A Lenda de Uzumaki Naruto ! escrita por DeeH


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem



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— HINATA? — Naruto gritou surpreso pela imagem a sua frente — O que faz aqui? — Quis saber. Sentiu-se aliviado por ver a mulher a sua frente. Inicialmente, pensou que tinha acordado de um pesadelo e agora tudo voltaria ao normal, mas depois percebeu que não.

— Vim ao seu encontro, não aguentei ficar sozinha — a morena respondeu doce.

— Mas como chegou aqui? — Naruto reparou que a morena estava nua e, mesmo com os lençóis sobre seu corpo, podia ver as formas bem definidas que delineavam o corpo dela. — E que faz em minha cama dessa forma?

— Não gostou Naruto-kun? Estou aqui somente por você — Ela disse de forma sedutora, mas, ao mesmo tempo, meiga. — E quanto a forma que usei pra chegar, não vem ao caso agora — Deslizou três dedos no peitoral de Naruto enquanto esse afagava seu rosto com os olhos fechados. Estava tão feliz que Hinata estivesse ali que as perguntas que fez antes pareciam não ter mais sentido. — Vamos aproveitar esse momento só nosso, Naruto — Hinata se aproximou ainda mais apoiando as palmas das mãos abertas sobre ele que inclinou-se para trás um pouco. — Quero matar a saudade que senti de você — sussurrou contra os lábios dele.

Naruto não compreendia o que estava acontecendo. Uma hora ele estava dormindo e em outra foi acordado no meio da noite com Hinata nua em sua cama.

— Que foi Naruto-kun? Minha visita não o agrada?

— E... Eu... Eu — Naruto estava sem reação. A forma que Hinata estava falando e agindo nem de longe lembravam a menina tímida e insegura que conheceu, mas ele não teve tempo de pensar nisso e avaliar a situação. Hinata selou sua boca na dele e então Naruto estava beijando. Beijar Hinata uma sensação nova, diferente do que tudo que ele já havia sentido. Os lábios dela eram quentes, macios e deliciosamente aconchegantes. Mas uma coisa ainda incomodava mesmo estando muito concentrado no que acontecia em sua boca. Um sentimento de mentira, de que algo ali não estava certo. Pensou alguns segundos mais em como se despertasse de um pesadelo, ele se separou da morena — Hinata, o que aconteceu com você? Você não é assim, nem de longe lembra a pessoa que conheci.

— Eu mudei Naruto-kun — Ela se aproximou perigosamente de Naruto que, apesar de gostar e muito dessa aproximação, afastou-se desconfiado. — Mudei por você.

— Não, Não, Não! — disse certo de que algo estava errado. Você não é a Hinata que conheci, só pode ser um pesadelo! A Hinata que eu conhecia era doce, meiga, delicada e tímida. Tenho certeza que ela não faz o tipo de menina que se deita nua na cama de outro garoto e se oferece dessa forma.

— Essa Hinata que conheceu morreu, ela não existe mais — ela já estava novamente muito próxima do loiro que resistia bravamente às investidas. — Vamos! O que há de errado? Estou aqui somente pra você, Naruto...

— Já chega! — Naruto se levantou da cama derrubando Hinata ao chão. — Você não é ela e, quem é que seja se revele agora! — Hinata, que estava de cabeça baixa caída ao chão, somente deu risada. — Do que esta rindo? Eu não acho graça nenhuma disso. Vamos, quem é você? O que está tentando fazer se passando por Hinata?

— Vocês humanos são patéticos mesmo, eu fiz esse esforço todo somente pra agradar você Naruto e é assim que você me trata? — Hinata se levantou não se importando de estar nua na frente de Naruto. — Devo admitir que não esperava que você resistiria assim.  Eu sei bem que você está gostando do que vê — ela provocou enquanto olhava para o próprio corpo. O olhar passou para os olhos de Naruto que antes também observavam toda a extensão da pele pálida. — Apesar de não saber quais muitos atrativos essa garota tem. Ela é tão normal para você, Naruto... Essa garota aguada é feia, tem baixa auto-estima, é fraca e infinitamente inferior a você. Inferior a mim. Ela é tão desprezível que sinto asco apenas de estar dentro dessa casca.

— Não fale assim da Hinata! Ela não é nada disso que você fala. Ela é uma pessoa de bom coração, doce, afetuosa, corajosa, forte e eu ainda tenho a sorte de ela gostar de mim.

