Medal Of Honor escrita por mah_veh


Capítulo 4
Pedidos e promessa...


Notas iniciais do capítulo

Boa noite moçada, estou passando para postar mais um capitulo.
Antes de mais nada, gostaria de agradecer a Cammy, Brenda e May Swan, pelos comentários. As três que veem acompanhando e comentando desde o prólogo. Sei que a fic está no começo ainda, e isso não gera muitos comentários, mas são pessoas assim que me incentivam a continuar...
Obrigada também May e Brenda pelas indicações. Sério gente, estou tão feliz isso. =D
Quero também fazer um agradecimento especial a May Swan, que teve a bondade e disposição de fazer um vídeo para fic, confiram aqui: http://www.youtube.com/watch?v=vpIkEihAlF0
Não contente com isso, ela ainda resolveu indicar a fic em seu perfil.
May, eu não tenho palavras para agradecer você, muitíssimo obrigada por tudo, tudo mesmo e se precisar de alguma coisa, você berra.
http://fanfiction.com.br/historia/128784/Pior_Que_Issoimpossivel... Essa é a fic dela, leiam, tenho certeza que não vão se arrepender. Estou esperando o final de semana prolongado para mergulhar nessa história.
Então é isso, mais uma vez, obrigada Cammy, Brenda e May, espero que gostem do capitulo e continuem acompanhando...



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O que um general faz aqui? Foi o que McCarty perguntou-se.

Generais não iam para o Iraque, não sem aviso. Quando eles iam era para visitas rápidas, e até aonde McCarty sabia, eles mal chegavam e já estavam indo. Então encontrar um no quarto da capitão era no minimo intrigante. Conheceria ela, aquele homem?

Os olhos da mulher, estavam no homem fardado sentado a sua frente, de pernas cruzadas e com a metade do rosto encoberta pelo quepe militar, mas ela podia vê-lo com um sorriso no rosto.

Ele parecia se divertir com o flagra, na verdade ele parecia se sentir no seu próprio quarto. O que fez a mulher bufar. Além de traidor e covarde, ele resolveu ser também invasor de privacidade.

A medida que a surpresa por vê-lo ali ia passando, a raiva ia surgindo. Raiva por vê-lo ali, raiva por ele ter invadido seu quarto, raiva por ele ver o que ela estava fazendo, raiva por tudo que ele tinha feito. Era uma concentração de raivas na verdade.

- Melhor você ir embora McCarty. - A voz dela saiu completamente fria.

O tenente chegou a conclusão que sim, ela conhecia aquele homem.

Emmett nunca tinha ouvido aquele tom de voz na mulher. Ele não conhecia o general Cullen, mas pelo tom de voz dela, percebeu que ela o conhecia e não gostava nem um pouquinho do homem.

- A senhora vai ficar bem? - Ele olhava para o general de cara fechada, ainda não acreditando na falta de sorte.

- Vou. Apenas vá. - Emmett pensou que o tom de voz dela não podia ficar pior, mas ficou.

Ele suspirou e levantou-se da cama.

Lhe estendeu a regata que a pouco tinha tirado dela, juntou a sua do chão e arriscou uma olhada para ela. 

A expressão de ódio que ele viu ali o assustou, ele nunca a tinha visto daquele jeito, nem mesmo quando Thompson, seu soldado, foi morto.

- Se precisar de alguma coisa, me chame. - Ele não fazia ideia do porque tanto ódio, mas se ofereceu para ajudá-la se fosse preciso.

Tinha certeza que alguma coisa aquele general tinha feito a ela, porque ela jamais tinha encarado alguém tão friamente quanto encarava aquele homem. E depois de o general atrapalhá-los ele também passou a não gostar do homem.

- Acenda a luz, antes de sair. - Ela meio que pediu, meio que ordenou.

O tenente fez o que ela pediu, acendeu a luz e em seguida seguiu caminho, a deixando a sós com o general.

Com as luzes acessas ela constatou que o homem continuava igual, os anos para ele pareciam não ter passado.

Ele sorria para ela, o que a fazia sentir mais ódio.

- Você cresceu. Está uma mulher. - Foi o primeiro comentário dele, e ela se perguntou o quanto mais de raiva poderia sentir, porque a raiva que sentia só parecia crescer.

- O que está fazendo aqui? Quem pensa que é, para invadir meu quarto desse jeito? - Perguntou entre dentes, se controlando para não gritar. - Isso é invasão de privacidade. - Esbravejou.

O homem voltou a sorrir, vendo que ela era tão irritadinha quanto ao pai. Na verdade aqueles dentes trincados e a cara fechada, o lembravam e muito Charlie.

Fisicamente ela também lhe lembrava o velho amigo, a cor dos cabelos, as sobrancelhas, a boca e até os cílios compridos. A única coisa que ela tinha da mãe, eram os olhos verdes, que o miravam com raiva.

- Invasão de privacidade é crime, assim como quebrar algumas regras do exército. - Ele comentou em um tom divertido o que a fez sentir vontade de pular no pescoço dele.

- Eu vim aqui e bati, você não atendeu. Abri para ver se estava dormindo, mas não encontrei ninguém. Vinham rizadas e música alta do quarto ao lado, constatei que provavelmente você estava ali.

Como não queria estragar sua diversão, resolvi entrar e esperar aqui.

Desculpe, eu não queria atrapalhar, mas também não queria ver o que aconteceria se eu não falasse nada.

Não imaginei que você voltaria acompanhada, até porque aonde eu sei, você se casaria com meu filho. - Ele conseguiu a deixar ainda mais furiosa, ao lembrá-la da infância.

Infância em que ela queria deixar enterrada, lá no passado.

- Como você está? - Ele não abandonava o sorriso.

Ela o olhou incrédula, não podia acreditar que depois de anos, ele aparecia em seu quarto no meio da noite, e perguntava como ela estava. Como se eles fossem amigos de anos, que não se viam, e de repente se encontraram e resolveram por o papo em dia.

Aquele homem era muito sarcástico mesmo.

- O que quer aqui? - Perguntou pausadamente, mas ainda de dentes trincados.

- Conversar. - Respondeu simplesmente, dando de ombros.

Ele pudia ver nos olhos dela, todo o ódio que ela nutria por ele. O homem suspirou, tudo que ele queria era uma chance de explicar as coisas, está certo que ele mentiu, quando teve a chance de contar a verdade. Mas ela era só uma menina naquele tempo, corria o risco de ela não entender e odiá-lo. De qualquer jeito deu errado, ele mentiu ela descobriu e o acabou odiando, alem de não querer ouvir a verdade.

Alem de tudo, ele não cumpriu a promessa que fez a Charlie, antes do mesmo morrer. Ele prometeu que cuidaria dela e criaria ela.

Foi Billy, o meio irmão de Charlie quem fez aquilo. Quando ela descobriu a mentira, ela fugiu para a casa do tio, e nunca mais voltou para Carlisle, alem de deixar de falar com todos os membros daquela família.

Bella, como ele costumava a chamar, se fechou para ele, para seus filhos e sua mulher, ela os excluiu completamente de sua vida. Ele bem lembrava o quanto Edward sofreu com a ausência da amiga.

Tudo que Carlisle pode fazer, foi acompanhar de longe o crescimento da menina e ajudar Billy financeiramente, para que nada faltasse a ela.

De longe ele acompanhou a transformação da menina para mulher. Acompanhou o sorriso lindo daquela menina se extinguindo. Viu ela se fechando cada dia mais para as pessoas e sentimentos. Viu o brilho daqueles olhos sempre tão vivos e felizes se perdendo, dia após dia.

