Cap. 11- O treinamento

PDV-BRUNO

Vi Hannah olhando muito feio pra uma garota de uns... 18, 19 anos. Nossa, ela era REALMENTE bonita.

Acalme-se, Bruno! Você já tem compromisso!

Enfim, Hannah disse:

-Já vou logo avisando, não quero nenhuma implicância, nem deboche e nem quero que roube o NICO DE MIM!

-Pra que eu ia querer rouba-lo? Ele é feio demais pra mim.

Tá, Hannah, obviamente, pulou em cima dela. Eu e o resto do bando de dorminhocos saímos de fininho. Os fofoqueiros ficaram olhando. O mais assustador era que dava pra ouvir elas brigando de qualquer lugar do acampamento.
Dez minutos depois eu ouvi Hannah chegando batendo os pés. É ótimo ouvir isso quando você tá naquela passagem do mundo real para o mundo dos sonhos...

Ela resmungou até seu quarto, ela deitou e dormiu rápido. Porém, alguns minutos depois, alguém bateu à porta.

Fui atender e vi que eram Calipso e Quíron.

Chamamos Hannah e Bia e Quíron disse se deixávamos Calipso ficar.

Nós íamos deixar, mas... A Srtª encrenca resolveu encrencar.

-A não! Nananina não! De jeito nenhum, com certeza nã...

-Entendemos, Hannah, você não quer. – eu respondi com uma vontade de mandar todos se catarem e ir dormir.

 -Hannah, sua irmã precisa de um lugar para dormir.

-Que ela durma na casa grande, ou no sótão de preferência.

-Viu como ela é má comigo, Quíron?- Calipso disse e começou a chorar (de mentira).

Quíron nos olhou de cara feia e levou Calipso com ele.

Nós fomos para nossas respectivas camas, mas, nossos amigos que também estão no chalé, acordaram com nossos passos e nos perguntaram o quê estava acontecendo.

Nós respondemos e os deitamos.

PDV HANNAH:

Acordei toda suada e chorando muito, outro sonho de uma cidade afundando. Mas dessa vez, deu para ouvir os gritos, sentir o desespero das pessoas... Eu sacudi a cabeça tentando me esquecer daquilo tudo, troquei de roupa coloque a jaqueta militar e sai do quarto. Fui para o primeiro andar e entrei em um mini corredor. Tateei o casaco a procura do mapa que Igor tinha me dado com informações sobre a casa. Fiquei procurando até achar a passagem secreta certa e a abri. Ela levava até uma biblioteca gigante (tradução para mim: P-A-R-A-I-S-O!) com prateleiras que ia até o teto e estatuas de mármore branca das musas, de Apolo,  Athena e Hermes (pra quem não sabe, Hermes é o patrono dos escritores). Fui até lá e peguei um livro sobre Esparta, minha cidade grega favorita. Fiquei um tempinho lendo sozinha.

-Oi, quanto tempo não? – Uma voz disse atrás de mim. Quando eu me virei, vi uma menina de pele morena, cabelos negros e lisos usando a jaqueta das caçadoras. Ela tinha um contorno de pontinhos brilhantes. Ela tremeluzia, como se não estivesse ali, mas ao mesmo tempo ela estava. Filosofei agora... Em fim, eu acho que aquela é minha outra irmã Zoë Doce-Amarga.

-Zoë? – Eu perguntei me levantando. Ela assentiu de leve.

-Zangada com nossa “adorável” irmã? – Ela disse sarcástica.

-Sim. Ela é tão... Tão... Sei lá! Aquela... –Zoë tampou minha boca.

-Sinceramente, eu acho melhor você ficar assim, Hannah. – Ela disse.

-Mas ela é insuportável! E eu não ia falar um palavrão!  

-Mas, se tivesses aceitado a proposta de Ártemis...

-Não viaja. – Eu disse guardando o livro.  

-Pense bem, irmã. Eles desapontam. – Ela disse séria.

-Eles quem? – Eu perguntei flutuando em uma nuvem até uma prateleira alta.

-Garotos. – Ela disse flutuando até mim.

-C-claro que não. – Eu disse nervosa.

-Você sabe disso.

-Sei, mas não são todos, Zoë. – Eu disse a olhando torto.

-Diga-me um garoto que não seja assim.

-Nico, Igor... - Eu disse contando nos dedos. – Só porque você se desapontou com Heracles, não quer dizer que todos são assim. – Eu disse irritada. Ela estava tão irritada quanto eu, o clima ali era de tensão.

-Acho que eu vou indo... Vai amanhecer logo. Se eu fosse você, tentava dormir um pouco. – Ela disse descendo e eu fiz o mesmo. -Qualquer coisa, é só você me chamar.

-Até. – Eu disse. Ela tirou o arco da aljava que apareceu por mágica e desapareceu. Eu voltei para meu quarto, mas não dormi.

...

As sete, eu sai do quarto e tomei um café da manhã lá na cozinha junto com a Clara, Daniela e Bia.

-Sei lá... Eu acho que o Nico não gosta de mim... – Dani disse triste.

