Beautiful & Dirty Rich escrita por Abbey B


Capítulo 32
Capítulo 11.


Notas iniciais do capítulo

Nikki e Blake foferésimos nesse cap *-*



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XI. Trabalhando com a namorada do inimigo.

  A manhã de mais uma segunda feira chegou no Maryon. Todos os estudantes se reuniram no salão de jantar para o café-da-manhã. Nikki estava cochilando sobre seus croissants de queijo. Noah, do seu lado, cutucava sem muito interesse suas panquecas com calda de caramelo, framboesas e amoras azuis. Ela não tinha muito apetite durante as manhãs.

  Do outro lado da sala, Blake devorava as panquecas com Heath, que ainda estava com o rosto arroxeado devido aos socos de Hayden, que, por sua vez, encarava Scott, sem sequer tocar em seu prato. Alison tentou desconversar quando ele perguntou sobre sua amizade com o professor de Ed. Física. Isso o deixou com raiva. Ele detestava quando escondiam as coisas dele quando sabia que estavam acontecendo.

  Hayden também não gostava muito de fazer flagrantes, mas Alison estava pedindo por um. Mas, claro, ele precisava de ajuda. Brendon, apesar de ter se oferecido, não parecia muito interessado. Talvez fosse porque não era a irmã dele que estava virando amiguinha do professor. Mas, como Brendon mesmo disse, amigos são para essas coisas.

  Todos se ajeitaram rapidamente quando a diretora entrou no salão e subiu na plataforma onde costumava dar seus discursos. Ela pigarreou e o silêncio reinou dentro do salão de jantar.

- Bom dia, alunos. Como sabem os veteranos, todos os anos o corpo discente organiza duplas de estudos com os alunos para, além de melhorar o rendimento escolar, promover maior entrosamento e criar amizades entre todos os alunos de todos os anos. As listas foram pregadas do mural principal e, por favor, tentem manter a ordem quando forem checá-las. Obrigada e tenham um bom dia.

  Silêncio incômodo. Duplas de estudo eram importantíssimas. Quase tão importantes quanto um casamento. O parceiro de estudo exercia uma influência cósmica sobre a popularidade do outro. Se alguém muito popular virava parceiro de outro aluno nem tão popular, esse poderia ter uma explosão de popularidade e desequilibrar totalmente a cadeia alimentar do Maryon. A situação também poderia ser reversa: o parceiro pode puxar o outro para o buraco da impopularidade, o que era dez vezes pior.

  Nikki espetou o croissant com o garfo.

- Ótimo. Como se eu já não tivesse preocupações o suficiente... – fez drama.

- Ih, alguém aqui não teve um bom fim de semana... – Noah murmurou.

- Na verdade – Nikki mastigou o croissant como se fosse a jugular da diretora. Noah sinceramente teve medo da amiga. Nikki engoliu e continuou – Tive um fim de semana ótimo. Na verdade, parte dele foi ótimo. E teve uma parte péssima e depois outra que foi... Boa.

- Comece com o jantar. Estou curiosa. Apresentou o Blake para os seus pais?

- Nem pensei nisso.

- Mas correu tudo bem?

  Nikki fez uma careta.

- Bom... – disse – Depende do ponto de vista. Se você acha que uma pequena briga, seguida de algumas confissões e depois uma noite de sexo um tanto selvagem é correr tudo bem, então sim.

  Noah engasgou com seu café.

- Como?

  Nikki olhou para os lados e se aproximou de Noah.

- É isso aí. Nós transamos.

- Não acredito – os olhos de Noah estavam prestes a saltarem de suas órbitas. Nikki riu da cara da amiga – Me conta isso direito, Nikki, antes que eu morra do coração.

- Ah, nós nos encontramos no jantar, tudo foi bem, até que eu o vi brigando com o pai. Depois da briga eu me aproximei e nós meio que gritamos um pouco um com o outro.

- Esse relacionamento de vocês dois é loucura, sabia?

- Nós não temos um relacionamento, N. – Nikki cortou. Tomou um gole de seu suco de laranja e continuou – Depois, o Blake foi para a casa dele e eu... Fui atrás. Sei lá, eu tenho essa coisa. Quando eu sinto que alguém precisa de ajuda, eu vou atrás. Bom... – pigarreou – Nós conversamos sobre alguns assuntos um tanto delicados até que...

- Que?

- Ele me beijou. Depois disso foi insanidade. Tipo, sério – Nikki riu.

- Acho que não quero saber de todos esses detalhes – Noah brincou – E depois, de manhã?

- Nós... – Nikki encheu a boca de croissant - De novo.

- Oh, meu Deus. Você sabe que pra isso ficar mais sério só se ele te pedisse em casamento, né?

