Crônicas Lunares escrita por no-chan


Capítulo 1
Cap. 1 Maldita Lua Crescente (parte I)




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O belo príncipe Astérion olhou para o céu noturno. Uma maravilhosa lua crescente brilhava na escuridão da noite e parecia ofuscar as estrelas de tão resplandecente. Seria uma belíssima noite se não fosse a névoa espessa que se espalhava por entre as árvores, reduzindo o campo de visão. Nem as tochas e a fogueira de seus homens iluminavam mais de três metros adiante.

 “Que ótima noite escolhemos para nos aventurarmos nessa floresta!” pensou Astérion sarcasticamente. O acampamento era precário, mesmo na presença do príncipe. Quatro soldados se reuniam animadamente ao redor da fogueira. Pareciam empolgados pela louca idéia do jovem príncipe de caçar nas florestas mais afastadas do castelo. Creta podia ser uma ilha, mas era preenchida por vastas florestas intocadas. Uma delas, a que se encontravam agora.

Enquanto preparavam suas armas para partir, ouviram um uivo não muito distante. O uivo de um lobo, com certeza. E definitivamente sombrio, a julgar pelo som. Mas isso não assustou os jovens soldados. Pelo contrário, eles se exaltaram animados.

“Hora de caçar, alteza!”

“Não sabia que existiam lobos aqui. Estranho...” disse o príncipe pensativo.

“Hehehe. Não haverá mais quando terminarmos!” respondeu um dos soldados.

Os jovens e o incerto príncipe seguiram o som dos uivos e, com muito cuidado, se esgueiraram pelas árvores e arbustos. Por fim, avistaram uma enorme loba negra e seus cinco filhotes no centro de uma clareira iluminada pela lua.

A loba pareceu não percebê-los. Ela olhava altiva para um pequeno lago onde o brilho da lua era refletido. Seus filhotes brincavam ao seu redor, despreocupados.

“Que sorte alteza!” sussurrou um dos guardas “Um alvo fácil!”

“Mas é uma fêmea com filhotes!” respondeu o príncipe.

Nesse momento, a loba virou-se em direção a eles e rosnou em ameaça. Os filhotes recuaram e a loba começou a se afastar junto deles.

Ao verem que a presa fugia, dois soldados se precipitaram e avançaram com uma rede de caça em direção à loba. Cercaram-na e jogaram a rede sobre ela prendendo-a. A loba rosnava e se debatia enquanto seus filhotes mordiam os pés dos soldados sem efeito fazendo-os apenas rir.

“Venha, alteza! A honra de matá-la é sua!” gritou um dos guardas alegremente.

“Parem com isso!” disse Astérion temeroso “É só uma fêmea com filhotes!”

“Meu príncipe, caça é caça. São só animais!”

“Pois eu não farei parte disso!”

Foi quando tudo aconteceu rápido demais. Um dos filhotes mordeu em cheio o tornozelo de um dos jovens que acabou chutando o pequeno animal para longe. A loba rosnou e forçou a rede se levantando. Enquanto os soldados tentavam segurá-la, a névoa espessa aumentou e os finos grunhidos dos filhotes se transformaram em grossos rosnados furiosos. O pêlo dos filhotes começou a aumentar de forma assustadora e em segundos não existiam mais filhotes, mas sim cinco lobos gigantescos na clareira. Os soldados se assustaram e não houve tempo para reação. Os cinco lobos pularam sobre eles e rasgaram seus braços e pernas derrubando-os, mordendo em seguida seus pescoços enviando, enfim, os jovens ao submundo.

Em segundos, só restava o príncipe e os seis lodos furiosos. Um dos lobos fez menção de atacá-lo também, mas foi impedido.

“Espere meu querido, não o mate.” uma jovem voz feminina se fez ouvir.

Os lobos pararam imediatamente e abriram espaço, permitindo que a loba, agora livre da rede, se aproximasse do rapaz.  Os olhos de Astérion mal acreditaram no que viram. A forma da loba aos poucos foi se transformando em uma jovem moça de longos cabelos pretos e vestida com uma túnica também negra ornamentada com pedras que brilhavam em várias cores. A pele da jovem não era comum. Era de um branco acinzentado que lhe dava uma aparência sombria. Mas o que realmente importava naquele momento era que Astérion nunca havia visto uma jovem tão absurdamente linda como esta moça em toda vida.

Ela andava em sua direção com uma expressão altiva e sublime. Seus passos eram elegantes e seu cabelo, que chagava ao chão, balançava com suavidade emoldurando seu corpo esbelto. Ela o enfeitiçara com tamanha beleza.

“Fico surpresa ao vê-lo tão distante do palácio, jovem príncipe Astérion.” disse a jovem com uma voz cálida, mas que ecoou pela densa floresta “Ainda por cima, numa noite sombria como essa.”

