Juliana desceu as escadas atordoada, não conseguia prender as lágrimas, a dor de ter que perder Damon era insuportável. Ela entrou no carro e seu pai começou a dizer:

- Vai ser difícil, mas é o melhor para todos.

- Eu sei John, eu sei... Disse ela recostando-se no banco do carro e olhando pela vidraça a pensão Salvatore se afastando.

Damon não perdeu tempo, logo que Juliana saiu foi batido na direção do quarto de Thomas, entrou lá ferozmente e avançou com suas mãos no pescoço do pobre homem que estava arrumando suas malas, ele pretendia ir embora...

Horas atrás...

Thomas tomava um copo de whisky na sala de estar da pensão, era a única semelhança com Damon além da aparência, quando Juliana desceu as escadas com uma cara nada boa:

-Que te passa mia bella?Perguntou ele.

- Não me vem com ‘mia bella’ não! Por que você fez isso?Perguntou Juliana furiosa.

- Isso o que mi angelo?Perguntou novamente.

- Você não tinha o direito de fazer isso comigo! Por que você contou ao John? Tio Zach nunca faria isso comigo...

- Scusa, mas ele tinha que saber, apesar de tudo é suo padre!

- Você não podia ter feito isso... Não tem noção do quão ruim foi a minha vida pela falta dele, pelo que ele me fez sofrer...

- Por isso mesmo, perdonami, mas fiz o que achava que deveria ser feito... Você sofreu a vida inteira justamente pela falta dele, non poderia permitir que isso continuasse andando sendo que eu podia fazer qualcosa para mudar essa situação, já que eu não consigo encontrar a cura almenoiovogliola tuafelicitá!

- E quem disse a você que isso vai trazer minha felicidade?  Damon estava certo, não podia confiar em você!Eu quero que você vá embora daqui! Não me convence mais esse papinho de cura! Se houvesse alguma tenho certeza que meu Tio Zach tinha encontrado! Não quero mais você na minha vida! Nunca vou te perdoar pelo que me fez! Exclamava Juliana exaltada.

- Ma mia bella...  

- Se o que te prende aqui é essa tal cura, sinta-se livre...

- Eu só queria ajudar... Disse ele.

- Não quero saber! Disse ela voltando para seu quarto e pronta para arrumar suas malas. – E se você contar para mais alguém pode esquecer que eu existo.

Agora...

- Ora, ora... Aprontou todas e agora quer fugir! Disse Damon imprensando Thomas na parede.

- O que eu fiz? Perguntou Thomas com dificuldade.

- Não se faça de idiota! O que você falou para ela? Perguntou Damon com a fúria nos olhos negros e presas despreocupadamente do lado de fora.

- Ela quem? Perguntou Thomas.

- Seu idiota! Não minta pra mim! Eu sei que você falou alguma coisa para Juliana querer terminar do nada comigo e aceitar voltar para aquela casa com o John! Eu sabia que você ia causar problemas! Disse Damon.

- Eu não falei nada para ela! Eu juro! Disse Thomas sentindo o vampiro apertar com mais força sua garganta.

- Eu não acredito! Disse Damon pronto para assassinar aquele homem quando Stefan apareceu e empurrou-o para longe do italiano.

- Você está louco Damon? Perguntou ele.

- Vai caçar um veadinho Stefan, minha conversa é com esse daqui! Disse Damon sem querer brigar com o irmão.

- Thomas, nos dê licença, por favor, preciso falar com meu irmão. Disse Stefan.

- Ele não vai a lugar nenhum antes de acertar as contas comigo! Exclamou Damon.

- Ah vai... Ele vai sim! Você quer o que? Matar outro tio da Juliana e fazê-la te odiar para sempre? Vai embora Thomas! Disse Stefan firme.

Damon engoliu em seco as palavras do irmão e contrariado fitou Thomas saindo.

- O que você estava pensando em fazer? Perguntou Stefan quando o outro já estava longe.

- Acabar com a raça daquele cretino! Era isso o que eu ia fazer! Disse Damon.

- E o que ele fez?

- Ele simplesmente fez a Juliana terminar comigo, eu sabia! Sabia que ele queria alguma coisa com ela! Aquela pinta de tio bom samaritano não me enganava...

- Ela falou qual foi o motivo? Tem certeza que foi culpa dele? Perguntou Stefan.

- Acredite irmãozinho, nem todo mundo é igual a você... Não se pode confiar numa pessoa só porque ela diz que quer a paz mundial! Eu sempre soube que aquele cara era uma ameaça! Disse Damon.

- Você está de cabeça quente, e seu ciúme não ajuda... Disse Stefan.

- Não é questão de ciúmes é de Macho Alfa, ele sempre estava por perto, sempre pronto para ajudar, às vezes querendo passar pelo meu direito... Disse Damon sentando no sofá.

