Crônicas Lunares escrita por no-chan


Capítulo 2
Cap. 1 Maldita Lua Crescente (parte II)


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas!!^^
Desculpem a demora, mas eu estou tão feliz que eu espero que me perdoem! heheheh Ontem foi meu niver e eu fiquei super ocupada, mas fic é bom e eu to de volta!!
Bem, eu acabei percebendo que o primeiro capítulo ficou muito grande (acho que exagerei -.-''), mas como eu ainda to aprendendo tenham paciência comigo ta?^^
Acabei tendo de dividir de novo, então ainda vai ter uma terceira parte. Se quiserem esperar para ler tudo junto tudo bem.
Sem mais delonga:
Boa sorte pra mim!^^
Boa leitura par vocês!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/134116/chapter/2

Anteriormente:

****** 1 mês depois *****

Astérion chegou à clareira ao cair da noite. A lua crescente começava a alcançar o centro do céu e o vento balançava as folhas suavemente. Era uma noite calma e agradável. “Uma bela noite para morrer.” pensou ele sarcasticamente... de novo.


O último mês fora exaustante. Ele pensou e repensou na decisão de vir ou não cumprir o trato com a deusa. Ele podia ter desistido, mas os jovens morreriam com certeza. E por culpa dele. Astérion não teve coragem de selar as vidas daqueles homens por sua própria vontade. E agora, aqui estava ele selando a própria vida.

Enquanto o príncipe vagava em seus pensamentos, a figura de uma bela jovem começou a se formar através da escuridão. Ela olhou para o rapaz com olhos especulativos e divertidos e um sorriso torto apareceu em seus lábios.

“Eu não achei que apareceria, Astérion.”

O jovem deu um salto assustado. Ele não havia percebido a aproximação dela e acabou escorregando e caindo no chão nervoso.

Hécate apenas riu alegremente. A deusa usava um lindo vestido longo preto cravejado de pedras e detalhes dourados. Pareciam fios de ouro. Ela usava o cabelo levemente preso de um dos lados com uma bela flor de ouro. Sua aparência era de uma moça pouco mais jovem que ele. Não parecia em nada com as raras estátuas feitas em sua homenagem. Mas agora ele sabia por quê.

No último mês, Astérion investigou tudo o que podia sobre a deusa. Encontrou poucas respostas no fim. Acontece que Hécate era uma deusa sombria e misteriosa. Pouco se sabia a seu respeito, exceto pelas poucas lendas contadas por viajantes. Diziam que ela era uma das deusas mais antigas do Panteão Grego, que era filha de Nyx, a deusa da noite irmã de Ghea, a deusa Terra, que era tia do próprio Zeus. Uma deusa muito poderosa que agora vivia no submundo governando-o ao lado de Hades na ausência de Perséfone. A deusa que criou o próprio cão dos infernos, Céberus.

Todas as histórias eram confusas e desconexas, o que só deixou Astérion ainda mais fascinado por entender aquela deusa. Mas uma história pareceu ser concreta. Hécate era uma deusa diretamente ligada a Lua. Não como Artemis, a deusa da caça, que a adorava, mas fisicamente ligada. Por isso, sua forma dependia das fases da lua e somente na lua cheia era que a deusa mostrava sua forma adulta. A fase que era conhecida por poucos, mas que a representava. A lua minguante revelava sua forma de sábia anciã, a forma da sabedoria das eras. Mas a forma da lua crescente nunca era vista e agora Astérion entendeu por quê. A forma da lua crescente era essa linda jovem que esteve presente em todos os seus sonhos dos últimos trinta dias.

Uma jovem maravilhosamente linda que tiraria sua vida esta noite. Que bela ironia!

A verdade é que, depois desse mês, Astérion estava preparado para tudo. Rogava para que fosse rápido e indolor. Que a deusa ao menos tivesse piedade da sua alma. Entretanto, ele nem imaginava qual era a verdade por trás do trato.

Hécate lhe ofereceu a mão para se levantar. Ele hesitou um instante, mas segurou a mão da deusa logo em seguida. Pela aparência acinzentada e sinistra da pele dela, Astérion pensou que sentiria dedos gelados e ásperos, mas o toque da jovem foi mais quente e macio do que ele esperava. Mais caloroso e gentil do que ele jamais havia sentido. Como podia uma deusa do submundo, o reino nos mortos, gerar um calor tão cheio de vida a esse ponto?

Ela ajudou-o a se levantar, mas, ao erguer-se, ele não soltou a mão da deusa. O jovem ficou encarando suas mãos juntas com certa admiração e confusão. Ele realmente estava tocando um deus? A sensação de tê-la assim tão próximo de si era incrível! Essa deusa tão estranha e misteriosa. Seu coração batia rápido como se tivesse corrido milhas!

