Uma Luz no Fim do Túnel escrita por Clarissa Cullen Potter Mellark


Capítulo 16
Capítulo 16 - Sick


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei, desculpa!!!! Leiam as notas finais e não me matem!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/133797/chapter/16

Capítulo 16 – Sick (Doente)

"Esperei com paciência no Senhor, e ele se inclinou para mim e ouviu o meu clamor.” (Salmos 40.1)

Seis meses depois...

Já estávamos completamente adaptados a nossa rotina. Tínhamos a vida perfeita. Acordei no final de semana bem disposta, afinal hoje iríamos para Londres passar o sábado e o domingo com nossos pais. Levantei e olhei Edward ao meu lado. Afaguei seu rosto e percebi que ele estava febril. Acordei-o para saber se ele estava sentindo alguma coisa.

- Amor? Edward?

- Sim princesa. – falou ele devagar.

- Você está bem? Está sentindo alguma coisa? Você está com febre...

- Estou com dor de cabeça e no corpo. – falou ele tentando se levantar. – E estou tonto também.

- Você deve ter pego uma gripe. – falei passando a mão pelo seu rosto de novo. – Espere aqui que eu vou pegar o termômetro.

Levantei, coloquei a camisa de Edward que estava na poltrona próxima à cama e peguei a caixa de remédios no armário embaixo da pia do banheiro. Fui até o quarto e coloquei o termômetro embaixo do braço de Edward.

- Vou ligar para mamãe e Esme e falar que não iremos hoje para Londres.

- Putz, era hoje que iríamos! Que droga! – falou Edward, chateado.

- Não tem problema, meu amor! Nós vamos no próximo final de semana, até lá você vai estar novinho em folha porque eu vou cuidar de você com todo amor e carinho.

- Disso eu não tenho dúvida. – ele sorriu. Dei um selinho nele e peguei o telefone e liguei para nossas mães, que lamentaram a gripe de Edward e desejaram melhoras, Esme até se ofereceu para vir até Oxford para cuidar de Edward, como toda mãe preocupada, mas falei que pelo menos durante o final de semana não era necessário, que devia ser apenas uma gripe.

Desligado o telefone fui ver a temperatura de Edward. 38,9 °C, a febre estava alta e eu teria que dar um antitérmico a Edward.

- Quanto eu tenho de febre, amor? – perguntou Edward preocupado.

- 38,9 °C, mas eu já vou te dar um antitérmico e um analgésico para você ficar bom logo. Vou fazer um café da manhã e trazer aqui pra você, não é bom tomar remédios de estômago vazio.

- Tudo bem. Vou esperá-la aqui. – falou se sentando, com dificuldade. Saí do quarto e fui preparar um café da manhã reforçado com café, leite, pães, suco de laranja, biscoitos e geléias, frutas, etc. Coloquei na bandeja o suficiente para nós dois comermos, sabia que iria querer que eu comesse com ele. Edward é igual a todo homem quando fica doente, parece um bebezinho dengoso e carente, e era óbvio que eu não negaria nada pra ele. Levei a bandeja até o quarto e coloquei em sua frente.

- Tem muita comida aqui, princesa, e não estou nem com fome. Você não vai me fazer comer sozinho, vai?

- Não, meu amor, esse café é para nós dois e você vai comer mesmo sem fome, pra poder ficar bem logo e podermos brincar a vontade. – falei, me sentando ao seu lado e pegando uma uva e colocando em sua boca.

- Amor, eu acho que consigo brincar mesmo assim. Quem sabe se a gente fizer devagarzinho... – falou ele acariciando minhas coxas.

- Você fica doente, mas mesmo assim não deixa de ser pervertido... – brinquei.

- Eu só sou assim com você, meu amor. – falou depois de um gole de suco.

- Ai de você se for com outra mulher, dou uma surra nos dois.

- Se eu tivesse 100% adoraria levar uma surra de você.

- Caramba Edward! Você só pensa nisso! – falei rindo.

