Everything escrita por Naa


Capítulo 9
Capítulo 9 - Edward.


Notas iniciais do capítulo

Oi garotas, espero que gostem do capítulo, ele é uma das coisas mais diferentes que eu já escrevi.



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Eu nunca pensei em como minha vida seria, eu apenas curtia ao máximo possível, na verdade isso reflete desde a minha infância, sempre fui individualista, mas eu não sabia que isso seria tão egoísta em determinado ponto.

Estou pagando por isso, e devo dizer que muito caro. Meu filho está morto, e tudo por que não fui homem o suficiente para cuidar dele e de sua mãe.

Já eram quatro da manhã, e foi quando trouxeram Bella, desacordada para o quarto. Provavelmente ela vai ficar brava por eu ter optado por ela; mas eu sei que não sou um bom pai para o Ian, e ela sabe cuidar dele bem melhor do que eu. Se eu não consigo cuidar do Ian, muito menos do meu filho mais novo que teria chances potencialmente problemáticas de não sobreviver. Ao menos ela está bem.

Se eu pudesse voltar ao passado, apagar tudo o que eu fiz para ela, ser um homem de verdade. Mas não, isso não é possível.

- Acho melhor o senhor dormir. – A enfermeira que terminou de ajustar a Bella disse.

- E ela?

- Cheia de sedativos, quem sabe amanhã acorde. – A mulher disse com compaixão.

- Ok, obrigada.

- Boa noite. – Ela falou ao fechar a porta.

- Boa noite.

Encostei a cabeça na poltrona e dormi.

Eu tive um sonho estranho. Eu estava em um campo verde, deitado em uma grama baixa, com cheiro de recém cortada, havia um lago também, e flores por todo o campo.  Eu olhei para o céu, ele estava como uma tela de cinema, e uma imagem surgiu. Eu conhecia aquela cena, foi a primeira vez que eu vi a Bella.

 Ela andava pelo campus da faculdade, cabelos longos até o meio das costas, estava em um jeans justo, com regata e um par de tênis. Ela era tão bonita.

Andava as pressas, com livros nos braços e uma mochila que parecia demasiadamente pesada para o seu próprio corpo, sua pele branca quase translúcida, dava-lhe um ar de boneca, uma boneca de porcelana, altamente linda e quebrável.

Perdi ela de vista, quando um amigo me chamou, me juntei ao grupo dos rapazes, totalmente inconsciente a conversa, só pensando na linda garota.

O sinal soou, os estudantes trataram de se movimentar e ir em direção as suas classes, olhei em meu papel, era uma aula a mais, sobre como vender o seu projeto. No meu caso, uma moradia.

Segui rumo a sala indicada no pequeno mapa e com uma sorte incrível, a garota estava lá, observei atentamente seus movimentos, ela tinha um ar de inteligência, prestava atenção na aula, mas comentava ou ria com alguma colega, e tentava não chamar atenção a si mesma, a aula toda se passou e em apenas um momento me deparei com seus orbes cor de chocolate, eles eram brincalhões e sérios, profundos, mas tão claros para se ler. Um completo paradoxo.

Mais um sinal soou e eu me apressei para me aproximar dela. Assim que saímos da sala, fiquei ao seu lado no corredor, e direto como sempre, a chamei para sair. Ela aceitou sorrindo.

Agora as cenas corriam, e eram apenas borrões, eu vi algumas imagens do nosso primeiro encontro, o quanto sorrimos, e como nosso namoro avançou em pouco tempo; então eu conheci a família dela, o pai dela a todo instante de cara feia para mim, e nós viajamos, estudamos e as imagens cessaram.

Bella já tinha terminado aquele ano letivo da faculdade, mas eu ainda estava estudando na biblioteca, pois o ano seguinte abririam vagas para estagiários em construtoras afiliadas a nossa faculdade; ao sair de lá, eu comprei o jantar, comida chinesa, Bella me esperava em meu apartamento, para falar a verdade, ela quase morava lá, mas em períodos curtos ia para o seu, ter o seu próprio espaço,a noite parecia normal, estacionei meu carro em minha vaga, subi ao meu andar, e quando cheguei no quarto, Bella estava com as pernas cruzadas no chão, sentada chorando.

“Bella o que foi?” – Quando eu falei que ela notou minha presença. Ela olhou para mim, e me abraçou fortemente.”Meu bem, o que houve?” – Tentei em vão uma comunicação. Ficamos em silêncio por uns trinta minutos, ela chorava em meus braços e eu acolhia seu corpo meio trêmulo.

“Ed-Edward, e-eu, to...” Novamente uma enxurrada de lágrimas veio. “T-tô, grávida.”Congelei, ela estava grávida? Grávida? Grávida?

“Sério?” Tentei conter o pânico em minha voz, ela não poderia ficar desse jeito, dizem que faz mal ao bebê.

Ela murmurou um arrã.

“Tá tudo bem meu amor, nós vamos cuidar, e ela vai ser linda como você” É nós iremos cuidar. Eu fiz, eu vou ter que cuidar. – Foi justamente essa frase que o pai dela me disse. Depois de ter me dado um soco é claro, expulsado ela de casa, insultando-a com palavras como ‘vagabunda’, ‘vadia’. Quando eu tentei defendê-la recebi mais um soco e um ‘cale a boca, você já fez merda demais, mas nós vamos abortar e acabou todo o problema.’