“Q-quem é você? Como sabe quem eu sou?” perguntou Astérion nervoso.

“Ora, meu jovem. Quem não reconheceria o belo príncipe de Creta?” disse a jovem com prepotência “Mas, me diga, você realmente não faz idéia de quem eu sou?” perguntou ela parecendo divertir-se.

“A única coisa que sei é que seus lobos mataram meus homens!” disse Astérion recuperando o porte real “Quem é você e porque fez isso?”

“Foram seus homens que me atacaram meu rapaz.” disse a moça ainda com o ar divertido “Além disso, quem seria a jovem disfarçada de loba numa noite sombria como essa que atacou viajantes descuidados? Ainda tendo total controle sobre os lobos ao seu redor?”

A jovem o olhou com um sorriso cúmplice e seus olhos brilhavam com um brilho sobrenatural que parecia o próprio resplendor da lua crescente. Astérion sentiu um frio percorrer sua espinha. Sua mente foi preenchida por histórias contadas por viajantes que chegavam em Creta. Histórias sobre as traiçoeiras noites de lua cheia, onde a deusa das sombras e da feitiçaria caçava os viajantes com seus enormes lobos negros, onde tudo a sua volta poderia ser uma imensa ilusão. Mas isso não era possível! Ainda era lua crescente!

“Não diga asneiras, garota! Hoje não é lua cheia! Você vai acabar sendo amaldiçoada pela deusa Hécate por tentar se passar por ela!” gritou Astérion à moça.

Os lobos rosnaram e se aproximaram. Estavam prontos para desmembrá-lo assim como haviam feito com os soldados. No entanto, eles pararam no momento em que a garota começou a rir. Uma risada inicialmente sombria que se tornou uma gargalhada muito animada.

“Você é corajoso, meu caro Astérion! Disso eu nunca tive dúvida!” disse ela ainda rindo, mas ficou séria em segundos “Entretanto, eu o aconselharia a conhecer melhor as divindades que o rodeia. Você não gostaria que seu reino fosse amaldiçoado, gostaria?”

Dito isso, a figura da jovem modificou-se novamente. Em sua cabeça surgiu uma coroa com o símbolo das três luas visíveis: crescente, cheia e minguante. Seu cabelo e vestido tomaram um brilho espectral que refletia o céu estrelado, já seus olhos pareciam trazer consigo toda a escuridão do universo. Essa era definitivamente a imagem da deusa da magia e da escuridão. Hécate!

Astérion se ajoelhou tremendo, mas não tirou os olhos da moça a sua frente. A imponência dela era maior do que a de qualquer rei que já havia visto!

“Perdoe-me, perdoe-me, minha deusa! Não sabia que era a senhora! Não quis faltar-lhe com o respeito, eu juro! Realmente mereço ser punido, mas, por favor, poupe o reino de Creta.” rogou o rapaz abaixando a cabeça.

Houve uma longa pausa e o silêncio só foi quebrado pelo som das patas dos lobos se afastando e adentrando na floresta sombria. Astérion ergueu a vista devagar temendo que a deusa se irritasse com sua afronta em olhá-la, mas a encontrou encarando-o pensativa. Ela apoiou o cotovelo em uma das mãos e a outra segurava o queixo como se decidisse algo e então olhou para os corpos dos soldados espalhados pela clareira franzindo a testa.

“Sinto por seus homens, Astérion, mas eles mereceram.” Sua voz tinha um quê de franqueza e raiva, mas voltou-se para ele calma “De uma coisa você está certo, hoje não é lua cheia, não era meu dia de caça. Eu estava apenas aproveitando a noite quando seus homens resolveram me perturbar.”

“Eu sinto muito, minha deusa! Eu é que dei a idéia de caçarmos nesta floresta.”

“Da próxima vez não os deixe atacar uma fêmea com filhotes, ou acredito que será Artemis que ficará furiosa.” disse Hécate com um tom perverso.

Astérion ficou confuso. “da próxima vez”? Mas seus homens estavam mortos e, bem... Ele não seria morto agora? O jovem príncipe ainda não havia entendido porque a deusa não deixara os lobos o matarem. Porque fora poupado? Não era só por ele ser da realeza, os deuses não se importam com esses detalhes. Então, por quê?

“Se me permite perguntar, minha deusa.” o jovem perguntou e Hécate apenas o encarou esperando “Por que a senhora não permitiu que me matassem também?”

“Huhuhuhu.” a risada sombria se espalhou novamente “Eu ouvi muito bem quando você se recusou a continuar com a idiotice daqueles tolos.” houve uma breve pausa e ela continuou “Entretanto... Você também não os deteve, não é? Que tipo de soberano você será se não for capaz de comandar nem seus subordinados?”