-É que ele já teve uma irmã, e ele não quer perder você. - Eu disse dando um gole no meu capuchino gelado. (Nós temos uma máquina de café!).

-O que aconteceu com ela? – Clara perguntou.

-Morreu para salvar os amigos. – Bia disse as duas. Depois disso os meninos (finalmente) acordaram.

-Bom dia. – Meu primo disse.

-Bom dia o caramba! Eu vou ter que treinar com a Calipso. – Eu disse socando a mesa com raiva. Os copos, pratos e talheres saíram uns cinco centímetros de cima da mesa.

-Calma Hannah. – Andrew disse colocando a mão nos meus ombros.

-Falar é fácil. -Eu disse. – Aposto que vocês ficaram babando por ela.  

-Eu... Eu não... – Andrew disse nervoso. Eu ergui uma sobrancelha. Ele abaixou a cabeça.

-Eu já imaginava... E você Igor?  - Eu disse me virando pra ele, que tinha um sorriso bobo. 

-Ela é tão perfeita... Eu poderia fazer uma replica do transformers em tamanho real se ela me pedisse... – Eu me levantei e dei um soco em sua cabeça.

-ACORDA! – Eu “disse gentilmente” (lê-se gritei até arrebentar as minhas cordas vocais) no seu ouvido. –Nem vou te perguntar nada Bruno, já sei qual é a resposta. Vou treinar com a chata, Até. – Eu disse me levantando. Eu fui até a arena, onde as amazonas me esperavam. Elas estavam treinando os movimentos dançando Hip Hop, Pump it mais precisamente. Elas pareciam ser feitas de borracha.

-Muito bom, gente! – Eu disse me aproximando delas e batendo palmas.

-É meninas, muito bom! Para um bando de amadoras. – Uma voz conhecida disse atrás de mim. Calipso. Ela estava usando um vestido branco e os cabelos estavam trançados. Ela tinha uma espada e uma adagazinha que era R-I-D-I-C-U-L-A.   

-Como você consegue ser mais irritante que a Lara? – Eu perguntei encarando a minha irmã.

-EI! – Lara gritou de algum lugar.   

-Como você consegue ser mais irritante que o exílio? – Ela perguntou colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. Eu ia avançar nela, mas Hipólita e Clarisse me seguraram.  

-Vamos começar logo essa meleca! – Eu disse girando o relógio de Afrodite. Minha roupa se transformou na roupa de caça das amazonas. Um vestido de uma alça só, preto com alguns detalhes roxos, bota preta de couro e um cinto prata com um machado de dois gumes.

-Isso é injustiça! – Calipso disse batendo o pé.  

-Quem mandou você vir lutar comigo com esses brinquedinhos? – eu disse retirando o machado do cinto. – Você vai me treinar ou não? - Eu perguntei irritada. Ela rolou os olhos e foi até mim. Começamos a luta, o que era realmente fácil para mim, já que estava dando uma de viking e usando meu machado. Depois de cinco minutos, eu chutei as pernas dela e arranquei a espada e a faquinha de suas mãos.

-Chega de lutar, vamos treinar os poderes. – Eu disse a ajudando a levantar. Treinamos por quase uma hora e meia sobre controlar nuvens ou o clima, dissolver minhas moléculas e reorganizá-las novamente e controlar os ventos. No final do treino eu praticamente cai no meio da arena. Não sentia as minhas pernas nem meus braços. Na verdade, eu não sentia nenhuma parte do corpo. Eu quase não respirava direito. Eu não lembro direito do que aconteceu depois disso, mas sei que quando me dei conta, eu estava no meu quarto, sendo observada pelo meu primo, Thalia, Andrew, Clarisse, Cel e Nico. 

-Oi gente... – Eu disse sorrindo de leve.

-Ainda bem que você ta bem. Achei que você dissesse... Ah, sei lá. – Thalia disse.

-Eu achei que fosse aquela retardada da sua irmã. – Clarisse disse. – Por isso eu meio que... Dei “um jeito nela”. – Ela disse piscando para mim.

-Boa Claris! – Eu disse batendo os punhos com ela.

-Você tá bem mesmo? – Nico me perguntou. Eu dei um selinho nele.

-Sim. Obrigada por se preocupar comigo. – Eu disse sorrindo.

-Você? Gostando que alguém seja meio romântico com você? Alguém me da um soco! – Igor disse.

-Com prazer. – Eu disse sorrindo antes de dar um soco em sua barriga.

-AI!

-Cadê a Bia e o Bruno? – Eu perguntei ignorando meu primo se contorcendo no chão.

-Treinando. – Cel disse.

-Beleza. Vou dar uma volta. Até. – Eu disse pegando um livro e pulando pela janela. Eu adoro fazer isso... Eu fui até uma clareira e sentei debaixo de uma árvore enorme e comecei a ler o livro.

PDV Bia.

-Percy! – Eu disse quando finalmente o encontrei dentro da floresta.

-O que foi? – Ele respondeu mal humorado.

-Você pode me ajudar? É que Quíron pediu pra eu treinar com você meus poderes e minhas habilidades em lutas. – Eu disse ofegante.

