Herois do Olimpo - a Profecia. escrita por whitesparrow, Equipe Os Imortais


Capítulo 17
XVII - Invasão


Notas iniciais do capítulo

VIVAAA !
Depois de uma vida sem postar, estamos de volta ! o/
Desculpem pela demora, mas foi por um bom motivo ...
Agora eu sou uma trabalhadora.
Enfim estamos de volta e com força total !
Aproveitem o capítulo.



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Annamar Grace.

Eu corri em direção aos estabulos, esperando encontrar Mateus lá. No meio do caminho, fui surpreendida por uma ligação. A principio pensei que fosse Annabeth, mas depois de uma olhada na tela, percebi que era Nico. Tivemos uma breve conversa e eu prometi explicar porque estava andando igual uma idiota na chuva.

Quando cheguei, Mateus estava sendo atacado por um cavalo. Sério, de verdade. Eu pensei em criar magicamente pipocas e um copo de refrigerante, mas esqueci que meus poderes de deusa estavam fracos até mesmo para isso.

— Uma ajudinha agora seria bom. – Mateus disse, lutando com o cavalo. Tentei não rir dele, mas era quase impossível.

— Fala sério! – eu encostei-me à parede. — Está apanhando de um cavalo. Pensei que você fosse um meio-sangue decente. – tentei não encaro-lo muito. A semelhança entre ele e Helena era tão grande, que me congelava a espinha.

Ele se lançou para trás com mais força, fazendo mais da metade do seu casaco ficar na boca do cavalo.

— Droga! – ele resmungou, olhando para o cavalo. Eu ri.

— Talvez você não faça parte da profecia. – eu ri mais um pouco. — Acho que estava errada.

Ele revirou os olhos. — Engraçadinha! Então, vai me levar de volta? – ele abriu os braços, esperando ajuda.

Eu ri de novo. Andei até onde ele estava, mas não fui para seu lado. Ao invés disso, fui para o lado do cavalo que havia o atacado. Seus olhos eram azuis, muito azuis, como ondas brilhando com o sol. Sua crina estava trançada com um pedaço de alga-marinha verde. Não precisava de muito esforço para afastar a nevoa e ver as asas encolhidas nas laterais de seu corpo. Estrela, a pegaso de Gabriella, era quem havia devorado a camisa de Mateus.

Eu abri a porta e a égua trotou para fora, mas não sem antes dar uma olhada em Mateus, que reprimia uma careta. Nas próximas quatro portas, os outros quatro pegasos estavam parados de forma exemplar, apenas esperando o momento para saírem. Trovoada, a pegaso de Manuella, parecendo assustadora com o pelo negro e os olhos quase transparentes. Einstein (um belo nome, hein?), que pertencia a Alexander (HÁ! Tinha que ser!), tinha letras riscada em grego em um tom quase branco como seu pelo e aqueles olhos escuros cinza-tempestade eram analiticos. Havia Rebelde, que parecia alegre quando me aproximei de sua porta. Ele tinha aqueles olhos verdes como grama e pêlo cor-areia. Havia uma corrente com uma cruz ao redor do seu pescoço. Ficou ainda mais euforico quando o soltei. Por último, parecendo triste, estava Loba. Seu pelo acinzentado estava pálido, como se ela estivesse doente. Mas seus olhos prateados indicavam que estava triste demais. No seu pescoço tinha uma corrente muito bem preparada, assim como a tiara das caçadoras.

Quando eu já havia soltado todos, eu fui em direção a Trovoada, com Mateus me seguindo de perto.

— Quando chegar até eles, diga a Percy para não virem a Nova York. Diga para nos encontrar em Los Angeles. De lá seguiremos ao próximo destino. – eu acariciei seu pelo e fiz uma das últimas coisas que meus poderes poderiam conseguir. Eu acariciei meu pescoço e meu medalhão apareceu. Com um toque, ele se multiplicou para uma versão menos brilhante e sem significado. Diferente do meu, aquele não mostrava imagens ou contava histórias. Eu apertei o colar em minhas mãos por alguns segundos e depois prendi em Trovoada. Ela pareceu feliz com seu simbolo, e ainda mais contente quando a pedra vermelha ficou transparente e mostrou o pedaço de raio apresionado ali dentro. — Vá! – e eles trotaram para fora, abrindo as asas e voando para a chuva.


