- O que você está fazendo aqui? Perguntou Juliana surpresa.

- O que você está fazendo aqui?! Perguntou John de volta.

- Eu me mudei para cá! E não interessa... O que você está fazendo aqui? Disse ela.

- Vim visitar a Elena... Ver como as coisas estão... Disse John entrando.

- Visitar a Elena? Não é pai dela nem um ano e já se preocupa tanto?! Disse Juliana com os olhos cheios de lágrimas.

- Sou pai dela desde sempre... E por favor! Não vamos começar esse drama outra vez... Todos sabem que eu nunca quis que você nascesse então eu agradeceria se você não chorasse. Disse John cruelmente vasculhando a casa com os olhos desviando de Juliana que estava no meio do caminho. – Elena está?

- Vai embora daqui! Disse Juliana alterando seu tom de voz e contendo as lágrimas.

- A casa foi do meu irmão, é da minha família, então não sou eu quem tem que ir embora daqui... Disse John.

- O que está acontecendo aqui? Perguntou Damon descendo as escadas.

- Ótimo! Se você não vai eu vou! Disse Juliana subindo atordoada para seu quarto.

- O que você está fazendo aqui? Perguntou Damon já sozinho com John.

- Por que a surpresa? Não posso ser tão desagradável assim... Disse John.

- Não se subestime John! Disse Damon. – O que você falou a ela?

- Existe algo entre vocês? Perguntou John notando a preocupação dele com sua filha.

- Não me responda com outra pergunta! Disse Damon agarrando John pelo pescoço e apertando-o. – Eu juro que se você fizer alguma coisa para feri-la eu acabo com você, não importa se você é ou não pai dela! Nunca vou deixar você tirar qualquer sorriso sequer do rosto dela, ela não merece passar por isso!

- Wow, Você gosta dela... Disse o pai de Juliana custosamente por causa da mão do vampiro em sua garganta.

- Não pense que é tão difícil assim arrancar seus outros dedos e pegar esse anel! Disse Damon se aproximando mais de John com o rosto transformado em fúria.

- O que você está fazendo aqui? Perguntou Elena entrando na casa, foi quando Damon soltou a garganta de John.

- Por que todos fazem essa pergunta? Eu vim ver você, saber como as coisas estão. Disse John esfregando uma de suas mãos no pescoço que estava avermelhado.

- Olha, foi muito bom você ter me ajudado com o Klaus e tudo mais, mas não significa que eu quero que do nada você se torne meu pai de verdade, isso nunca vai acontecer... Disse Elena.

- Eu não quero que isso aconteça, meu irmão foi seu verdadeiro pai! Disse John. – E a pensão que eu dou a ela já é mais do que suficiente para ela sobreviver...

- Eu não fico aqui nem mais um segundo! Disse Juliana carregando uma mala pela escada e indo a direção da porta com os olhos vermelhos. – Damon, você vem comigo?

- Claro! Disse ele.

- Mas por que você vai embora? Perguntou Elena.

- Eu não fico nem mais um instante perto desse homem! Tchau Elena, te vejo na escola. Disse ela cruzando a porta.

Damon colocou a mala dela no porta-malas de seu carro e seguiu para a mansão Salvatore.

- Você quer conversar sobre isso? Perguntou ele.

Ela só balançou a cabeça com um sinal negativo e ficou olhando pela janela do quarto.

- Sabe, eu só deixo você ir para minha casa se for para a gente dormir no mesmo quarto e com direito a banho de espuma coletivo! Disse ele super sério.

- Bobo... Não perde uma chance... Disse Juliana sorrindo.

- Você é linda todo o tempo, mas eu prefiro quando você sorri... Disse Damon soltando o volante, pegando a mão esquerda dela e dando um beijo.

- Eu vou ficar bem, não se preocupe... Disse Juliana escondendo seu sorriso. – Eu sempre fico...

Damon sorriu torto e continuou a dirigir.

- Oi Tio Thomas... Disse Juliana entrando pela casa.

- Olá querida! Disse Ele. – Por que as malas?

- Hum... ‘Querida’? Resmungou Damon baixinho sem ser percebido.

- Vim passar uns dias aqui para fazer companhia ao senhor... Disse Ela subindo as escadas.

- O que aconteceu? Perguntou Thomas se virando para Damon.

- John aconteceu... Disse Damon.

- Oh não! O John?! Ela precisa de companhia... Disse Thomas tomando o controle da situação. – Precisamos dar força a ela, John nunca a faz bem...

Damon estava começando a se irritar com esse jeito tão bondoso desse tal de Thomas, a namorada é dele! Ele quem tem que apoiá-la.

- Não se preocupe ela não está sozinha... Disse ele se dirigindo ao interior da casa.

- Não vá! Eu insisto em ir falar com ela... Disse Thomas.

Damon inspirou fundo, a presença daquele homem não estava o agradando nem um pouco.

- Está bem! Disse Ele com um tom fino tentando controlar sua impaciência e incômodo.

