Herois do Olimpo - a Profecia. escrita por whitesparrow, Equipe Os Imortais


Capítulo 16
XVI. Visões do passado (e eu deveria me importar).


Notas iniciais do capítulo

Oi semideuses! Certo, podem me mandar mensagens e reclamações. Eu demorei, pois é. MAS eu estava sem internet, E não tive contato com o mundo exterior, nem com o Matt, nem com a Tay, e raramente com a Sarah. Então, resolvi FINALMENTE postar. Provavelmente passarei os caps. para o Matt, porque assim não preciso vir a lan house toda hora.
Então, aproveitem esse capitulo e até segunda-feira. Beeeeijos.



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Annamar Grace.

      Annabeth me acordou um pouco antes das 21h00min. Eu coloquei uma blusa de frio, calcei meu tênis e enfiei o papelzinho no bolso de trás do short.

      — Tem certeza que não quer que um de nós vá com você? – Annabeth sussurou.

      — Tenho! Vai ser rápido! – eu ajeitei o cabelo atrás da orelha. — Além disso, ela foi bem clara sobre eu ir sozinha.

      — Mas a floresta...

      — Eu conheço a floresta. Vai dar tudo certo! – garanti.

      Annabeth soltou um longe suspiro e foi até minha mala. Puxou meu celular de lá e o jogou em minha direção.

      — Ao primeiro sinal de problemas, damos o fora daqui. Com ou sem pistas. – e se jogou na cama.

      Lá fora, a chuva estava cada vez mais forte. Eu fechei a porta delicadamente e só sai de lá após escutar o clique, certificando-me de que estava realmente trancada. Desci os degraus rapidamente e quase cai. As arvores do outro lado da rua se moveram com o vento, mas aquilo me chamou a atenção. Eu quase tinha certeza de que havia alguma coisa lá. Infelizmente, não pude perder muito tempo com isso.

      Ignorei isso e corri pela lateral do prédio. Escorreguei diversas vezes na lama e em uma delas cai sentada. Corri até os fundos e virei para em direção ao prédio dos meninos, passando pelos fundos. Alguns metros antes de chegar aos estabulos, peguei o começo de uma trilha de pedras que levava para dentro da floresta. Quando pisei na primeira, uma voz veio detrás de mim.

      — Ei, me espere! – Mateus estava há alguns metros de mim, visivelmente se esforçando para se manter de pé. Havia vestido uma blusa com gorro e fechado o ziper por completo.

      — Nem pensar! Volte para o prédio! – eu disse acima dos trovões, pulando mais duas pedras.

      Mas Mateus não me escutou. Ele pisou em uma pedra, mas era muito dificil se manter equilibrado. Ele foi forçado a ir para trás, como se alguém tivesse dado um soco no ombro. Por alguns minutos ele me encarou atordoado.

      — Me espere no estabulo! Posso me virar sozinha! – eu sabia que poderia permitir que ele viesse facilmente, mas eu sentia falta de fazer as coisas sozinhas como antigamente. Eu mal conseguia me lembrar da última vez em que lutei mano-a-mano. Parecia tanto tempo atras... Ou talvez realmente fosse.

      Eu voltei a pular as pedras novamente, deixando ele para trás. Eu me movia mais depressa, pulando três, quatro, cinco, até realmente estar flutuando. Quando cheguei a última pedra – a, talvez, 5 metros, eu desci e pisei lentamente no último pedaço de grama verde. Lá dentro só havia a terra molhada e pegajosa. Eu me arrastei para frente e comecei a correr para dentro da floresta, me guiando pelas arvores. Quando minha mão tocava nelas, elas se iluminavam em diferentes cores dentro da minha cabeça – e eu sabia que além de mim, Joana era a única que conseguia ver as cores. Elas brilhavam em verde, mostrando-me o caminho. As outras brilhavam em várias outras cores, e muitas delas eram portais para qualquer canto do mundo. Eu não sabia qual era o brilho de uma arvore normal, e nem mesmo sabia se elas chegavam a brilhar, mas eu não estava disposta a descobrir.

      Quando eu cheguei ao lugar indicado, eu sabia. Não porque uma arvore me parou e começou a dançar, não. Mas sim eu porque senti. Tinha um cheiro forte e persistente de grama molhada. Mas não era como os do internato. A grama era mais forte, tinha um cheiro quase embriagante e possuia um leve toque de flores, como rosas.

      Um retangular véu branco um pouco menor que um metro tremeu a minha frente. Eu dei um passo para trás enquanto via a imagem de Storm se cortornar a minha frente. Ela parecia a mesma, pelo que me lembrava. Cabelo na altura dos cotovelos, escuro e liso; seus olhos incrivelmente verdes como grama nova, carregavam a fé e a esperança de todos – mortais e imortais –, a pele estava mais pálida que o normal e debaixo dos seus olhos estavam ficando arroxeados – ela não havia dormido por muito tempo, me pareceu. Ela me deu um sorriso, mesmo seu rosto estando marcado por uma carranca de seriedade e preocupação.