- Ah, irmão! Dê tempo a Juliana, igual a outra vez ela vai voltar atrás! Consolou Stefan.

- Não sei não Stefan, dessa vez o olhar dela era bem diferente, era triste, um olhar de dor, bem diferente do outro... Disse Damon quando bateram na porta. – Ah, vai lá estou sem saco pra isso!

- Está bem! Disse Stefan. – Pois não! Disse ele abrindo a porta.

-Buonasera! Disse a mulher da porta com duas crianças pequenas.

- Boa noite! Disse Stefan.

- Sono qui alla ricerca di Thomas! Disse a mulher. – Perdonami, não falo muito bem sua língua, estou procurando pelo Thomas Salvatore! Lorelai Salvatore, prazer! Meu marido se encontra?

- Seu marido? Thomas? Gaguejou Stefan.

- Sí, sí... Thomas! Disse Lorelai.

- Ele saiu um instante... Mas já deve retornar, quer esperar? Perguntou Stefan para ver se ela ia entrar na casa sem ser convidada e foi o que aconteceu.

- Quem são esses dois pequeninos adoráveis? Perguntou Stefan referindo-se ao casalzinho de crianças que acompanhava Lorelai.

- Scusa, esses são nossos filhos, Benjamin e Alyson... Disse Lorelai.

As duas crianças correram até Damon e começaram a gritar de felicidade, foi quando Lorelai viu que o outro homem que estava na casa parecia com seu marido:

- Papa! Papa! Falaram as crianças.

- Thomas? Perguntou Lorelai confusa. – Acho que sua viagem a América te deixou mais jovem querido!

Surpreso, Damon notou que o menino era Benjamin, o filho que ele sonhou ter com Giuliana e a menina deveria ser a Alyson do sonho também. As crianças abraçaram as pernas do vampiro enquanto este ficou imóvel sem reação.

- Eu não sou o Thomas... Disse Damon paralisado com as criancinhas em suas pernas.

- Então eu acho que você deve ser o Damon, e você... Lorelai se virou para trás. -... Deve ser o Stefan!

- Acho que o mundo inteiro conhece a gente irmãozinho! Disse Damon sarcasticamente, porém estagnado olhando para as crianças.

- Thomas me mandou um e-mail quando chegou aqui, também sei tudo sobre vampiros, quando se tem que entrar numa família dessas deve-se saber de muitas coisas antes... Justificou Lorelai.

No dia seguinte...

Elena não entendeu o pedido da irmã, mas mesmo assim a atendeu, as duas foram juntas ao cemitério. Enquanto Juliana foi ao túmulo de sua mãe Elena aproveitou e foi aos dos pais dela.

- Oi mãe! Disse Juliana. – Quanto tempo néh?! Desculpa vir assim, depois de tantos anos... Eu queria agradecer a senhora por ter tentado me salvar, mas eu acho que deveria ter me deixado morrer... Sabe, vai ser muito difícil ter que partir assim... Se eu não tivesse chegado a nascer minha partida seria menos sofrida, tanto pra mim que não sentiria nada quanto para as pessoas que se importam comigo... Sei que a senhora só queria o meu bem... Eu entendo completamente o porquê da senhora ter tentado me salvar, foi por amor... E é por amor que hoje à noite eu vou embora com o John, não quero morrer perto das pessoas que amo, não quero que elas me vejam padecer pouco a pouco... Eu não vou me despedir de ninguém... Só queria dizer adeus para a senhora... Disse Juliana totalmente entre lágrimas.

- Espero que eu vá para bem perto da senhora! Disse ela chorando mais.

A garota se sentou ao lado da lápide da mãe e ficou chorando encolhidinha. Foi quando uma fraqueza começou de dentro dela, pequena, mas foi dominando-a aos poucos e no misto da tristeza, dor e o clima mórbido do cemitério, fizeram perceber que sua hora havia chegando, aos poucos seus olhos foram fechando e ela caiu ao lado do túmulo da mãe.

 Após visitar o túmulo de seus pais, Elena foi em busca de sua irmã e entrou em desespero ao ver Juliana caída e depois de várias tentativas falhas de reanimação ligou para uma ambulância, Elena não estava entendo nada, nem sabia que a irmã tinha essa doença.

Damon estava no Mystic Grill acompanhado de Alaric em umas rodadas de bebida, Stefan queria se certificar que ele não cometeria nenhuma loucura contra Thomas, quando o celular dele tocou:

- Alô? Stefan?

...

- Juliana está no hospital! Por quê?

...

- Eu já chego aí! Disse ele preocupado e surpreso.

Damon estava se aproximando do quarto que Stefan indicara que era de Juliana quando Elena saiu às lágrimas apoiada pelo peito do namorado que apenas balançou a cabeça com um sinal sem esperanças para o irmão. O coração do vampiro acelerou e parecia que ia pular e atravessar sua garganta.