--Jasper,nós nem comemos... comida.-falei incrédula,ele riu e deu de ombros.

–-eu só quis fazer um programa de casal... nada mais me veio a cabeça.-disse com um ar de “tanto faz”, e ele realmente esta se sentindo leve e alegre,embora um pouco ansioso.

Eu ri e balancei a cabeça,só Jasper mesmo para me trazer em um restaurante,era a ultima coisa que eu esperava!

Entramos no restaurante e a Meitre,uma daquelas garotinhas fúteis que só trabalham por que o papai cortou a mesada,quase jogou seu decote mega e seus cabelos oxigenados em Jasper.eu lhe lancei um olhar intimidador,que a fez nos levar para um reservado rapidamente e se retirar.

–-as vezes é um saco ser tão bonito.-fez drama,eu revirei os olhos e ri.

–-você sabe que eles vão suspeitar se não comermos nada,estamos em um restaurante.-eu falei,esperando ele cair na real.

Jasper revirou os olhos.

–-vamos pedir,e fingir que comemos... sabe,colocar a comida no guardanapo,na sua bolsa...-eu levantei uma sobrancelha.- qual é! Eu não sou tão criativo... e somos rápidos,mesmo se alguém ficar olhando podemos disfarçar.-fez bico.

Eu ri.

–-tudo bem Jas,vamos fingir.-disse divertida.

–-estão prontos para pedir?-perguntou o garçom,sem tirar os olhos de mim.

Gentinha patética...

Nosso jantar foi divertidíssimo,eu e Jasper fingíamos comer e trocar carinhos,somente para alfinetar os garçons,garçonetes e a Meitre atirada,que não tiravam os olhos de nós,e faziam de tudo por atenção.

Acabamos rindo um bocado,e depois de cortar e esconder toda a comida,Jasper aproximou sua cadeira e me deu um selinho,um prato foi quebrado na cozinha,e um copo no bar.

Selinhos em publico entre mim e Jasper era normal,havíamos aceitado isso como coisa de amigos,quase irmãos como éramos.

A culpa não era nossa do jeito que as pessoas interpretavam as coisas.

–-Então... eu não te trouxe aqui só pra rir.-disse ele divertido,depois que uma garçonete atirada tirou nossos pratos e trouxe cafezinhos.eu ri.-eu te trouxe aqui,pra te dar isso.-sorriu e tirou uma caixinha de veludo preto do bolso.

Eu sorri e mordi o lábio,eu sabia o que era,eram nossas alianças!

–-OMG!SIM! SIM!-disse um pouco alto,quase ri da cara das garçonetes,que novamente interpretaram errado o fato de Jasper estar me dando alianças de ouro e eu estar quase pulando na cadeira.

Qual é,elas eram lindas!

Eu olhei as alianças por dentro,para ver o que ele tinha mandado gravar.

“Bellsper Forever”

Estava escrito,eu arfei e sorri.

Jasper riu e pegou-a de minha mão, e me pediu a mão.

Estendi a direita,já que supostamente iríamos nos casar,e etc.

Eu ri e coloquei a outra em seu dedo,ele riu e me deu outro selinho.

–-eles vão enfartar.-sussurrou rindo,perto do meu ouvido.eu ri.

–-ah,isso ta sendo tão divertido!-ri.

Saímos dali deixando os cafés intactos,rindo e nos divertindo.

–-ah,eu amei essas alianças,são tão lindas!-exclamei no carro de novo,olhando para a minha.Jasper riu.

–-E agora você passa uma década falando das alianças.-zombou.eu dei a língua.

Fomos brincando até em casa,entramos e eu larguei meu casaco no sofá.

–-lindo vestido.-elogiou,eu sorri.

–-né? E diziam que eu tinha mal gosto!-empinei o nariz,Jasper riu.

Me joguei no sofá,mesmo sendo desnecessário, e suspirei tristemente.

–-Nem as mais lindas alianças do mundo vão me fazer esquecer do dia de hoje.- eu sussurrei a ele,quando ele se sentou ao meu lado no sofá e me abraçou.

–-hey.... pense bem,ela esta em um lugar melhor... eu acho,com Phill e Charlie.-beijou o topo da minha cabeça. Eu funguei e solucei,em meu choro seco.

–-sinto falta dela.-disse entre um soluço.ele me apertou mais forte.

–-eu sei.... mas,com o tempo,agente acostuma... dói menos.-disse baixinho.eu assenti em seu peito.

Ficamos mais algum tempo ali,até Jas me puxar delicadamente de cima dele.

–-vamos lá,- disse ele levantando.- vamos ver sua mãe.

Eu assenti me recuperando e subi escada acima,para trocar de roupa.

A exatos 30 anos,Renné e Phil voltavam de uma festa com amigos,quando um carro dirigido por um bêbado,bateu neles,os fazendo sair da pista e cair em um despenhadeiro.

Eu suspirei me olhando no espelho,preto foi só o que eu consegui vestir.

Mesmo na super velocidade de vampiro,Phoenix ainda era longe de Winnipeg, muito longe.

Chegamos ao vale do sol as três horas da manhã,por causa do fuso era meia noite em Phoenix ainda,ou seja,havia muita gente na cidade.

Por mais que fosse madrugada de quarta para quinta-feira, [sim,eu chequei],havia muita gente nas ruas,e eu achei uma floricultura aberta,para comprar lírios para Renné e violetas para Phil.

