Medal Of Honor escrita por mah_veh


Capítulo 3
Suicídio?




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Brenda Sr e Cammy, obrigada pelos comentários e o apoio no começo da fic. Vocês não tem noção do tamanho da ajuda que me dão ao comentar. Só thank yuo very, very much...

Então, aqui vai mais um capitulo, espero que vocês gostem e continuem acompanhando....

 Isabella, estava possessa, irritada, brava, irada, soltando fogo pelas ventas. Ela caminhava em passos rápidos e largos, que ecoavam pelo corredor escuro e vazio.

A mulher estava desejando quebrar a cara do major, do general e do tal sodado perdido.

Era difícil acreditar que ela provavelmente perderia sua vida para resgatar o filho do homem, que deixou seu pai para morrer.

Ela se pergunta o por que. O por que de ser ela. Dentre tantos capitães existentes naquela merda, eles tinham que escolher bem ela.

Se Carlisle tivesse um pingo de vergonha e decência na cara, ele jamais pediria uma coisa daquelas, imagina então ordenar.

Era muita, mais muita cara de pau dele, querer que ela fizesse aquilo. O homem era tão, mais tão covarde que nem por os pés ali na base, para lhe ordenar aquilo, ele pôs. Ele chegava a ser covarde a ponto de mandar o major lhe dar aquela noticia.

Faziam treze anos que ela não via mais aquele homem, mas ela lembrava perfeitamente dele.

Alto, encorpado, loiro, olhos azuis, e um sorriso que ela um dia achou lindo e encantador.

Carlisle era o padrinho de Isabella. Ela chegou a morar com ele e sua família, depois da morte do pai. Mas aquilo não durou uma semana. Ela ouviu atras da porta a verdade e fugir para casa do tio, aonde morou até completar dezesseis.

O homem até tentou falar com ela, conversar, mas ela nunca mais quis vê-lo, ou ouvi-lo. Ele a tinha enganado e ela o odiava.

Sim, odiava como nunca odiou ninguém. Odiava mais do que odiava o presidente, mais do que odiava Sadan, mais do que odiava a guerra.

Ela estava se vendo de mãos atadas, obrigada a ajudar o homem que mentiu para ela, o homem que não ajudou a única pessoa que Isabella tinha.

— Capitão. - Assim que pôs os pés na rua, ela ouviu Whitlock a chamar, mas para o próprio bem dele, fez não ouvi-lo e continuou seu caminho.

Quando ficava muito irritada, a mulher gostava de ficar sozinha, para não descontar sua raiva em quem não merecia.

— Capitão espera. - Whitlock a alcançou, e pior, colocou a mão no ombro da mulher.

Ela bufou, parou de andar, levou sua mão até a mão do soldado e a apertou forte, para em seguida tirá-la de lá.

Ela virou-se furiosa, encarando o soldado, que se esforçava para não chorar a acusando de ter quebrado sua mão.

— O QUE É SOLDADO? QUAL A PORRA DO SEU PROBLEMA? - Ela gritou, pondo um porcento de sua raiva para fora.

Whitlock, ao ver a cara fechada da capitão, os olhos estreitos e a ira que eles transmitiam, esqueceu completamente o que queria. Talvez quando conseguisse se mover, ele fosse até a enfermaria, tratar da mão que com certeza a capitão tinha quebrado com um único apertão.

Aquela mulher que estava ali na sua frente, a centímetros de distancia, não parecia em nada com a outra que sorria um tempo atras por causa de sandálias. Ele não conseguia encontrar vestígios dela ali, tudo que ele via era ódio, muito ódio, nada além de ódio. Ele não conseguiu a encarar nem por dois segundos, todo aquele ódio que ela transparecia, o assustava.

— Er... - Ele tentou abrir a boca, mas estava dominado pelo medo, simplesmente não conseguia falar. Isabella puxou lentamente o ar, enchendo os pulmões. Ela viu pelo jeito que o soldado a olhava, que o tinha assustado, e ela sabia que ele não tinha nada haver com sua merda de vida. Então tentou se concentrar para ter vinte segundos de calma.

— Eu não sei o que você quer, mas o que quer que seja, conversamos sobre isso depois. - Disse ao soltar o ar.

O soldado percebeu que ela se esforçava para falar baixo e com calma.

— Preciso me acalmar antes de falar com alguém. - Como ainda estava sem voz, o soldado só assentiu. - Eu preciso me acalmar. - Murmurou de novo, antes de dar as costas para o soldado e voltar a caminhar.

Whitlock a observou se distanciando, e se perguntou mentalmente o que tinham feito para despertar toda aquela ira.

Isabella quase quebrou a porta do seu quarto ao fechá-la, ela já estava P da vida e para piorar as coisas, McCarty estava de volta ao seu quarto, e aquele maldito rock estava no ultimo volume.

Ao ver seu saco de pancadas de relance, ela não exitou, e depositou um soco forte ali, seguido de outro e mais outro. Quando se deu conta, ela socava furiosamente e sem parar o maldito saco.

Socava com tanta força e raiva, que suas mãos começaram a sangrar, já que ela não usava nenhum tipo de proteção. Ao invés de parar ao ver o sangue, ela começou a socar ainda com mais força, imaginando que o sangue que via, era o sangue da cara do general.

Seus cabelos soltos, grudavam em seu rosto suado, mas aquilo não a incomodava, tudo que ela queria, era conseguir se ver livre de dez porcento do ódio que estava sentindo. Mas acabou sendo atrapalhada por três batidas na porta.

Ela deu mais três socos no saco, tirou os cabelos da frente dos olhos. Respirou fundo e foi ver quem era o infeliz que batia.

Ao abrir a porta, ela deu de cara com McCarty, com um sorriso quase maior que o rosto. Ela rolou os olhos e teve vontade de fechar a porta na cara dele, mas se conteve.