-Tá. – Ele disse se levantando. Ficamos uma hora treinando luta com espadas e outra uma hora treinando os poderes.  

-Porque você tá tão irritado? – Eu perguntei enquanto eu tentava fazer uma onda pequena flutuar sobre minha cabeça.

-Porque a Annabeth sumiu, eu não tenho ideia de onde ela pode estar e Calipso esta aqui. – Ele disse chutando um tronco.

-AI!! – Uma ninfa disse saindo do tronco e olhando para Percy de cara feia.  

-Desculpa.  

-Relaxa. Ela vai reaparecer. – Eu disse dando tapinhas em suas costas. –Vamos, eu quero tentar vencer de você. – Eu disse pegando a minha espada que estava jogada no chão.

-A claro! Você talvez ganhe do melhor esgrimista do acampamento. – Ele disse pegando a espada e me atacando. Ficamos atacando e defendendo por uns dez minutos, até Percy tirar a espada da minha mão e colocar a dele no meu pescoço.

-Muito bom Bia, mas não o suficiente.

-É mesmo? – Eu perguntei.

-É. –Ele disse sorrindo. Eu chutei sua barriga e ele foi para trás, cortando uma mecha do meu cabelo. Eu peguei minha espada no chão e tomei a dele e apontei as espadas para o seu pescoço.

-É. Talvez eu ganhe do melhor esgrimista do acampamento. – Eu disse sorrindo.

-Tá certo. – Ele disse fazendo bico. – Mas não conte isso pra ninguém.

-Não imagina... – Eu disse jogando a espada dele no chão. –EU GANHEI DO PERCY JACKSON!! – Eu gritei para todo mundo ouvir. Depois eu sai correndo, com o Percy atrás de mim.  

PDV Bruno

Estava com minha foice e uma armadura de guerra, Quíron, sem nada. Ele simplesmente estava com uma espadinha ruinzinha.

-Muito bem, me ataque. – andei até ele, fingi que ia golpear de um jeito, golpeei de outro e ele se defendeu sem se esforçar muito com um contragolpe, me girou no ar e eu caí no chão.

-Você luta bem, Bruno, não esperava por isso.

-Você também não luta mal- brinquei, me levantando com dor nas costas.

Fui ataca-lo novamente e ele desviou minha foice com a espada. Ele me atacou e eu defendi com o cabo da espada. Fiz uns movimentos com a foice e fui chegando perto dele girando a foice fazendo-a raspar no chão( nós estávamos treinando perto da casa grande). Ataquei-o no pescoço, ele desviou para trás e galopou à minha volta. Fiquei de costas pra ele com sua espada sendo levemente pressionada às costas.

-Você já estaria morto se isso fosse uma luta de verdade, garoto. – Quíron me disse.

-Só esqueceu-se de um mínimo detalhe, professor...- meus olhos ficaram dourados e o tempo desacelerou-se.

Tirei a espada de Quíron das minas costas e joguei-a pra trás(ela ficou parada no ar) e pus mnha foice no pescoço de Quíron, o tempo voltou ao normal e paramos a luta.

-Você terá muitas vantagens nas lutas por poder mexer com o tempo. Está praticamente tudo ao seu favor. Mas você tem que saber como usar os poderes. Por isso vamos treinar mais agora.

-Está certo, mas, Bia e Hannah têm Percy e Calipso, que têm os mesmos poderes dos dois, como você pode me ajudar com os poderes se você não os tem?

-Porque eu sou também filho de Cronos, eu conheço todos os seus poderes e como ele os controla, eu dou aulas sobre ele há muitos anos... Acho que posso te ajudar.

Isso me convenceu. Ele disse pra mostrar o quê eu sabia. Fácil, corri rápido e parei o tempo de maneira que ele pudesse perceber.

-Quanto tempo você consegue ficar com o tempo parado?

-É equivalente a dois minutos.

-E correndo rápido?

-Bem, depende. Se eu estiver bem descansado eu consigo uns cinco minutos. Talvez até mais, mas, se eu estou correndo rápido eu não preciso de tanto tempo.

-Tem ideia do motivo de ser mais fácil correr que parar o tempo?

- Obvio, parando o tempo eu estou segurando o tempo de uma grande área ao meu redor, talvez do país todo. Eu ainda não consigo segurar o tempo do mundo todo.

-Talvez nunca consiga, bem então, treinaremos para que você aprenda a controlar por mais tempo. Mas por enquanto, vamos ver se você consegue voltar no tempo.

Achei que tinha enlouquecido. Como assim voltar no tempo? Nunca havia treinado isso antes.

Mas tudo bem, eu tentei fazer força para conseguir algo e nada. Fiquei meia hora tentando. Quíron disse que se eu não conseguisse voltar no tempo, seria praticamente impossível avançar no tempo.

Quando deu 18:30 desistimos. Eu só treinei correr mais rápido um tempinho e ficar mais tempo com o tempo parado. Também descobri que consigo “sentir” o tempo em qualquer lugar, sem precisar de relógios.

Amanhã era o último dia antes da missão, eu estava nervoso e acho que meus amigos também.