Suicídio escrita por maribocorny


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

- pós-morte, ou a mulher de negro -



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Leah não esperava acordar. Não esperava nada, na verdade. Apenas queria acabar com tudo, colocar um ponto final naquela, assim chamada, vida. Mas o monitor cardíaco a tirou daquela ilusão mais rápido do que ela poderia imaginar. O pii agudo e insistente que trouxe de volta sua consciência.

- Que merda é...? – Ela tentou falar, mas a voz no saiu.

- Você é repugnante. – Uma mulher vestida de negro sentou na borda do colchão duro de Leah. – Eu já vi muitas, acredite, mas poucas me enojam tanto quanto as do seu tipo.

Leah tentou voltar a falar, mas não teve sucesso. Sua voz a abandonara por completo.

- Não. – A mulher levantou de forma teatral e fechou as cortinas. – Eu estou cansada de pessoas como você. Vermes, pragas trapaceiras que pensam que podem saltar fora quando bem entendem. Vocês não veem a morte como ela deve ser. Uma conquista. Algo que se deve passar anos e mais anos procurando, perseguindo. Ah, não. Vocês querem pegar esse atalho, esse caminho fácil. O suicídio, minha cara pérfida, não é conquista nenhuma.

Leah viu as grossas ataduras em volta do seu pulso, levemente manchados com o sangue que deveria ter abandonado todo o seu corpo. Aquela mulher estranha continuava olhando para Leah, xingando-a de covarde. O pii do monitor continuava, a intervalos constantes, martelando na cabeça da enferma. Ela tossiu algumas vezes, antes de conseguir ter o controle da fala novamente.

- Pode parar com o showzinho e chamar a minha família? – Leah disse, afundando no travesseiro. – Ou uma enfermeira...

A mulher estremeceu de raiva quando percebeu que Leah não estava lhe dando ouvidos.

- Por que você se importa? – Ela perguntou, irada. – Você se matou.

- Sim, mas... – Leah sentiu um calafrio. – Eu não morri. Pode chamar a minha mãe, então?

A mulher e aproximou da cama de Leah com um sorriso malicioso no rosto.

- Quem disse que você não morreu?

Como um movimento súbito, a mulher tocou na testa de Leah. Partindo do ponto onde havia sido tocada, Leah sentiu-se desaparecer, como se perdesse a matéria de que era feira, como se evaporasse.

Perdida entre imagens e lembranças, Leah não era nada além de desepero. Não tinha forma, não tinha consciência, não tinha nada. Quando finalmente sentiu algo, quando sentiu que voltou a ser alguma coisa, ela tremia, deitada sobre a grama de algum campo aberto.

- Que tipo de coisa é você? – Leah perguntou, com a voz falha, para a mulher, que continuava ao seu lado.

- Eu, seu pedaço ignóbil de matéria – A mulher respondeu, entre os dentes. – Eu sou aquela que já foi vista com a foice ou com quatro mil asas. Eu sou quem todos temem e quem todos encontram. Eu sou a porra da Morte, aquela que tem que limpar toda a merda que os mortais como você fazem.


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Notas finais do capítulo

Como eu posso me desculpar pelo atraso?? Foram tantas coisas para uma semana! Desculpa para quem esperou por esse cap, mesmo, de coração. Muito obrigada por me darem essa chance de contar uma história para vocês, vou tentar fazer o meu melhor para vocês não se arrependerem (ou quase)!

Nenhuma surpresa na mulher de negro ser a morte, né? Só para a Leah mesmo, mas tentei me colocar no lugar dela... Também não desconfiaria, eu acho.

Alternativas para o próximo capítulo (que eu prometo que será postado no domingo!)... Sei que o normal seriam duas alternativas, mas quis ir com três agora. ;P

1. Leah foge da Morte e se perde no Limbo.
2. A Morte dá uma segunda vida para Leah.
3. As duas fazem uma aposta pela alma da mortal.

Se tudo der certo (e vai), eu coloco o próximo capítulo aqui no dia 10. :)



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