Mais que Palavras escrita por Dark_Hina


Capítulo 3
Capítulo 3 - Medos




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Capítulo 3 - Medos.

O ambiente frio dos corredores brancos, tanto termicamente quanto emocionalmente, remetiam à lembranças de cenas de crimes, onde a esperança de vida se transformava no desejo de que todos os fatos apontassem para uma verdade, alguém havia ido embora para sempre e com certeza existia alguém responsável, seja o mordomo ou uma micro-bactéria.

O homem grisalho atravessou a o corredor parando em frente a janela de vidro ao lado de uma porta, nele, além de seu irrelevante reflexo, estavam exibidos, desacordados, centralizados em meio a vários aparelhos, dois homens que podiam ser facilmente comparados a múmias por suas ataduras e curativos que lhe cobriam mais da metade do rosto, todos os seus membros e por baixo daquelas roupas de hospital seus abdomens.

Saindo da outra extremidade do corredor, uma mulher loira se viu engolir a seco ao olhar para o homem imóvel diante da tela de vidro.

Em passos rápidos foi a seu encontro.

Seus olhos azuis estavam avermelhados, possuía grandes olheiras e sua expressão de cansaço só se comparava a pressão emocional que se encontrava. Assim que se encontraram, a mulher abraçou o homem.

-Eles estão piorando. - Disse em um quase sussurro apertando firme a cintura e pressionando seu rosto contra o ombro dele.

-Eles já escaparam de coisa pior. - Ele falou com uma falsa calma de tom igualmente baixo, retribuindo o abraço.

-Quatro Grissom, quatro companheiros aquele canalha matou e eu não sei se vou agüentar ver a morte do Nick ou do Greg, já basta o Warrick.

-Vai ficar tudo bem. Ecklie está chamando reforços, nós vamos pegá-lo e fazê-lo pagar pelo que fez.

-Nós vamos pegá-lo e antes que possam dizer qualquer coisa vou meter duas balas na cabeça dele e não podem me acusar de nada. - Grissom a apertou contra seu corpo.

-Vamos deixar isso para Brass. - Os dois se separaram do abraço e ficaram encarando a figura da janela de vidro.

~♥~


Sara segurava suas coisas, sua feição de insatisfação e raiva com o que tinha lido durante a viagem ainda não havia se desfeito. Desceu do avião dando coice no vento, quando no meio do aeroporto viu seu semblante mudar e ficar parada estática olhando com um sorriso de canto a canto do rosto para o senhor de terno que lhe esperava.

-Brass! - Ela gritou ele acenou com a cabeça e caminhou em passos largos em direção a ela.

-Oi!

-Ecklie te mandou vir me buscar?

-Querida, sabemos que ele está correndo louco, mas ainda não está gostando de você.

-Seria pedir demais da providência das circunstâncias e divina. - Os dois começaram a andar para a saída, Brass direcionava a morena.

-O que fez você mudar de idéia em relação a Vegas?

-Nada, eu não vim aqui para retomar uma antiga profissão, vim aqui para ajudar meus amigos.

-Já ficou sabendo do Nick e do Greg?

-Sim. - Eles haviam saído do prédio e a pele de Sara arrepiou-se com o choque térmico. Em seguida, entraram no Denali do policial.

-Vão ficar felizes em te ver.

-Grissom está nesta lista?

-As coisas mudaram desde quando você foi embora. - Brass engoliu a seco.

-Fala dele e Heather?

-As notícias correm rápido.

-Não Brass, as más notícias correm rápido.

-Talvez com você aqui eles parem de acontecer. - O policial deu a partida e se dirigiram a algum lugar.

~♥~


Grissom olhava em volta, a sala escura, iluminada apenas por uma luz azul, estava repleta de fotos, várias delas de explosões, de bombas, de prédios e em separado das demais, pessoas, poucas e organizadas em um quadro de 3x3.

Os olhos azuis avaliaram cada rosto, passando em deslize por todas as feições.

Toda sua concentração se viu interceptada por uma entrada brusca na porta e um aparecer inesperado de Ecklie.

-Ligação para você... Já! Minha... Sala. - Falou tentando balbuciar uma frase completa. Grissom franziu o cenho.

Ambos se encaminharam a longas e rápidas passadas.

Ao chegar a sala do Vice-xerife um telefone encima da mesa estava meticulosamente posicionado em cima de uma folha de papel com o nome GRISSOM e um horário (11:55h). Grissom encarou seu relógio de pulso.

Faltavam quatro segundos para aquela hora.

-Quatro...Três...Dois...- A contagem do perito foi interrompida pelo toque do aparelho que estava em cima da mesa de Ecklie. - Onde está Archie?

-Eu já falei com ele. - O segundo toque do celular soou mais pesado entre os dois homens. Grissom sentiu sua mão gelar, mas ainda estava indeciso se era de pânico ou de ansiedade. -É melhor você atender.

O perito assentiu com a cabeça, pegou um lenço de papel que estava em seu bolso, o envolveu em sua mão segurou o celular e encerrou com barulho do toque.

-Gil Grissom? - Um voz metálica penetrou os ouvidos do perito. -Espero que sim, isso foi endereçado a você. - A voz tinha oscilações de sonoridade, em uma constância de tornar-se mais grave e ir afinando. - Por que não fala? Está paralisado de medo ou de raiva?

-Quando me ligam normalmente querem falar. Pensei que esse era o seu caso.

-Se eu precisasse de alguém para me escutar procuraria um psicólogo, certo?

-Então, o que quer?

-Quero conversar com a mente brilhante de Gil Grissom, saber qual será meu erro.

-Até agora seu trabalho vem sendo fantástico. Estou de mãos atadas.

-Mais do que o serial das miniaturas?

-Você está falando por ego próprio? - O telefone de Ecklie toca e ele rapidamente atende, Grissom olha atento para a conversa dele tentado não se atrapalhar com sua. Vendo a situação do supervisor Ecklie saí da sala.

-Talvez. Foi o melhor de toda a sua carreira, não foi?

-Desculpa lhe desanimar, era um serial, você é um terrorista. Os méritos são diferentes.

-Não seja imprudente Grissom. Não quer que eu vire um serial somente para me fazer ser seu maior alvo.

-Desculpe, eu terei cautela no que falarei.

-Sem Warick, sua equipe fica incompleta, sem o Stokes e o Sandles ela quase não existe. Catherine, Raymond e você serão suficientes para me deter?

-Como você sabe disso tudo?

-Eu fiz a pergunta primeiro.

-Vamos dar um jeito, mas você afugentou quase todas as opções da nossa equipe. Nem o CSI Miami e nem Nova Iorque estão dispostos a nos mandar reforços.

-Ora Grissom, siga as evidências, siga as pistas, siga minhas palavras, siga meus contextos, me siga.

-É sua vez de me responder.

-Não Grissom, é por ordem dos primeiros. Nos falamos depois, quando eu quiser escutar sua voz. Que a propósito está tensa, preocupada e medrosa. - Assim que ele termina de falar um TUM TUM TUM fica na linha e Ecklie entra bufando na sala.

-O que ele disse? Por que ele desligou?

Na cabeça de Grissom milhares de associações começaram a serem feitas.

-Ele vai atacar de novo e me disse quem seria e quando iria fazer. Ele quer que eu e impeça. - Ambos engoliram a seco. - E se eu não descobrir ele vai se cansar de brincar conosco.

-O infeliz de alguma forma utilizou uma conexão de redes, quando Archie começou a procurar chegou à computadores na Nova Zelândia, mas à nenhum telefone.

-Eu odeio confessar isso, mas temos um problema.

CONTINUA

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