“Viu” ela perdendo o que sobrou da inocência com o primo Jacob, mas nunca a viu ficando. Ela sempre acabava indo embora no meio da noite.

Acompanhou de longe a formatura dela no colégio e depois na universidade. Acompanhou ela seguindo os paços do pai e seguido carreira militar.

Viu ela exercendo sua profissão, sempre com profissionalismo e seriedade.

De longe ele acompanhou a menina alegre, sorridente, sonhadora e falante, se transformar em uma mulher, séria, reservada, triste e de poucas palavras.

Ele viu tudo aquilo como um mero espectador, sem nunca se intrometer ou se aproximar. Aquela era a primeira vez em treze ano que a via tão de perto.

- Eu não tenho nada, para conversar com o senhor, general. - Ele se perguntou o quanto ela odiava, porque o ódio nos olhos dela, parecia crescer cada vez mais.

Ele sabia que aquele encontro não seria fácil, mas ela iria atras do seu filho, e ao ouvir toda a conversa de de manhã, ele viu o quanto estava sendo covarde de não falar com ela. De não pedir aquilo a ela. Afinal era o filho dele e se ele desejava que ela é quem fosse atras de Edward, deveria pelo menos pedir aquilo pessoalmente.

- Eu ouvi sua conversa com o Major. - Aquilo não a surpreendeu, ela sabia o quanto ele era covarde, e sabia que mandaria alguém ordenar aquilo no seu lugar.

- Ótimo. Quer que eu repita o quando o senhor é covarde e que eu desejo que vá para o inferno? - Ele acabou sorrindo, vendo que ela era praticamente a cópia do pai.

- Não vejo necessidade, eu me lembrou muito bem disso. - Isabella sentia cada vez mais, vontade de socar aquele homem, principalmente quando ele sorria. Ela não sabia por qual motivo ele sorria tanto, ele só podia estar de deboche com a cara dela.

- Vim pedir que resgate Edward. - Ele já não sorria mais, falava completamente sério.

- Poupe-me do seu pedido falso. O major ORDENOU que eu faça isso. Então não me venha com mais falsidades.

O senhor general, ordenou a ele, que ordenou a mim. É uma ordem, então não se preocupe. Querendo ou não, vou acatá-la. Agora se puder se retirar... - Ela apontou para a porta.

- Vim aqui pedir. - Ele insistiu, fazendo ela abrir um sorriso irônico.

- E se eu negar, o senhor vai ordenar. Não me restam muitas alternativas.

Não é gozado general? O senhor precisa de mim, para resgatar seu filho. Chega a ser irônico as voltas que o mundo dá.

Na guerra do golfo, o senhor deixou meu pai ferido, o abandonou e fugiu. Agora precisa de mim, para resgatar seu filho. - Todo ressentimento que ela guardava, saiu naquelas palavras.

O homem sabia que ela tinha razão, era mesmo irônico o que estava acontecendo. E de novo ele se sentia quebrando a promessa que fez a Charlie, em vez de proteger a garota, estava a mandando para o inesperado. Mas ele não pudia abrir mão dela. Bella era a melhor a capitão, o general tinha certeza que ela conseguiria, com certeza não sem perdas, mas ela conseguiria.

Ele não queria perder o filho. Mesmo os dois tendo suas desavenças ele amava aquele garoto, e Esme, ela enlouqueceria se algo acontecesse ao seu caçula. A verdade era que ela já estava louca com o sumiço dele.

- Esme, Derick e Edward, eles não tem culpa, por nada que aconteceu. Eles não tem culpa por seu pai ter morrido. Eles não mentiram para você, foi eu quem fez isso, não eles.

Edward sofreu quando você resolveu o ignorar, ele sofreu muito. - Ela pôs as mãos nos ouvidos não querendo ouvir nada daquilo. Nada do seu passado, nada das pessoas que ficaram para trás.

- Eu não quero ouvir. - O homem calou-se ao ver aquele ato. - Me deixe em paz, eu não quero saber. - Ela suspirou, tirou as mãos do ouvido e o encarou.

- Eu não me importo. Não me importo com você, nem com Derick, Edward ou Esme. - Disse séria e pausadamente.

Bom, Isabella sabia que aquilo não era verdade. Com certeza não se importava com Carlisle, e talvez não se importasse com Derick também, ele era um garoto muito chato. Mas mesmo não querendo ela se importava com a madrinha, porque mesmo tentando odiá-la, ela não conseguia.

Não conseguia esquecer da bondade da mulher que foi o mais perto de uma mãe que ela teve.

E talvez ela se importasse um pouquinho, só um pouquinho com Edward também, pelos anos de amizade que os dois tiveram. Mas ela não queria que Carlisle soubesse de nada daquilo.

- Esme está louca, eu não sei mais o que fazer. - As palavras do general, fizeram com que Bella baixasse o olhar, e ali ele viu que sim, ela se importava pelo menos com um membro da família dele.

- Ela não dorme mais, não come mais, e quando ela resolve falar, é só para perguntar sobre Edward.

As coisas já não estavam fáceis depois da morte de Derick, agora então, tenho medo que ela enlouqueça. - Derick estava morto? Bella ficou paralisada por alguns segundos, tetando digerir aquela informação.

- Derick morreu? - Ela se viu questionando Carlisle.

Mas uma vez, ele mentiria para ela, e tinha certeza que as minimas chances que ele tinha de ela perdoá-lo um dia, iriam embora com mais aquela mentira.

- Morreu, mês passado em um combate. Um tiro certeiro no meio do peito. - Ela ficou em silencio por um tempo, ainda tentando processar aquela informação.

Isabella não tinha visto Derick crescido, a imagem que ela tinha dele, era a do garoto loiro de olhos azuis e magricelo, que perturbava as brincadeira dela com Edward e vivia implicando com os dois. Era aquele garoto que ela imaginava caindo morto no chão, e aquilo a perturbava.

Esme com certeza estava muito mal. Perder um filho não era fácil para ninguém, mesmo não tendo filhos ela sabia daquilo. Perder dois então, era como assinar o atestado de loucura. Com certeza não existiria mãe que suportasse aquilo.

Bella lembrou-se do sorriso da madrinha e daqueles olhos sempre tão sinceros e amorosos, e imaginou como a mulher estaria naquele momento. Desejou vê-la, e dizer alguma coisa. Ela não era muito boa com palavras e sentimentos, mas queria dizer que sentia muito.

- Diga a ela, que eu vou trazer Edward de volta, nem que eu precise por esse deserto do avesso. Ela vai tê-lo de volta. - Ela falou aquilo com seriedade e determinação.

Carlisle sorriu ao ver que sim, ela se preocupava e muito com alguns membros daquela família.

Ele viu nos olhos dela, que ainda existiam sentimentos naquela mulher, sentimentos escondidos, camuflados, mas eles estavam lá.

- Obrigado. Muito obrigado. - Ele pôs-se de pé, a fazendo pensar que iria embora. Mas para sua surpresa, ele sentou-se no chão, de frente para ela, tentou tocar a mão dela e quem sabe lhe dar um abraço, mas ela puxou rapidamente as mãos, como se Carlisle fosse a arma mais letal do mundo.

Ele suspirou e tirou seu quepe, o colocando na cadeira.

- Por que sua mão treme desse jeito? - O general não pode deixar de notar a mão tremula dela. Desde que pôs os olhos nela, percebeu aquilo.

A mão esquerda de Bella, agarrou-se a direita, tentando a fazer parar de tremer.