A deusa pareceu perceber o estado do rapaz e sorriu apertando sua mão levemente chamando sua atenção. Astérion saiu do transe de repente e olhou para o rosto da deusa envergonhado. Soltou suas mãos acanhado e se afastou um pouco. Hécate riu de leve e começou a caminhar para o mesmo lago da ultima vez fazendo menção para que ele a seguisse. Quando o jovem pensou em ficar nervoso, a voz de deusa o interrompeu.

“Por que não me conta como foi o seu mês, Astérion?”

“Ah? Bem, eu...”

Ao começar a falar, Astérion relaxou de imediato. Acompanhou a deusa calmamente e descreveu tudo o que tinha acontecido nos últimos dias que ele acreditava serem seus últimos. O principal foi como tinha mudado seu comportamento no palácio e com seus homens. Ele se tornara bem mais decidido e começara realmente a ordenar e governar junto à família real, tomando decisões e dando opiniões importantes para seu pai, o qual inclusive o elogiara e estava surpreso por finalmente ver seu primogênito agir como um soberano. Mal sabia ele que seu filho estava com os dias contados.

O jovem estava tão contente em contar seus feitos à deusa que não percebeu o tempo passar. Ele falava, falava e a deusa apenas ria concordando, às vezes até elogiando. Ele esqueceu completamente do por que estava ali. Parecia que estava apenas conversando com uma jovem a luz da lua. Apenas se divertindo. Só percebeu que a noite estava acabando quando Hécate elogiou o horizonte azulado.

“Bem. Já é hora de nos despedirmos, Astérion. Os raios de sol estão começando a tocar o horizonte.” disse a deusa olhando o céu clarear lentamente e enfim virou-se para ele sorrindo “Foi uma noite muito agradável. Veremos-nos novamente na próxima lua crescente, fui clara?”

Astérion olhou para a deusa, confuso. Ele finalmente se lembrou da razão de estar sozinho numa floresta com esta “jovem”. E o seu castigo? Não iria ela tomar sua vida como haviam dito? O que foi tudo isso então? Um adiamento? Seria a deusa capaz de torturá-lo luas à frente sem saber quando chegaria seu fim?

“Eu não entendo, minha deusa. E o nosso trato? Pensei que iria tomar minha vida esta noite.” perguntou ele incerto.

Hécate olhou para ele e parecia segurar uma risada, mas o olhar confuso do rapaz acabou impedindo-a e ela desabou em uma forte gargalhada.

“Hahahaha! E quando foi que eu disse que lhe mataria, meu caro? Hahahaha!”

“Mas... a senhora disse que tomaria parte da minha vida e me mandou vir aqui hoje. Eu pensei...” disse ele tentando juntar os pensamentos.

“Exatamente! Huhuhu! Parte de sua vida, meu querido. Eu estou tomando suas noites de lua crescente a partir de hoje. Eu nunca falei que iria matá-lo. Huhuhu!” interrompeu ela.

“O- o que?” perguntou Astérion atordoado.

“Suas noites, querido. Eu quero sua companhia nas noites de lua crescente. Esta é a parte da sua vida que eu irei tomar. Este é o tempo. Eu não tenho intenção de matá-lo.” falava a deusa calmamente como se tentasse explicar algo simples a uma criança.

Hécate riu da expressão alarmada do rapaz. Ela estava rindo bastante esta noite. Quanto tempo fazia desde que se divertira tanto com um humano? Já Astérion estava pensativo. Como se estivesse resolvendo algum quebra-cabeça interno.

“Bem. É claro que você pode desistir, como eu já disse antes...”

“Desculpe, mas eu não entendo. No fim, o que a senhora sai ganhando com esse trato? Se não vai levar nenhuma alma, o que...”

Astérion parou de falar no instante que viu um sorriso sombrio espalhar-se no rosto da deusa. Hécate começou a se aproximar do jovem e as sombras das árvores se reuniram ao redor de ambos, encobrindo-os. O coração do rapaz acelerou e ele pensou que fosse sair pela boca de tão apavorado que ficou. Seu corpo tremia e, ao dar um passo para trás, acabou por perder o chão e caiu de costas na relva próxima ao lago.

Em um piscar de olhos, Hécate estava deitada sobre o corpo de Astérion com o rosto muito próximo ao dele. Ela tinha um olhar malicioso e um sorriso torto no rosto.