— Pulando o discurso desses seus adjetivos sem sentido, eu simplesmente não entendo o porquê de você ter resistido, sabia? Eu sei, pude sentir na sua respiração, no ar de desejo que está pairando aqui que você quer essa garota. Eu sinto seu olhar sobre esse corpo e fico tão quente que meu sangue ferve. Você anseia por ter esse corpo perto do seu, eu posso ver, Naruto. Então por que tanta objeção? Pare com isso e finja que eu sou a verdadeira — pediu sincera antes de subir a mão direita para a própria face e deslizá-la pelo corpo até um pouco abaixo dos quadris.  — Vamos voltar para a cama, Naruto — convidou sedutora percorrendo as mãos firmemente pelo corpo até pará-las nos lábios. Escutou a voz dele negando o pedido, como previra. Mas aquela voz... Tão rouca e apelativa... Mordeu o lábio inferior e abriu os olhos para observar as safiras azuis que estavam sempre brilhando.

— Não! Mesmo não sabendo quem você é, eu nunca tocaria em alguma pessoa tão repugnante quanto você, mesmo estando parecida com a Hinata. Só a Hinata que eu conheço que é quem eu desejo. E é mais que pelo corpo, é pela alma. Ela é pura, diferente de você.

 — HAHAHA, me poupe desse discurso apaixonado. Lamento informar que, se eu não vou ter você, ninguém mais terá! — Hinata vai em direção a Naruto e, quando estava a poucos centímetros do loiro, uma grande explosão acontece.

~•♦•~

— Bom dia, Sasuke-san — Hinata estava chegando ao campo de treinamento e tratou de logo cumprimentar seu sensei. — Desculpa pelo atraso, foi porque tive um sonho muito estranho essa noite e não dormi bem. — Sasuke ,que estava encostado em uma pequena arvore, olhou Hinata.

— Não me interessa seus sonhos, Hinata. Vamos treinar.

— Ai ai, o mau humor de sempre né Sasuke-san? Esperava que melhorasse um pouco depois do que aconteceu.

— Do que esta falando?

— Oras o que todo mundo na vila não para de comentar — falou presumindo que Sasuke já tivesse entendido. Diante da face ainda confusa dele, rapidamente esclareceu. — Que você e Sakura-san estão juntos.

— Quem te disse isso? — Sasuke havia ficado realmente bravo. Odiava que ficassem fazendo fofocas sobre a vida alheia  e odiava ainda mais quando isso o envolvia. — Eu mato quem anda espalhando isso por ai.

— Não seja assim! Todos estão felizes por você e pela Sakura-san. Não aja como um retardado e saia matando todo mundo apenas por dizerem a verdade. — O moreno somente estreitou os olhos e Hinata sorriu diante do silêncio dele. — Minhas felicidades para o novo casal.

— Olha aqui, Hinata, não é porque estou te treinando que lhe dou o direito de ficar falando da minha vida particular.

— Se fosse tão particular, não ficaria se agarrando com ela por ai, teme bobalhão — Ela riu e Sasuke, por um breve momento viu a imagem de Naruto as costas de Hinata.

— Hehe — Sasuke começou a sua risada seca, única e rara. Hinata, que não havia entendido o motivo da graça, ficou brava.

— Do que esta rindo? Por algum acaso estou suja ou algo do tipo?

— Não, muito pelo contrario, Hinata, ver você agindo dessa forma me lembrou Naruto. Só ele me chamava dessa forma. — Sasuke parou de sorrir e olhou ao chão lembrando-se da imagem do grande amigo loiro.

— Gomen Sasuke-san, não queria que você se sentisse dessa forma.

— Ela esta me salvando, Hinata.

— O que? — ela não havia entendido o que Sasuke quis dizer.

— Sakura — o silencio tomou conta do lugar e Sasuke somente fitava o chão — ela esta me salvando da escuridão em que meu coração está. Sakura esta me dando a oportunidade de ser realmente feliz. Naruto me tirou das trevas, mas meu coração ainda esta lá e Sakura esta transformando as trevas em luz no meu coração.

— Gomen por brincar com algo tão sério.

— E você também esta me ajudando, Hinata.

— Eu? — Hinata ficou surpresa.