No fim, Mateus veio se arrastando por todo o caminho, já que ele se recusava a ficar perto de mim, dizendo a quão traidora eu era. A chuva agora não passava de um sereno. Quando entramos no quarto, todos estavam mortos. Ok, eles estavam dormindo, mas estavam perto disso.

Mateus caiu no seu colchão depois de vestir uma camisa nova e deixar a com baba de pégaso em um canto. Eu estava com raiva, mas também estava preocupada. Queria sair do quarto, mas sabia que isso só atrairia monstros. Então, ao invés de arriscar minha sorte mais uma vez naquela noite, fui ao banheiro e me dei o direito de tomar um banho. Coloquei o papel amarelado em cima da pia delicamente ao lado do meu celular e do meu sutiã enquanto minha blusa e meu short sumiam magicamente. Elas demoraram mais que o normal para sumirem, então eu sabia que era só uma questão de minutos para desaparecerem por completo. Eu fiquei me olhando no espelho, o colar sumindo lentamente do meu pescoço.

— Droga de regras! Droga de limitações divinas! Droga de pai mandão! – murmurei, sendo alertada por um trovão ensurdecedor.

Foi preciso três lavagens para que toda a lama sumisse do meu cabelo, e mesmo assim, a escova ainda arrancou alguns fios. Quando terminei de me secar, estalei os dedos, esperando que minha mochila aparecesse. Nada. Tentei novamente. Nada.

— Ok, isso é um pesadelo. – eu disse sozinha, olhando-me no espelho. Lá estava eu, em minha nova fisionomia. Eu parecia cansada, com uma idade entre dezessete e dezoito anos. Eu não me lembro de estalar os dedos pedindo para envelhecer. O que estava acontecendo?

Abri a porta lentamente, olhando pela fresta. O quarto estava escuro e todos estavam dormindo. Pelo menos, eu acho que estavam, já que eu estava comparando os roncos. Eu sabia que minha mochila estava perto da cama de Annabeth ou dentro do armário, e isso queria dizer o outro lado do quarto.

Sai do banheiro em um salto, apertando a toalha mais ainda ao meu redor e pisando na ponta dos pés em direção a cama de Annabeth.

— O que você está fazendo? – alguém disse. Mateus.

Eu olhei para o chão, onde era seu colchão. — O que?

Eu podia imaginá-lo revirando os olhos. — Perguntei o que você está fazendo.

— E o que isso te importa? – foi à primeira coisa que pensei.

Eu me virei em direção a Annabeth, dando os ultimos passos em direção a ela. Tentei ignorar que Mateus estava dormindo no colchão. No chão.

— Você poderia só responder. – ele disse sarcasticamente. Eu bufei, parando ao lado da cama de Annabeth e vendo-o apoiado nos dois cotovelos.

— Pode deixar que eu me viro sozinha. Volte para seu sono de beleza princesa. – rolei os olhos.

Quando eu olhei ao lado da cama de Annabeth, minha bolsa não estava lá. Apenas uma camuflada pelo meu travesseiro: a de remédios.

OH. MEUS. DEUSES!

— Eu não acredito nisso! – eu disse com raiva. E agora?

Eu me apressei em andar até o pequeno armário que havia num canto. Para minha completa decepção, não havia nada lá além do relógio-escudo de Annabeth e minha pulseira-chicote. Olhei dentro do baú. Nada. Eu fiquei tentada a olhar debaixo das outras camas, mas eu sabia que não estavam lá. Afinal, por que eu colocaria minha mochila embaixo da cama deles?

Eu voltei a andar em direção a cama de Annabeth. Eu a cutuquei um monte de vezes, mas ela só resmungava alguma coisa sobre aranhas e Aracne. Ela não tinha superado isso? E por que diabos eu ainda ficava fazendo perguntas para eu mesma? — Annabeth? Acorde espertinha, nós temos um terrível problema.