Thomas foi, e você acha que Damon o deixou ir se encontrar com a namorada dele sozinho num quarto? Óbvio que não, ele ficou atrás da porta ouvindo, sendo vampiro podia escutar a conversa até do lado de fora da casa, mas perto da porta Damon sentia a segurança de poder proteger Juliana caso o Tio Thomas fosse um maluco tarado igual ao Aaron e tentasse atacá-la.

Juliana tinha se instalado num dos cinco quartos vazios do casarão. Ela estava um pouco chateada para arrumar suas coisas então ficou sentada na janela observando o lado de fora enquanto continha algumas lágrimas.

- Com licença. Disse Thomas batendo na porta que estava entreaberta. – Posso entrar?

- Pode sim. Disse Juliana enxugando uma lágrima que acidentalmente caiu.

Thomas entrou e fechou a porta:

- Sei que você não está bem... O Zach me deixou a par de tudo antes de falecer, eu acho que ele estava pressentindo quando o Stefan e o seu ‘namorado’ chegaram a casa...

- Vamos deixar esse assunto no passado... Disse Juliana.

- Eu poderia fazer isso se o passado não tivesse tanta influência no seu futuro... Disse Thomas.

Do lado de fora...

- O que ele quer dizer com isso? Damon se perguntou atrás da porta.

- É feio escutar atrás da porta! Disse Stefan que estava passando pelo corredor.

- Você fala isso porque não é a sua garota que está trancada num quarto com um cara que tem a sua cara! Disse Damon aproximando-se mais da porta.

- Que paranóia, hein! Exclamou Stefan.

- Paranóia nada, é porque não foi você que passou quase um século e meio vendo as duas últimas garotas que você gostou amando um cara... Damon olhou Stefan de cima a baixo. -... Que sinceramente não chega a seus pés em TODOS os sentidos! Exclamou ele.

- Haha... Muito engraçado! Disse Stefan.

- Stefan saí daqui! Vai caçar um esquilinho vai! Disse Damon.

- Nossa, onde foi parar o Damon seguro e convencido que eu conheço? Está morrendo de ciúmes... Disse Stefan sorrindo de forma provocativa para Damon.

- Cai fora! Disse Damon.

- Já estou indo, calma! Disse Stefan saindo.

Dentro do quarto...

- Como você anda esses meses? Perguntou Thomas.

- Shh! Disse Juliana apontando para a porta, não sabia que Damon estava do lado de fora, mas imaginava que estaria escutando a conversa. – Bem, obrigada!

- Você não contou nada a eles? Perguntou Thomas.

- Shh! Repetiu Juliana, impaciente ela pegou um bloco de papel e começou a escrever.

Quando terminou ela o entregou a Thomas:

Tio, eu não contei para ninguém aqui em Mystic Falls o senhor

É o único que conhece essa verdade, talvez por medo, mas eu ia contar

Acabei deixando o tempo passar e a minha coragem foi sumindo...

Mas eu realmente estou bem, nenhum médico acreditava que eu resistiria

Tanto tempo assim, rezo todos os dias para que tenha acontecido um milagre

Porque eu não sinto mais nada, talvez tenha tudo acabado...

Thomas terminou de ler o bilhete com certo sentimento de pena perante a moça, como ela podia ser tão ingênua? Pegou o bloco e começou a escrever outro bilhete:

Tomara mesmo que isso tenha acontecido, mas por via das dúvidas

Devemos ir a Richmond o quanto antes para fazer novos exames...

- Mas tio eu tenho medo! Exclamou alto Juliana ao ler o bilhete esquecendo-se de fazer silêncio.

- Medo de quê? Perguntou ele.

- De que minha melhora seja apenas uma ilusão e que o sonho que eu estou vivendo aqui em Mystic Falls acabe... Disse ela triste.

- Eu entendo meu anjo... Disse Thomas abraçando-a. – Mas não é justo com você e muito menos com as pessoas que você preza aqui...

- O senhor está certo. Disse Juliana tendo os cabelos afagados pelo tio.

Enquanto isso do lado de fora Damon não entendia bulhufas, primeiro eles pararam de conversar, um silêncio começou e depois o que Juliana quis dizer com “minha melhora seja apenas uma ilusão e que o sonho que eu estou vivendo aqui em Mystic Falls acabe...”?

Thomas se aproximou da porta para sair do quarto e Damon saiu do corredor rapidamente. O Tio de Juliana não tinha esperança cravada em seu rosto, na verdade era um olhar descrente.

Minutos depois Damon resolveu ir até ela. Juliana estava jogada na cama agarrada a um travesseiro.

- Você está bem? Perguntou ele cauteloso entrando no quarto.

Juliana respirou fundo e deu um pequeno sorriso abrindo os braços para um abraço.

- Melhor agora...

Damon retribuiu o abraço e o sorriso.

- Se você quiser eu dou uma surra no John para ele aprender a ser uma pessoa melhor... Disse ele durante o abraço.

- Ele bem que merece, mas uma surra não ia mudar muito as coisas. Disse ela rindo forçadamente.

- Eu estou aqui para todo o sempre, se você quiser falar sobre qualquer assunto não se retraia. Disse ele.

Juliana sorriu para ele. O medo de perdê-lo e nunca mais estar naqueles braços era maior que qualquer ofensa proporcionada pelo John.