O sorriso de McCarty murchou, ao ver as mãos ensanguentadas da capitão. Pela cara fechada da mulher e o olhar duro, ele teve certeza que alguém a tirou muito do sério.

A capitão podia até ser uma mulher de poucas palavras e reservada, mas ela nunca foi mal educada ou grossa com um soldado, não sem motivos. E pelo que ele ficou sabendo minutos antes, ela quase arrancou a mão do soldado desengonçado, além de ter gritado com ele no patio, em frente a muitos soldados.

Aquela atitude, junto com a cara de fúria dela, com certeza tinha um motivo.

— Vai ficar ai parado me olhando, ou vai me dizer o que quer? - Questionou sem paciência, e qualquer duvida que ele tinha foi-se ao ouvir aquilo.

— A senhora está bem? O que ouve com suas mãos? - Ela suspirou buscando paciência.

Não desconte nele, ela dizia para si mesmo.

— Só estava treinando um pouco de boxe, sem proteção. - Explicou sem muita paciência. - O que quer? - Voltou a perguntar.

McCarty, assim como qualquer outro soldado daquele grupo, sabia que quando capitão estava fula da vida, era melhor nem chegar perto. Mas contrariando seu cérebro que o mandava cair fora, ele resolveu ficar ali, e descobrir o motivo de tanta raiva.

— Saber por que está irritada? - Ele respondeu perguntando.

Ela bufou, pensando que talvez ele pudesse ir embora, mas continuava lá parado, pelo jeito ela não o assustava.

— Isso não interessa a você. - Ela foi ríspida, querendo que ele caísse fora.

— Verdade, mas mesmo assim gostaria de saber. - O ódio pareceu crescer no rosto da mulher e talvez fosse muito boa a ideia de ele se mandar. - Talvez se a senhora desabar, fique melhor – Murmurou tirando os olhos dos dela.

— Sabe o que eu quero agora? Quero quebrar a cara de alguém.

No lugar daquele maldito saco, eu quero colocar uma pessoa e quero socá-la, até fazê-la sangrar bastante. Por um acaso quer se disponibilizar tenente? - Ela esbravejou o fazendo arregalar os olhos.

— Se a senhora prometer não quebrar meu nariz, eu aceito. - Aquele homem era louco, foi o que ela pensou. Tudo que ela queria era assustá-lo para que ele fosse embora e a deixa-se em paz, e ele concordou em ser socado, se o nariz não fosse quebrado.

Isabella o encarava perplexa, por ter ouvido aquilo, o tenente só podia ter algum problema mental, só podia ser aquilo, mas ele estava se oferecendo, talvez só alguns socos para quem sabe melhorar, não fosse mal ideia.

— Ok, entre. - Ela o puxou para dentro e fechou a porta.

O coração dele começou a bater forte, ele queria dizer que estava brincando, que não queria que ela lhe amaçasse sua cara, mas já tinha oferecido, não seria covarde de voltar atras, suportaria a tudo sem reclamar.

— Ajoelhe-se. - Ela ordenou.

Bom, ele tinha se oferecido para apanhar, não tinha? Então ela ia bater.

McCarty tinha ganho uns pontos com a capitão, primeiro por se oferecer para apanhar. Segundo por ajoelhar-se sem ao menos dizer algo.

Assim que ela suspirou e fechou as mãos em punho, McCarty fechou os olhos. Isabella balançou a cabeça negativamente ao ver aquilo e perguntou-se o que estava fazendo.

Ela não podia bater no seu soldado, não o podia usar de saco de pancadas. Ele não tinha nada haver com sua vida, ele só queria ajudá-la, e ela queria quebrar a cara dele. Ela voltou a suspirar e sentou-se na cama.

— Levante-se. - Ordenou.

McCarty abriu só um olho, para ver o que acontecia. Ao ver a capitão sentada em sua cama, ele respirou mais aliviado e abriu o outro olho.

— O que aconteceu? - Questionou sem entender. Ele deveria estar levando uns socos, não deveria, não?

— Eu não vou bater em você. - Ele franziu o cenho, não entendendo mais nada. Será que ela pensava que ele era fraco?

— Por que não? Sou forte, vou aguentar sem reclamar. Prometo. - Ela teve que sorrir ao ouvir aquilo.

Além de se oferecer para apanhar, ele insistia para que ela o batesse. Com certeza ele tinha algum problema.

— Porque meu problema não é com você. Agora levante-se. - Ele fez o que ela pediu e levantou-se. Para em seguida puxar a cadeira no canto do quarto e sentar-se de frente para ela.

Ela voltou a suspirar, encarando o soldado. Assim que seus olhos passaram pelas placas de identificação dele, ela viu por lá um escapulário, o que a fez sorrir sem humor.

— Você acredita em Deus tenente? - McCarty não entendeu o porque da pergunta, mas claro que ele acreditava.

Ele rezava e pedia perdão todos os dias, por matar pessoas das quais ele nem conhecia, mas que ele tinha certeza que também tinham uma família. Mas ele não tinha escolha, era matar ou morrer.

Ele não tinha prazer de matar, apenas o fazia para sobreviver. E não, não existia nenhum tipo de gloria naquilo.

— Sim capitão, eu acredito. - Ela não acreditava.

Deixou de acreditar desde que pai morreu. Antes disso, ela acreditava. Ia as missas, prestava atenção no padre, rezava e agradecia. A única coisa que ela pedia, era pela saúde do pai.

Mas nada aquilo salvou seu pai, e ele morreu cruelmente. Então que Deus era aquele que diziam que existia? Como ele permitia aquilo? Como ele permitia tanta violência, tantas mortes, tanto sofrimento, tanta crueldade? Por que ele não a ajudou com seu único pedido?