— O que houve? Que tipo de problema? – Mateus perguntou pela milessima vez.

Eu trinquei o maxilar. — Do tipo que não te interessa. Agora, onde está minha mochila? – eu virei bruscamente para o lado, quase acertando um tapa nele, que estava ao meu lado.

Eu recuei dois passos, apertando a toalha mais ainda. Ele cruzou os braços, me encarando. Tentei parecer normal, e por alguns segundos, considerei a idéia de que ele não sabia que eu estava enrolada em uma toalha, com frio, morrendo de raiva e, a pior parte, envelhecendo. Disfarcei e cruzei os braços contra meu peito.

— Por que diabos eu saberia onde está a sua mochila? Tem pessoas tentando dormir, senhorita mandona. – ele me olhou novamente. — Nossa! Que roupa horrível! Faz sentido você estar querendo outra. – ele suspirou pesadamente. — Vem, vamos encontrar alguma coisa para você.

Ele agarrou meu braço e começou a me puxar em direção ao armário. Eu estava sendo chata, então tentei puxar meu braço do aperto dele. Talvez não fossem somente os filhos de Poseidon a terem tendência a serem lerdos e não perceber que aquilo era uma toalha. Revirei os olhos com isso.

— Para com isso! – tentei me afastar dele, mas eu estava fraca. — Você está me machucando! Além disso, é uma toalha, seu idiota. – isso o fez parar. Me olhou novamente e quando percebeu que eu realmente estava com uma toalha, soltou meu braço e pulou três metros para longe.

— Por que não avisou? – ele começou a limpar a mão na camisa como se eu o tivesse infectado. — Meus deuses! Eu poderia ter morrido sabia?

Não discordei. Nico provavelmente o mataria se soubesse disso. Mas o que eu poderia fazer se meus poderes haviam sumido? Não havia um manual explicando o motivo pela qual eu me encontrava na atual situação.

— Escuta! Você bem que poderia encontrar minha mochila ou algo do tipo, certo? – eu reclamei, sentando-me na beirada da cama de Annabeth. Juro que ele ruborizou enquanto eu revirava os olhos.

Ele se moveu para debaixo das camas, do banheiro, olhou dentro do armário, do baú, mas não encontrou nada. Misteriosamente, minha mochila e a de Annabeth haviam sumido.


— Eu não vou vestir isso. – eu disse a Mateus enquanto erguia com as pontas dos dedos a camisa  que ele havia me emprestado. As blusas da Tayla eram pequenas demais, agora que eu tinha quase dezenove anos; Rodrigo tinha mais livros do que roupas em sua mochila; e Vinicius havia babado em cima da dele, então nenhum de nós quis pega-la – nem mesmo quando Mateus perdeu no par ou ímpar. — Isso é nojento! Deve ter um milhão de bactérias nessa coisa.

Ele revirou os olhos, mas sorriu. — Você as lavou magicamente, lembra? Então provavelmente estão totalmente livre de qualquer coisa... Ou você não garante Grace? – seu sorriso ficou malicioso, e captei a malicia em sua voz.

Fechei a cara. — Yeah! Tem razão! – reprimi uma careta.

— Então, por que você não fez sua mochila aparecer magicamente? – ele perguntou, sentando-se no chão.

Eu engoli em seco, decidindo entre contar ou não. — Nossos poderes foram tomados. Os deuses ou alguém os tomaram! – eu olhei para ele, que parecia um pouco confuso. — Não sabemos ao certo o que está acontecendo. Talvez tenhamos abusado um pouquinho. – dei de ombros, tentando não demonstrar que estava incerta sobre isso.

— Certo. – ele assentiu com a cabeça lentamente e ficou me encarando. — Você parece um pouco mais velha também.

Eu concordei, ainda sentada na cama de Annabeth. Ela se remexeu. — Yeah. Deve ter acontecido alguma coisa com os deuses. Isso nunca aconteceu.

Ele pareceu preocupado. — Você pode, tipo, envelhecer até a morte?

Eu me mexi desconfortavel. Não tinha pensado nisso, e não estava feliz por pensar agora. — Eu espero que não.

— E o que vamos fazer quando tivermos que lavar a roupa?

