME SOLTA! – Melody deu um tapa na cara dele que a soltou imediatamente.

- Você... – ele a olhou indignado – Sua vadia!

- Vem – peguei a mão dela e sai de lá o mais rápido possível antes que algo pior acontecesse.

- Purque voze vez izzo? – ela rodou a cabeça e pisou em falso.

Eu segurei seus ombros com força.

- Melody, o que você fez? – fiz uma careta.

- Eu tava zó me diverdindo – falou e então apagou.

- Ótimo – murmurei pegando ela no colo.

A carreguei até o meu carro e coloquei delicadamente no banco de trás. Entrei no carro e comecei a dirigir em direção à sua casa.

Carlos abriu a porta com uma cara aterrorizada.

- De novo não! Por favor, me diga que não tinha nenhum paparazzi ou coisa parecida – ele disse enquanto eu a colocava em sua cama.

- Eu não vi ninguém, mas sabe como eles são... – dei de ombros.

- Justin, obrigado! Você é um amor – Carlos disse e eu sorri pra ele.

- Não foi nada – falei me virando – Posso vir aqui amanhã?

- Claro, você é sempre bem-vindo! – ele abriu um largo sorriso e me levou até a porta da frente.

- Tudo bem, até amanhã então – me despedi e sai indo em direção ao meu carro.

Essa garota vai dar trabalho!