Férias Frustradas escrita por Nunah


Capítulo 12
12 - sem sentimentos




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Eles ainda estavam lá, pensando, sentados no sofá, abraçados.

Era estranho aquilo, ficarem juntos sem brigar, era como se algo estivesse faltando.

A mão dela estava na perna dele distraidamente, e ela fazia círculos com o indicador.

Ele a envolvia e sua mão alisava seu braço, mas não era algo consciente, eles mal prestavam atenção no que faziam.

Surpresa, ela percebeu a mão dele afagar sua coxa e subir ousadamente por seu quadril, passando pela cintura e apertando levemente seu seio.

- P-Poseidon? – ela disse, mas não estava brava, estava só um pouco... Chocada.

- Hm? – ele respondeu, como se tivesse acabado de acordar de um transe.

Ela se calou, franzindo os lábios.

Quando sentiu sua mão áspera em sua cintura, por baixo da blusa, ela não fez nada. Ela tinha plena consciência de onde aquilo acabaria se não parasse agora, mas não ligava, porque não faria diferença, e ela estava frágil demais pra protestar.

Além de que, eles estavam ‘bem’ agora, na medida do possível.

Ela virou o rosto e se deparou com ele a olhando, um sorriso brincando nos lábios.

Ele se aproximou, e ficou em cima dela, uma perna em cada lado, prendendo-a contra o sofá, mas sem soltar o peso, as mãos ainda embaixo da blusa, apertando-a levemente.

- O que está fazendo? – ela sussurrou enquanto ele se aproximava ainda mais.

- Vendo se nossa ligação é tão forte assim. – ele falou, encarando seus lábios cheios entreabertos.

- Todos sabem que Afrodite não fala coisa com coisa. – ela disse, a respiração já falhando pela aproximação.

- Até que se prove o contrário. – ele mordeu seu lábio inferior, ela fechou os olhos. – Vamos fazer isso. – Poseidon sussurrou.

Athena sabia que aquilo era errado, e que não deveria deixá-lo continuar. Que se arrependeria depois, que eles ainda não estavam acertados – e na verdade nunca estariam.

Mas tudo lhe parecia tão... Perdido. Ela não tinha mais seu juramento, e tinha acabado de descobrir que o mesmo não valia nada. Além de que seu único amor – se podemos chamá-lo assim – estava aparentemente ‘desaparecido’.

Ela não tinha motivos para resistir, mesmo que aquilo não fizesse seu tipo, ela deixou ele continuar.

Poseidon tomou seus lábios ferozmente, pressionando-a contra o sofá; ela gemeu. Ele levantou sua blusa até o busto.

Suas línguas se entrelaçavam de um modo erótico.

Ela entrelaçou os dedos fortemente nas mechas negras, trazendo-o para si.

Ele retirou sua blusa agilmente, não tinha porque enrolar. Quando ela sentiu os dentes dele arrebentarem seu sutiã, suas unhas escorregaram pelas costas bronzeadas, deixando leves marcas avermelhadas.

Ele se afastou um pouco, os cabelos despenteados e o peito subindo e descendo rapidamente, para contemplá-la.

Ela estava confusa e um pouco envergonhada, percebendo o olhar insinuante dele em seu corpo, mas tinha que admitir, já estava ficando excitada com aquilo.

Ele sorria torto, vendo o que tinha em mãos. Sua mente não trabalhava mais, ele só queria seu corpo delicado contra o dele.

- Não devíamos estar fazendo isso. – ela disse sentindo os lábios quentes dele em seu pescoço.

- Espere e se arrependa depois. – suas mãos desceram para o zíper de seu short curto desfiado.

.

.

.

Ele tombou em cima dela, que arfava, deliciando-se com a sensação de sentir seus seios fartos pressionados contra seu peito nu sem restrições.

Ela suspirou pesadamente, permitindo-se abraçá-lo fracamente.

- Não precisamos nos preocupar com isso.

- É uma coisa carnal. – ela concordou, tentando se convencer.

- Sem sentimentos... Mas eu ainda te odeio. – ele sussurrou provocante em seu ouvido.

- Eu te odeio mais. – suas unhas delinearam fortemente seus ombros; sua pele era firme e bronzeada; ele sorriu.

Ela franziu os lábios, percebendo o quão longe tinha ido, mas por mais que se culpasse, não estava arrependida, ela não sentia nada. Pensou no que eles fariam dali por diante...

E é só o terceiro dia!