- Não sei. - Respondeu dando de ombros.

Aquela tremedeira acontecida de vez em quando, e do mesmo jeito que começava, ia embora.

- Está com medo? - Sim, ela estava com medo, medo de que ele não fosse mais embora dali.

O que ele ainda estava fazendo ali afinal? Ela já não tinha dito que iria atras de Edward? O que mais precisava dizer para ele ir embora?

- Não. Deve ser só estresse acumulado. - Respondeu sem muita paciência.

Será que ela precisaria o chutar dali para fora?

- Estresse? Que tipo de estresse? - Paciência tinha limite, e o general estava com certeza testando a dela, aquela era a única explicação plausível para ele ainda estar ali e pior, para puxar assuntos que não o interessavam.

- Qual o interesse sobre isso agora? Por que ainda está aqui? Por que veio até aqui? O que quer afinal?

Já disse que vou atras do seu filho, não disse? Não precisa ficar aqui me bajulando e fingindo interesse. Vou trazer Edward de volta, e isso não tem nada haver com o senhor.

Então general, o senhor poderia ir embora e me deixar em paz. - Ela esbravejou contra o homem.

- Eu me preocupo com você. Seu pai me pediu para que cuidasse de você. - Ao ouvir o general, falando sobre Charlie, ela explodiu.

- NÃO FALE DO MEU PAI. - Berrou possessa.

Lembrando-se que McCarty estava no quarto vizinho e poderia ir até lá se ouvisse gritaria, ela respirou fundo algumas vezes, tentando voltar ao controle.

- Não abra a sua maldita boca, para falar sobre o meu pai. - Murmurou entre dentes, fechando as mãos para não avançar no homem.

- Por que não para e me ouve? - O tom de voz do general também tinha aumentado.

- Porque o senhor é mentiroso, não quero ouvir suas mentiras. O senhor não me conhece mais general.

Eu não sou mais aquela garotinha idiota e indefesa, fácil de enganar. Só o que sobrou daquela pessoa foi o nome, mais nada.

Eu não quero mais casar com seu filho, não quero mais ser guitarrista, não quero morar na Flórida, muito menos fazer parte da sua família estúpida. Eu não quero mais nada daquilo. Nada.

Não sei nem se ainda quero voltar para casa. - Murmurou a ultima frase depois de soltar um suspiro.

Carlisle não gostou de ouvir aquela ultima frase, não gostou do tom de voz com que ela disse aquilo.

Era como se ela estivesse desistindo, como se ela não se importasse em continuar viva. Como se para ela não importasse, viver ou morrer.

Ele não podia permitir aquilo, não queria a ver morta, ele tinha certeza que não conseguiria carregar mais aquele fardo.

- Você vai para casa. Vocês vão para casa. Você e seus soldados.

Foi isso que eu vim dizer também, depois que voltarem dessa missão, todos vocês vão embora. Não vão precisar ficar aqui um ano, lhe dou minha palavra que essa vai ser a ultima missão sua e dos outros. - Ela não respondeu nada.

Primeiro por não acreditar na palavra dele. Segundo porque pouco se importava para que lugar iria depois de resgatar Edward.

- Sente raiva de mim, não sente? - Ele decidiu provocá-la. Queria de alguma maneira a fazer sentir melhor, para que ela esquecesse aquela história de não voltar para casa.

Ela o encarou como se ele fosse maluco.

- Tem alguma duvida sobre isso? Eu odeio você. - Ele sorriu a provocando mais e resolveu seguir em frente.

- Acho que você tem vontade de me bater, muita vontade de me bater, diria eu. - As mãos dela voltaram a se fechar em punho, ela tentava a todo custo não dar ouvidos a provocação dele.

Carlisle se pôs de pé, e a puxou pela regata a pondo de pé também.

Aquilo fez com que a raiva dela se tornasse ainda maior. Ela ainda não acreditava na audácia do homem.

- VOCÊ É MALUCO? - Ela bem que tentava não gritar. Tentava se controlar, mas ele parecia querer que ela explodisse.

- Vamos lá, me bata. Acerte aqui. - Ele dava tapinhas no rosto, mostrando a ela aonde acertar.

Ela ficou incrédula ao ouvir aquilo. Que tipo de provocação era aquela? Ele queria o que com aquilo? Estava mesmo querendo apanhar, estava pedindo.

Ela respirou fundo, tentando se livrar daquela provocação tentadora.

- Vai embora. Sai daqui antes que o que sobrou da minha paciência acabe. - Ela apontava para a porta, o mandando embora. Mas ele não se movia, e sorria a provocando.

- Me bata. Anda, sei que quer me bater. Estou aqui, na sua frente, vai perder essa oportunidade? Não é isso que sempre desejou? - O coração dela batia forte ouvindo aquilo.

Suas mãos elas não conseguiam mais se abrir, se elas tivessem vida própria, com certeza estariam socando o homem.

Para não cair em tentação ela fechou os olhos, para não o ver.

- Vai embora. - Murmurou em um último pedido.

Carlisle percebeu que ela era boa em controlar suas vontades. Era nítido que a vontade dela era enorme de quebrar a cara dele, e mesmo ele a incentivando ela se controlava para não fazer.

- Vamos lá, sei que quer me bater. Charlie está morto e eu nem o vi morrendo. O abandonei lá ferido, sem chances de locomoção. Ele ficou sozinho esperando a morte. - O pingo de paciência que ainda existia nela, foi-se para o espaço ao ouvir aquilo.

Ela abriu os olhos com uma fúria que deixou Carlisle assustado.

- Seu desgraçado. EU VOU ACABAR COM VOCÊ. - Quando ela terminou a frase, Carlisle já apanhava.

Ela o socava com força e ira. Nunca socou nada nem ninguém daquela maneira.

Quando deu por si, o homem estava no chão, com o rosto coberto de sangue. Ela estava por cima dele, o socando freneticamente sem pausas, foi então que percebeu que ele estava desacordado.

Isabella forçou-se a parar, antes que o matasse. A vontade era grande, mas se o matasse seria presa, e não poderia ir atras de Edward, que continuaria perdido.

As lagrimas que rolavam dos olhos dela, caiam no rosto ensanguentado do homem.

Ela puxou o ar com força, por três vezes, tentando se controlar.

- Ótimo Isabella, mate o general, assim você passa o resto dos seus miseráveis dias na cadeia. - Murmurou para si, antes de sair de cima dele.

Ela caminhou até o kit de primeiros socorros, que estava dentro de sua mochila. Tirou uma gaze de lá, e pegou o cantil com água, que estava em cima de sua mesa, para em seguida voltar a se jogar no chão, ao lado do homem.

Depois de molhar a gaze, ela começou a limpar o rosto dele. Percebeu que alguns cortes tinham sido fundos. O da sobrancelha esquerda não parava de sangrar, assim como a boca. O nariz também sangrava, e ela torceu para que não tivesse quebrado.

O olho direito dele, já estava bem inchado e ela tinha certeza que ficaria pior.

Suspirou e voltou a levantar-se, pegou sulfa para voltar a tratar dele. Com a ajuda daquele pó cicatrizante, o corte da sobrancelha praticamente estancou.

Ela fez o mesmo com um corte logo abaixo do olho direito, e voltou a limpar o sangue do rosto do homem.

Só foi notar que suas mãos também sangravam, quando percebeu o sangue que caía no rosto do general, eram das suas mãos.

Bufou e novamente levantou-se, dessa vez pegando todo o kit de primeiros socorros.