Só tinha uma resposta para aquilo, ele não existia.

— Amanhã estaremos partindo para Tall Afar. Vamos para o sul do Iraque, em busca de um soldado perdido. - Emmett arregalou os olhos ao ouvir a palavra sul.

— Não. - Murmurou.

Não qualquer coisa menos o sul, ele pensava. Será que a capitão tinha gostado da ideia que o tenente tinha dado a Whitlock naquela manhã, e resolveu que eles iam atras de um soldado desaparecido?

— Sim, nós vamos. - Ela esbravejou pensando sobre o assunto. - E não tem diabo que convença o major do contrario. - O major? Então era uma ordem do major?

Era por aquele motivo que ela estava brava, ela não queria ir, mas pelo jeito, não tinha escolha.

Emmett não queria ir, ele ainda era muito jovem para morrer, e seu planos? E a faculdade que pretendia cursar? E Rosalie, o amor de sua vida? Como ele iria se declarar, se estaria morto?

Ao ver medo nos olhos do soldado, Isabella sentiu ainda mais raiva do general Cullen. Assim como sentiu-se impotente. Ela teria que levar seus soldados para morte, e não tinha uma solução para aquilo.

Ela gostava de seus soldados, gostava de ouvi-los conversar, fazer planos, combinar coisas para quando saíssem dali. As vezes eles a tiravam do sério, quando eram abusados, irritantes e preconceituosos, mas a maioria das vezes eram ótimos garotos.

Sim, eles não passavam de garotos, o soldado mais velho de sua equipe, tinha vinte e seis. Mal tinham começado a viver, e quando ela pensava sobre aquilo, tinha vontade de matar alguém.

— Sinto muito tenente. - Ela realmente sentia, bem mais do que deixava transparecer.

— E agora? - Perguntou, como uma criança que quando sentia muito medo, recorria a mãe, para que ela prometesse que tudo ficaria bem. Mas Isabella não era sua mãe, e tão pouco poderia prometer que tudo fiaria bem.

— Sugiro que aproveite bem o dia de hoje.

Estaremos partindo amanhã as cinco. Por favor avise ao grupo e peça para eles não se atrasarem.

Quero todos na frente da bandeira amanhã as quatro e quarenta e cinco, sem atrasos. - Ele fitava o vazio, ainda tentando digerir a informação.

— Sim senhora. - Murmurou atordoado.

A mulher suspirou ao ver como o tenente tinha ficado abalado. Ela queria voltar a socar o saco de pancadas, porque a raiva da qual ela tinha conseguido aliviar, estava de volta, e suas mãos estavam começando a doer.

— Emmett? - Pela primeira vez, em todos os dias que eles estavam ali, ela o chamou pelo nome. Pelo seu primeiro nome.

Ele acharia aquilo o máximo, se não estivesse tão apavorado. Então não disse nada, só a encarou. 

— Não os apavore, por favor. - Ela pediu. - Seja otimista, se você for dar essa noticia com essa cara, nós já vamos estar mortos, antes mesmo de sairmos daqui.

Precisa se mostrar confiante, se acontecer algo comigo, o comando é seu. E com essa cara de apavorado, você não vai conseguir dar ordens nem para Whitlock.

Nosso grupo é bom, nós temos chance, por isso que estão nos mandando. Não nos mandariam, caso achassem que não conseguiríamos. O Major disse que o nosso grupo é o melhor.

Eu vou pegar um mapa detalhado do deserto e vou traçar uma rota aonde encontremos menos cidades possíveis.

Eles podem até ser fortes por lá, mas nosso grupo é muito melhor. Nossos homens são incontáveis vezes melhor, assim como nossas armas. - Isabella tentava animá-lo e falava aquilo com vontade e determinação, mostrando confiança.

— Ah qual é tenente? Somos nós quem soubemos fazer guerra, não esses Iraquianos de araque.

Para lhe ser sincera, eu não estou brava por termos que atravessar o deserto em busca de um soldado. Estou brava por ter que ajudar alguém que eu não gosto, esse é o real motivo. - Ela conseguiu, suas palavras deram um injeção de animo em McCarty.

É, ela tinha rasão. E dai que os Iraquianos eram muitos? Do que adianta ser muitos e não ter competência nem armas para serem melhor?

Sim, a capitão Swan estava certa, em todos os sentidos. Principalmente quando ela disse que ele precisava se mostrar otimista e precisava deixar os outros otimista.

Eles conseguiriam sim resgatar o soldado desaparecido, McCarty dariam uns bons cascudos no garoto por ele ter causado estresse e eles voltaria para a base.

— Vou fazer o que estiver ao meu alcance para conseguirmos. Você vai voltar para casa e vai se declarar para Rosalie. - Ao ouvir as palavras da mulher, McCarty franziu o cenho, surpreso e confuso.

— Como a senhora sabe de Rose? - Ele nunca tinha falado sobre Rosalie para a capitão.

Na verdade ele queria pegar as duas, e propor a elas para que eles morassem no Marrocos, aonde era permitido ter mais de uma mulher.

— Porque eu ouço. - Respondeu dando de ombros. - Você sempre fala sobre ela com os outros soldados, eu não sou surda tenente. - Ela quase achava engraçada a cara com que o tenente a encarava.

— A senhora tem namorado? - A pergunta a pegou de surpresa. Desde quando eles estavam falando sobre ela?

McCarty não soube direito porque pergunto, mas quando percebeu já tinha perguntado.

Nenhum soldado conseguia arrancar nada daquela mulher. A única coisa que todos sabiam era que ela se chamava Isabella Swan e que morava nos Estados Unidos.