— Hai. Você, entre todas as pessoas, era a única que tinha um verdadeiro motivo pra me odiar pela morte de Naruto — Sasuke levantou a cabeça e olhou para o céu ensolarado — Mas, ao contrario de me odiar, você ainda está ao meu lado.

— Não estaria sendo eu mesma e estaria deixando de cumprir um pedido do Naruto-kun.

— Por isso eu digo que Sakura e você estão salvando meu coração das trevas. Ela por ser a pessoa com quem quero construir um futuro em Konoha e você por ser uma grande companheira e de certa forma um elo que me ainda une a Naruto.

— Não fale assim, Sasuke-san, se não irei chorar — reclamou a morena já com lágrimas escorrendo pelo rosto pálido. — Droga, viu. Agora eu estou chorando por culpa sua.

— Culpa minha? Ninguém mandou ser uma manteiga derretida e chorar  só de lembra daquele baka.

— O que?

— Isso mesmo que você ouviu, fracote.

— Seu, seu, seu... — Hinata já estava vermelha de raiva.

— Seu o que? — Sasuke havia esticado o pescoço e virado o rosto de lado colocando a mão ao lado do ouvido. — Não estou ouvindo — Provocou. O moreno não teve tempo de reagir e levou um grande soco de Hinata. Ela se espantou com o que tinha feito e saiu correndo ao encontro de Sasuke já desesperada pela punição que sabia que viria.

— Gomen, Gomen, Gomen, Sasuke-san. Não foi por querer, eu perdi o controle — o moreno estava jogado ao chão com a mão em cima do ferimento feito por Hinata. — Por favor, não tive intenção — disse tentando diminuir a pena.

 — Três mil — Hinata fitou Sasuke sem querer entender. — Três mil quilos a mais em cada peso por sua loucura — Sasuke se levantou com a mão sobre o rosto.

— O QUE? TA FICANDO LOUCO QUER ME MATAR?

— Caramba garota, você tem a mão pesada.

— ESTA ME OUVINDO? QUER ME MATAR QUERENDO COLOCAR ESSE PESO?

— Não me interessa — estralou os dedos os dedos calmamente enquanto Hinata estava furiosa. — É o seu castigo — finalizou antes de colocar os pesos em sua discípula. A morena sentiu o corpo ficar mais pesado e, não aguentando, caiu no chão.

— Não consigo me mexer.

Ao longe, duas pessoas olhavam a discussão.

— Ele vai matar ela, não podemos deixar isso dessa maneira.

— Não se intrometa nisso, Kiba. Hinata está treinado e ela se sentira ofendida se interferimos.

— Mas Shino, não esta vendo? Desse jeito ela não vai aguentar.

— Ela quis assim e ela esta bem com ele — Shino se virou e caminha para fora da área de treinamento. — Não vai vim, Kiba?

— Se ela morrer a culpa vai ser sua, Shino — ele acompanhou o outro para fora da área de treinamento.

~•♦•~

Naruto estava no chão todo machucado, a explosão que havia acontecido há pouco destruiu seu quarto completamente.

— O que aconteceu aqui? — Naruto se levantou com dificuldade.

Uma pessoa surgiu a traz de Naruto o ajudando a levantar.

— Acho que chegou o momento de você saber a verdade, Naruto.

— Velhote Fūjin? O que aconteceu aqui? Quem era aquela pessoa que se passava por Hinata? — Naruto estava nervoso e não parava de falar.

— Se acalme, tudo ao seu tempo. Vamos, vou levar você até meus aposentos.

— E a pessoa que me atacou? Onde esta ela?

— Infelizmente ela fugiu, Mas agora me acompanhe, vou ajudar você.

— Hai — o loiro acompanhou Fūjin até seu quarto e, quando adentrou o aposento, ele se sentou em uma pequena poltrona. — Agora pode me explicar tudo o que aconteceu?

— Vou curar seus ferimentos antes — Fūjin curou os ferimentos de Naruto utilizando seus poderes enquanto o loiro formava hipóteses mirabolantes sobre o que teria acontecido. — Pronto. Agora podemos conversar melhor — ele se sentou em outra poltrona de frente a Naruto. — Bom... Você deve estar se perguntando o porquê de, dentre tantas pessoas em seu mundo, você ter sido escolhido para treinar aqui.

— Hai. Pergunto-me isso todo o dia, porque eu estou aqui? O que eu tenho de tão especial pra ser o escolhido pra ser treinado por um Deus?