- Ok, se você não quer satisfazer o desejo de um pobre doente acamado...

- Quanto drama! Acho que você escolheu a profissão errada, Edward, devia ter escolhido artes cênicas...

- Já vi que você não quer, não vou falar mais nada. – falou emburrado, terminando de comer uma torrada com requeijão que eu havia lhe dado. Assim que ele terminou de mastigar eu peguei a bandeja e levantei da cama.

- Ei! Eu ainda não terminei! – reclamou Edward.

- Pensei que não estivesse com fome... – falei arqueando uma sobrancelha.

- E eu que você ia me forçar a comer. – retrucou.

Não dei atenção a suas reclamações e coloquei a bandeja em cima do criado-mudo. Quando vi que ele estava distraído o suficiente, sentei em seu colo de surpresa, colocando minhas pernas de cada lado, e beijei seu pescoço da forma que eu sabia que ele não resistiria.

- Pensei que você não quisesse brincar... – falou tentando esconder o desejo em sua voz, falhando miseravelmente.

- E eu acho que você está perdendo seu senso de humor. – falei, mudando para o outro lado do pescoço. – Parece que não reconhece mais uma brincadeira.

- Se era uma brincadeira pode ter certeza que era de muito mau gosto.

- Até parece que você não sabia que isso ia acontecer. Você está planejando isso desde o momento em que eu saí para fazer seu café. – falei triunfante. Levantei meu rosto e olhei em seus olhos, que me faziam uma pergunta muda: “Como você sabia?”.

- Não se esqueça Edward: eu te conheço como a palma da minha mão. Acho que a única pessoa que chega perto de mim com relação em saber sobre você é Esme, e mesmo assim tem coisas que ela não sabe sobre você que eu sei.

Ele enlaçou minha cintura com os braços e me jogou na cama, ficando por cima de mim.

- Assim como eu te conheço. Eu sabia que você ia fazer isso o tempo todo. – falou olhando nos meus olhos. Ele pegou uma das minhas pernas e colocou por cima de sua cintura, me fazendo ficar ainda mais próxima dele.

- Pensei que estivesse com dor... – falei enquanto ele beijava meu queixo.

- O amor alivia qualquer dor. – murmurou. Não resisti e levantei seu rosto, atacando sua boca logo em seguida. Era um beijo quente, luxuriante. Minha outra perna terminou de enlaçar sua cintura enquanto suas mãos subiam a blusa branca de algodão que eu usava para dormir.

Quando o ar nos faltou seus lábios saíram dos meus, mas foram parar em meu pescoço, enquanto minhas mãos bagunçavam e puxavam seus cabelos inconscientemente. Edward se ajoelhou na cama e tirou minha calcinha, depois saindo da cama e tirando a boxer preta que ele usava e voltando direto para entre minhas pernas. Sua língua invadiu minha boca ao mesmo tempo em que ele me invadia. Nossos corpos estavam quentes de desejo e paixão, estávamos completamente entregues àquele momento que, por mais que se repetisse diversas vezes por semana, às vezes até por dia, era único e perfeito como tudo o que fazíamos juntos.

E assim passamos o resto da manhã: amando-nos como se fosse o último dia de nossas vidas.

****

Uma semana depois...

Edward não havia melhorado nada, o que eu estava estranhando muito. Ainda estávamos no início da faculdade, não dava para fazer qualquer diagnóstico.

Eu estava chegando em casa, tinha saído para comprar analgésicos e antitérmicos que acabaram. Peguei um copo de água na cozinha e levei os remédios até o quarto, onde Edward descansava. Entrei e ele estava deitado de lado, de costas para a porta.

- Amor? – chamei. Ele se virou pra mim com uma carinha triste. – Você não melhorou nada?

- Nada, princesa. Minha cabeça parece que vai explodir! – ele falou enquanto se sentava e tomava os remédios. Acariciei seu rosto febril e decidi fazer o que eu já devia ter feito: levá-lo ao hospital. Levantei e fui até o closet e peguei um jeans, uma T-shirt e uma jaqueta para que Edward vestisse.