Eles não sabiam quantos anos ela tinha, se era casada, solteira, separada ou desquitada. Não sabiam de que estado ela era, muito menos a cidade. Não sabiam para que time ela torcia, e o que ela fazia antes de parar ali.

No começo eles até tentaram pescar alguma coisa, mas ela nunca quis falar a respeito e eles foram desistindo de perguntar.

— Não acredito que a aposta ainda continua. - Ela comentou, balançando a cabeça negativamente.

Isabella sabia que sua vida despertava interesse dos seus soldados, e como ela nunca falou nada a respeito de quem foi, antes de ser a capitão deles, aquilo acabou virando uma grande aposta.

— Que aposta senhora? - Como ela sabia da aposta? McCarty se perguntou.

— Aquela que fizeram sobre a minha vida. Quantos anos eu tenho, aonde moro, meu estado civil, para que time eu torço e tudo mais. - Ele não fazia ideia de como ela tinha descoberto aquilo, mas ela tinha e ele estava sem saber o que dizer.

— Como a senhora sabe? - Questionou envergonhado.

— Do mesmo jeito que sei da sua namorada. Ouvi vocês falando. - Respondeu como se fosse obvio, na verdade, era obvio.

— Quando eu era criança eu ouvi uma frase da qual nunca me esqueço. - Ela lembrou-se saudosa do pai lhe dizendo aquilo. - Temos dois ouvidos e uma boca, para ouvir mais do que falar. - Faz sentido. Foi o que ele pensou.

Pensou também que tinha que controlar seus pensamentos pervertidos perto dela, porque talvez ela fosse capaz até de ouvir o que ele pensava.

— Não vai responder minha pergunta? - Ele voltou a insistir.

Isabella olhou para o sangue já seco em suas mãos e levantou-se, ela precisava lavar aquilo.

— Acha que eu tenho namorado? - Se ele soubesse, não estaria perguntando.

McCarty suspirou derrotado, sabia que não arrancaria nada dela.

— A senhora é a pessoa mais desconhecida que eu conheço. - Ele murmurou, a fazendo sorrir com os cantos da boca.

— Ok, eu vou lá fora, preciso lavar as mãos. - Sim, ele sabia que ela precisava.

Alem de lavar ela precisava cuidar das mãos, que pareciam bem feias.

— Por favor, avise os outros soldados e não os desespere. Quando sair, feche a porta. - Ele assentiu e ela lhe deu as costas.

— Capitão? - Ele a fez voltar. - Vou avisar os soldados depois do almoço. - Ela assentiu concordando. - Depois vou convidá-los a virem até meu quarto. Para bebermos whisky, fumarmos alguns charutos, e ouvir muito rock n roll. - Quando a mulher sugeriu que ele aproveitasse o dia, não quis dizer para que ele lhe contasse seus planos, só quis dizer para ele se divertir, ou algo assim.

— Se a senhora quiser, pode juntar-se a nós. - Aquilo foi um convite.

Ela cruzou os braços pensando sobre o assunto. Não era uma má ideia beber e fumar, a única má ideia eram as musicas barulhentas, que eles ouviriam. De qualquer forma, primeiro ela precisava estudar o mapa, ter um plano, na verdade dois planos, caso o primeiro viesse a falhar, depois ela decidiria, ir ou não.

— Quem sabe mas tarde tenente. Se vocês ouvirem as musicas em um barulho mais considerável, talvez eu apareça. - Emmett tinha certeza que ela negaria, ela sempre negava, mas para sua surpresa, ela quem sabe passaria por lá, aquilo o fez sorrir. Talvez estivesse mesmo próximo da morte, e Deus o estivesse dando um premio.

— Feche a porta quando sair, por favor. - Ela pediu e se foi.

Depois de lavar as mãos e jogar um pouco de água oxigenada em cima delas, Isabella foi até a sala de reuniões. Pegou um mapa daquele maldito deserto, um lápis, bloco de anotações e passou na sala do major, para pegar a foto do soldado que tinha deixado lá.

Graças a todos os Santos, a sala estava vazia, pegou rapidamente o que precisava e voltou para seu quarto.

Ela não almoçou naquele dia, nem aproveitou suas sandálias nova. Tudo que fez foi ficar dentro do quarto concentrada, estudando um plano, uma maneira de perder menos homens possíveis.

A capitão traçou todas as rotas que eram possíveis de fazer com os carros. Analisou cada detalhe que podia tirar daquele mapa, e por fim definiu o caminho que eles percorreriam.

Nem as músicas insuportáveis do tenente, e as constantes rizadas que vinham do quarto dele, lhe tiravam a concentração.

Já estava escurecendo quando ela por fim terminou, estava tirando as coisas de sua cama, quando seus olhos bateram na foto do soldado Cullen. Ela suspirou e voltou-se a sentar.

— Você cresceu. - Murmurou para a foto do ex amigo.

Sim, aqueles cabelos estranhos só podiam ser mesmo de Edward.

Ele ainda lembrava o garoto que ela conhecera. Seu sorriso continuava o mesmo, e seus dentes ficaram bons sem aquele aparelho horrível.

— Por que teve que vir para cá? Sua mãe deve estar maluca, seu irresponsável.

O que aconteceu com a história de ser médico? - Naquele momento, conversando com a foto, Isabella deixou algo acontecer.

Ela deixou as lembranças que um dia enterrou em seu cérebro e prometeu jamais desenterrá-las, tomarem conta de si. Ela permitiu lembrar-se do tempo em que era uma criança. Do tempo em que era simplesmente a Bella, amiguinha inseparável de Edward.

 

— Aposto que quando crescer, você vai ser uma daquelas corredoras. - Edward respirava com dificuldades, depois de ter corrido por uns bons dez minutos atras de Bella.

