A Última Palavra. escrita por thammy-chan


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Olá :) Ansiosos para descobrir o enredo da peça de Liesel? Nesse capítulo vocês terão um gostinho do que se trata. Ah, e tem um personagem novo na fic! A única coisa que adiantarei é que seu nome é Kurt e ele é um antigo amigo de Max.
Espero que gostem!



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—Todos leram o esquete da peça? –perguntou Max. —Tenho uma surpresa.


—Sim! –todos respondem em uníssono.


Uma mão delicada levantou-se. —Senhor Vanderbug, posso fazer uma pergunta? –indagou Emma, que permanecia com a mão levantada.


—Claro.


—Quem vai ser o Erich?


—Oh, essa era a surpresa, Emma. Como todos sabem, o Erich tem por volta de 20 anos. Portanto, teríamos que ter alguém que aparente ter essa idade para interpretá-lo, certo? Então eu trouxe um grande amigo que é ator para fazê-lo. –Max apontou para a porta. —Kurt Schneider.




•APENAS UMA NOTA DA SUA QUERIDA MORTE•
Convidar Kurt para a peça foi uma das coisas que Max mais se arrependeu de fazer.
Mas não conte isso para ninguém, é segredo.
E Max ainda não sabe.

Vários murmúrios espalharam-se no local. Kurt era um ator famoso, fizera vários filmes mesmo com a pouca idade que tinha. E além de tudo, era muito bonito, fato que os hormônios das adolescentes ali presentes adoravam.


Por volta dos 17 anos e com rostinho de bebê, Kurt era dono dos olhos verdes mais lindos que Liesel já vira, e de um cabelo desgrenhado em um tom louro-escuro, o que lhe dava um ar de despreocupação.


Dentre os diferentes tipos de entusiasmo ali presentes, o de Liesel era o mais notável.


Um ator iria encenar a peça que ela escreveu. Um ator de verdade!


Quando as palmas, gritos e comentários cessaram, Max continuou:


—E o pai da Anne será o senhor Anton, o professor de Artes. Bom, agora vamos ensaiar.


Max foi andando na frente, enquanto Kurt e o resto dos alunos o seguiam em direção ao auditório da escola.


Todos sentaram em seus devidos lugares no auditório, de acordo com a ordem em que entrariam em cena. Liesel era uma das primeiras e Klaus também.


Kurt subiu no palco e falou um pouco sobre o que é atuar, mas ninguém estava realmente prestando atenção. As meninas babavam imaginando como seria atuar com ele, enquanto os meninos o odiavam por ele ter tirado a pequena chance que algum deles poderia vir a ter com as garotas dali. Nem mesmo Max estava prestando atenção, pois acabara de se dar conta do que havia feito.


Convidara Kurt para fazer o papel de Erich na peça de Liesel.


Liesel era Anne na peça.


Erich era apaixonado por Anne.


Erich era Kurt, Anne era Liesel.


Droga…


Ouviu palmas e tirou sua mente de seus devaneios. Kurt tinha encerrado seu discurso, o que significava que era hora de começar. E não havia mais nada a ser feito a respeito disso.


Ignorando o coração acelerado, Max subiu ao palco e colocou uma cadeira no canto do mesmo.


—Como diretor da peça, ficarei aqui durante os ensaios para supervisioná-los, tudo bem? –quando todos assentiram, continuou: —Todos com o roteiro na mão. Vamos começar a cena um.


Liesel e Klaus subiram animadamente no palco, recebendo aplausos dos colegas de classe.


Sentaram em seus devidos lugares e respiraram profundamente, expirando o ar devagar.


Agora, não eram mais Liesel e Klaus. Eram Anne e Peter.



A tempestade havia passado há poucos minutos, e apesar de tudo continuar molhado, já era possível enxergar crianças correndo alegremente pelo parque.


—A chuva já foi embora. –observou a garota. —Mas o sol continua se escondendo.


O menino olhou de relance para ela e observou seus trajes. Uma blusa salmão de mangas curtas, uma calça jeans preta e sandálias.