- Amor, senta que eu vou te ajudar a colocar uma roupa. – falei saindo do closet com as roupas nos braços. – Vamos para um hospital. Se fosse uma simples gripe já era para você ter se curado. - Quando olhei seu corpo deitado sem as cobertas por cima percebi que a região do seu baço estava ligeiramente inchada. Provavelmente seu nível de plaquetas estava extremamente baixo. O problema é que havia inúmeras doenças com esse sintoma.

Edward se sentou e colocou as pernas para fora da cama. Abaixei-me e coloquei seus pés nas calças, ele se levantou e eu terminei de colocá-las. Coloquei sua T-shirt e sua jaqueta. Não me importava de mimar e cuidar dele como se fosse uma criança, eu sabia que se a situação fosse inversa ele faria o mesmo por mim. Passei a mão carinhosamente pelo seu rosto e lhe dei um selinho.

- Senta que eu vou buscar seu tênis.

Depois de devidamente arrumado fomos para o hospital. Fui para o John Radcliffe Hospital, na Headley Way, era o mais próximo e com menos chance de trânsito pelo caminho. Para a nossa sorte o hospital estava vazio e quem o atendeu foi a Dra. Victoria Fells, uma das professoras da faculdade e uma renomada oncologista*. Ela era bem jovem, não devia ter mais do que 35 anos, tinha volumosos cabelos ruivos cacheados até um pouco abaixo dos ombros. Ela era casada com outro professor nosso, o Dr. James Fells, que era cirurgião geral*. Naquele momento eu senti que ela seria importante, não sabia como, eu só sentia.

- Srta. Swan? Sr. Cullen? O que houve com vocês? Não compareceram a faculdade a semana inteira...

- Edward ficou doente, professora, e eu fiquei em casa para cuidar dele. Como ele não melhorou o trouxe para o hospital.

- Então venham, eu sou a plantonista de hoje.

Seguimo-la até o consultório. Ela se sentou em sua cadeira e começou a consulta.

- O que você está sentindo? – perguntou enquanto examinava alguns papéis da ficha de Edward.

- Muita dor de cabeça, febre alta, tontura e parece que meu abdome está inchado e também surgiram algumas manchas meio roxas no meu tronco hoje.

Ela parou o que estava fazendo na hora, parecendo meio alarmada.

- Sente-se naquela maca e tire a camisa, ok?

- Ok.

Edward se levantou e sentou na maca. Dra. Victoria examinou sua respiração, aferiu sua pressão e olhou as manchas e o inchaço na barriga de Edward.

- Posso estar errada, rezem para que eu esteja, mas se eu estiver certa vai ser bem doloroso. – ela suspirou. – Vou ser sincera com vocês. O que você pode ter, Edward, é leucemia.

Meu queixo caiu. Não podia ser! Meu Edward com leucemia! Eu quase entrei em desespero, se não fosse por Edward teria desabado naquela sala mesmo.

- Vamos fazer um exame de sangue para ter certeza. Como eu disse, rezem para que eu esteja errada. A enfermeira vai acompanhá-lo até a enfermaria onde vamos coletar seu sangue e colocá-lo no soro.

A enfermeira entrou no consultório e nos levou para a enfermaria. Fizeram todos os procedimentos e disseram que em duas horas o resultado sairia. Eu me esforçava para me manter firme na frente de Edward, mas por dentro eu estava despedaçando. Eu sabia que Edward poderia morrer se fosse mesmo leucemia. No meu íntimo eu rezava, implorava para que Deus mantivesse o meu amor ao meu lado.

Olhei para ele deitado e sorri fracamente para seu rosto, que me olhava com atenção. Peguei sua mão que não estava com soro e afaguei suavemente.

- Bella, eu posso te confessar uma coisa? – falou Edward baixinho.

- Claro que pode, meu amor.

- Eu estou com medo. – ele suspirou. – Medo de morrer e você ficar sozinha. Medo de não poder mais olhar seu rosto lindo. Medo de não poder viver muito mais ao seu lado...