— Olha, o que vou contar a você é um segredo de séculos que vem sendo mantido escondido de todos. Portanto o que eu lhe contar aqui morrerá entre nós dois.

— Hai, jamais trairia sua confiança.

— Ótimo, a história que vou te contar envolve você, dois deuses e uma humana.

— Como é que é? — Naruto falou surpreso.

— Por favor, não me interrompa! É muito longa a historia que irei te contar e, se você ficar falando toda hora, não haverá tempo.

— Tudo bem.

— Continuando... Há muito tempo, exatamente há 900 anos, um deus chamado Daikokuten era o soberano do mundo dos deuses e, quanto o mundo dos humanos, ele era uma pessoa de coração puro e de uma extrema força. Daikokuten era o mais poderoso de todos os deuses, era o grande líder, posição que é minha hoje em dia, mas nem de longe minha força se compara a dele. Naquela época, tudo era paz e não se viam batalhas ou guerras. Por esse motivo, os deuses viviam entre os humanos, mas quis o destino que, em uma das andanças de Daikokuten pelo mundo dos humanos, ele se apaixonasse por uma moça. Uma camponesa que vivia onde hoje é o pais do fogo...

[Flash Back on]

Em uma pequena clareira, um rapaz loiro estava recostado em uma arvore com duas espadas estavam ao seu lado. Sua face era calma como se estivesse tendo um sonho tranquilo. Por estar dormindo, o rapaz não notou que estava sendo observado por uma garota morena seus de cabelos longos e sua beleza era exuberante.

— Quem será esse? Nunca o vi e essas roupas que está usando são tão estranhas... — ela aproximou-se dele em passos leves. — Ei, acorda — ela chamou o loiro, mas parecia que ele não estava disposto a abrir os olhos. — VAMOS, ACORDA! — ele abriu os olhos assustado tentando lembrar-se de onde estava. — HÁ! Finalmente resolveu acordar, dorminhoco. Há séculos estou chamando você.

— Gomen, estava treinando dai me encostei-me a essa arvore pra descansar e acabei adormecendo.

— E quem é você?

— Como assim quem sou eu? — ele perguntou sem entender a intenção da pergunta.

— Ora, nunca vi você por aqui. E essas roupas são tão diferentes... — ele olha para seus trajes tentando encontrar alguma coisa de errado, mas nada viu.

— Mocinha, mais respeito com seus superiores, minhas roupas são apropriadas para um Deus.

— HAHAHAHA Deus? Você só pode estar pirado. Um Deus. HAHAHA essa é boa — o loiro não gostou muito da atitude dela e irritou-se levemente. Claro, não iria fazer nada àquela humana, mas ela não deixava de atentá-lo.

— Olha aqui, você por algum acaso sabe quem eu sou?

— Se eu soubesse não teria perguntado, baka — ela respondeu grosseira, prática e diretamente.

— Que modos são esses? Não é adequado para uma moça agir dessa maneira escandalosa — ele insultou, ofendendo a menina.

— Eu não devo nada a ninguém faço e o que quero. Não preciso me preocupar com que os outros pensam. E, se você não quer me falar quem é, vou ir embora.

— Espere, não queria ofende-la.

— Mas já ofendeu — falou realmente brava enquanto já dava a volta para sair dali,

— Gomen, vamos esquecer isso. Eu me chamo Daikokuten e o você?

Namikaze Yume. Mas você não me disse seu sobrenome. Qual é?

— Sobrenome? Eu não tenho isso. Só... me chamo Daikokuten.

— Que chato, não tem graça ter um nome assim. Diga-me: de onde você é? — perguntou ela curiosa.

— Vim de um lugar muito longe, você não conhece.

— Você é bem chato, né? Não me responde nada com nada.

— Não vou lhe responder se não iremos brigar novamente.

— Você luta?

— Sim, por quê?    

— É que estava olhando suas espadas... será que posso ver elas? — perguntou ela esperançosa.

— Não, somente eu posso tocar elas. Não é permitido que outra pessoa as toque.

— Kami-sama, de onde surgiu você, em?

— Já lhe disse. De um lugar muito longe.

— Hai, hai. E você vai ficar por esses lados ou vai embora?

— Como assim?

— Ué é que moro sozinha nessa floresta há muito tempo e é muito raro ver alguém por aqui. Daí as pessoas geralmente não ficam muito tempo por aqui.