Suas mãos estavam apoiadas no joelho, ele estava de frente para a garota, que já estava senta de baixo da arvore dos dois, rindo da canseira do amigo.

— Não, eu não quero ser corredora. Quero ser guitarrista, tocar em uma banda de rock. Você sabe, eu já te disse isso. - Edward sorriu e jogou-se ao lado da garota.

Ele era um menino folgado, deitou a cabeça nas pernas dela, sem ao menos pedir permissão.

— Você vai ser a melhor guitarrista do mundo. E a mais linda também. - A menina corou com o elogio recebido.

Edward ficava fascinado com o jeito as vezes tímido da garota. Na verdade ele estava ali enrolando, para tentar tomar coragem e a pedir em casamento.

Ela era a menina mais linda, bonita e gentil, que ele conhecia. Ele queria ficar com ela para sempre, não se importaria de correr atras dela todos os dias, nem de as vezes brincar de casinha com ela, se seu irmão Derick não descobrisse, claro.

— E você? Já decidiu o que quer ser quando crescer? - Ela mergulhou a mão nos cabelos suados do menino, os alisando.

Bella achava linda, a cor estranha dos cabelos dele. Na verdade, ela achava ele lindo. Os cabelos, os olhos, e principalmente o sorriso. Mesmo com aquele aparelho horroroso, ela achava o sorriso dele lindo.

Quando eles não estavam juntos, ela vivia suspirando ao lembrar-se dele.

— Médico, eu quero ser médico. Vou cuidar de você e da minha mãe para sempre, e vocês nunca vão morrer, porque eu não vou deixar.

 

http://www.youtube.com/watch?v=jFlNo1NjAEQ (música)

O som que foi aumentado consideravelmente no quarto ao lado, trouxe Bella de volta a base. Ela soltou um longo suspiro ainda encarando a fotografia.

— Aonde quer que você esteja, aguente firme Cullen, eu vou buscar você. - Murmurou antes de tirar os olhos da fotografia, levantar-se e arrumar as coisas.

— Ridin' down the highway, goin' to the show, stop in on the byway, playin' rock n' roll... - A capitão se viu murmurando a música que tocava no quarto vizinho.

Ela balançou a cabeça tentando se livrar daquela música idiota, que nem ela sabia que sabia cantar. Puxou forte o ar, pôs as mãos na cintura e olhou para o quarto.

Ela não conseguiria assistir um filme com aquela barulheira, e dormir então, nem pensar. Então calçou suas lindas sandálias, e saiu dali, indo para o quarto ao lado, na baderna do tenente McCarty.

Todo barulho que McCarty, Ryan, Damon, Clapton e Johnson estavam fazendo, acabou assim que eles viram a mulher entrando no lugar. Talvez até ACDC, tivesse se calado se aquilo fosse possível.

Todos os soldados, exceto McCarty, estavam surpresos com a presença dela ali.

Ela nunca, nunca mesmo fazia um happy hour com eles depois da hora. Eles sempre a convidavam para jogar cartas no refeitório, mas ela sempre dava uma desculpa qualquer para não ir. Com o passar dos dias, eles já nem convidavam mais.

— Atrapalho? - Ela questionou ao notar o silencio de seus soldados ao lhe verem.

— Não. - Responderam todos juntos e rápido de mais.

Isabella achou aquela cena estranha, o que ela faria ali afinal? Estava na cara que só estava atrapalhando seus soldados.

Ela balançou a cabeça negativamente, se perguntando o por que de ter ido ali e resolveu voltar para o seu quarto.

— Ok, esqueçam isso, eu vou indo. - Murmurou, passando as mãos pelos cabelos.

Quando ela fazia aquilo, McCarty ia quase a loucura, se aquela mulher soube-se o quanto ficava sexy com aquele ato, talvez ela não o fizesse na frente dele.

— NÃO. - Ele disse alto de mais. - Claro que não. Vai fazer desfeita se se virar e for embora agora. - Ele continuou.

— Sente-se aqui. - O tenente levantou-se rapidamente da cadeira que estava sentado e deu o lugar a mulher. Em seguida ele pegou um litro de whisky ainda não aberto e entregou a ela.

— Sente-se capitão. - Insistiu, apontando para a cadeira.

Ela suspirou, pegou o litro das mãos do tenente e fez o que ele sugeriu, sentou-se.

Seus olhos percorreram rapidamente o quarto, que parecia ser ainda menor que o seu. Tinham cinco soldados ali, seis contando com ela, o que deixava o quarto ainda mais pequeno.

Ryan e Clapton estavam sentados na cama. Damon e Johnson, estavam sentados no chão, encostados na parede.

Como a capitão tinha ficado com a cadeira, McCarty também sentou-se no chão. Encostando-se na porta.

Depois de observar o quanto o quarto estava pequeno, Isabella resolveu se concentrar no cheiro, que sentiu sentiu logo ao entrar ali. Um cheiro que de longe lhe lembrava algo ilegal.

Como estavam todos quietos, ela resolveu falar.

— Por algum acaso, estavam fumando maconha? - Claro que aquele cheiro era de maconha, não poderia ser de outra coisa.

— Não. - Todos responderam juntos de novo, e de novo rápido de mais.

Sim, eles estavam, além do cheiro, os olhares que eles compartilhavam dizia aquilo.

— Droga. - Ela soltou em um suspiro. - Estou precisando urgentemente de uma tragada. - Os soldados se entre olharam espantados. Surpresos, muito surpresos.

— A senhora fuma maconha? - Ryan arriscou perguntar.

— Já fumei, umas três ou quatro vezes. É algo realmente relaxante. - Respondeu dando de ombros.

Clapton encarou McCarty que assentiu. O soldado se pôs de pé e tirou um pacote do bolso de sua calça. Do pacote ele tirou um cigarro de maconha e entregou a capitão.