Foi minha vez de sorrir. — Vocês vão lavar, oras. Agora, com licença. – levantei-me rapidamente. — Tenho uma camisa carregada de germes para vestir.


A camisa ficou grande, digasse de passagem. Um vestido teria ficado mais curto. Mas também, o que eu deveria esperar de um garoto que era uma cabeça mais alto do que eu? Fiquei preocupada com o que vestiria na manhã seguinte, mas tentei não pensar nisso. Limpei meu tênis e os deixei pendurados atras de porta, esperando que eles não desaparecessem também.

Voltei ao quarto, Mateus já havia voltado a dormir, o que era ótimo. Vinicius ainda roncava. Eu deitei no meu colchão, colocando meu celular embaixo do travesseiro junto com o papel amarelado. Fechei os olhos e esperei o sono, mas não veio. Com uma olhada rápida no celular, vi que já se passava da meia-noite. Droga!

As horas foram escorregando lentamente, silenciosamente.

Três horas da manhã, eu me forcei a ficar sentada e cruzei as pernas. Peguei o papel debaixo do travesseiro e o abri, iluminando-o com o celular.

— “Atras dos montes, o sol surgirá. Ao inicio deverão voltar.” – recitei, alisando o papel. Por que eu não conseguia entender isso? Se as coisas continuassem nesse ritmo, nunca conseguiriamos libertar Réia, ou o que quer que estivesse acontecendo com ela.

Voltei a me deitar, finalmente conseguindo dormir. Dessa vez, não tive sonhos.


Quando acordei não havia mais ninguém no quarto. Pregado na minha testa, havia um bilhete... Ou eu achava que era isso. Eu esperava que aquela coisa pegajosa nele não fosse baba, mas limpei minha testa, só por garantia.

Mateus disse o que houve. Estamos no patio com seu cafe da manha.

P.S.: O short de Tayla em cima da cama deverá servir.

Annabeth.

Irritada, rolei sob os cobertores e me puxei para a cama de Annabeth. Havia um short que a camiseta provavelmente esconderia. Me forcei a vestir o short, que ficou incrivelmente apertado. A camiseta realmente o escondeu, mas eu não tinha opção em relação a isso... Não até minha mochila ser encontrada. E só de pensar nisso, eu me sentia cada vez mais irritada.

Fui ao banheiro e coloquei o tênis antes de descer. Coloquei meu celular e o papel no bolso. Durante a descida fui atropelada por várias garotinhas que subiam desesperadamente para mais uma aula. Algumas me olharam feio e outras sorriram em minha direção. Eu senti falta de não ter ficado com Manuella quando ela estava nessa fase.


Annabeth e Tayla estavam sentados nos bancos de cimento enquanto os garotos sentavam no chão, ao redor delas.

— Hey! – eu saudei, girando minha mão no ar.

— Gostei da camisa. – Annabeth zombou com um pequeno sorriso.

Eu cruzei os braços. — Vá se danar ! – e Annabeth riu.

— Acharam alguma coisa? – eu perguntei, sentando-me ao lado de Tayla. — Alias obrigada pelo short. – sussurrei para ela, que sorriu.

— Nem sinal! – Vinicius disse.

— Bem, nós não olhamos na floresta, já que estamos proibidos de ir lá. – Rodrigo disse ironicamente, mas dei um olhar sério a ele.

Annabeth fungou. — Isso não faz sentido. Por que alguém iria querer nossas bolsas?

— Porque estão nos espionando. Isso foi um aviso, Annabeth. – eu disse.

— Por que alguém iria querer justamente nossas bolsas? – Annabeth repetiu a pergunta, um pouco irritada.

Eu a olhei de verdade pela primeira vez. Agora ela parecia ter entre dezenove e vinte, e eu sabia que estava do mesmo jeito. Eu havia ignorado o espelho, por medo, então tentei não pensar nisso e me concentrar no motivo pela qual alguém roubaria nossas bolsas.

— Porque as nossas armas estão lá dentro.

Depois disso, o sol tornou-se frio.


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Notas finais do capítulo

Bom, por hoje é só
Beijos campistas !



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