Acordei com um terrível dor de cabeça. Meu vestido preto todo amarrotado, meu quarto escuro todo bagunçado. Eu não me lembrava de muita coisa.

- Carlos? – perguntei me levantando.

Nenhuma resposta. Olhei as caixinhas brancas espalhadas pelo chão. Em um surto de irritação comigo mesma, resolvi limpar meu quarto. Peguei as roupas jogadas e coloquei em um cesto para depois lavá-las. Joguei qualquer tipo de papel que tinha ali fora. Talvez fosse um bom jeito de começar.

- O que aconteceu aqui? – Carlos estava parado na porta do quarto.

- Eu limpei – disse simplesmente. Ele arregalou os olhos e depois sorriu.

- Muito bem! Agora, quero que você conheça uma pessoa – ele me mediu com os olhos – Mas acho melhor você se trocar – soltou uma risadinha e eu revirei os olhos sorrindo.

- Tudo bem – ele me olhou com uma expressão estranha.

Talvez porque eu estava sorrindo fracamente ou fazendo algo que ele tinha pedido. Isso era raro. Muito raro.

Tomei um banho rápido e fui para meu enorme closet me trocar. (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=27509473&.locale=pt-br)

Carlos me esperava na porta do quarto.

- Você está linda – ele pegou minha mão e descemos a grande escada de mármore.

Um garoto usando uma calça jeans e uma camiseta branca gola V estava sentado ao lado de um homem de boné.

- Melody, esses são Justin Bieber e seu empresário, Scooter Braun. Justin e Scooter, essa é Melody Parker – Carlos nos apresentou.

- Prazer em conhecê-la, senhorita Parker – Scooter se levantou e me ofereceu um aperto de mão.

- Só Melody – falei com um pequeno sorriso e aceitando o cumprimento.

Ele assentiu e Justin me cumprimentou logo em seguida.

- Bom, como eu lhes chamei aqui para sugerir algo – Carlos começou se sentando ao meu lado – Como devem saber, a fama de Melody não está muito boa – sorri amarelo – O que poucas pessoas sabem, é que Mel canta. Então eu pensei: “Um dueto com o astro teen do momento, seria uma ótima ideia para reerguê-la!” – ele sorriu.

- E o senhor ouviu dizer que Justin estava querendo fazer um dueto – Scooter completou.

- Exatamente! Será um benefício para os dois! O que o senhor acha, Sr. Braun?

- Uma ótima sugestão – Scooter ponderou sobre o assunto.

- Podemos ouvir você cantar? – Justin se pronunciou pela primeira vez.

O fitei com uma sobrancelha arqueada e dei de ombros.

Levantei-me e fui em direção ao piano no canto da sala. Um piano que eu raramente tocava.

Justin POV

Seus dedos tocavam suavemente as teclas do piano enquanto uma melodia desconhecida surgia e dominava a sala.

Ela começou a cantar. Sua voz era doce. Não combinava com ela, com a garota durona e gótica que trombou comigo outro dia. Mas era uma linda voz.

Ela fechou os olhos e uma lágrima escorreu. Provavelmente aquela música deveria significar muito pra ela.

“Oh I miss you! Oh I need you! And I love you more then I did before…” Reconheci pelo refrão que era a música Stay de Miley Cyrus.

Scooter me cutucou e mandou um olhar significativo. Assenti entendo que ele queria dizer que ela era boa.

- Linda música, linda voz! Você é ótima! – Scott falou sorridente e ela parou.

- Obrigada – ela disse timidamente.

- Então, temos um acordo? – o empresário dela falou com um sorriso ansioso.

- Sim – Scooter disse e eles apertaram as mãos.

xxx

- Ah que calor! Odeio calor, odeio essa cidade! – reclamou enquanto andávamos pela praia.

- Então por que mora aqui? – perguntei.

- Trabalho – falou tateando os bolsos – Ah! Preciso de um cigarro.

- Não precisa não! – falei segurando seu pulso quando ela ameaçou sair de perto de mim.

- Olha aqui, pirralho, eu posso fazer o que eu quero quando eu quero – falou arrogante.

Eu ri sem humor.

- E eu posso te impedir de fazer o que quiser quando eu quiser – sorri pra ela que fez uma cara indignada.

- Quem você...? – ela olhou bem pra mim e revirou os olhos – Carlos.

- É. Então a senhorita pode ficar quietinha aqui do meu lado – falei soltando seu pulso e voltando a caminhar com ela ao meu lado.

- Mas eu preciso! – choramingou.

- Toma – tirei o chiclete de Nicotina que Carlos havia me dado para ocasiões como essa do bolso e entreguei a ela.

- Carlos de novo? – assenti – Droga.

- Vai se acostumando – falei sorrindo e ela revirou os olhos.

- Isso vai ser um inferno...

- Vão ser os melhores meses da sua vida!

- MESES? Não. Recuso-me a isso! To fora! – ai, isso doeu.

- Ei! Não! É sério, sabemos que precisamos um do outro. Fazer isso não vai adiantar! Ou você quer ir pra clínica de...

- CALA A BOCA! – gritou tampando as orelhas – Não diga isso! Se você falar eu juro que te mato!

Tudo bem. Disso eu não duvido.

Fiquei quieto caminhando até que um cara se aproximou e depois outro e mais outro. Paparazzi.

- Ah não! Não! Não, não, não, por favor, não! – ela tampou o rosto nas mãos.

Olhei atônito para ela e para os fotógrafos. Pensa rápido Justin! Seu carro está... Perto, se correr!

Me aproximei de Mel e sussurrei:

- Corre pro carro – peguei sua mão e a puxei enquanto corremos em direção à calçada.

- Odeio isso – murmurou quando estávamos no carro.

- Eles sabem ser irritantes – falei colocando o cinto de segurança.

Ela colocou os pés em cima do banco e apoiou a cabeça no joelho.

- Droga! Droga! E agora? O que eles vão falar! Provavelmente que eu vou te levar pro mau caminho! Droga! Agora eu vou ser a vilã do mau que está fazendo Justin Bieber, o garotinho...

- Ei! – a interrompi. Ela me olhou assustada – Calma! Tudo vai ser esclarecido.

- Isso vai dar merda – falou olhando pra frente.

Você não faz ideia.