      — Bem na hora! – ela disse ainda sorrindo. – Devo dizer: você está horrível! Há quanto tempo não dorme?

      — É bom te ver também. – eu disse rapidamente. Eu ergui um dedo e balancei na altura dos meus olhos, fazendo um galho se mover e me proteger – pelo menos um pouco – da chuva.

      — Pensei que você não viria. – ela olhou para baixo, como se tivesse arrependida de ter pensado isso. Percebi que ela estava sentada quando cruzou as pernas, apoio o cotovelo nele e plantou o queixo na palma. – Como se livrou do meu irmão?

      — Ele tem algumas limitações agora.

      — Fiquei sabendo. – Storm apertou os labios. – Macária entregou?

      — Yeah, bem, obrigada, eu acho. Eu espero que isso não me custe nada. – mordi meu labio. – Mais cedo ou mais tarde ele iria pecisar dos remédios. E como você sabe... – mandei um olhar acusador. – Os deuses me deram regras para seguir.

      — Quanto a isso, eu realmente sinto muito. E devo dizer que você não é a única com regras a seguir. Luke e eu também estamos tendo alguns problemas sem nossos poderes de deuses.

      — Como assim sem poderes de deuses? – perguntei confusa.

      — Até ontem eu estava conseguindo espalhar esperança por aqui. Os guerreiros de Poseidon estavam animados com a possibilidade de vencerem uma “possivel” guerra... Se é que você me entende. – ela me mandou um olhar de milhares de significados. – Mas agora a tarde eles começaram a falhar. Consegui fazer coisas simples como alegrar Atena e nada mais. Eu me senti rapidamente muito cansada. Acho que sei agora o que é ser uma meio-sangue.

      Rapidamente, ela moveu o queixo para fora da mão e se concentrou em manter um brilho luminoso nela. Mas tão rapido quando apareceu, ela se desfez.

      — Eu não testei meus poderes. – senti meu sangue gelar. – O maximo que fiz foi fazer um pequeno campo de força rapido e flutuar.

      — Você consegue fazer isso porque eram seus poderes antes de ser deusa. – ela deu um longo suspiro. – Nico e Percy vão pirar quando perceberem que convocar mortos o deixará fraco e que guiar uma grande quantidade de agua pode deixá-lo desacordado por dias.

      — Bem, agora eu realmente estou preocupada. – cruzei os braços.

      — Mas você deveria estar. – Storm fez uma careta.

      — Eu não posso ficar o tempo inteiro. Tenho coisas para decifrar e mais um monte para encontrar. Não é tão fácil. – balancei uma mão para ela. – Mas como está seu trabalho ai, afinal?

      — Eu não sei por quanto tempo ficarei no Palácio de Poseidon. Thamires, Bryan, Andrew e Kimberly estão sempre tentando ajeitar algumas coisas por aqui, mas não é tão fácil.

      — Descobriram alguma coisa?

      — Até agora nada muito importante! Ficamos de olho em Anfitrite e Oceanos nos últimos três dias. Ao que pude entender, Anfitrite se aliou a ele.

      — Droga! E Tritão?

      — Nada com se preocupar. Ele está do nosso lado.

      — A primeira boa notícia que recebo desde que a missão começou, e já se passaram 8 dias.

      — O tempo está correndo. Foi por isso que te chamei. – ela apertou os labios novamente. – Eu preciso te mostrar uma coisa. Toque na imagem! Isso é sério, Grace. Não me olhe desse jeito e toque logo na Mensagem de Íris.

      Desconfiada, toquei.

      — Senhora!

      Eu acordei. 

      Olhei ao redor rapidamente e percebi que estava no Central Park. Não entendi exatamente porque Storm me mandou para cá, mas me levantei o mais rápido que pude. Folhas estavam grudadas no meu cabelo e minha roupa estava suja de terra. Movi minhas mãos atraves da roupa o mais rápido que pude antes de perceber que estava apenas há alguns metros de distância de uma mulher agachada. Rastejei rapidamente para trás de uma arvore.

      — Dracanae. O que você quer? – a mulher se levantou com dificuldade. Ela jogou seu espesso cabelo loiro para trás. Seus olhos eram verdes e duros. Sua pele bronzeada a fez parecer mais nova, como lideres de torcida. Seu rosto era levemente familiar.

      Alguns segundos, e percebi que aquela era Helena.

      Ela não se parecia tão inocente quanto eu imaginava. Na verdade, ela quase parecia uma imortal que frequentemente vagava pelas ruas do Olimpo. Seu vestido era cor café e usava uma pulseira com a foice de Cronos.

      Entendi, tardiamente, o motivo pelo qual eu estava ali. Estavamos há exatos dezoito anos atras – um ano antes da Guerra contra Gaia, dois anos antes do nascimento das crianças.

      — Senhor Cronosss pediu para que a levassse ao palássscio. – a dracanae colocou um S em palácio, soando um pouco assustada. – Sua criança logo nassscerá.