“Entendo. Realmente fui um fraco... Então, que castigo receberei?” perguntou Astérion sério e inexpressivo, mesmo que seu coração na verdade quisesse sair pela boca. Não, ele não entendia e nem aceitava, mas jamais iria implorar por sua vida. No final da contas ele era um príncipe. O orgulho ainda o acompanhava.

Hécate olhou-o pensativa novamente. Por alguns instantes só se ouvia o farfalhar da folhas ao vento. Então a deusa levantou uma sobrancelha e abriu um sorriso divertido.

“Venha Astérion, vamos dar um passeio.” disse a deusa se dirigindo ao lago próximo.

“O-o que?” perguntou o jovem atordoado.

“Vamos caminhar um pouco. Quero que me faça companhia.” Hécate abriu um sorriso para ele e moveu a mão em um arco em direção ao céu. Nesse momento a névoa começou a enfraquecer e por fim desapareceu levando consigo o mau agouro da floresta. “A noite está muito bonita para apreciar, não acha?”

Realmente. Agora que a névoa sumira, a luz da lua crescente era suficiente para iluminar toda a floresta. Era uma noite maravilhosa!

“Se a senhora deseja...”

Astérion levantou-se desajeitado e acompanhou a deusa ao redor da margem do lago iluminado. Estava muito nervoso e angustiado. Ficava se perguntando qual seria seu castigo e o que a deusa poderia fazer com ele naquele momento. Ele tentava não transparecer seu estado de espírito, mas Hécate não se deixou enganar.

“Relaxe meu jovem. Huhu. Só estamos passeando. Não se preocupe com seu castigo agora. Como tem passado seu pai, o rei de Creta?”

Hécate sorriu gentilmente para o rapaz e continuou a fazer perguntas banais sobre seu reino e parentes. Coisas que, ele tinha certeza, ela já sabia por ser uma deusa, mas continuava a respondê-la educadamente. Ela ria de algumas respostas e ponderava sobre outras, como se estudasse as palavras do príncipe. Aos poucos Astérion foi se acalmando e ficou confortável para finalmente fazer uma pergunta.

“Minha deusa, o que vai acontecer com as almas dos meus soldados?”

“Bem, elas serão levadas ao submundo e passaram cem anos sendo atormentadas pelas fúrias. Isso se agüentarem.” disse Hécate com frieza e sem remorso, como se falasse de algo banal “Afinal, eles desgostaram um deus, não é? Mas por que ainda se preocupa com isso?”

“Mas minha senhora, fui eu o culpado de trazê-los até aqui e eles não faziam idéia de que era a senhora aquela loba. Eles não tiveram a intenção. Não haveria como perdoá-los? Eles realmente merecem esse castigo?” disse o jovem em um fôlego só.

“Está questionando o julgamento de um deus, meu jovem?” interrompeu Hécate com uma voz ameaçadora.

“Não! Eu apenas... Eu apenas queria fazer algo para me redimir com eles... E ainda me sinto o culpado de tudo que aconteceu.”

“Hum... Se é assim me diga Astérion. Você daria parte de sua vida para salvar as almas daqueles jovens?”

Astérion congelou. Era verdade que se sentia culpado, mas sua vida? Ele seria capaz de abdicar que parte de sua vida por aqueles meros soldados? O rapaz olhou apavorado para a deusa. Hécate estava com um sorriso enorme no rosto. Ela parecia estar se divertindo bastante com a confusão do rapaz. Isso irritou Astérion. Será que os deuses realmente não dão a mínima importância aos humanos?

“Os deuses realmente gostam de se divertir à custa dos mortais, não é?” perguntou o jovem friamente.

“Hahahahaha! Isso é bem verdade!” Hécate soltou uma gargalhada e deu as costas ao rapaz novamente “Você é realmente muito corajoso, meu caro. Se fosse outro deus, se irritaria bastante. Se não aceita a minha proposta é só dizer...”

“Eu aceito!” interrompeu o príncipe. Hécate voltou-se para ele imediatamente com uma expressão surpresa e isso fez Astérion sorrir. Não era todo dia que se pagava um deus de guarda baixa. “É parte da minha vida em troca de salvar as almas deles, não é? Eu aceito.”

“Espere garoto. Eu não disse quanto de sua vida eu irei tomar. Pode ser um dia, um mês, um ano, ou ainda toda ela. Você compreende isso?” disse a deusa se possível atordoada e... Preocupada?

“Não importa. A culpa foi minha e eu devo pagar também. Que tipo de rei eu serei se não me responsabilizar e abandonar meus homens?” respondeu Astérion com seriedade e certeza na voz. Ele estava apavorado, sim. Mas não havia volta. Ele não era o tipo se homem que abandona uma obrigação e não iria acovardar-se frente àquela mulher. Àquela deusa!

