Mais que Palavras escrita por Dark_Hina


Capítulo 8
Capítulo 8 – Seguindo as evidências.




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O moreno de aparência asiática encarava de novo a maleta aberta sobre a mesa, havia alguns fio saindo dela e um visor de relógio digital.

Ele suspirou e voltou a por as coisas dentro dela, segurou por uns instante o sistema de ativação e exalou com força sentindo raiva de não poder fazer nada, seu exalar provocou um embaço no botão de ligar da bomba e relevou uma parcial saliência visual no botão.

Archie espremeu os olhos para enxergar aquilo com mais nitidez, tentando certeza que não era um desvairo da sua visão depois de duas noites sem sono.

Do lado de fora da sala, um mulher mediana de óculos, cabelos negros e franja, passava. Archie escutou os passos, não eram os saltos do DNA, só podiam ser os sapatos sociais da Digital.

-Mandy! - Archie gritou ainda olhando fixamente para o botão.

Ela parou, girou seus calcanhares e suspendeu seu tórax para dentro da sala equilibrando seu corpo com a mão coberta por uma luva de látex apoiada na porta.

-Sim, Archie?

-Isso é o que eu penso que é? - Disse quebrando o contato visual com a peça da bomba e estendendo o lado do botão para Mandy.

Ela expremeu os olhos por trás do óculos, o embaçamento da respiração de Archie ainda não havia passado. Ela arqueou as sobrancelhas e curvou a boca.

-Vou extrair essa digital. - Archie voltou a segurar o aparelho, desconectou os fios que o prendia a maleta, entregou novamente a Mandy e ambos se dirigiram para a sala de digitais.

~♥~

Grissom andou irritado até seu carro, jogou-se atrás do volante e ligando o carro, deu a partida para sua casa. Não queria saber de mais nada, nem que escutaria muitas coisas desagradáveis quando chegasse em casa.

Seguiu o caminha com o ar condicionado ligar, o rádio baixo e uma vontade quase que incontrolável de dormir, de esquecer que tudo aquilo estava acontecendo, principalmente, esquecer que tudo com ela havia acontecido.

Aquilo era pior que qualquer efeito colateral de remédio, era mais degradante por dentro que beber ácido e de certa forma era mais agonizante que qualquer tortura... Há meses estava em um deserto sem comida ou bebida e quando apareceu um banquete não pôde degustar... Morria cedo ou tarde, mas com certeza essa data havia sido adiantada e seu sofrimento prolongado.

Voltou a pensar no que estaria em casa lhe esperando... Heather desde de que se tornaram noivos havia mudado, e não exatamente classificando em lado 'bom' ou 'ruim', ela estava apenas diferente. Ela havia parado de tentar confundir sua mente, ou até mesmo de decifrá-la, para ela, ele já lhe pertencia, e era uma equação exata.

Ele socou o volante do carro e suspirou pesado. “Porcaria de vida”. 

De repente todos os seus conceitos e filosofias foram contrariados com aquele pensamento... Ele estava cansado, estressado e altamente perturbado com o que acontecia, parar para pensar nessas coisas era desnecessário e ainda mais exaustivo, então resolveu apenas se concentrar na estrada e na música meio pop rock do rádio, se bem que até ela era irritante em vista da letra...

All this time 
Todo esse tempo
We were waiting for each other 
Estávamos esperando um pelo outro
All this time 
Todo esse tempo
I was waiting for you 
Eu estava esperando por você
We got all these words 
Nós temos todas estas palavras
Can't waste them on another 
Não podemos desperdiçá-los em outro
So I'm straight in a straight line 
Então eu estou direto em uma linha reta
Running back to you 
Correndo de volta pra você 
(OneRepublic)

~♥~

Sara e Raymond adentraram as portas do laboratório, ambos segurando seus kits e em passos rápidos e largos foram para a sala de evidências.

Despejaram as sacolas contidas dentro na mesa branca vazia, fecharam a porta e ligaram as luzes.

Instantes depois que começaram a catalogar tudo que haviam encontrado, Catherine abriu a sala e deu boa noite à todos. Perguntou onde Grissom estava e os dois deram de ombros.

-Talvez tenha ido para casa, fazia dias que ele não dormia. - Disse Raymon afastando uma sacola plástica para o canto da mesa e colocando evidências de outra no lugar daquela.