Depois de praticamente lavar as mãos com água oxigenada e jogar um polco de sulfa por cima, ela as enfaixou.

Pegou uma gaze limpa e a encharcou de água oxigenada, colocando perto do nariz do homem, para tentar acordá-lo.

- Acorda. - Murmurou, olhando para a cara deformada do homem. - Anda, abre logo esses olhos, não seja fraco. - Ao ver que ele não acordava, ela começou a se preocupar.

- Se não abrir esses olhos e acordar para ir embora, vão descobrir que sumiu, e vão procurar por você. Com certeza vão acabar encontrando você aqui, vão ver seu rosto e constatar que eu quem fez isso. Logo, eu vou ser presa e não vou conseguir ir atras de Edward.

Ele vai continuar perdido por ai, e pelo que eu me lembro, Edward odeia ficar sozinho, odeia se sentir perdido e isso piora quando anoitece.

Além de ele ser terrível em corrida, ele é pouco resistente a qualquer atividade física. Como foi que você deixou ele se tornar soldado? Pelo amor de Deus, ele se assustava até com barulhos de espoletas.

Por que você deixou ele vir para a guerra? Nem de filmes de guerra ele gostava.

Era médico o que ele queria ser. O que aconteceu afinal? Por que ele está aqui?

Fisicamente ele parece não ter mudado muito, mas pelo jeito mudou bastante psicologicamente. Não posso o culpar, olha só para o pai que ele tem. - Ela murmurava seus pensamentos para o homem desacordado.

- É, fisicamente ele não mudou muito. - O general sorriu e abriu os olhos.

Isabella se sentiu constrangida, por ele ter ouvido os pensamentos altos dela, e torceu para que ele não tivesse ouvido muita coisa.

- Os cabelos continuam cobres, mas ele inventou um penteado nada convencional. Quando ele estava em casa, ele passava gel naqueles cabelos, os deixando completamente desalinhados. Nem um choque os deixaria tão em pé, quanto o gel os deixa.

Acho que os cabelos foram a única coisa que mudaram nele. Ah, ele tirou o aparelho dos dentes. Tirando isso é o mesmo Edward.

Eu não sei se ele ainda quer ser médico, as vezes acredito que quer, já as vezes acredito que ele não quer ser nada.

O que ele gosta mesmo é de noitadas. Desde que completou dezoito e descobriu o sucesso que faz entre as mulheres, não quis saber de outra coisa. Ele andava trocando o dia pela noite, e gastando muito, mais muito dinheiro.

Em menos de um ano, ele acabou com dois carros, além de ter se envolvido em muitas brigas e confusões.

Quando ele completou vinte, e eu não vi melhoras, lhe dei as opções.

A primeira era ele ir para o exercito e se tornar um homem. Homem de verdade.

A segunda era ele sair de casa, deixar o carro, as roupas de marca e todas as mordomias que tinha e começar a se virar sozinho.

Tenho certeza que ele ficaria com a segunda opção, mas Esme disse para ele que você estava no exército desde os dezesseis. Acho que ele ficou empolgado com a possibilidade de reencontrar você. No outro dia, me disse que tinha optado pelo exército. - Mesmo não querendo dar o braço a torcer, e ouvir Carlisle, Bella estava lá, sentada perto dele, ouvindo tudo atentamente.

- Nunca o encontrou? - Ela rolou os olhos.

- Não sei se você sabe, mas moramos em estados diferentes. Vocês moram na Flórida, há muito tempo eu moro no Texas. - Mesmo sentindo todo seu rosto doendo horrores, o homem riu ao vê-la rolando os olhos.

- E os encontros que ocorrem todos os anos? - Claro, seria muito simples encontrar o pirralho de Edward no meio de milhares de outros soldados, todos vestidos iguais.

- Eu me juntava ao pessoal da marinha. - Carlisle bem sabia o motivo.

Jacob, ou Jake como ela gostava de chamá-lo, era seu melhor amigo ou alguma coisa daquele tipo. Era ele o dono dos poucos sorrisos e rizadas sinceras que ainda vinham dela.

- Seu soco de esquerda acaba com qualquer um. - Ele comentou para em seguida sentar-se com dificuldade.

Ela não disse nada, não tinha mais nada que dizer, só queria que ele fosse embora.

- Acha que me odeia menos agora? - Ela soltou um suspiro cansado, para depois encará-lo.

- Por que se importa com isso? - Ele tentou sorrir.

- Porque mesmo que não acredite e que nunca venha acreditar, eu gosto de você Bella. - Ela não disse nada, só desviou os olhos dos dele, e encarou o chão.

Vendo que não conseguiria manter um dialogo, ele resolveu levantar para ir embora.

- Eu não vou prometer uma coisa a meus soldados por você. Se vai mesmo nos mandar para casa depois dessa missão, de a sua palavra a eles.

Vamos sair amanhã as cinco, vou esperar por você na frente da bandeira, para que de o aviso a eles.

E eu continuo o odiando igual, mas talvez minha raiva tenha diminuído um pouco. - Ela murmurou ainda olhando para o chão, o homem de novo voltou a tentar sorrir e pegou seu quepe.

- Vou estar lá, acredite vocês vão para casa. - Ele disse sério, sem sobras de dúvida ou brincadeira.

- Espero que um dia, sua magoa, ressentimento e ódio diminuam e você me de a chance de lhe contar tudo. - Ele caminhou até a porta e a abriu, mas acabou lembrando de algo.

- Quando encontrar Edward, quero pedir que me faça outro favor. - Bella levantou os olhos, para encarar o general. - De um soco desses de esquerda nele, e se ele disser algo, diga que foi ordem minha. - A Capitão mesmo sem querer, deixou escapar um sorrisinho. - Boa noite. - Carlisle a desejou e se foi, a deixando sozinha com seus pensamentos.

Sua mente traidora começou a pensar sobre seu ex amigo que segundo Carlisle tinha se tornado um pervertido e encrenqueiro.

Ela não o conseguia o imaginar um mulherengo, muito menos encrenqueiro.

Edward era um garoto calmo, calmo até de mais e sempre muito paciente. A única coisa que o tirava do sério era Jacob, primo de Bella.

Edward ficava verdadeiramente possesso quando Jacob se aproximava muita da garota, ou quando a fazia rir. Mas o que deixava Edward mais irritado, era quando Jacob, dizia que iria roubar Bella do amigo, e que ela seria namora dele.

Isabella suspirou e balançou a cabeça, tentando se livrar daqueles pensamentos. Ela não queria e não podia relembrar o passado, ele sempre a fazia sofrer. Por aquele motivo ela tinha se prometido não lembrar mais do ex amigo, que agora ela iria atras.

Bufando ela levantou-se do chão, pegou sua toalha e roupa e rumou para fora do quarto, indo em direção ao banheiro feminino, para provavelmente um ultimo banho descente. Sabia-se Deus, quando ela voltaria e se voltaria, a ver um chuveiro.

Faltavam vinte minutos para as cinco horas, quando Isabella chegou ao patio, com sua grande e pesada mochila nas costas, sua M4 em uma mão e seu capacete em outra.

Beber no dia anterior não foi lá grande ideia, ela estava com um dor de cabeça horrível, daquelas que a deixava estressada e a fazia sentir vontade de nem levantar-se da cama.

Sete dos seus quinze soldados, alias dezesseis, contando com Whitlock, já estavam por lá.

Mesmo de mal humor pela ressaca, ela desejou bom dia a todos e foi até McCarty resolver os últimos detalhes.