Peter tirou seu sobretudo e colocou-o na menina, que o olhava interrogativamente.


—Se você não tivesse tirado o casaco, ele não teria sido levado pelo vento. –explicou. —Então fique com o meu, Anne. Está muito frio.


Anne assentiu.


—Está ficando tarde. –comentou Peter. —Sua mãe não ficará preocupada se você chegar tarde em casa?


—Ah, não. Moro com o meu pai, na verdade. E duvido que ele sequer tenha reparado que saí. –esclareceu Anne. —Deve estar muito ocupado com a vizinha.


—Sinto muito. –foram as únicas palavras que ousaram sair da boca do garoto.


Um longo silêncio de estabeleceu entre os dois, até que o rapaz se inclinou sobre a menina que mantinha-se encostada na árvore, e quando chegou mais perto para beijá-la, foi interrompido por uma voz.


—Fique longe da minha irmã. –esbravejou um homem. Ele parecia ter vinte anos, cabelos claros e perigosos olhos verdes. Erich era seu nome.


—Eu não posso. –foi a resposta de Peter. —Têm algo nela que me atrai... Como um campo magnético. Mesmo que eu tente ir para longe, sempre acabo voltando.


—Se você for esperto, garoto, vai se afastar. –Erich tinha um tom ameaçador em sua voz, que sumiu no mesmo instante em que disse: —Vamos, querida. O papai está nos esperando.


—Sim. –a voz de Anne era um fio.


Ela sequer olhou para Peter enquanto caminhava até o seu irmão. Tirou o sobretudo do rapaz e jogou-o para ele.


Sem mais uma palavra, partiu.


Peter pegou o sobretudo que estava em seu colo e aproximou-o do rosto. O perfume de Anne estava nele.


Estavam ensaiando a quinta cena. Liesel não estava nela, então assistia silenciosamente da platéia.


—Ei, você foi muito bem, garota. –disse Kurt, que sentou ao lado de Liesel. —Já atuou em alguma peça antes?


—Não. –foi tudo o que Liesel disse. Estava nervosa demais para articular uma frase completa, suas mãos tremiam.


Kurt percebeu isso e riu. Mas não foi um riso maldoso, foi gentil, para acalmá-la. Pôs suas mãos sob as da garota e sorriu.


—Não é tão ruim assim, é? –disse ele. —Eu não mordo.


—Oh, eu sei que não. –assentiu Liesel, sem graça. —Não foi minha intenção ofendê-lo.


—E não ofendeu. –Kurt continuava sorrindo, deixando a menina desconcentrada.


Liesel apenas deu de ombros e discretamente, tirou as mãos dele das suas.


Kurt sorriu de novo, mas dessa vez foi um sorriso amargo. Tinha um significado por trás dele, mas Liesel não percebera.


Porém Max, que não tirava os olhos dos dois um segundo sequer, percebeu tudo. Mas é aí que vinha a parte ruim, ele não poderia fazer nada para impedir.


Nenhuma garota antes rejeitara Kurt, ele não estava acostumado com isso. Tinha um desafio agora, e faria Liesel desejá-lo. Custe o que custar.



•UM ÚLTIMO COMENTÁRIO•
Dentre os olhares em direção à Kurt, dois se destacavam. O de Max e Klaus.
Você deve se perguntar agora:
“Mas o que diabos os dois tem em comum?”
Simples, querido humano.

Apesar de não parecer, os dois desejam proteger Liesel.
E eles o farão. Ah, se farão...


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Notas finais do capítulo

Eu juro que tentei escrever mais antes de postar, mas não consegui. ^^
Bom, a peça "A última palavra" já está quase toda pronta, mas vou soltando uns trechinhos aos poucos, e no capítulo em que for o dia da encenação, vocês a lerão inteira.
Bom, Kurt vai ser um personagem importante pra fic de agora em diante. O Klaus ficará um pouco de lado, e a ênfase será no triângulo "Max/Liesel/Kurt". E no próximo capítulo iremos ver mais um pouco da relação da nossa pequena roubadora de livros com o prefeito.
Beijos e até a próxima, deixem reviews!