Hécate estava realmente surpresa. Ela não imaginou que o rapaz pudesse ir tão longe em sua brincadeira. O jovem príncipe de Creta era realmente imprevisível. Mas até que ponto?

“Já que é assim, vou lhe ensinar a tomar mais cuidado com os tratos que faz.” disse Hécate tentando segurar um sorriso em vão “Quero que você me encontre nesse mesmo local na próxima lua crescente para me pagar o que foi oferecido. Fui clara?”

Um mês?! Era tudo que Astérion teria?! Um mês?! Bela “parte” que Hécate lhe tiraria! E agora? O que ele iria fazer agora?

O silêncio do príncipe entregou todo o seu medo e indecisão, o que só fez o sorriso da deusa aumentar. Hécate estava realmente se divertindo essa noite!

“Está desistindo, Astérion?”

“... Um rei não volta com a palavra.” sussurrou o jovem quase inaudível e hesitante.

“Huhuhu. Então está feito. As almas dos jovens em troca de parte de sua vida. Até a próxima lua crescente, meu caro.” Hécate começou a se afastar novamente, mas parou e disse por fim sem olhá-lo “Se você não aparecer, considerarei o trato desfeito. Você estará livre, mas as almas serão punidas devidamente.

Dito isso, uma nuvem negra envolveu o corpo da deusa que sumiu junto às sombras das árvores deixando o jovem príncipe sozinho e atordoado.

Seu corpo tremia como se estivesse congelando em uma nevasca. Forçou seus pés a andarem de volta ao acampamento. Ele ainda precisava enterrar os corpos dos soldados adequadamente ou suas almas não passariam pelo rio dos mortos. Entretanto, ao chegar à clareira, esta estava vazia. Nenhum corpo e nem sinal de sangue ou briga.

Do meio das árvores o príncipe ouviu o farfalhar de folhas e algo se aproximando. O que faltava acontecer nessa maldita noite? Ele se preparou para enfrentar qualquer coisa que aparecesse, mas então ouviu uma voz conhecida.

“Alteza! Onde o senhor se meteu?! Estávamos lhe procurando a horas!” disse a voz conhecida que pertencia a um dos quatro soldados que deviam estar mortos nesse exato momento. Mas, ao invés disso, lá estavam eles. Vivos! Os quatro se aproximaram e pareciam aliviados em encontrá-lo.

“Onde o senhor estava?” perguntou um deles.

“Eu... eu estava com...”

Um vento muito forte espalhou as folhas das árvores e calou a todos na clareira. Uma voz pareceu sussurrar ao ouvido de Astérion através do vento. “Não conte nada a ninguém.” Era a voz de Hécate!

“Eu acabei dormindo na margem do lago.” disse ele apressado.

“Ah? O senhor podia ao menos...”

“Vamos voltar para o acampamento. Já chega de caça por hoje, estou cansado.” Interrompeu o príncipe já se virando e seguindo caminho.

“Mas, alteza...”

“Agora!” ordenou Astérion com a voz cortante.

Os soldados se calaram assustados. O príncipe Astérion não era conhecido por ser um homem de pulso forte, nem mesmo com seus subordinados. Era ainda mais raro o olhar sério e incisivo estar presente em seu rosto, quanto mais utilizar de seu poder para ordenar algo a alguém. Os quatro estavam bem surpresos.

Astérion se afastou e os soldados o seguiram sem dizer mais nada. Ele estava realmente irritado. Acabara de dar praticamente sua vida por esses tolos e eles não faziam idéia, não se lembravam de nada! Era bem verdade que ele não esperava que a deusa devolvesse a vida deles, isso era bom, mas não significa que ele estava feliz em morrer! Ele não era tão solidário assim!

No fim, a culpa de toda a confusão havia sido dele próprio. Afinal, se ele tivesse tido um pouco mais de moral e contido seus homens, Hécate teria somente ido embora. Droga! Já que era assim, ele iria provar que não era um fraco! Iria mostrar o poder de um verdadeiro soberano! Mesmo que no seu último mês de vida.

****** 1 mês depois *****

Astérion chegou à clareira ao cair da noite. A lua crescente começava a alcançar o centro do céu e o vento balançava as folhas suavemente. Era uma noite calma e agradável. “Uma bela noite para morrer.” pensou ele sarcasticamente... de novo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.^^As cronicas não são muitas e já estão todas escritas, mas só vou digitar se vocês quizerem ta? Me deixem saber se devo continuar ou melhorar em algo.B-jão e obrigadão por terem lido!!!
Bem, pra quem não conhece muito a deusa Hécate pode dar uma olhadinha aqui: http://pt.wikipedia.org/wiki/H%C3%A9cate_%28mitologia%29
E uma foto:
http://i451.photobucket.com/albums/qq232/morriganspriestess/2008TheMorriganLargeviewJessicaGalb.jpg