Emmett estava completamente constrangido pela noite anterior. Quando ele lembrava do que eles quase fizeram, suas bochechas ardiam. E quando ele lembrava do general empata foda, tinha vontade de socá-lo.

- Os carros estão abastecidos? - Ela questionou com ele, depois de lhe desejar bom dia.

- Sim senhora. Abastecidos e revisados, prontos para o deserto. - Ela assentiu e resolveu partir para a próxima pergunta.

- Passou na enfermaria?

- Sim senhora. Peguei morfina, sulfa e muitos kits de primeiros socorros. Passei no refeitório também e peguei muitos litros de água.

- Bom trabalho tenente. E as armas?

- Ryan pegou muita, mais muita monição no almoxarifado. Monição é o que não vai faltar capitão. Nem para nós, nem para as armas dos tanques e jipes.

Estamos levando também, armas reservas, tem pelo menos mais uma para cada soldado.

- Granadas? - O homem bateu na testa se xingando.

- Droga, sabia que estava me esquecendo de algo. Merda, merda, merda. - A capitão achou graça por tanta lamentação.

- Tudo bem tenente, ainda estamos aqui, é só ir até lá e pegar.

Pegue três morteiros também, e duas bazucas.

- Sim senhora. Vou lá buscar. - Ela assentiu. - Antes, será que podemos conversar? - Ele murmurou envergonhado.

Ela já espera por aquilo, sabia que ele abriria a boca para falar sobre o assunto. Ela lembrava muito bem da noite anterior, dos beijos e amassos que os dois trocaram. Como lembrava que foram interrompidos pelo General, e ela ainda não conseguia decidir se aquilo foi bom ou ruim.

O tenente tinha pegada, ela não podia negar aquilo, com certeza o sexo com aquele homem lhe faria muito bem, ela não tinha dúvidas. Mas por outro lado, era completamente errado, antiético, nada profissional, ela se envolver com um subordinado.

Eles estavam em uma guerra, não em uma colonia de férias. Aquilo era quase como se uma professora estivesse se envolvendo com um aluno.

- Se o assunto for o que quase acontece ontem a noite. Eu acho melhor não falarmos sore isso tenente.

O que fizemos ou o que faríamos foi completante errado.

Primeiro porque estamos em uma guerra. Segundo por eu ser sua capitão. Terceiro por conhecermos muito bem as regras e as descumprirmos.

De qualquer jeito aconteceu, ou quase. Mas isso foi no nosso dia de folga, em que estávamos brincando de civis. Hoje voltamos a ser soldados, vamos nos focar na missão e esquecer qualquer coisa. Só estávamos bêbados e chapados.

E não se preocupe com o general, ele não vai abrir a boca. - McCarty assentiu sem dizer mais nada.

Ele sentiu-se triste ao ouvir ela falando sobre o que aconteceu entre os dois. Tá certo que ele não esperava que ela se declarasse e caísse de amores aos seus pés. Mas, quem sabe ela pudesse lhe dizer que tinha adorado a noite, e quem sabe eles pudessem conversar quando saíssem dali. Mas não, ficou bem claro para ele, que o acontecido não teve muita importância para ela, e ele chegou a conclusão de que ela só fez o que fez, por estar mesmo bêbada e chapada.

- Já volto. - Ele murmurou por fim.

- Ah tenente, se puder passar na enfermaria e trazer algo para dor de cabeça eu agradeço.

- No primeiro jipe. Tem uma bolsa com todos os kits de primeiros socorros. Um deles é só com remédios para dor de cabeça. - Assim que acabou de falar, ele deu as costas para ela e saiu, a deixando sem entender.

Ele estava triste? Ela buscou em sua mente algo que falou que possa tê-lo magoado, mas não encontrou nada, então deu de ombros e foi até o jipe.

McCarty não tinha exagerado quando disse que trouxe muitos remédios. Isabella encontrou quatro Kits repletos de morfina, antes de achar um que tinha os comprimidos para dor de cabeça.

Ela tirou uma cartela lá de dentro, pegou dois comprimidos e os engoliu, colocando água atrás. Fechou os olhos e massageou as têmporas, desejando se livrar o quanto antes daquela maldita ressaca, que estava acabando com sua cabeça e a deixando de mal humor.

- Bom dia capitão. - A voz de Whitlock a fez abrir os olhos.

Ela devia um pedido de desculpas ao soldado medroso.

- Bom dia soldado. - Pelo tom de voz dela, ele viu que ela estava normal. Não o mataria se ele puxasse assunto.

- Dor de cabeça? - Ele viu o momento em que ela engoliu os comprimidos, como viu ela de olhos fechados massageando as têmporas.

- Muita dor de cabeça. - Soltou em um suspiro. - Olha, eu sinto muito por ontem. Eu estava nervosa e acabei descontando em você, me desculpe. - Jasper a olhou admirado, ele nunca pensou que ela fosse lhe pedir desculpas.

Primeiro porque não foi algo tão grave. Ela quase quebrou seus dedos, mas a falta de força dele também ajudou naquela tarefa.

Segundo porque no exército as pessoas que tinham um cargo de maior importância do que os soldados, gostavam de humilhá-los ou descontar suas frustrações neles. Aquilo era tão normal que já estavam acostumados.

- Tudo bem capitão. - Ele levantou a mão mostrando para ela. - Olha, nem quebrou nem nada. - Ele tinha um sorriso feliz por a mão ter saído intacta.

A capitão balançou a cabeça negativamente, mas por fim deu um sorriso três segundos para ele.

- Não desgrude de mim soldado, eu vou cuidar de você. 

- Sim senhora. - Ele sorriu com aquilo. Pelo que ouviu Clapton falar, a capitão era a melhor, e se ela estava se oferecendo para cuidar dele, era claro que ele não reclamaria.

- Treinou os tiros, como eu sugeri? - A capitão acompanhava com o olhar, mais quatro dos seus soldados chegando.

- Não capitão. Em um ano eu não aprendi a atirar, se eu fosse treinar por aqui, com certeza acabaria acerando outros soldados, então eu aproveite meu ultimo dia lendo. - Ela balançou a cabeça negativamente.

- Lendo? - Questionou com uma certa reprovação na voz.

- Sim, o morro dos ventos uivantes. - Se ela já tinha desaprovado a leitura, depois de saber do que se tratava, se visse o livro o jogaria fora.

- O que leva uma pessoa a ler esse livro? É a história mais babaca que eu conheço. - Jasper sorriu ao ver que ela falava mal do livro, mas pelo jeito já o tinha lido.

- Não sei, mas eu gosto desse livro. Não é mais uma daquelas histórias em que ele é um príncipe, rico, de boa aparência e simpático, sem nenhum defeito. E ela uma princesa perfeita que faria de tudo para seguir o príncipe.

São duas pessoas com bastante defeitos, incontáveis defeitos, acho que por isso eu gosto do livro. Todos nós temos nosso lado Heathcliff e Catherine. Ninguém é perfeito, o amor não é perfeito. - A capitão nunca tinha pensado sobre aquilo daquela maneira. Pela primeira vez ela viu que o que Whitlock falava, fazia um pouco de sentido.

- Gosta de livros soldado? - Ele abriu um largo sorriso e aquilo já respondia a pergunta.

- Amo livros. As vezes eu até me arrisco a escrever algumas coisas.

Quando eu sair daqui, quero me dedicar a isso. Meu sonho é escrever um livro. - A mulher sorriu ao ver o brilho nos olhos do rapaz.

- Espero que consiga realizar seu sonho. - Ela desejou aquilo com sinceridade, e faria o que estivesse ao seu alcance para que o soldado medroso não se machucasse.