-Talvez, mas vistas a circunstâncias, não sei bem se ele escolheu bem ir para lá. - Catherine disse com um sorriso no rosto de deboche, puxou uma cadeira para si, uma caneta e sentou-se. -Vou colocar os nomes de vocês e o número do caso, os detalhes você colocam, certo?

Raymond e Sara assentiram com a cabeça.

-Por que você diz isso Catherine? - Sara falou tentando disfarçar o interesse, Catherine não fez por onde não frusta a intonação de desdém da morena.

- De Grissom? Ora Sara, Grissom começou a dormir em casa, aproveitar suas folgas, fez um pedido de licença para gastar parte das férias acumuladas, você sabe, ele começou a viver de novo. Heather não está acostumada a vê-lo chegar tarde em casa, nem com ele dormindo no trabalho, ela deve estar no mínimo preocupada.

Catherine não tinha dito com objetivo de provocar, mas tinha demonstrado uma pequena e afiada farpa na resposta.

Sara conhecia bem aquilo, mas não quer dizer que gostava ou que aceitaria, não mais.

-De novo não é? - Ela falou com desdém. -Tantas coisas acontecem novamente, você mesma é especialista nisso. - Sara pegou uma outra sacola e colocando um etiqueta e continuou falando e escrevendo, como se não estivesse falando nada demais. - Primeiro sua mãe, você e agora Lindsey, a coisas sempre se repetem. Mas isso não é nem surpresa certo? É meio genético.

Catherine, que também escrevia, largou a caneta e virou-se para Sara com cara de indignada, tinha a boca meio aberta e olhar fixo no rosto 'cara-de-pau' da morena, que continuava a preencher os espaços em branco da etiqueta.

-Olha aqui Sara, o que acontece na minha vida pessoa eu não levo para o trabalho, isso, caso não esteja enganada se chama ética, seria muito interessante se o Grissom, e principalmente você, aprendessem isso.

Sara jogou a sacola para o outro lado da mesa pegando outra e com um olhar de banda para Catherine respondeu ríspida.

-Melhor ter coisas boas para serem reveladas do que todos saberem algo ruim e se querer esconder. Mas eu acho que esse não é o seu caso? Tudo que se quer saber sobre você é só ir na 'rádio-fofoca' do laboratório.

Catherine se levantou e socou a mesa, se não estava com raiva aparentava muito bem.

-Desculpa se sua vida é muito medíocre e cercada de fantasma a ponto de todo mundo se assombrar e não querer saber dela, a ponto de ter assustado o Grissom, mas a culpa não é minha. 

Sara gira seu rosto e encara os olhos azuis de Catherine.

O que ela tinha dito havia batido fundo, ela não sabia o que era carregar fantasma, ela não sabia o que era sofrer perante eles. Sam nunca foi um pai de verdade para ela e Lindsey ainda estava viva e ainda lhe daria um neto, Catherine não tinha o direito de falar aquilo.

-Tem razão Catherine, a culpa não é sua pela minha vida. Mas eu acho que não podemos citar culpados por rumos de vidas alheias. Se bem que eu não saberia quem seria o exemplo da Lindsey, você ou sua mãe.

Raymond estava escutando calando até o momento, mas a discussão estava indo longe demais.

-Sara você não... - Catherine daria uma resposta, mas foi atrapalhada pelo barulho da cadeira de Raymond sendo arrastada para trás por ele mesmo.

Ele se levanta e deixa o saco de evidências cair sobre a mesa fazendo um estrondo assustando Catherine e Sara, que esta, de tal forma, deixou seu lápis cair e arregalou os olhos encarando o perito.

-Senhoras, controlem-se!

As duas se encaram, as faíscas voltam a sair de seus olhares fulminado a outra.

-Nós somos...

-Que bom que eu achei vocês! - Archie disse abrindo a porta e atrapalhando Raymond. Ele olhou para todos da sala, viu a feição de raiva de Catherine, o olhar irritado de Sara e o cenho franzido de Raymond. -Desculpa eu estar interrompendo alguma coisa, mas realmente é muito importante. Vocês precisam vir comigo.

Os três se entre-olharam, Sara se levantou e foram seguindo Archie pelo laboratório até a sala de Digitais, lá eles encontraram Mandy sentada diante de uma tela de computador, nela estava exibido uma digital e comparação positiva...

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