- Não fale bobagens, Edward, você não vai morrer! – falei, tentando convencer a ele e a mim mesma. – Se realmente for leucemia nós vamos tratar. Podemos fazer o transplante, é muito provável que Alice seja compatível. Não é o fim! E de qualquer forma eu vou estar do seu lado, seja vivo, seja morto, porque no instante em que você se for eu irei também.

Edward soltou algumas lágrimas presas em seus olhos. Aproximei meu rosto do seu, beijei seus olhos e colei nossas testas.

- Nunca se esqueça Edward: eu te amo! Mais do que a minha própria vida!

- Eu também te amo mais que tudo, minha princesa.

Selei nossos lábios com um beijo casto, mas amoroso e intenso.

Duas horas depois...

- Sr. Cullen? – chamou a enfermeira. Edward se levantou (já haviam tirado o soro de seu braço). – A Dra. Fells o aguarda.

- Vamos, amor? – chamou.

-Claro.

Calmamente voltamos para o consultório para receber o resultado. Quando entramos a professora nos olhou triste.

- Sentem-se, por favor? – falou apontando para as duas cadeiras perto da sua mesa. Ela suspirou e começou a falar. – Infelizmente as notícias não são boas. Segundo o exame você realmente está com leucemia, Edward.

Edward simplesmente abaixou a cabeça e começou a chorar. Não aguentei e puxei-o para o meu peito, tentando confortá-lo.

- Como a doença ainda está no começo a chance de você se recuperar é grande e com o transplante de medula e a quimioterapia você pode em poucos meses se recuperar. O seu tipo de leucemia é o mielóide aguda, que é o mais comum, por isso de mais fácil tratamento. Eu prometo que você vai se recuperar, Edward, ou eu não me chamo Victoria Anne Fells. Vou eu mesma cuidar do seu caso.

- Obrigada, professora, nem sabemos como agradecê-la.

- Não há de que, Srta. Swan. Não há impedimentos para que mantenham uma vida normal, na medida do possível. Vou marcar para o próximo sábado a primeira sessão de quimioterapia. Estou passando alguns remédios que vão aliviar a dor e a febre. Procurem possíveis doadores de medula, mesmo que não seja da família, podemos começar essa semana mesmo a fazer os testes de compatibilidade.

- Ok.

- Qualquer coisa eu falo com vocês na faculdade.

- Tudo bem. Obrigada de novo, professora.

- Não é nada. Agora podem ir.

Edward já havia parado de chorar, mas parecia em estado de choque.

- O que vai acontecer comigo, Bells?

- Você vai continuar vivendo, como sempre fez. Eu estou do seu lado, pra sempre! Eu te amo!

- Eu também te amo!

E assim fomos para casa. Agora eu tinha certeza que esse obstáculo seria superado.

*A Cancerologia, também chamada de Oncologia, é a especialidade médica que estuda os cancros (tumores malignos) e a forma de como essas doenças se desenvolvem no organismo, buscando seu tratamento.

*Cirurgia geral é a especialidade médica cuja área de atuação compreende: Cirurgia Abdominal, Cirurgia videolaparoscópica e Cirurgia do trauma. Esta especialidade médica ocupa-se do estudo dos mecanismo fisiopatológicos, diagnóstico e tratamento de enfermidades passíveis de abordagem por procedimentos cirúrgicos. A residência médica em Cirurgia Geral é pré-requisito para várias outras especialidades cirúrgicas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Amores, eu tenho explicações: 1ª - época de vestibular, eu estou estudando desde que acordo até a hora de dormir, só tenho folga no final de semana e é realmente pouco tempo para quem tem duas fics em andamento e outras em projeto. 2ª - Eu estou de castigo, só final de semana mesmo que eu posso entrar. Peço que, por favor, me compreendam. Eu nunca vou abandonar vocês! Semana que vem eu posto Amor e Ódio sem falta! Beijos e não me matem!!!