Ela sorriu do mesmo jeito que tinha sorrido para as sandálias ao ver aquela erva relaxante.

— Isso é ilegal. - Ela murmurou, enquanto levava o cigarro até a boca. - Acho que vou confiscar tudo o que vocês tem. - Clapton riu da piada da mulher e fez o fogo, para que ela acendesse.

Ela deu uma longa tragada e prensou aquilo devagar, fazendo os outros rirem.

— Vocês vão para o céu. - Foi o comentário dela, depois de soltar a fumaça.

— Devo confessar que estou surpreso capitão. - Johnson comentou. - A senhora não tem cara de quem fuma maconha. - A mulher voltou a tragar o cigarro.

Será que eles a achariam egoísta se ela ficasse com aquele só para ela?

— E quem disse que eu fumo? - Tinha humor na voz dela. - Por algum acaso estão vendo alguma coisa? - Ela pôs o cigarro na boca, para que pudesse abrir o litro de whisky que tinha ganho.

— Nunca vi, nem soube de nada. - Damon fez todos rirem.

— Muito menos eu. - Clapton respondeu em um sorriso.

— Podem me dizer, de onde vem esse contrabando? Maconha, Jack Daniels? - Ela os questionou, depois de dar dois grandes goles na bebida.

Os soldados acabaram rindo, aquela era a primeira vez que eles a viam interessada por alguma coisa.

— Poker senhora. - Ryan respondeu. - Jogamos poker sempre que dá. Ganhamos essas coisas de outros soldados.

Como elas vieram parar aqui no Iraque eu também não sei. - Ele explicou pacientemente.

— Por favor... - Ela fez uma pausa, para de novo tragar o cigarro. - Continuem jogando, ganhando e dividindo com os mais necessitados. - A droga já fazia efeito, ela já se sentia relaxada, e era capaz de apostar que seus olhos já estavam pequenos.

— Infelizmente nosso ultimo poker foi ontem. Agora só quando voltarmos da missão que Emmett nos contou. - Ryan explicou a mulher.

— E se voltarmos. - Damon acrescentou.

Isabella queria dizer algo, dizer que voltariam sim, e que as jogatinas continuariam, mas ela simplesmente não podia, porque ela também tinha sérias duvidas sobre aquele assunto, então resolveu permanecer quieta.

— O que a senhora acha sobre isso? - Clapton questionou. - Sobre irmos atras de um soldado. - A mulher deu mais um gole no whisky, antes de encarar o soldado para respondê-lo.

— Acho que o quanto mais rápido o acharmos, mais rápido podemos voltar para base, e mais rápido vocês poderão voltar ao poker. - A resposta dela não agradou os seus soldados, já que ela não disse se era contra ou a favor.

— Não acha suicídio? - Johnson insistiu no assunto.

— Suicídio? - A maconha a fazia pensar muito mais do que o habitual. - Quando eu soube, eu questionei o mesmo com o Major.

Mas agora de cabeça fria, e com essa pequena ajuda. - Ela mostrou o cigarro, fazendo seus soldados sorrirem. - Eu me pergunto, o que nessa guerra não é suicídio?

Hoje é o nosso primeiro dia de folga, o primeiro que não estamos matando e não estamos vendo morrer. Não tivemos nenhuma garantia nesses oitenta e dois dias nos quais estávamos lá fora, de que íamos voltar vivos para cá.

Então se formos pensar pelo ponto de suicídio, colocar o nariz para fora da base é um suicídio. Acho que só de estar aqui e presenciar todo esse caos, todas as mortes, tudo que antecede elas é suicídio.

Se eu voltar para casa um dia, tenho certeza que não vou voltar a mesma Isabella que veio.

Muitas coisas em mim, morreram e morrem a cada dia. Cada dia que eu saio por aquele portão e vejo tanta crueldade.

Nós já matamos crianças, homens, mulheres e eu me pergunto por que? Por que matamos eles?

Por que matamos? Quantos inocentes já matamos? Quantos ainda vamos matar? Onde estão as armas em destruição em massa? Será que um dia vão aparecer? O que vais ser desse país e das pessoas que aqui vivem, quando tudo isso acabar?

A maioria dessas respostas, elas matam o que já teve de bom em mim um dia.

Se o major nos ordenasse que amanhã nossa missão seriam matar sei lá, cinquenta pessoas. Nós sairíamos sem questionar e faríamos isso.

Mas, ele disse que nossa missão é sair e salvar um soldado, e a revolta se fez.

Matar, vocês tem noção que nos acostumamos com isso? Nos acostumamos tanto, que passamos a achar normal.

Preferimos matar cinquenta, do que salvar um, essa é a verdade. Estamos preferindo matar a salvar, todos nós, sem exceções.

Eu não sei se é suicídio ou não ir atras do soldado Cullen, mas essa é a nossa primeira missão em quase três meses, aonde o objetivo não é matar, pelo contrario, o objetivo é salvar.

Se eu vou morrer tentando salvar alguém? Eu não sei. Mas eu prefiro morrer tentando salvar alguém, do que morrer em um combate sem causa. - O silencio se fez presente naquele quarto.

Todos os soldados que ali estavam, pensavam sobre aquelas palavras. Assim como ela, eles também se perguntavam quase todos os dias, se aquilo tudo um dia valeria a pena.

Os que acreditavam em Deus, pediam por perdão e misericórdia. E os que não acreditavam e não tinham medo de ir para o inferno ou algo parecido, desejavam que toda aquela loucura tivesse logo um fim.

Eles não gostavam de matar, nem de presenciar cenas das quais jamais esqueceriam e aquilo não tinha nada haver com religião, tinha haver com ser humano.

