Os dias depois da detenção de Harry na sala
de Lockhart foram arrastados. Eu nunca mais ouvi aquela voz, e Harry também nunca mais se queixou. Contei para Mione e ela quase que ordenou para eu não contar para mais ninguém. “Vão te achar maluca!”.

  Outubro chegou e choveu bastante. Estava
fazendo meu dever de Transfiguração na Sala Comunal junto com a Helena (ou “A Dama Cinzenta”) quando a Talita chegou, suspirando:

  - Jass, eu esbarrei com o Lockhart no corredor e ele disse que amou o meu trabalho sobre ele! – o sorriso dela mal cabia em seu rosto.
            - Que interessante... – eu e Helena dissemos em uníssono.

  - Chata – bufou – você sabe que eu sou
super-fã dele! – e bateu na minha cabeça com um exemplar de “Meu Eu Mágico”.

  - E também sei que ele é um babaca – disse e Helena concordou.

  - Vou contar pra alguém que se interesse! – nesse momento, Leo entrou – Leo! Eu esbarrei com o Lockhart e...

  - E eu não quero saber – a interrompeu, sentando do meu lado e pegando seu material de Transfiguração.

  Talita fechou a cara, e Cho desceu do dormitório:

  - Cho! Eu...

  - Se for sobre o Lockhart de novo eu não quero nem saber!

  E saiu, eu estava morrendo de rir. Talita fechou a cara e alguém, abriu a porta:

  - Jass! Achei você! – era a Mione – Tínhamos combinado de fazer o dever juntas, esqueceu?

  - Ah, desculpa Mione, é que eu encontrei a Helena e começamos a conversar... – com isso, a fantasma sorriu.

  - Tudo bem... Será que eu posso entrar?

  - À vontade! – disse Taly, com um sorrisoamarelo – Aliais, eu esbarrei com o Lockhart no corredor, Hermione! E ele disse que amou o meu trabalho sobre ele! – agora seu sorriso parecia mais verdadeiro.

  - E eu esbarrei com ele, e ele disse que o meu foi o melhor de todos os tempos! – se gabou Hermione.

  Eu não estava com vontade de saber sobreaquele loiro aguado e voltei para o meu dever. Leo revirou os olhos para as duas e começou o dele. Com isso, Helena já tinha sumido.

***

  Na hora da janta, enquanto eu comia um pouco de galinha, Draco me cutucou:

  - Me ajuda com a lição de Transfiguração.

  - Oi?
            - Foi uma ordem!

  - Que?

  - Não se faça de desentendida!

  - Estou esperando a palavrinha mágica... – sorri.

  - Você espera mesmo que eu fale isso? – ele fechoua cara – Vai, preciso manter a minha fama de perfeito.

  - Desde quando ela existe?

  Alguns colegas de casa que estavam na mesacomeçaram a rir. Ele fechou a cara e sussurrou:

  - Por... fa... favor? – e fez uma cara de nojo.

  - Claro.

  E saiu andando.

  No intervalo das aulas eu corri para os jardins. Felizmente, não estava muito molhado, então eu fui ate uma pedra que tinha uma boa vista para os jardins e para o lago. Draco chegou vinte minutos depois, e se sentou do meu lado:

  - Conhece uma coisinha chamada relógio?

  - Pelo que eu me lembre, nós não marcamos hora.

  Fiquei quieta, ele tinha razão.

  Vi que ele tinha sorrido vitorioso e revirei os olhos... Idiota.

  Eu ia ensiná-lo, mas ele começou a falar e a reclamar que só queria copiar e ir embora. Meu sangue ferveu e meus olhos ficaram vermelhos (com certeza):

  - Então tchau Malfoy, se vira – e com isso pulei da pedra.

  Má ideia. Caí de mal jeito, só senti uma dor absurda na perna e uma pressão no pulmão, e depois tudo se apagou e duas vozes... Eu as ouvia me chamando...:

  - Jass! – eram de Harry e Draco, depois disso, não soube de mais nada.

  Acordei na ala hospitalar e olhei para a minha perna, ela não doía mais, e parecia intacta:

  - Mas, Madame Pomfrey! Ela é minha amiga! E eu quero ver-la!

  - Eu exijo ver a Jass primeiro! Eu estava lá quando ela caiu!

  - Cala a boca, Malfoy! E você deveria ter segurado o braço dela!

  - Você nem sabe o que aconteceu, Potter!

  Draco e Harry estavam discutindo, mas a cortina não me deixava vê-los. Eu estava respirando com um pouco de dificuldade, tentei sentar, mas meu pulmão reclamou e eu gritei.

  Com isso, as cortinas tinham sido abertas por Harry e Draco, os dois vermelhos de raiva. Consegui ver Madame Pomfrey, que estava muito mais vermelha que os dois:

  - Jass! Você está bem! – disse Harry me abraçando, forte, me fazendo gritar de novo.

  - Potter! Solte a Srta. Hebstropher agora! – ele obedeceu, droga.

  - Parabéns Potter, conseguiu deixar a Jass com mais dor, babaca – com isso, Draco pegou minha mão – eu disse para não andar com essa gentalha no ano passado, mas você não me ouviu...

  Madame Pomfrey afastou os dois para ter a minha atenção, me disse que hoje mesmo poderia ser liberada, pois já que eu tinha acordado, poderia tomar o remédio. Ela colocou um copo com suco de abóbora, um outro com um líquido transparente e uma Bala de Ar, que eu a ensinei a fazer, era uma receita que meu pai tinha feito com uma bala trouxa para as minhas crises de asma, e quando estava vasculhando a minha casa,
encontrei o papel com a mesma.

  Ela se retirou e percebi que Harry e Draco voltaram a discutir:

  - Então, eu to aqui... – disse tomando o líquido transparente.

  - Desculpa Jass, é que o testa-rachada não me deixa ser civilizado.

  - Porque o cabelo-água-sanitária insiste e me encher o saco.

  - Olha vocês aí, discutindo como um casal de velhos (N.A: conheço isso daí...). Ou parem de discutir ou tchau.
             Os dois olharam pra mim. Draco ficou por alguns minutos conversando somente comigo e não deixando Harry falar nada e depois saiu, quando Blásio foi chamá-lo. Então Harry sentou na cama e me ajudou a sentar, eu estava melhor:

  - Será que agora eu vou poder falar com a minha corujinha? –perguntou e sorriu.

  - Sua? Desde quando? – nós dois rimou – E pode sim.

  - Bom, você está bem? – ele perguntou ficando bem perto.

  - Si... Sim... – respondi sentindo minhas bochechas queimarem.

  Ele sorriu e continuou.

  - Então, eu encontrei o Nick-Quase-Sem-Cabeça e ele me convidou para o aniversário de morte dele que será no Dia das Bruxas e
disse que eu poderia levar quem eu quisesse. Eu não quis magoá-lo então aceitei... O Rony e a Mione já aceitaram, você quer ir?

  Eu assenti, ele estava muito perto e não dava para dizer não.