      — Certo! – Helena disse, mas lançou um olhar de nojo a dracanae.

      Elas começaram a se mover em meio as arvores, passando por ninfas, sátiros e Grover. Eu me manti a certa distância, percebendo – tarde demais – que eu não tinha pés. Bem, pelo menos ninguém me veria. Elas circundaram por Thalia, Percy, Annabeth e eu, deslizando contra prédios e carros. Também vi Paul e Sally do outro lado da avenida. Helena e a dracanae continuaram correndo em direção a um exercito em formação...

      — Prometeu! – a dracanae chamou, balançando as mãos para o alto.

      A imagem se dissolveu.

     

      — Vai dar tudo certo, relaxem! – a voz de um garoto ecoou na escuridão.

      Aos poucos a imagem veio, mostrando a Legião. Movimentada, quente e barulhenta. Eles começaram a se mover para o túnel que levava ao Mundo Mortal, embora eu não conseguisse reconhecer ninguém. Então, quando saíram a luz do dia, eu percebi que três adolescentes estavam acompanhados de um casal. A mulher era a mais familiar. Seu cabelo era encaracolado, mesclado de castanho e alguns fios cinza. As primeiras rugas tornando-se visiveis ao redor dos olhos ambar.

      — HAZEL! – eu gritei, mas era como se um forte vento tivesse levado seu nome. Mesmo assim ela ergueu os olhos, assustada, e olhou ao redor.

      — O que houve? – perguntou um rapaz, que estava de mãos dadas com ela. Alto, agora musculoso, com um olhar sério e olhos puxados com pouquissímas rugas. Seu cabelo meio escuro estava aparado em corte militar e ganhando um brilho cinzento. Frank.

      — Estranho! Tive a impressão de escutar alguém me chamando.

      — Eu?

      — Não, não você. Outra pessoa.

      — Quem? – Frank pareceu mais curioso.

      — Annamar. – sua voz saiu incrivelmente baixa, mas Frank escutou.

      Frank a encarou por alguns segundos antes de balançar levemente a cabeça e colocar um dos braços ao redor dos ombros de Hazel.

      — Falamos sobre isso depois... Com Reyna. Vamos despachá-los. – ele sussurrou, balançando o queixo em direção aos adolescentes. Hazel concordou, virando-se para dois garotos e uma garota.

      — Lilian, você entendeu tudo, certo? Não peguem aviões. É perigoso. Vão por terra: trem, onibus, qualquer coisa. Lembre-se: Chicago. – Hazel disse pausadamente, como se eles fossem burros. Eu achei que sim. – Bruno, você é o fauno deles. Fique de olho! Não perca eles de vista e nem deixe Richard começar brigas. É tipicamente Ares isso! Sejam discretos. – ela olhou para o garoto de cabelo espetado. – E Richard, você recebeu a educação romana graças ao sangue de sua mãe, mas lá, você tem que aprender sobre seu lado grego... Sobre o lado de seu pai. – ela colocou a mão no ombro dele.

      — Damos conta! – Bruno disse enquanto mastigava uma latinha de Pepsi Diet.

      — E depois? – a garota loira perguntou.

      — Quando chegarem lá procure por Annamar Grace e Annabeth Chase. Elas ajudaram vocês! E não se esqueçam o nome do lugar. – Frank disse.

      — Certo! – Richard olhou para os dois e tirou a mão de Hazel do seu ombro, apertando-a. – Nos vemos em algumas semanas.

      A cena se dissolveu mais uma vez. Novamente fui sugada para fora, ficando no escuro.

      — Deveria parar de buscar respostas. – alguém disse na escuridão.

      — Mas se eu não busca-lás, elas não virão. – eu andei em linha reta, sempre ficando no escuro.

      — Essa é a intenção! Você nunca encontrará o fim. – a voz ecoou, sumindo lentamente. Eu forcei meus olhos a se abrirem.

      Quando eu finalmente acordei, minha visão se encheu com o céu escuro, as arvores balançando suas folhas de um lado para o outro. A chuva fria batia contra o meu rosto. Eu espalmei minhas mãos ao meu lado, percebendo que estava deitada na lama. Um raio cortou o céu, caindo a poucos quilometros dali.

      Com alguma sorte ainda seria um pouco antes da 23h00min. E Storm não estava mais ali. Tudo era só chuva e lama.

      Pisquei freneticamente e me levantei. Limpei minhas mãos no short e limpei meus olhos. Meu cabelo pesou, me puxando para trás. Tentei me livrar um pouco da lama, mas não adiantou nada. Joguei ele para trás e apoiei minhas mãos na arvores, tentando clarear minha mente. Embaixo dos meus dedos, senti o auto-relevo no tronco, como traços de letras. Eu me aproximei, tentando ler o que estava escrito:

Boa sorte! Vocês irão precisar!

Era de Storm. E eu sabia que sempre que ela desejava boa sorte, poderiamos esperar o pior.


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Notas finais do capítulo

Yeah, bem, é isso.



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