Mesmo sem trocarem uma só palavra, os cinco chegaram a conclusão, que talvez a capitão estivesse mesmo certa, e que suicídio ou não, salvar uma vida, era muito melhor, do que tirar muitas.

— E qual é o nosso plano? Temos um certo? - Pela primeira vez, desde que soube, Clapton se empolgou com a ideia de ir atras de um soldado perdido.

Os cantos dos lábios da capitão subiram, ao perceber aquilo.

— Temos. Não podemos ir de helicóptero até a outra base, porque ele não esta lá, ou ainda não chegou, então temos que ir por terra. Dois jipes e dois tanques.

Vamos pelos caminhos menos habitados, mas temos que parar em duas cidades em que temos tropas que dominaram os lugares. Ele pode estar por lá, ou alguém pode ter visto ele. Vamos parar nesses lugarem para descaçarmos também.

Não é uma base como essa aqui, é meio que um acampamento a céu aberto, mas é melhor do que descaçarmos no meio do deserto e corrermos risco de explodir no meio do sono.

Se dermos sorte e encontrarmos ele, em um desses lugares, nós o pegamos lhe demos uns cascudos, para ele aprender a não desacatar uma ordem, e voltamos para cá. Se não, vamos ter que ir até a outra base, juntar informações e refazer o caminho feito por ele.

— Resumindo, o tal Cullen, é a agulha. O deserto é o palheiro. E nós somos a linha. - Damon falou aquilo de um jeito divertido, fazendo os outros rirem.

— Ou algo assim. - A capitão acrescentou.

— Tenho certeza que vamos encontrar ele. - Ryan sorria. - Afinal, somos Rangers. - Clapton rolou os olhos. Ele não era Ranger, assim como boa parte do grupo.

A capitão era Ranger. Ryan, McCarty e Parker também. Os outros eram mortais soldados.

— Você se acha Jeff, eu não sou ranger mas sou melhor que você. - Johnson o provocou.

Isabella achava engraçado eles se chamando pelo primeiro nome. Mesmo ela sabendo o nome e o sobrenome de todos os seus soldados, ela não o conseguia os chamar pelo primeiro nome. Tinha se acostumado a chamá-los pelos sobrenomes.

— Não é não. Eu sou o cara, quer dizer, Emmett, James, a capitão e eu, somos os caras. Então vocês não precisam se preocupar, vamos pegar o tal do Cullen e vamos voltar sem nenhum arranhão.

Se vocês estão conosco, estão com Deus.

— Ou algo assim. - Emmett entrou na brincadeira.

— Ou algo assim. - A capitão também resolveu brincar.

— Vocês se acham e muito. - Clapton implicou.

Vendo que os outros soldados estavam magoados Isabella resolveu interferir.

— Todos do nosso grupo são ótimos. Por isso somos o grupo que menos baixas tem. Sem sombra de duvidas, todos vocês, menos Whitlock é claro, poderiam ser rangers. - Um elogio vindo da capitão fez todos sorrirem orgulhosos.

— Quem é Whitlock? - Ryan questionou com o cenho franzido.

Clapton riu, lembrando do seu novo companheiro de quarto.

Emmett e Isabella se entolharam, e o tenente caiu na rizada, até a mulher teve que sorrir.

— Cara, vocês precisam ver esse aprendiz de soldado, o cara é uma figura. - Emmett começou a contar o que presenciou de manhã para os soldados e todos começaram a rir do pobre soldado assustado.

A capitão limitou-se a ouvir e as vezes sorrir pelas coisas que saiam da boca de seus soldados.

Ela ficou ali com eles, fumando maconha, bebendo whisky, e ouvindo eles contarem piadas. Quando a garrafa de whisky chegou na metade, ela já não tinha mais noção de muitas coisas. Uma dessas coisas era a hora. Mas resolveu ir embora, quando Ryan e Johnson, os últimos soldados que ali estavam, resolveram seguir caminho.

Eles se despediram da capitão e depois do tenente. Isabella teve certeza que eles falaram algo de indecente ao tenente, algo que envolvia o nome dela, mas graças a bebida em excesso ela não pode ouvir o que.

— Eu vou também. - Ela disse quando eles ficaram sozinhos.

Ao levantar-se ela se sentiu tonta e se não fosse pelos braços fortes do tenente, ela teria ido ao chão.

— Nossa, acho que estou mais bêbada do que imaginava. - Comentou sorrindo sem graça.

— Beber sentado é sempre ruim. - O tenente comentou sem largá-la.

Ela permitiu-se analisar aquele homem, por alguns segundos.

Ele era tão forte, alto e cheiroso. Aquela barba por fazer, junto com aqueles olhos azuis lhe fizeram abrir um sorriso sacana.

— O que foi? - O tenente questionou, ao perceber o jeito que ela o olhava. Se a capitão, não fosse a capitão, ele seria capaz de apostar que ela estava lhe secando.

— Você até que é bonitinho. - O comentário dela, o pegou completamente de surpresa.

Ele abriu a boca, pensando em dizer muitas coisas, mas ficou sem jeito e resolveu não dizer nada, até porque ela estava bêbada.

— Obrigado. - Murmurou por fim.

Bella sorriu sem humor, pensando no quanto estava bêbada, e pensando que precisava ir, antes que resolvesse abusar de seu soldado, que naquele momento lhe parecia tão atraente.

— Eu vou. - Ela tentou soltar-se dele para seguir caminho, mas ele não a largou.

— Acompanho a senhora até ali. - Ela pensou em dizer que não precisava de ajuda, afinal seu quarto era logo ao lado do dele e caso ela não conseguisse ir de pé, poderiam se rastejar até o mesmo. Mas resolveu concordar, afinal os braços músculos do tenente, eram tão confortáveis e convidativos, que era difícil se desvencilhar.