Ao ver McCarty, Fostes e Clapton voltando com o que faltava, a capitão deixou Jasper falando sozinho e começou a contar seus soldados. Estavam faltando dois. Parker e Johnson e pelo que ela viu no relógio, já passavam da cinco. O atraso dos dois soldados a fez bufar.

Se tinha uma coisa que a tirava do sério depois do General Cullen, essa coisa era irresponsabilidade. Ela detestava atrasos, ficava possessa quando um dos seus soldados se atrasavam, ou quando descumpriam uma de suas ordens.

Ela era a capitão, ela quem mandava naquele puteiro e ter uma ordem desacatada a fazia se transformar.

Os soldados sabiam muito bem daquilo, alguns viram e outros sentiram na pele, a raiva dela, quando era desacatada. Por aquele motivo eles procuravam nunca, mas nunca mesmo se atrasar ou discutir uma ordem com ela. A capitão mandava, eles obedeciam e ponto.

- Alguém sabe parte de Parker e Johnson? - Ela perguntou em alto e bom som.

- Devem estar dormindo, já que fizeram barulho a madrugada toda, atrapalhando o sono alheio. - Ryan os entregou sem receio algum, ele estava bravo por não ter conseguido dormir direito.

- Ryan por favor os chame, diga que eles tem exatos cinco minutos. Ou eu vou pessoalmente até lá. - Aqueles soldados atrasados não estavam com sorte, porque além de tudo a ressaca a deixava ainda mais irritada.

Ryan assentiu e correu para chamá-los. Ele sorriu ao pensar na bronca que os dois levariam.

- Granadas e bombas de fumaça. - McCarty mostrou as caixas que trouxe. Isabella assentiu sem dizer nada.

Enquanto ela esperava, resolveu desenfaixar as mãos. Fazia aquilo lentamente, já que o pano que tinha grudado nos machucados, a fazia grunhir baixinho. Ao ver que doeria de qualquer jeito, ela desistiu de ser delicada, e em um só puxão, tirou o pano de lá, o que a fez sentir vontade de gritar alguns palavrões, mas respirou fundo e fechou os olhos. Quando se sentia melhor fez o mesmo procedimento com a outra mão.

Graças a sua falta de delicadeza os machucados voltaram a sangrar, a fazendo resmungar.

- Eu cuido disso para a senhora. - Damon que assistia a cena, resolveu se pronunciar.

Ele era o soldado responsável por cuidar dos soldados feridos, enquanto estivessem longe da base.

Ela pensou em dizer que estava tudo bem e que não precisava de cuidado algum, mas por fim estendeu as mãos para ele.

- Precisamos limpar e passar rifocina. - Ele falava sozinho, analisando os machucados.

Teve vontade de perguntar aonde ela os tinha conseguido, mas ele sabia que o humor dela já não estava muito bom por culpa dos soldados atrasados, sabia também que dificilmente ela responderia algo, e era bem capaz de ele levar bronca, então preferiu a acompanhar no silencio.

- Me de dois minutos, vou pegar as coisas. - Ela não respondeu nada, só baixou as mãos.

Dizem que tem dias que são tão ruins que é melhor você nem levantar da cama, Isabella constatou a vericidade daquela frase ao ver ao longe o Major Harrison. Ele se aproximava junto com o General Cullen. Carlisle parecia explicar algo ao Major e eles caminhavam sem presa alguma.

Damon conseguiu pegar as coisas antes de eles os alcançarem. Ele pegou a mão da capitão sem prévio aviso e começou a tratá-la. Ela puxou forte o ar, quando ele jogou água oxigenada lá em cima.

- Antes de mais nada, continuem o que estão fazendo, sem continências. - A voz de Carlisle fez a capitão e o soldado, levantarem os olhos.

Isabella encarou o homem por alguns segundos vendo que o estrago que tinha feito no rosto do homem parecia ainda pior.

Ele estava horrível e inchado. Viu que tinham pontos no corte da sobrancelha, e seu olho direito estava tão inchado que não abria mais. Alem de muitos hematomas espalhados por ali.

Damon engoliu em seco, pensando em quem tinha feito aquilo com um general. Ele não sabia quem era aquele general, nem o que um general fazia ali, mas pela roupa e pelas medalhas penduradas na farda, sabia que era um general americano.

- Em segundo lugar bom dia. - A voz do homem fez os dois desviarem os olhos do rosto dele.

- Bom dia. - Damon respondeu em alto e bom som, já Isabella só murmurou.

Ela encarou o Major, que tinha os olhos nas mãos dela, provavelmente entendendo aonde o general se machucou daquele jeito.

O Major até arriscou uma olhada para mulher, mas ao vê-la o encarando de cara feia, desviou os olhos.

- Tudo pronto? - Ele resolveu quebrar o silencio.

- Só estamos esperando dois soldados irresponsavelmente. - Damon pôs algo na mão dela, que ardeu para valer.

- Mas que Droga Damon. - Esbravejou bufando. - Está jogando álcool ai em cima? - Perguntou de dentes trincados.

- Não, não sei o que aconteceu com a rifocina. Esse é tipo um genérico e pelo jeito arde. - Ele explicou sem tirar os olhos do machucado.

Depois de espalhar sulfa naquela mão, o soldado puxou a outra, não ligando para cara feia da mulher.

- Aonde machucou as mãos desse jeito? - Damon não teve coragem de perguntar, mas o Major teve.

- Soquei meu saco de pancadas sem proteção e com muita força. Tem areia de pedaços de concreto la dentro, então... - Ela deu de ombros.

- Foi assim que machuquei. Ontem a noite eu voltei a socar, o que piorou a situação. - Carlisle quase riu ouvindo aquilo.

- Ai garoto, chega... - Ela bufou para Damon que riu ao vê-la resmungando e o chamando de garoto.

- Eu tenho vinte e três senhora, não sou mais um garoto. - Murmurou ainda com os olhos na mão dela.

- Preocupante. Vinte e três é quase o fim da vida. - Ela disse em um tom irônico, fazendo o soldado e até o general sorrirem.

- Quantos anos a senhora tem? - Se ela respondeu a pergunta do Major, podia muito bem responder a dele.

- Caso ninguém vença essa aposta, o dinheiro vai ser meu? - Damon sorriu, Emmett tinha dito no dia anterior que ela de algum jeito sabia das apostas que aconteciam sobre a vida dela.

- Acho que não senhora. - Ela balançou a cabeça negativamente e não disse mais nada. - Por que nunca fala sobre o que fazia antes daqui? - Ele resolveu mudar a pergunta a fazendo suspirar.

- Por que o que eu fazia antes de estar aqui, não combina com o que eu faço agora. - Explicou. - Não quero misturar o que eu era antes da guerra e o que eu sou agora.

Melhor deixar a parte boa, ou menos ruim, longe desse lugar. Isso eu carrego só comigo, nos meus pensamentos. - Damon viu que aquilo fazia sentido, e talvez tenha conseguido entender um pouco melhor a misteriosa capitão.

Carlisle também entendeu o que ela quis dizer, e se perguntou o que será ela carregava nos pensamentos.

- Prontinho. - O soldado liberou a mão dela.

Isabella encarou as mãos laranjadas pelo remédio genérico e balançou a cabeça negativamente. Laranja não combinava em nada com seu uniforme camuflado.

- Obrigada. - Murmurou para o soldado e levantou os olhos para os atrasados, que ela já tinha notado estarem de volta. Ela caminhou até os dois e parou na frente deles.