- Nós não estamos namorando sério! Somos namorados de mentira, só que com alguns benefícios. Nunca ouviu falar nisso?

- Não.

  Nikki deu um tapa leve no braço da amiga.

- Dá para me ajudar?

  As duas riram.

- Depois que fui embora da casa do Blake, não falei mais com ele. E nem quero falar.

- Por quê?

- Não pense que estou envergonhada ou algo do tipo. Só... Sei lá. Ele provavelmente vai fazer alguma brincadeira e eu não tenho a menor idéia do que responder.

- Me desculpe? Não, um minuto aí! Você... Você é a Nikki! Você precisa sempre ter uma boa resposta.

- Sei lá, N... A mente é forte, mas a carne... – Nikki fez uma careta – É fraca, fraca, fraca.

  A expressão de Noah mudou em câmera lenta, indo de risonha para séria.

- Acho que você precisa pensar rápido em alguma coisa.

- Por quê?

- O Blake está vindo aí.

  Nikki respirou fundo e tomou um gole de suco, parecendo estar perfeitamente distraída. Blake segurou as costas da cadeira que Nikki ocupada e aproximou o rosto do dela.

- Olá, namorada – ele saudou com aquela voz rouca e brincalhona que, por uma razão desconhecida (ou que Nikki fingia desconhecer), fazia Nikki sentir arrepios.

- Olá, namorado – ela devolveu.

  Quando Nikki virou o rosto para olhá-lo, Blake a surpreendeu com um beijo. Ela se afastou.

- Estamos bem debaixo do nariz da diretora, querido. Não estou com humor para aturar sermões sobre decoro, decência e limites – disse.

- Três coisas que ambos não temos – Blake riu – Me encontre lá fora em cinco minutos.

- Ok – disse Nikki. Blake sorriu e foi embora.

  Ela e Noah ficaram observando Blake se afastar.

- Por que ele tem que ser tão... Gostoso? Se ele fosse um pouquinho mais feio eu até conseguiria resistir – disse Nikki.

- Quando é que você é Blake vão engolir o orgulho e assumir que são loucos um pelo outro?

- No mesmo dia que você assumir que é louca pelo Cam – Nikki rebateu, levando sua caneca aos lábios. Noah corou – Além do mais, atração e amor são coisas bem diferentes – disse.

- Já que você está falando... – Noah disse, sarcástica.

*

  Blake se sentou no último degrau da escadaria do prédio principal. Tirou o maço amassado de cigarros do bolso e acendeu um. Ficou encarando o nada por algum tempo, até que o barulho característico de saltos batendo no mármore o despertou. E ele já sabia a quem os saltos pertenciam.

  Nikki se sentou do seu lado e, automaticamente, ele a envolveu com um braço. Foi algo tão natural que eles nem perceberam.

- Tudo bem? – ela perguntou – Como foram as coisas com seus pais ontem?

  Blake a olhou. Nikki estava bonita naquele dia. Os cabelos estavam bagunçados devido ao vento gelado que soprava, característico do Outono. As suas bochechas e seus lábios estavam corados por causa do frio. A única coisa anormal era o fato de que ela não estava usando seu brilho labial de baunilha.

- Minha mãe ficou choramingando, como sempre. Já meu pai – Blake hesitou – Nem se deu ao trabalho de sequer olhar para mim.

- Sinto muito – ela murmurou.

  Blake soltou uma baforada e atirou o cigarro longe.

- Vai ficar tudo bem. Sempre fica – murmurou.

- Tem certeza? – ela perguntou.

  Blake hesitou antes de confessar.

- Não.

  Ele sentiu Nikki apertar seu ombro.

- Talvez você devesse conversar com seu pai. E com conversar, eu quero dizer sem gritar ou acusá-lo de alguma coisa.

- Conversar... – Blake deu um riso amargo – Isso não faz muito o tipo do meu pai.

- E nem o seu, aparentemente – ela rebateu.

  Os dois ficaram em silêncio. Blake acendeu outro cigarro.

- E eu duvido que eu meu pai queira conversar comigo depois daquilo. Acho melhor esperar a poeira baixar e... Quem sabe no Natal ele esteja a fim de me ver.

  Blake estava sendo sincero. Quando estava com Nikki, ele tinha essa liberdade. Coisa que não acontecia, por exemplo, quando estava com Heath. Imaginou a cena com o amigo sentado do lugar de Nikki. Ele provavelmente daria um tapinha nas costas e em seguida, ia sugerir que os dois enchessem a cara mais tarde.

- E como vão as coisas com sua mãe e Adam? – perguntou. Nikki se encolheu ao ouvir o nome de Adam.

