Mais que Palavras escrita por Dark_Hina


Capítulo 4
Capítulo 4 - Atentado


Notas iniciais do capítulo

Eu resolvi postar logo, é meio rápido, mas é que não sei se terei tempo esse fim de semana.



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Capítulo 4 -Atentado

De frente para o laboratório as emoções eram confusas. Um misto de ansiedade com repulsa e até mesmo medo, uma agonia interna lhe subindo a cabeça, e principalmente uma sensação de que não devia estar lá. Essas mesmas sensações que passou anos seguidos sentindo diariamente, as mesmas sensações que lhe destruíam aos poucos e que não lhe permitiam continuar lá.

Ambos desceram do carro, Sara achou por bem de deixar suas malas no veículo com permissão de Brass.

Entrando no lá, muitas pessoas passaram encarando Sara admirados, a maioria com uma interrogação óbvia no semblante.

Enquanto caminhavam Brass olhava para Sara calado, via seus olhos arregalados e sabia o medo da morena.

-Talvez você não sinta falta do que acontece no trabalho, os resultados que ele gera e muito menos o lugar em que ele acontece, mas você sente saudade das pessoas, da correria e até mesmo de fazê-lo.

-Talvez, talvez sim. Mas não sinto falta da repulsa que tudo me dava no final da noite e dos fantasmas que me acompanhavam.

-O problema é que você os transformou em seus melhores amigos, em vez de pessoas, e desculpe dizer, se apegar ao Grissom não é muito diferente de se apegar a uma pedra.

-O problema Brass é que todo sapo tem seu lado de "Príncipe Encantado", e por mais que fossem poucas as vezes que se mostrasse, valiam apena.

-Eu prefiro pensar no lado do sapo e príncipe, do que um domador de leão chicoteando mulheres e um cachorro sendo batido no traseiro por jornais. - Sara riu com o comentário.

Os dois entraram nos corredores da administração, a sala do Vice-Xerife era a última do corredor. Quando passaram pela do Administrador e Sara parou para entrar Brass a impediu e fez sinal que lhe seguisse até ir de encontro com a última porta e a placa que a identificava.

-O que? Ecklie foi promovido? - Ele assentiu com a cabeça. - O ego dele cabe nessa salinha? - Brass volta a assentir com a cabeça.

Sara abriu a porta e ela e Brass entram. Ecklie estava sentando com vários papéis em sua mesa.

-Está entregue. Eu vou te esperar lá fora. - Disse Brass saindo da Sala.

~♥~


Sara saiu do laboratório com uma cara de desdém. Brass lhe esperava dentro do carro. Ela se encaminhou para o banco da frente.

-Para onde, querida?

-Você não precisa dar uma de motorista.

-Eu tenho uma pilha de relatórios para fazer. Você quer que eu dê um de motorista! - Sara sorriu, não se lembrava de Brass com preguiça de trabalhos burocráticos.

-Está certo, eu queria ir ver o Nick e o Greg, poder ser?

-Claro. - Brass ligou o carro e deu a partida. - Você falou com alguém fora o Ecklie?

-Está falando do Grissom?

-Alguém pode ser qualquer pessoa.

-Brass podemos tentar parar de fingir que não sabemos que uma bomba vai estourar quando ele me ver? Você está preocupado comigo, que está preocupada com Nick e Greg. Até pode ser, mas me nego a aceitar que os problemas entre mim e Grissom são o centro das atenções agora.

-De repente você dois me parecem um casal ideal.

-De repente eu acho que estamos agindo como se eu e ele nunca tivéssemos sido um casal.

O resto do caminho foi calado, com um o som baixo do rádio ligado.


~♥~




Sara e Brass cruzaram o corredor branco, chegaram a um janela de vidro e atrás, sentados em um sofá, Catherine e um homem moreno estavam segurando copos de café. Catherine deixou seu copo em cima do centro de vidro e recebeu a Sara com um braço, que ainda não tinha movido o olhar da janela que mostrava Nick e Greg. Depois de dois chamados da loira é que ela voltava a aterrizar e prestar atenção nos dois que já estavam na sala.

Seguindo o gesto de Catherine o homem escora seu copo no centro e olha amistosamente para Sara com um sorriso singelo.

-Sara, - Catherine toma a palavra. - este é o Dr. Raymond Langston, patologista que entrou recentemente no CSI e faz parte da nossa equipe.

Sara estende a mão que é rapidamente recebida e pelo doutor.

-Prazer em conhecê-la, mesmo nessas circunstâncias. - Os dentes brancos em contraste com a pele escura davam ao homem uma feição de confiança e simpatia.

-O prazer é todo meu, Doutor Raymond.

-Não é necessário tanta formalidade.

-Está certo. - Sara voltou seu olhar para Catherine que percebeu a aflição da morena.

-É muito bom você estar aqui, vai ser um apoio enorme. - Fala a loira encarando junto a Sara o vidro.

-Eu vim trabalhar Catherine, foi o Ecklie que me ligou avisando que o Nick e o Greg estavam em coma. - Catherine se viu pega de surpresa.

-Você também pode ser de grande ajuda. -  Soltou a loira para amenizar o dito da 'colega'.