— Bom, não tenho nada de importante pra fazer, posso passar um tempo aqui.

— Ótimo, você será minha companhia. É bom ter alguém pra conversar de vez em quando.

— Hai.

— Vou preparar algo bem gostoso para comermos.

— Por que mora sozinha aqui? Pensei que essa área fosse desabitada.

— Morava aqui com meus pais, mas há dois anos eles morreram contaminados por uma doença. Quando foram pra cidade já era tarde, pois quando voltaram não resistiram muito tempo — ela falou com um leve pesar e uma saudade mal contida na voz.

— Sinto muito, não queria te deixar assim.

— Não se preocupe, estou bem. Então, vamos até minha casa?

— Claro, vamos — os dois saíram caminhando entre as árvores e, em cerca de 10 minutos, chegaram à margem de um riacho. Ao lado deste, havia a pequena casa da mulher.

— Não repara minha casa é simples, mas é bem aconchegante. Acho que você vai gostar.

— Tudo bem, não me importo com isso.

— Legal, vamos entrar então — os dois adentraram na casa,que, como Yume já havia dito, era bem pequena. Possuía dois cômodo  uma cozinha e um quarto e  era muito bem cuidada.

— Muito bonita sua casa.

— Arigato — ela o guiou até a mesa para que ele não precisasse ficar de pé enquanto ela preparava a comida. Sente-se aqui, vou fazer algo bem gostoso  para comermos.

Yume certo? — ele perguntou e ela limitou-se a assentir com a cabeça.  — O que faz da vida? Até onde eu saiba, essa região é desabitada com exceção de você.

— Só ando pela floresta, nado no riacho, pesco peixes para comer. Tudo o que preciso está aqui na floresta e, quando preciso de algo que não acho aqui, procuro na cidade — ela respondeu enquanto pegava alguns ingredientes.

—Porque não se muda para a cidade? Não seria muito mais confortável, prático... Melhor?

— Eu gosto daqui, foi onde nasci e fui criada. Alem disso, eu não gosto de aglomeração, gosto mais dessa calmaria que é a floresta.

— Entendo.

— E onde você mora? Como é?

— Onde eu moro há vários castelos. Tem também uma floresta tão grande quanto essa em que você mora. Lá as coisas são muito belas e há outros como eu que inclusive se vestem com as mesmas roupas “estranhas” que eu.

— Legal, gostaria de conhecer um castelo um dia. Só os vi em fotografias de livros que minha mãe me deu. 

— Se você quiser, posso levá-la para conhecer meu lar.

— Sério? — ela entusiasmou-se imediatamente com a ideia de conhecer um castelo.

— Claro, se você quiser, posso levar você pra conhecer.

— Seria o máximo, mas não posso abandonar minha casa e sair assim para viajar. — Vai que alguém invade minha casinha. Além do mais, deve ser bem longe esse tal castelo onde você mora.

— Quanto a isso, não se preocupe. Deixe que eu cuide disso.

— Quero só ver — ela olhou para ele que apenas riu da expressão desconfiada estampada na face angelical dela.

Os dois comeram o que Yume preparou e conversaram durante horas. Para ela, ele parecia ser muito inteligente. Apesar de ser aparentemente novo, o jeito e a forma dele falar o faziam parecer uma pessoa de outra época.

— A conversa está boa, mas me ausentei demais da minha casa.

— Mas já está indo? Fique mais um pouco, é ruim ficar aqui sem ter alguém pra conversar.

— Sinto muito, mas tenho deveres a cumprir. Não se preocupe, logo voltarei, juro.

— Claro, daqui a dois anos ou nunca mais. Todos que passam por aqui falaram isso, mas nunca ninguém retornou.

— É uma promessa — ela nem ao menos teve tempo de reclamar mais pois ele sumiu em um fleche de luz.

— Que foi isso? — perguntou para si mesma sem entender. — Como ele fez isso? Sumiu tão de repente... Ai, Kami-sama, eu estou ficando louca, só pode — resmungou antes de adentrar sua pequena casa.  

Vários dias haviam se passado após o encontro dos dois na floresta e Yume já tinha perdido as esperanças de que Daikokuten voltasse a aparecer. Ela estava nadando no riacho, nua por não morar ninguém ali que pudesse vê-la.

— Ai, ai... Como é bom nadar assim — ela falou feliz após sair do riacho.

