No dia seguinte da nossa chegada triunfal em Hogwarts, ninguém da Corvinal comentava isso. Diferentemente dos alunos da Grifinória que não paravam de tocar no assunto. Eu, Harry e Rony éramos tratados como celebridades (Harry mais do que o normal).

  A hora do café, foi bem interessante. Não posso dizer, que foi bom, mas foi engraçado. Enquanto eu comia calmamente, uma coruja velha entra no Salão Principal e... Cai em um prato na frente de Rony, ela tinha em seu bico um envelope vermelho. Era Errol, que levantou e entregou o envelope para Ron:

  - Olha só gente, o Weasley recebeu um berrador! – anunciou Simas.

  - Abre logo Rony! Eu ignorei um que a minha avó mandou, e me dei mal... – avisou Neville, com espanto.

  As mãos de Rony começaram a tremer e abriu o suposto berrador, Neville tampou os ouvidos, decidi fazer o mesmo:

  - RONALD WEASLEY! – vociferou, todos deram um pulo para trás, era a voz da Sra. Weasley – “... ROUBAR O CARRO, EU NÃO TERIA ME SURPREENDIDO SE O TIVESSEM EXPULSADO, ESPERE ATÉ EU PÔR AS MÃOS EM VOCÊ, SUPONHO QUE NÃO PAROU PARA PENSAR NO QUE SEU PAI E EU PASSAMOS QUANDO VIMOS QUE O CARRO TINHA DESAPARECIDO...” – os gritos estavam muito altos.

  O Salão inteiro se calou e os olhares se direcionaram para Rony, que afundou na cadeira, eu estava preocupada mas tive que me segurar para não rir:

  - “... CARTA DE DUMBLEDORE À NOITE PASSADA, PENSEI QUE SEI PAI IA MORRER DE VERGONHA, NÃO O EDUCAMOS PARA SE COMPORTAR ASSIM, VOCÊ, HARRY E JASS PODIAM TER MORRIDO...”

  Nessa hora eu e Harry ficamos corados, mas eu até que fiquei feliz, ora! Tinha um adulto se preocupando comigo, e isso é bom na minha idade:

  - “... ABSOLUTAMENTE DESGOSTOSA, SEU PAI ESTÁ ENFRENTANDO UM INQUÉRITO NO TRABALHO, E É TUDO CULPA SUA, E, SE VOCÊ SAIR UM DEDINHO DA LINHA, VAMOS TRAZÊ-LO DIRETO PARA CASA.” – o berrador se virou para Gina – Gina querida, parabéns por entrar na Grifinória, eu e seu pai estamos muito orgulhosos!

  O berrador pegou fogo e suas cinzas ficaram em cima da comida de Rony, que aparentemente perdera a fome. Harry também empurrou o prato. Eu já havia terminado de comer então não fiquei tão preocupada com a comida. Mesmo assim, fiquei com uma certa culpa. Os Weasleys tinham me acolhido e agora a única fonte de dinheiro deles estava ameaçada.

  A primeira aula era Herbologia. Eu, Harry, Rony, Hermione, Talita e Leo fomos juntos até a estufa. Gilderoy Lockhart estava vindo com a profa. Sprout. O loiro segurou Harry e começou a conversar com ele, enquanto nós cinco continuamos a andar em direção das estufas:

  - Hoje a aula será na estufa número três! – avisou Sprout, não parecendo muito feliz com Lockhart.

  Talita, mais ligada em Herbologia, comemorou. E tinha motivos, a estufa três tinha plantas mais interessantes! Acho que essa aula irá valer a pena.

  Entramos, fiquei no meio de Leo e Harry – que chegou depois –, tinham abafadores do lado de jarras com plantas e terra. Achei estranho, mas logo a professora chegou:

  - Bom dia turma! – começou animada – hoje vamos aprender a reenvasar Mandrágoras! Alguém pode me explicar o que é uma Mandrágora?

  Eu, Talita e Hermione levantamos as mãos. A professora ficou em dúvida e acabou me escolhendo:

  - Mandrágoras são plantas com poderes restauradores. É ingrediente de muitos antídotos, incluindo o de Petrificação e seu grito é letal. – expliquei em um tiro só.

  - Muito bem Srta. Hebstropher, cinco pontos para a Corvinal. Muito bem, as Mandrágoras que temos aqui são muito novas, então seus gritos não dão para matar, mas podem os deixar desacordados... Então, todos coloquem os abafadores, tampem bem os ouvidos!

  Todos pegaram os abafadores e os colocaram nos ouvidos. Alguns, como eu, ficaram batendo no abafador, como precaução:

  - Agora, peguem sua Mandrágora e puxem com força! – demonstrou Sprout, a Madrágora parecia um bebê gordo, meio verde, meio roxo, onde da cabeça saiam seus galhos – agora a coloquem no outro vaso e coloquem terra para ela ficar aquecida e para de gritar.