-Espero. - Um silêncio perturbador lotou a sala. Nenhum dos quatro falava nada e apenas olhavam com pesar a janela de vidro. - Então, - diz Sara quebrando o gelo. -o que aconteceu? Qual é o estado real deles? Quais serão as seqüelas?

-Eles foram à uma cena de crime. – Relata a loira. -Tiroteio em massa em um galpão abandonado no deserto do turno do dia. Era muito trabalho e naquele dia o turno da noite estava quase sem casos. Não sabemos ao certo, mas aparece que a cena era forjada, tinha uma bomba e assim que Nick e Greg chegaram ela explodiu. Eles saíram vivos porque estavam a uma certa distância, mas todos do dia que estavam dentro do galpão morreram, aquele era o terceiro ataque com bombas, então começamos a pensar que não eram só coincidências e nos vimos na mira de um terrorista.

-Eles vão sobreviver? - Sara falou quase sem esperança encostando a mão no vidro.

-Eles estão em coma induzido. Eles sofreram queimaduras de até 3º grau. - Sara virou o rosto bruscamente com olhos arregalado depois de escutar o que Catherine havia dito. - Eles tiveram uma piora de quadro essa manhã, mas vamos torcer para que eles saiam bem.

-Como você consegue vê que eles podem sair bem? - Sara foi um tanto quanto ríspida e angustiada na indagação.

-Da mesma forma como você voltou de face limpa. - Catherine desfere tornando o ambiente da sala ainda mais tenso, sentia-se as faíscas que saiam dos olhos das mulheres se encarando.

-Vamos tomar uma café Sara? Eu não tive tempo de comer nada a manhã toda. - Brass falou em meio ao silêncio perturbador da sala olhando para Raymond que apoiou a idéia com um aceno de cabeça.

-Não Brass, obrigada, perdi a fome.

-Claro. Mas pelo menos pode me acompanhar, um café não engorda.

-Está bem.

-Podemos terminar de tomar nosso café na cantina do hospital, Catherine? - Raymond falou segurando seu copo de café

-Não, obrigada. Eu vou ficar por aqui com Nick e Greg.

-Eu acho que... - Brass interrompe o que Sara começaria a falar.

-Que precisamos de um café bem forte? Vamos! - Disse bruscamente o policial puxando a morena de lá.

Os dois viraram o corredor e Raymond ficou olhando Catherine.

-Siga suas próprias palavras e ocupe sua mente. Nós vamos fazer de tudo para eles serem pegos, não desconte nela, ela deve está sofrendo tanto quanto você.

-Se ela se importasse não teria ido embora.

-Teria ido sim, tanto é que foi. Não veja a partida da Lindsey na chegada da Sara, todos nós sabemos que você passou a se dedicar ainda mais ao bem estar da equipe e do trabalho, mas não queira carregar sozinha o peso de uma cruz tão grande quanto essa. Não adianta negar, eu sei que você se sente em parte culpada pelo que aconteceu a eles, só que não existe essa culpa.

-Não tente dar uma de psicólogo comigo.

-Eu não estou, apenas estou falando em voz alto o que seus olhos escrevem e sua boca e seu consciente se negam a ler. - Raymond seguiu pelo corredor em direção a Sara e Brass.

-Shakespeare não morreu. - Catherine retrucou tentando controlar a raiva que estava sentindo.

~♥~


O café descia fumegante pelas gargantas, os olhares concentrados no nada juntamente com seus pensamentos em meio ao léu foram interrompidos por um toque de telefone.

Brass enfia a mão no bolso pegando seu aparelho, os olhares tanto de Sara como de Raymond voltavam-se para o policial.

-Jim Brass.

-Brass, é o Grissom. - A voz estava energética e preocupada. -Tem alguém vigiando o quarto do Nick e do Greg?

-Não pedi a nenhum policial para ficar lá, mas Catherine está com eles.

-Onde você está?

-No hospital, com ela, o Raymond e...

-SAIAM JÁ DAÍ! - Grissom gritou interrompendo Brass. -O esquadrão anti-bombas já está indo para aí. - Brass deligou o telefone levantando-se e encarando sério Raymond e Sara.

-Tem uma bomba por aqui.

Todos sentiram seus corpos gelarem, o engolir a seco foi um gesto automático seguido.

-Sara vá chamar a Catherine e Raymond vá falar com a diretoria do hospital para que evacuem o prédio. - Brass falou olhando ao redor e vendo dúzias de civis sentados nas mesas ao redor da cantina.

-O que você vai fazer? - Sara soltou trêmula.

-Meu trabalho. - Brass tirou do bolso seu distintivo estetendo-o para cima. - Pessoal! Pessoal! - Ele falou em um tom alto, Sara estava parada estática olhando o amigo quando Raymond lhe chama atenção.

-Ele cuida disso, vamos fazer o que nos pediu. - Disse em um tom baixo levantando Sara e puxando-a da cantina. - Pegue Catherine e saia daqui. Sem heroísmo, sem pena de pessoas, a prioridade é você e ela, certo? - Sara assentiu com a cabeça e começou a correr pelos corredores em direção oposta a seguido por Raymond.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo semana que vem... Poxa, postei dois capítulos em dois dias seguidos, vai passar voando.



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