— Ok. - Limitou-se a responder.

Emmett praticamente a arrastou dali. Ela acabou passando o braço em volta da cintura dele, o que lhe agradou e muito, assim como o fez desejar que o quarto dela fosse mais longe, muito mais longe.

Ela abriu a porta do quarto e se segurou na mesma, se voltando para o tenente. As mãos dos dois, por algum motivo estavam entrelaçadas, e ela não fazia nada para separá-las.

— Obrigada pelo whisky e pela maconha. Acho que eu me diverti. - Ele sorriu ao ouvir aquilo e com a mão livre tirou um saquinho do bolso e entregou a ela.

— Presente. Tem três cigarros ai, quando acabarem me avisa. - Os olhos pequenos dela encararam o saquinho e ela sorriu ao ver o que tinha ganho.

Depois de guardar o presente no bolso da calça, ela jogou-se para cima do tenente e o abraçou.

— Obrigada Emmett. - Pela segunda vez no dia, ela o chamava pelo nome e alem de tudo estava o abraçando.

Ela não sabia o perigo que corria fazendo aquilo. Quer dizer, tudo bem que ela estava bêbada, mas ele era homem, estava há tempo sem sexo, e aquela ação dela para ele, era quase como se ela o estivesse beijando.

— A senhora é cheirosa. - Ele deixou escapar, ao sentir o cheiro que vinha dos cabelos da mulher.

Aquilo só serviu para piorar a situação dele. Sem nem pensar ele retribuiu o abraço e quase a esmagou em seus braços. - E com todo respeito, é linda e gostosa, muito gostosa. - Ela gostou de ouvir aquilo, quanto tempo fazia que não recebia um elogio daqueles? Na verdade o único que a chamava de gostosa era Jacob, seu constante parceiro sexual.

— E você não é de se jogar fora, tenente. - Ela murmurou no ouvido dele, para em seguida mordiscar sua orelha.

Aquilo fez Emmett esquecer aonde eles estavam, quem ela era, o que seria dele no outro dia. Ele quase que imediatamente procurou pela boca dela e a beijou sem pudor nenhum, deixando claro todo o desejo que ele tinha por aquela mulher.

Um beijo indecente e molhado, cheio da mais pura sacanagem, era o que eles compartilhava. As línguas deles se embolavam, se desafiavam. Nenhum dos dois era gentil, ou sutil, não tinha carinho ali, só tinha desejo, muito desejo, de ambas as partes.

As mãos da capitão escorregaram até as nádegas do tenente, e não fizeram cerimonia nenhuma ao apalpá-las, deixando Emmett ainda mais maluco.

As mãos dele resolveram imitar as dela, e desceram lentamente, depois de dar uma boa apalpada na bunda perfeita da mulher, ele as desceu mais, segurando com vontade aquele par de coxas, que ele tanto sonhava ver fora daquelas calças.

Isabella suspirou fundo e o puxou para dentro do quarto, sem nunca desfazerem aquele contato.

Assim que entraram no lugar, o tenente fechou a porta com o pé, a fazendo fazer estrondo.

— E a sua namorada? - Questionou sem parar de beijá-lo.

Tudo que Emmett menos lembrava naquele momento, era de Rosalie, a mulher que mal sabia de sua existência.

— Ela ainda não sabe que vamos ser namorados. - Ele respondeu em meio aos beijos e apertões.

Ok, aquela resposta já era o suficiente. A mulher desceu as mãos até a barra da regata do tenente e a puxou. Ele imediatamente levantou os braços para que ela tirasse, e foi o que ela fez.

Suas unhas ou o que restavam delas, arranhavam aquelas costas largas e muito bem definidas com vontade, o fazendo soltar um gemido involuntário, o que a incentivou ainda mais.

Ela o empurrou de encontro a sua cama, e caiu por cima dele, para em seguida voltar a beijá-lo.

Se aquilo fosse um sonho, Emmett queria dormir por tempo indeterminado, talvez por o resto da vida, e ele seria capaz de matar o infeliz que tentasse lhe acordar.

Ele não demorou muito para se livrar da regata da capitão. Ao subir as mãos pelas costas quase desnudas da mulher, ele lembrou-se de algo e sua curiosidade o fez parar de beijá-la, para questioná-la.

— O que é sua tatuagem? - Ele assim como os outros soldados, sempre teve vontade de perguntar aquilo. Quando a capitão colocava uma regata, um pequeno pedaço da tatuagem aparecia os deixando curiosos.

— A águia dourada. - Ela respondeu arfando. - Junto com a palavra liberdade. - Duvida respondida, ele voltou a beijá-la avidamente. Depois ele conferiria a águia.

Suas mãos habilidosas procuravam pelo fecho do sutiã dela.

— Vamos mesmo fazer isso? - Ele questionou ao atacar o pescoço dela com mordidas.

— Tem alguma duvida sobre isso? - A resposta dela fez ele sorrir sacana.

— Eu não quero mesmo ver isso. - Aquela voz grave e grossa que há anos Isabella não ouvia, a petrificou, e ela parou com qualquer coisa que estava fazendo.

O tenente olhava assustado, procurando o dono da voz. Ele não pudia acreditar naquilo, tinha um intruso ali dentro do quarto, atrapalhando sua talvez, ultima foda.

Ah, ele mataria o infeliz, tinha certeza daquilo. Quando ele levantou-se para ver quem era o infeliz, sua delicinha acabou se desequilibrando e caiu da cama.

— Quem diabos é você? - McCarty questionou irritadíssimo a figura loira e meio pálida, pela falta de luz que tinha no quarto.

— General Carlisle Cullen, prazer. - Emmett desistiu de matá-lo assim que ouviu seu nome.

 

Então, o que acharam? Deixem seus cometários, Please!!!


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