- Posso saber o motivo do atraso? Que horas McCarty disse para estarem aqui? - Os dois olhavam para os pés e nada disseram.

- Eu estou perguntando, por algum acaso perderam a língua? - Ela alterou o tom de voz.

- Não senhora. - Johnson murmurou.

- Ótimo. Então me respondam, por que se atrasaram? - Questionou de novo.

- Perdemos a hora senhora. - Parker se pronunciou.

Ela bufou ao ouvir aquilo.

- Perderam a hora. Claro, perderam a hora, isso aconteceu porque eu imagino que acabou a pilha do despertador no meio da noite, vocês já estavam dormindo e não puderam fazer nada, foi isso? - Ela sabia ser irônica e sabia como deixá-los nervosos.

- Não senhora, o despertador tocou, mas não ouvimos. - Parker voltou a murmurar.

- Que horas foram dormir para não ouvirem o despertador? - Ouve silencio, seguido de mais silencio, a deixando furiosa.

- ESTOU PERGUNTANDO PORRA. - Enquanto os dois soldados atrasados olhavam para o chão, todos os outros, olhavam para os três.

No fundo eles torciam para a capitão perder o resto da paciência, e dar um bom corretivo nos atrasados.

O major parecia com medo pelos garotos, já o general sorria lembrando-se de Charlie.

- Fomos dormir as quatro e meia senhora. - Johnson respondeu.

- Nossa, vocês dois estão de parabéns. - Ela aplaudia os dois. - Uma salva de palma para os dois, vamos lá. - Ela fez todos os outros soldados aplaudirem.

Eles tinham vontade de rir de Parker e Johnson, mas também tinham medo de entrarem para bronca, então aplaudiam sérios.

- Vocês são avisados que deveriam estar aqui as quatro e quarenta e cinco, e vão dormir as quatro e meia. Gênios, isso é coisa de gênios. - Ela falava com seu tom de voz mais sarcástico.

- Pouco me importa se vocês estavam bebendo, fumando, cheirando ou algo do tipo. Eu não tenho nada haver com isso, sendo que, isso não atrapalhe nosso trabalho.

Não sei se já notaram, mas isso aqui não é uma colonia de férias, e não sei se entenderam bem o recado, mas nós vamos atravessar o deserto, vamos para o sul. Sim o sul, o tão temido sul, é para lá que nós estamos indo.

Cada pingo de atenção na merda da estrada ainda vai ser pouco, e as duas MORSAS me dizem que dormiram quinze minutos. - Ela puxou forte o ar não acreditando naquilo.

- Querem morrer? Ótimo, tem uma arma na mão de cada um, mirem um na cabeça do outro, contem até três e atirem.

Se fazerem isso vão estar prejudicando só a vocês mesmos.

Mas se vocês dois, por algum acaso dormirem ou só cochilarem na viagem, perderem a atenção por dois segundos e algum filho da mãe de um Iraquiano estiver por perto, já era. - Ela bem que tentava manter a voz calma e baixa, mas estava indignada de mais para continuar com aquilo.

- ELES NÃO VÃO QUERER SÓ ACABAR COM OS DOIS INRRESPONSAVEIS, QUE DORMIRAM QUINZE MINUTOS. VÃO QUERER DESTRUIR TODO O GRUPO. O NOSSO GRUPO.

TODOS NÓS. TODOS OS QUE CHEGARAM AQUI NA HORA, TODOS OS QUE ESTÃO AQUI E NÃO E NÃO ESTÃO BEBADOS, CHAPADOS OU COM SONO.

TODOS QUE TIVERAM UM MINIMO DE CONCIENCIA E DORMIRAM PELO MENOS QUATRO HORAS.

E SE ISSO ACONTECER, A CULPA VAI SER DE VOCÊS DOIS, SEUS IRRESPONSAVEIS. - Ela tinha vontade de socar os dois, e McCarty que ouvia tudo em silencio tinha vontade de ajudá-la, assim como Ryan e Damon.

Isabella encheu os pulmões tentando se controlar e tirou sua mochila a esbarrando em Johnson.

- Vocês dois tem cinco minutos, para porem todas as mochilas nos tanques. E eu nem preciso dizer que é para ajeitá-las e não joga-las. E coitados de vocês se passarem de cinco minutos. - Ela deu as costas para os dois ainda bufando.

Johnson não perdeu tempo e já foi pegando mais mochilas. Já Parker estava com raiva pela bronca, por ter sido envergonhado na frente dos outros.

- TPM. - Ele murmurou baixinho antes de ir ajudar o amigo. O que ele não sabia era que a mulher tinha ouvidos aguçados e ao ouvir aquilo o pingo de paciência que tinha sobrado dela, esgotou-se.

A capitão virou-se para Parker e sua mão agarrou o pescoço do soldado o jogando contra o jipe.

- O que disse soldado? - Questionou apertando o pescoço do soldado que a olhava assutado, assim como todos os outros que ali estavam.

- Nada senhora. - Ela respirou fundo e bateu com a cabeça dele contra o carro.

- O QUE DISSE SOLDADO? - Talvez ela fosse enforcá-lo, e ele achou melhor repetir de uma vez, para quem sabe conseguir respirar.

- Disse que está de TPM. - Ele se arrependeu de ter repetido. Ela não afrouxou a mão do pescoço dele, pelo contrario, apertou ainda mais.

- Acha que eu estou de TPM, soldado? - O questionou com os olhos irados de raiva.

- Não, para sua sorte eu não estou. Se eu estivesse, você já não respiraria mais. Para sua sorte soldado, estamos na guerra, então eu tive que tomar injeções antes de vir.

Agradeça a elas por você não me ver de TPM. Se você tivesse se atrasado e eu estivesse de TPM, você não gostaria de saber o que eu faria. - O soldado não conseguia mais se pronunciar, ele estava completamente sem ar. Suas mãos tentavam tirar a mão dela dali.

- Se continuar, vai matá-lo. - Ela sentiu a mão do general em seu ombro.

Suspirou e tirou a mão do pescoço do soldado, que caiu no chão e tossiu procurando por ar.

- Os minutos estão correndo. - Disse olhando para Johnson que estava paralisado assistindo a capitão quase matar seu amigo.

Johnson achou melhor se recuperar do choque e voltou a se concentrar nas mochilas. Segundos depois Parker levantou-se e foi ajudar o colega, dessa vez, em silencio.

Na verdade todos estavam em silencio, o ataque de fúria da mulher deixou todos os soldados assustados, nenhum deles ousava a se mexer, só respiravam porque era necessário.

Isabella respirou fundo e foi para o meio do quase circulo que os soldados faziam.

- Esse é o General Cullen, e ele tem algo a dizer para vocês. - Ela apontou para Carlisle, que sorriu e foi até aonde ela estava.

Os soldados olhavam curiosos para aquele General, se perguntando em que briga teria ele se metido, para estar com o rosto daquele jeito. McCarty tinha ideia, mas jamais abriria a boca. Mas ele agradeceu aos Céus, por a capitão ter desistido de socar sua cara.

- Sei que graças aos dois soldados, vocês já estão um pouco atrasados, então vou direto ao ponto.

O soldado que vão resgatar é meu filho. - Todos os soldados ali presentes tiveram que se concentrar para não começar a murmurar sobre aquilo.

- Tenho plena certeza que vocês são um dos melhores grupos existentes aqui, se não o melhor. Por isso estão sendo designados a cumprirem essa missão.