Eles teriam de conviver, um olhando pra cara do outro todos os dias, e aquilo sempre voltaria à sua mente.

Como ela iria encará-lo agora?

O pior é que não sentia vergonha, e isso a intrigava.

- Relaxe. Não foi tão ruim assim, foi? – ele disse, com o cenho franzido.

O que ela poderia dizer?

Ela estava vazia, naquele momento nenhum sentimento a assombrava.

Ela não sentia raiva, nem arrependimento. Mas também não sentia afeição ou carinho por ele.

- Não. – ela se limitou a dizer.

Ele assentiu, sorrindo, e se levantou. Colocou a cueca e foi para a cozinha.

Ela continuou deitada lá, encarando o teto, pensando na vida.

Ele voltou com dois copos d’água e sentou ao seu lado. Ela se sentou, arrumou o cabelo em um dos ombros e pegou o copo.

Não, ele não tinha feito aquilo por amor, era por educação.

Afinal, eles tinham acabado de fazer sexo. Sim, sexo, não amor.

Ali não tinha amor, ela sabia. E desejava que continuasse assim.

- Não está muito cedo pra isso? – ela perguntou, pensativa.

- Isso o quê, exatamente?

- É o nosso terceiro dia, Poseidon. – ela o olhou. – E eu já te contei meu maior segredo, já soube que meu juramento não valia nada e nós... Nós já...

- Você sabia que isso aconteceria então? – ele estava surpreso. Sua menininha... Não era mais uma menininha.

- Eu não sou tão ingênua assim, sabe.

- O que será que vai acontecer? – ele perguntou, pensando na possibilidade de Afrodite estar vendo aquilo desde o início.

- Eu não sei. – ela suspirou. – O que você acha?

Ele se surpreendeu. Athena não sabe o que fazer? E ainda pergunta para ele?

Estamos tendo um progresso.

­- Acho – ele a encarou divertido, colocando o copo na mesinha, aproximando-se – que devemos deixar as coisas acontecerem normalmente.

Ela semicerrou os olhos quando ouviu ‘normalmente’; para ela, ‘normalmente’ queria dizer agir como se nada tivesse acontecido. Agora, vindo dele, só poderia significar... Não, ele não poderia...

- Está falando sério mesmo? Não acha isso estranho? – ela perguntou, descrente.

- Estranho, sim. Mas você já percebeu que eu não ligo muito pra essas coisas. Deixe tudo acontecer, sem interferir.

- Então...

- Nós vemos aonde isso vai dar. Mas por enquanto, somos só dois deuses que se odeiam trancafiados numa casa que para passar o tempo dão uns amassos.

Ou fazem algo mais.

Ele mordeu o lábio, passando a ponta dos dedos no contorno de seus seios, vendo-a se arrepiar, enquanto seus mamilos rosados se enrijeciam.

Ela fechou os olhos, culpando-se por aquilo, e ouviu uma risada baixa perto de si.

Ele mordiscou seus lábios como antes e desceu lentamente até seus seios.

Ela não tinha como impedi-lo. Sabia que também queria aquilo.

Afinal, não é uma coisa sentimental.

.

.

.

“Ah, eu sabia que isso iria acontecer! Ainda bem que a gente não está no ar.”

- Ah não. – ela gemeu.

- Antes ela do que o Olimpo todo.

“É isso aí. Ai, que maravilhoso.” Sua voz ecoava pela casa. “Parecem até um lindo casal feliz.”

- Ainda não esqueceu isso não? – ele perguntou.

- Não somos um casal. – ela repetiu.

“Vamos voltar em cinco minutos, eu aconselharia vocês a se vestirem...”

Eles não ligaram muito pro que ela falava, porque só dizia respeito às palavras ‘lindo’, ‘casal’, ‘feliz’, ‘amor’ e etc.

Ele se vestiu e passou as roupas para ela, sorrindo enquanto pegava seu sutiã arrebentado. Os dois estavam suados e caindo de sono, além de que eles não tinham comido nada depois do café da manhã (quem tem a mente poluida como a autora, riu quando percebeu o trocadilho), então eles estavam, literalmente, desmaiando.

“Voltamos.” Afrodite disse assim que ele tinha acabado de deitar no sofá novamente, sim, novamente em cima de Athena, que estava muito sonolenta para protestar.

Know that no matter how many knives we put in each other’s backs

That we’ll have each other’s backs, ‘cause we’re that lucky.


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Notas finais do capítulo

Tipo uma relação amor/ódio. Mas esse amor, pelo menos no início, é só físico.