  Seu grito era muito agudo, enquanto Sprout explicava, apertei mais o abafador contra as minhas orelhas. Olhei em volta, estavam todos de pé até que... Neville cai, desacordado:

  - O Longbotton subestimou o abafador – lamentou a professora – muito bem, agora é a vez de vocês!

  Segurei a Mandrágora e puxei, junto com todos os outros. A sala ficou um barulho só, observei a minha Mandrágora e a coloquei no vaso, botei terra, ajeitei, fiz tudo com muito carinho e capricho. Quando terminei, olhei para Harry que jogava a terra na Mandrágora, Rony parecia desesperado, Hermione e Talita analizavam as Mandrágoras, Leo parecia interessado só porque ele segurava um ingrediente de poção, por fim olhei para a diagonal e vi Draco sendo mordido pela Mandrágora dele, eu ri.

  Depois das aulas da manhã, eu fui junto com Talita e Leo para o almoço. Comi com gosto, estava com saudades da comida misteriosa de Hogwarts. Pela primeira vez depois das férias conversei com Cho, minha primeira amiga e apanhadora do time de Quadribol. Foi uma conversa bem longa e muito boa, estava com saudades das conversas com aquela garota!

  Eu saí do Salão junto com os meus três grifinórios preferidos e nos deparamos com um novato com uma câmera:

  - Prazer, sou Colin Creevey! Harry, eu sei tudo sobre você! Me contaram tudo! Sobre você ter derrotado Você-Sabe-Quem! – começou eufórico – posso tirar uma foto sua? Para provar que te conheci, meus pais são trouxas então não vão acreditar que eu te conheci!

  - Olha Potter, distribuindo fotos? – começou Malfoy, que acabara de chegar.

  - Cala a boca, Malfoy!

  - Ah, oi Jass...

  Eu e Draco ficamos discutindo, depois dessa confusão, fomos para a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, sentei-me ao lado de Leo. Dois minutos depois, Gilderoy apareceu de sua sala:

  - Bom dia alunos! – nos saudou, com um sorriso no rosto – sou Gilderoy Lockhart – e começou a descer as escadas com o nariz empinado – Ordem de Merlin, Terceira Classe, Membro Honorário da Liga dos Bruxos e vencedor do “Sorriso Mais Atraente”, três vezes seguidas, pela revista “Semanário dos Bruxos” – seu sorriso aumentou e eu ouvi alguns suspiros vindo de toda a sala...

  Eu não vi nada de especial nesse professor, todas as meninas menos eu estavam derretidas, eu e Harry estávamos confusos:

  - Muito bem, hoje nós vamos enfrentar a pior criatura do nosso mundo – disse batendo em uma gaiola ainda não mencionada, coberta por um pano – só peço que não gritem... Isso pode provocá-los! – e o pano voou.

  - Diabretes da Cornuálha.

  - Muito bem Sr. Finnigan... Agora, vamos ver como se dão com eles – a gaiola foi aberta e os diabretes saíram voando.

  Pareciam fadas azuis, carecas, com antenas, olhos grandes e negros, com dentes pontiagudos. Parte da sala fugiu enquanto os diabretes faziam a algazarra. Era quadro jogado no chão, livros sem páginas, cabelos sendo puxados...

  Neville foi pego pelas orelhas e pendurado no teto, começou a gritar por socorro. Um dos diabretes começou a puxar o meu cabelo e o de Mione:

  - Fiquem paradas! – gritou Harry, que pegou um livro e bateu no diabrete.

  Enquanto Gilderoy tentava salvar seus quadros, um dos diabretes pegou sua varinha e foi até o esqueleto pendurado no teto da sala:

  - Iuuhuuuuuuuu! – gritava um dos diabretes, montado no esqueleto.

  O diabrete que tinha roubado a varinha de Lockhart derrubou o esqueleto, que fez um estrondo! Olhei em volta, os únicos alunos na sala eram eu, Hermione, Rony, Harry e Neville:

  - Muito bem, vocês quatro, coloquem o resto dentro da gaiola – mandou Gilderoy, correndo para sua sala.

  - E você ainda gosta dele? – perguntou Rony para Mione enquanto eu sacava a varinha.

  - Immobilus! – todos os diabretes pararam no ar.

  - Brilhante Jass – falou Harry, para minha felicidade – agora, como vamos colocá-los na gaiola?

  - E eu?! – gritou Longbotton.

  Nesse momento, Gilderoy reapareceu:

  - Professor, acho que isso é com você.

  - Ah, claro... Obrigado meninos.

  Eu e Harry já estávamos indo para a outra aula, mas Rony teve que puxar Hermione para fora.

  Gilderoy Lockhart, você, definitivamente, não tem nada de interessante!