“Almas são apenas almas, meu querido. Seres frios e sem graça.” disse ela enquanto sua mão acariciava a lateral do rosto de Astérion. Por onde os dedos da deusa passavam, ele sentia como se sua pele fosse tomada por uma corrente elétrica. “Humanos vivos são quentes e bem mais interessantes.” continuou ela aproximando os lábios dos dele. Um hálito doce e inebriante chegou às narinas do jovem deixando-o embriagado. “Além disso, se você não percebeu, eu vou ‘sair ganhando’ um jovem e belo príncipe para me distrair por muitas noites. Huhuhu...”

Então, sem o menor aviso, Hécate o beijou.

Astérion não era o que se pode chamar de inexperiente. Ele já havia beijado muitas outras jovens, assim como já havia feito muitas outras coisas. Entretanto, ele nunca havia sentido o que sentiu naquele momento.

Seu corpo foi atravessado por uma imensa onda de calor. A pele onde ela tocava parecia queimar em brasa de uma forma que o deixava tonto e não permitia que se concentrasse em qualquer outra coisa. Ele só conseguia sentir uma luxúria avassaladora.

O beijo de Hécate fora superficial. A intenção da deusa era de apenas testá-lo, ela não queria assustá-lo mais do que o necessário. Ela pretendia apenas mantê-lo sobre seu controle, mas não esperava pela reação do rapaz.

Astérion ergueu os braços da relva. Um deles contornou a cintura da deusa puxando-a contra seu corpo quente e o outro a segurou pela nuca enrolando os dedos no seu longo cabelo preto impedindo-a de afastar os lábios dos dele. O beijo, antes gentil, tornou-se forte e sedento. Rápido e quase violento. Como se ele desejasse sua boca como alguém deseja água no deserto.

Hécate quebrou o beijo com força deixando-o ofegante. Astérion tentou puxá-la para um novo beijo, mas ela desviou o rosto colocando os lábios próximos ao ouvido dele e sussurrou.

“Cuidado, Astérion. Não esqueça quem eu sou. Não desrespeite os deuses.” disse Hécate, mas sua negação parecia mais uma provocação. Sua voz era sedosa e maliciosa.

Astérion tentou controlar a respiração e relaxou os braços, mas não a soltou. Seu coração batia tão forte que ele tinha certeza que ela podia escutá-lo.

“Me... perdoe... Foi a... senhora que...” tentava dizer com a respiração entrecortada.

“Bom garoto.” Hécate continuou sussurrando em seu ouvido e isso só provocava mais ondas de luxúria no corpo do rapaz. Ele tentava se controlar. “Mas não me trate como uma velha senhora. Não é divertido. Que tal me chamar apenas de Hécate?”

Dito isso, ela beijou-o no pescoço, na base de sua orelha fazendo-o tremer. Hécate riu sob o beijo e subiu os lábios para morder-lhe a ponta da orelha. E assim o controle de Astérion se partiu em mil pedaços.

Com um grunhido preso na garganta, Astérion empurrou o corpo para cima forçando Hécate para o lado e derrubando-a na relva. Colocou-se sobre ela pressionando-a entre seu corpo e o chão. Ele começou a beijá-la novamente segurando seu rosto com uma mão e passando a outra por debaixo dela, puxando suas costas para aproximá-la ainda mais se possível. Mas ele queria mais. Aquilo ainda não era o suficiente.

O corpo dele estava em chamas. Um desejo tão grande que ele nunca tinha sentido antes. Foi então que ele começou a se questionar. A realidade passando-lhe como um borrão. Seria toda essa luxúria existente porque Hécate era uma deusa? Seria ela que estava fazendo isso? Ele estava totalmente desorientado.

Afastou o rosto para olhá-la e tomou ar. Ele percebeu então que tinha se esquecido de respirar enquanto a beijava. Estava ofegante novamente, mas Hécate também estava dessa vez. Os olhos dela estavam refletindo desejo e luxúria, assim como os dele deviam estar. Não era possível, era? Ela era uma deusa. Não se deixaria levar por desejos humanos.

O tempo pareceu parar enquanto ele tentava colocar os pensamentos no lugar. Naquele momento, tudo girava em torno dos dois unindo-os ainda mais. Mas as palavras que refletiam suas dúvidas ainda assim saíram.

“É a senhora... não é? Esse... desejo que eu estou sentindo. Foi algo... que a senhora pôs em mim... não foi?”

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero muitíssimo que gostem!!!!!Qualquer dúvida é só perguntar!Qualquer crítica vou tentar melhorar!Qualquer elogio só me vão alegrar!!!!Beijão!!!PS: Posto mais assim que eu vencer minha guerra santa com o teclado!!! À lutaaaaa!!!