A Última Palavra. escrita por thammy-chan


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Olá. Espero que gostem. :)



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—Mas eu não vou poder vir! –Klaus repetiu pela milésima vez. Revirou os olhos, seus argumentos já estavam esgotando-se. —Juro, minha mãe disse que temos de ir à igreja todos os domingos, Deus irá nos castigar se não o fizermos.


—Têm feito isso todos os domingos desde que nasceu? –questionou Max. Ele tinha uma expressão divertida no rosto, pensou Liesel. Tinha algum truque nas mangas.


—Sim. –O menino hesitou. —Todos. Sem faltar nenhunzinho sequer.


—Ótimo. –O professor levantou-se, declarando o assunto como encerrado. —Então Deus não se importará se não for um domingo só, não acha?


Klaus suspirou, dando-se por vencido.

—Sim, senhor Vandenburg.


—Como eu estava dizendo. –continuou Max. —Domingo todos vocês tem de estar aqui às sete da manhã, irão embora ao horário normal de aula. Eu já disse qual é a peça que vamos ensaiar, será que alguém pode repetir pra mim, por favor?


Várias mãos foram para o alto, indicando que queriam responder.


Max procurou-a entre as dezenas de adolescentes, e a encontrou com o braço levantado. Isso o fez sorrir.


—Liesel, pode responder?


A menina levantou-se. —A última palavra.


O sorriso de Max alargou-se enquanto Liesel sentava-se novamente. Era uma história que a própria Liesel tinha escrito. Porém tinha apenas um problema, o fim ainda não estava pronto.


“Falta a última cena” dissera Liesel. “Se a peça for encenada apenas no último dia antes das férias de verão, posso terminar e ensaiar à tempo.”
“Mas Liesel...”
“Confie em mim, Max. Vou ficar tão feliz se...”
Ele não ouviu o resto. Como poderia resistir? A garotinha que perdeu os pais,os irmãos e os amigos, estava pedindo à ele algo tão simples. Algo tão simples iria deixá-la feliz. Como poderia dizer não?

Max dissipou seus pensamentos quando percebeu que todos estavam o encarando.


—Certo. –disse. —E agora vamos decidir os papéis.




• • •

Liesel engoliu a raiva que subia por sua garganta. —Não é justo.


Ilsa só riu. —Nem tudo nessa vida é justo, querida.


—Mas mãe, poderia ser qualquer um, têm mais de vinte meninos na classe, porque justo ele? Eu gostei de ficar com o papel principal, mas ter que fazer par com o Klaus? Ah...


—Ora essa. O filho dos Heeger não é tão ruim assim, é?


Quando Liesel assentiu, Ilsa apenas deu de ombros.


—Você vai aprender a gostar dele com o tempo.


“É isso o que me assusta.” Era o que Liesel queria dizer. Mas não disse, contentou-se em tomar sua sopa calada, quando o prefeito bufou de irritação por não conseguir ler o jornal.


•A MENTE IRRITADIÇA DO PREFEITO•
Ao contrário de Ilsa,
ele não queria Liesel ali.
Pensara desde o começo que a garota seria um problema,
mas sua mulher o convenceu de que nada mudaria
com Liesel morando naquela casa.
Mas agora eles precisariam ter uma conversinha,
quem a garota pensa que é
pra interromper a preciosa leitura das notícias?

O prato cheio de sopa fez um barulho estridente ao espatifar no o chão. Com grande surpresa, Liesel levantou os olhos e percebeu que o prefeito o tinha derrubado.


Sem uma palavra sequer, ele foi escada acima, fazendo questão de bater o pé com força em cada degrau. Como uma criancinha mimada.


Submissamente, Ilsa caminhou em passos lentos até a área, buscou um pano de chão e jogou-o onde a sopa derramara, passando desinfetante depois de limpar.


Sentou-se novamente a tempo de ouvir a voz chorosa da garota à sua frente:


—Me desculpe.


—Não foi sua culpa. –respondeu tarde demais. A menina já havia ido embora.


•UM PENSAMENTO EM COMUM•
Com o tempo, Liesel aprenderia a ignorar as terríveis
atitudes do prefeito.
Afinal, já estava acostumada
a ser rejeitada pelas pessoas.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? Têm sugestões, críticas ou elogios? Deixem reviews. Beijos e até o próximo capítulo. :)