Eu e Jasper nos dirigimos calmamente para o cemitério,não corríamos mais,as ruas foram esvaziando,e eu aproveitei para dar um jeito em um material de limpeza,os parentes de Phil limpavam até uns anos atrás,mas os pais deles haviam morrido,os irmãos estavam velhos e os sobrinhos haviam se mudado.era raro alguém limpar os túmulos dos Dwyer.

Eu tentava vir varias vezes ao ano,mas não era fácil por que não podíamos dar tanta bandeira,os túmulos sempre apareciam misteriosamente limpos e floridos,e as pessoas suspeitavam.

Eu e Jasper mantínhamos os túmulos tanto de Phil e Renné,como de Charlie,se não fossemos nós,eles já teriam os tirado dali e colocado outras pessoas em seus lugares.

Mas eu tinha que ter eles ali,o mais fisicamente possível.

Dinheiro não era problema,os Cullen haviam dado a Jasper uma boa quantia,mesmo este recusando,que nos manteve até nos formarmos.depois,passamos a ganhar bem como Psicólogos,e acabamos tendo muito dinheiro,tanto para cuidar de nós,como de Renné,Charlie e até Phil.

Ah sim,mantínhamos a casa de Forks também,eu amava aquela casa,e não podíamos simplesmente vende-la.

A historia que corria por Forks,simplesmente desenhada por ninguém menos do que Jessica Stanley,já virara uma lenda,a garota que definhou após ser abandonada por aqueles que mais amava.

Mas na historia,o meu alicerce não aparecia,e embora eu achasse injusto,sabia que era o melhor.

Meu nome havia se perdido,a casa virara “ A casa dos Swan” e só sabiam que pertencera ao antigo chefe de policia Charlie Swan,eu era meramente chamada de “ a menina Swan”.

Ela virara assombrada,pelo fato de Charlie ter sido assassinado ali,e por eu ter supostamente me suicidado ali também.

Humanos,acreditavam no que era mais fácil acreditar.

Chegamos ao cemitério,eu perdida em pensamentos e Jasper simplesmente respeitando meu silencio de luto,era por isso que combinávamos tão bem.

Eu suspirei assim que chegamos ao tumulo de Renné e Phil,um lindo tumulo de mármore cinza,do tamanho de uma cama de casal que tinha uma foto dos dois abraçados.

“Renee Higginbotham Dwyer,mãe amada,esposa adorada,amiga sempre lembrada.”

“Phillip Dwyer , Sempre será nosso jogador favorito,amado filho,esposo e amigo.”

Eu teria chorado se pudesse,as palavras que eu decorara ainda estavam ali,quase invisíveis a olho humano pela sujeira,mas estavam ali.

Depois de limpar o tumulo,com Jasper ao meu lado em silencio,eu conversei com Rennée.

–-eu sinto sua falta,de mais.-sussurei,não sabia se Jasper estava ouvindo,pois estava relativamente longe e eu falava quase tão baixo que era quase inaudível.-pois é,já fazem tantos anos não é? Mas eu ainda estou aqui... e queria que você também estivesse,embora talvez você achasse que eu morri,como todos os outros.

Eu solucei em seco,e senti os braços de Jasper ao meu redor.

–-Mas eu estou feliz por saber,que você foi feliz,que você estava com quem amava e estava feliz,e peço desculpas,se te preocupei,e eu só queria que você soubesse mãe,que agora,eu estou bem,estou feliz e estou com quem eu amo.-terminei,abraçando Jasper,que beijou meus cabelos.

–-Obrigada Phil,-solicei.-obrigada por fazer ela feliz.-sussurrei.

Jasper me guiou até fora do cemitério,os braços em volta de mim,tentando me acalmar.

Eu sempre ficava vulnerável nessa data,por que era por essas semanas que fazia mais um ano que minha vida feliz,desandou.

Não que eu não estivesse feliz agora,mas naquela época,eu andava nas nuvens,somente a transformação poderia me deixar mais feliz,então ele me deixou,e tudo acabou.

Nossa,até rimou.ri por dentro,uma risada sem humor.

Daqui a três dias,seria o aniversario de morte de Charlie,e nós iríamos pra Forks.

O meu tumulo já não estava mais la,eu parara de pagar,estava viva mesmo,não havia ninguém ali,por que então,manter e tomar o lugar de alguém?

Somente deixei o de Charlie,sempre o visitava e Sue sempre o limpava,depois,quando ela ficou velha demais pra isso,Seth o filho mais novo passou a faze-lo,a pedido da mãe.ele também gostava muito do meu pai.

Corremos até em casa de novo,e chagamos pouco antes de amanhecer,eu já estava melhor,mais composta... mas estava ansiosa por ir a Forks,não seria a mesma coisa do que Charlie ao vivo,mas seria meu pai ali... ou o que restou dele.

No dia seguinte,me gabei com minha aliança para Sandra,que babou em cima dela e se corroeu de inveja,eu ri disso... eu mereço,como humanos são bobos.

Passei os próximos dois dias fazendo besteiras com Jasper,riamos sem motivos e fazíamos palhaçadas grátis só pra esquecer um pouco o que essas semanas,do que esse mês,significava.

Oh,eu odiava Setembro.