Eu não sei quantos dias vão levar até acharem Edward, pode ser um dia, como pode ser um mês, eu realmente não sei. Mas eu lhes dou minha palavra que essa vai ser a última missão de todos vocês aqui no Iraque. Assim que voltarem, vocês vão para casa e nunca mais vão precisar por os pés aqui.

Resgatar o soldado Cullen, essa é a ultima missão, depois disso não vão precisar ficar mais um dia sequer aqui. Vão voltar para suas famílias. - Os soldados que já começavam a se revoltar sabendo quem teriam que resgatar, se animaram ao ouvira promessa do homem.

Todos sabiam que precisavam ficar pelo menos um ano ali, então ir embora em menos de três meses era como ganhar na loteria.

- Bom, é isso. Resgatem o soldado e eu lhes garanto, que no outro dia, estarão em um avião, indo para casa. - Carlisle encarou Bella e assentiu, para que ela continuasse dali.

Ela tirou a foto de Edward de um de seus bolsos e entregou a Damon que era o soldado mais perto dela.

- O nome dele é Cullen. Edward Cullen. Faz duas semanas que ele abandou a base em que estava e saiu atras de um amigo, depois disso nenhum oficial teve mais noticia dele.

Alguns soldados da base Stell Curtain disseram que o viram por lá, mas não tinham certeza se era Edward, só sabiam que era Cullen. Não tem como sabermos se é a mesma pessoa, porque ele já não está mais por lá, resolveu seguir caminho. Isso me leva a crer que é o mesmo Cullen e que ele ainda procura sei lá por quem.

Vamos seguir em caminho a base SC, vamos parar nas cidades em que temos domínio para descansarmos e verificar se ele está ou passou por lá, ou se alguém o viu.

Ao ver Frank de mão levantada, Isabella parou com o que ia dizer.

- Diga soldado.

- Eu conheço ele. - O soldado estava com a foto na mão.

Isabella ficou surpresa por alguém do seu grupo conhecer aquele maluco.

- Conhece? Da guerra? - Ele balançou a cabeça negando.

- Do exército da Flórida. Eramos colegas.

Provavelmente o amigo do qual ele está atras é Hudson, eles eram meio que amigos inseparáveis.

Nós três chegamos juntos aqui. Os dois ficaram aqui nessa base no primeiro dia, depois foram transferidos. - Edward esteve ali? Ela estava meio sem reação, não pudia acreditar que aquele irresponsável esteve tão perto e que ela não o viu.

Se o tivesse visto teria dado um jeito de mandá-lo de volta para os Estados Unidos.

- Ele era um bom soldado? Acha que ele está bem? - A voz dela saiu com um tom de preocupação o que fez Carlisle sorrir discretamente.

- Ele era meio baderneiro. Sempre acabava tendo que ficar horas pagando flexões ou limpando banheiros, por atraso ou falta de respeito, mas era um bom soldado.

Edward é um cara esperto, muito esperto, da jeito de enrolar todo mundo, com certeza já passou alguns Iraquianos para trás.

Com todo respeito. - O soldado disse olhando para o general. - Acho que ele é meio louco, ou algo do tipo. O cara entrou para o exercito só para quem sabe encontrar seu amor de infância. - Bella ficou ainda mais sem reação ao ouvir aquilo.

- Amor de infância? - O general questionou.

Ele sabia muito bem de quem se tratava, e queria estudar as reações dela ao ouvir aquilo.

- É. Uma menina que cresceu junto com ele. Não sei por que motivo, eles pararam de se falar, mas parece que isso o afetou e o deixou meio paranoico.

Nos encontros anuais dos exércitos, marinhas e aeronáuticas, de todos estados, ele revirava o lugar atras dela.

A ultima vez que ele a viu, ela tinha onze anos, o que não o ajudava na missão de encontrá-la.

Mas no encontro do ano passado ele jurou que a viu, junto com o pessoal da marinha.

Eu questionei se ele foi falar com ela, e ele me disse que não teve coragem.

Primeiro porque ela estava com outro cara. Segundo porque ele não tinha a minima noção do que falar para ela quando ficassem frente a frente. - Isabella não acreditava no que ouvia.

Edward a encontrou e teve vergonha de cumprimentá-la? Não que ela fosse o abraçar, rir e contar o que aconteceu no tempo em que não se viam, mas ela podia muito bem ter sido educada e lhe cumprimentado, alem de mandá-lo sair do exercito.

- Esse cara é insano. - McCarty comentou.

- Muito. - Ryan o ajudou.

- E como era o nome da Cinderela? - Damon fez todos rirem, menos a capitão que ainda estava processando aquilo.

- Bella, ele a chamava de Bella. - É, ela precisava concordar com os outros, Edward era maluco, não tinha outra explicação.

- Bella, Isabella, não é parente sua não capitão? - Damon questionou rindo.

Isabella balançou a cabeça negativamente tentando se livrar dos pensamentos.

- Vamos embora, essas informações não nos ajudam em nada.

Vamos encontrar esse maluco irresponsável o quanto antes e mandá-lo para casa, de onde ele nunca deveria ter saído. - Carlisle riu ao ver o quanto aquilo tinha a perturbado.

Esme sempre disse o marido que Edward tinha se tornado o que era, por causa do que aconteceu quando era criança. Tudo que ele queria ser, não fazia mais sentido, se quem o apoiava não estava mais lá. Edward não achava mais sentido fazer aquilo, não sem ela.

Carlisle sempre acho aquilo loucura da mulher, e até sequestrou seus livros de romance com medo que ela fosse ficar louca.

Edward e Bella eram muito amigos, diziam que iam se casar, mas aquilo era coisa de criança, depois eles cresceriam e riram daquela ideia maluca, continuariam amigos, mas só. Era isso que Carlisle pensava, até ouvir o depoimento do soldado que conhecia seu filho.

Ele percebeu que talvez Esme tivesse razão. Ele entendeu que o filho precisava reencontrar aquela mulher, para eles colocarem os pingos no Is, só assim Edward seguiria em frente.

- Vamos embora. Johnson, Cooper, Allen e Feller, vocês vão no primeiro jipe. Muita atenção, se não vamos pelos ares e se Johnson por um acaso fechar os olhos, joguem ele no deserto. - Os soldados assentiram e meio que em fila se dirigiram para o jipe.

- Damon, Ryan, Parker e Muller. - Vocês vão no primeiro tanque. - Ryan, você fica no comando desse, confio em você. - O soldado assentiu e eles foram para o tanque.

- Clapton, Whitlock, Frank e Foster, vocês vão comigo no segundo jipe.

Os outros vão com McCarty no segundo tanque.

- Capitão, não é melhor a senhora ir em um tanque? - McCarty perguntou sugerindo.

- É melhor você me obedecer e entrar logo no tanque tenente, estamos atrasados e eu detesto atraso.

Ninguém ousou dizer mais nada, todos seguiram para seus devidos lugares em silencio.

A mulher suspirou olhando para seu grupo e pôs o capacete. Quando pensou em seguir para seu carro sentiu uma mão em seu ombro.

- Eu deveria estar muito, mais muito magoado com você. Ainda não acredito que não ficou aquela noite, veio para cá sem se despedir. - Isabella abriu um largo sorriso. Os soldados que viram aquilo ficaram de queixo caído, era quase possível ver todos os dentes dela.

- Jacob, o que está fazendo aqui? - Questionou virando-se.

Então, o que acharam? No próximo eles finalmente partem em busca do Cullen...

Visita surpresa do Jacob, algo me diz que foi obra do Carlisle ahuahauhau

Por hoje é isso. Conto com o comentário e opinião de vocês.

Beijos e até breve...


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