— Você não deveria ficar nadando por ai dessa maneira, mocinha — Daikokuten havia aparecido no exato momento em que ela saia do riacho. Yume, completamente nua e vermelha de vergonha e raiva a sua frente. — Gomen... — Ele não teve tempo de desculpar-se direito, pois foi acertado por um soco da menina que gritava furiosa.

— SEU TARADO! QUER DIZER QUE FICA ESPIANDO AS MULHERES NUAS, É ISSO?

— Ficou maluca, menina? Eu não tenho culpa se você fica nadando nua por ai, eu ia saber que você estaria assim?

— Não me interessa, você poderia ao menos falar-me que estava por aqui — ela tentou esconder-se atrás de uma arvore ainda cobrindo os lugares essenciais com as mãos e braços.

— Já lhe disse, não foi minha intenção ver você dessa maneira.

— Pegue minha roupa que está na beira do riacho.

— Hai — ele caminhou até as roupas, as pegou e levou até a mulher. — Esta aqui, Yume. Suas roupas.

—Olha aqui, Daikokuten, vou trocar de roupa e ai de você se eu te pegar espiando.           

— Tudo bem, se vista logo, vim aqui pra conversar com você.

— Calma, apressado. Tenho que colocar todas as minhas roupas. — ela terminou de se arrumar e saiu de trás da arvore que não conseguiu cobri-la com muito sucesso. — Pronto, agora você pode me olhar.

Quando ela saiu de traz da arvore, Daikokuten ficou surpreso. A beleza dela o deixou sem palavras. Yume estava completamente diferente do dia em que se encontram pela primeira vez. Ela estava mais linda do que aquela vez, sua pele branca e seus longos cabelos pretos destacavam-se ainda mais com as gotas de água os banhando.

— Ei, está aí ainda? Por que esta me olhando desse jeito? — ela olhou para suas roupas procurando algo de errado assim como ele havia feito no primeiro encontro. — Não vejo nada de errado comigo, por isso pare de ficar me olhando, estou ficando nervosa.

— Gomen, é que, da ultima vez que nos vimos, você não estava assim tão...

— Assim como, seu baka? — ela já estava nervosa com o olhar dele e, quando isso acontecia, tinha o impulso de xingar as pessoas para defender-se ou sentir-se segura.

— Linda.

— O que?

— Você está linda, é assim que você está. Linda — ela corou violentamente e ele apenas sorriu quando percebeu que podia provocar essas sensações nela.

— V-você acha? Q-que e-eu estou linda? — gaguejou antes de repreender a si mesma por isso.

— É claro, eu não minto nunca.

— Arigato.

— Bem, vim aqui pra lhe fazer um convite e espero que aceite.

— Que convite?

— Lembra que prometi a você que a levaria onde moro?

— Hai e estou esperando você cumprir sua promessa.

— Pois bem, hoje irei cumpri-la, o que acha? — um forte grito que escapou da garganta de Yume pode ser ouvido por toda a floresta.

— É SÉRIO? É LOGICO QUE EU QUERO, SEU ERO-BAKA — ela correu para dentro da sua casa e saiu de lá já com uma mala. — MINHA MALA JÁ ESTA ATÉ PRONTA — avisou e ele riu com a ansiedade da mulher.

— Ótimo, mas antes se acalme, não precisa ficar gritando dessa maneira.

— HAI — novamente ela gritou. — Gomen, essa foi sem querer.

— Esta bem, vamos então? — perguntou ele receoso já prevendo a reação dela.

— MAS É CLARO! — berrando animada.

— Onde eu estava com a cabeça pra convidar ela pra conhecer minha casa? — interrogou para si mesmo.

—O QUE VOCÊ ESTA FALANDO?

— Nada não, vamos?

— DEMOROU — ela não percebeu que Daikokuten estava ao seu lado e só percebeu isso quando ele tocou seu ombro. Ela sentiu um puxão em seu corpo e viu tudo a sua volta ficar branco.

 — Vamos, Yume-chan, pode abrir os olhos, já chegamos — ela o obedeceu e ficou espantada com o que viu. A beleza do lugar era extraordinária. Em nada a floresta em que ela morava se comparava a isso, estava sem palavras. — Bom, seja bem vinda ao mundo dos Deuses.


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Notas finais do capítulo

Desculpa a demora e obrigado pelos comentarios