- Parece que quanto mais felizes eles ficam, pior eu me sinto – ela disse, olhando para o céu. O tempo estava cinzento e nada convidativo.

- Imagino como deve ser – Blake murmurou, tragando seu cigarro logo em seguida.

- Eu... Preciso encontrar uma maneira de impedir que eles se casem – ela disse, batendo o pé no mármore várias vezes, mostrando como ela estava nervosa com aquilo. Mas quem não ficaria?

  Ele sorriu.

- Quer uma dupla mais bagunçada que a gente?

- É – Nikki concordou com um sorriso.

  Isso lembrou Blake do que ele realmente queria conversar com Nikki.

- Isso nos leva a outro tópico – ele disse.

- Qual? – Nikki o olhou. Provavelmente o sorriso que Blake estava o denunciara, pois ela fez – Ah... Esse. Bom... Sexo com certeza não estava no contrato, mas... Acho que podemos deixar passar.

- Ou, quem sabe... Podemos incluir sexo no contrato – ele deixou a voz rouca, sabendo que Nikki gostava, por mais que ela fingisse que não se abalava.

  Ela o encarou, incrédula.

- Você não deixa uma passar, não é?

  Blake encolheu os ombros e fez uma cara meio insolente, como se dissesse “pois é”. Aquilo provavelmente a irritaria. Mas ao invés de bater, xingar ou ignorar, Nikki sorriu com malícia, dizendo:

- Então me convença a aceitar – murmurou. O desafio impresso em cara palavra só faltou acertar Blake como um soco.

- Com prazer, Nick querida – ele murmurou de volta, no mesmo tom insolente.

  Ainda sorrindo, Nikki aproximou o rosto do dele. Blake entreabriu os lábios em antecipação. Mas ela se afastou abruptamente e se levantou.

- Creio que teremos que terminar essa conversa mais tarde, querido. Até mais tarde – ela se despediu e subiu apressadamente a escada, deixando Blake sozinho.

  É, definitivamente ela sabia como frustrá-lo sexualmente.

*

  Brendon abriu caminho entre a aglomeração de alunos de que espremiam em frente ao mural para checarem a lista de duplas de estudo. Depois de muito empurrar, puxar e pedir licença, Brendo parou em frente ao mural. Ajeitou os óculos e procurou por seu nome. Ele tinha caído com uma garota.

- Nicole Williams Hastings – leu.

  Hastings. Aquele sobrenome era familiar.

  Ele puxou na memória até que se lembrou de onde ele conhecia aquele sobrenome. Nicole Williams Hastings era ninguém menos que Nikki Hastings, a garota com quem ele tinha esbarrado no Longbourn há um tempo. Ela também era do time de hóquei – durante a Batalha, competição de colégios internos, o narrador falou várias vezes o nome dela. E o pior de todos: ela também era a famosa Nikki Hastings, namorada do Blake.

  Só podia ser brincadeira.

  Com mais de 400 garotas, tinha que ser logo ela. Nada contra a garota, claro. Ela não era problema. O problema era Blake. Brendon não queria contato com nada nem ninguém relacionado ao Blake. Ele fazia isso pela sua sanidade – física, mental e

 emocional. Mas não podia trocar. Era a regra. A única coisa que o reconfortava era o fato de que Blake não iria gostar daquilo mais do que ele estava gostando.

  De repente, uma garota apareceu do seu lado e o empurrou.

- Oh, me desculpe – ela disse.

- Sem problema – disse Brendon.

  A garota jogou os cabelos e deslizou o dedo pela lista até seu nome.

- Brendon Hamilton – disse. E então Brendon realmente olhou para a garota e viu que era Nikki.

- Sou eu – disse.

  Nikki o olhou e sorriu, simpática.

- Ah, é você! O garoto do corredor.

  Brendon agradeceu internamente por ela não ter falado outra coisa no lugar de “corredor”.

- Exato – ele forçou um sorriso.

- Legal que vamos ser parceiros – ela disse.

  No exato momento em que Brendon ia dizer alguma coisa em resposta, o poderoso sino da capela do Maryon começou a soar suas oito badaladas, indicando que a primeira aula já estava começando.

- Tenho que ir – ele disse, apressado. Ajeitou sua mochila no ombro e se enfiou no meio da multidão, que não se deixou intimidar pelas badaladas do sino.

  De verdade, aquilo só podia ser brincadeira.


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Notas finais do capítulo

Curiosidade:- O Cam (nosso lindo, querido e amado Cam) foi inventando de última hora. Eu achei que a fic (e a Noah) precisava de um cara fofo, rs. É, só tenho uma por enquanto, rs. Beijo :*



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