Assim que o Charlie falou abortar, eu tirei ela de lá, meu filho e ela não precisavam ouvir isso. Então fui aonde eu sempre vou quando preciso de consolo, minha família, nos receberam imensamente bem, e até uma cerimônia simples de casamento preparam para nós dois.

Novamente as imagens se transformaram em borrões, era Bella grávida, maior, maior, maior e o parto do Ian, a criança mais linda que eu já vi na vida. E então ela abriu a loja, não queria mais faculdade e eu continuei a estudar, após três semestres sem fazê-lo. Estudo, estágio e famílias. Nunca consegui conciliar, não podia faltar estágio pelas coisas do Ian, não podia perder aula pelas coisas do estágio e não podia ficar em falta com a família porque era meu único objetivo. As imagens cessou, e eu conhecia bem aquela, minha primeira briga com a Bella.

Eram onze horas da noite, cheguei em casa, Bella estava acordada na sala, Ian tinha dois anos e meio, aproximadamente. Ela nem quis me cumprimentar, então eu fui para o meu quarto, tomei um banho, depois a cozinha, jantei e ela continuou na sala.

‘Bella? Vamos dormir?

‘Agora sabe que eu existo?’ Ela respondeu bruscamente.

‘O que houve Bella?’

‘Nada Edward, mas seu horário de chegar em casa é nove horas e não onze, você sabe que Ian tem refluxo e eu não posso dirigir com ele. E se algo acontecesse?’

‘Ian teve crise?’ – Eu só fui descontrair com os amigos em um pub, bebi bem pouco, apenas papo fora.

‘Não’

‘Então porque todo o drama?’

‘Eu sou dramática? Legal, é sério Edward, você tem responsabilidades, e tem que abdicar da diversão.’

‘Bella, eu vou dormir, você não é de discutir assim, amanhã vamos estar bravos um com o outro se eu continuar com isso’

Ela ficou bufando na sala e eu me deitei, esperando que um dia melhor viesse. Mas não veio.

As cenas se passaram como borrões, mas era eu sempre chegando mais tarde, e duas vezes eu a traí, foi ai que percebi, que eu não sou dessa vida, que eu não consigo viver com outros dependendo de mim. Então o divórcio. E minha ida.

Me coloquei sentado rapidamente e então apareceu um garotinho de branco.

- Oi. – Ele disse.

- Olá. – Respondi curioso para saber quem ele era.

- Sou seu filho, o que morreu esta noite.

Eu olhei atordoado para ele, então eu morri também?

- Não, mas eu pedi ao papai do céu para te dar um pouco de consciência e não fazer minha mãe infeliz.

- Você é tão esperto, como?

- Isso eu não posso explicar.

Ele se sentou de frente para mim, tinha o rosto como o meu, mas novamente os olhos da Bella.

- Então eu revi a minha vida com ela, e isso ajuda em quê?

- Pai. – Ele disse, confiante, tocando minhas mãos, sua pela era tão macia, seda pura. – Você viu os atos e não as conseqüências. Vamos ver?

Concordei com a cabeça e nos deitamos na mata, olhando para o céu.

Eram cenas da Bella, mas passavam como um slide, os tempos certos.

Bella feliz pelo convite do encontro.

Feliz pelo namoro.

Triste pelo pai.

Feliz pelo avanço do namoro.

Confusa pela gravidez.

Totalmente triste pelo pai, e confortada, amada pelo que eu fiz por ela.

Então no nosso casamento, choros constantes.

O divórcio,  a anemia, depressão, remédios, pensamentos suicidas, dor, dor, dor e choro. – Em um momento eu virei meu rosto, eu fiz isso com ela? Mas meu filho estava lá me forçando a ver. – O dia em que eu voltei, o amor que ela sentia cutucando-a, o choro por Grace, a vontade de desistir de tudo agora que eu tinha uma noiva, o Ian não seria sozinho, a tristeza, a dor a solidão, a culpa de não se sentir suficiente por mim –mas eu que não sou suficiente para ela.- e então a dor, dor de trazer um filho fadado a sofrer, dor, dor, dor, uma pequena felicidade ao saber o sexo do bebê que se chamaria Matthew, dor, dor, felicidade com o pai.

- Matthew?

Ele me olhou, como quem diz ‘sim?’

- O que eu devo fazer, ela vai me perdoar?

- Pai eu aprendi a te amar, porque ela te ama, mas lembre-se que todos os atos tem suas conseqüências, tudo o que você faz, afetará um de nós. Eu morri, assim como Ian pode morrer. E ela também.

Bella? Morrer? Não, não pode.

- Na verdade pode, e tem chances de acontecer, mas você que decide.

Eu vou fazê-la feliz, eu tenho que fazer, eu devo.

- Não encare como obrigação papai, ficar ao lado dela como no casamento de vocês não deu certo, ela precisa se sentir segura, ela precisa de um chão.

Matthew se levantou, e começou a andar.

- Mais meu filho, como vou fazer isso?

- Procure em seu coração, ele sempre terá todas as respostas.

E ele sumiu, do nada no meio do nada, me deixando lá imerso em pensamentos.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam, sinceridade total nessas reviews hein?
Eu queria uma recomendação mimi*, tá eu sei que demoro para postar, mas uma recomendação ia ser tão linda *-* Ok, sai do drama, eu prometo tentar postar semana que vem, última semana da primeira etapa da escola DD:
enfim, espero que tenham gostado.

AAAAH Perguntinha básica, para uma próxima fic vocês preferem romance-comédia ou romance-drama-comédia? Mas o drama dessa vez é bem mais leve, ninguém morre, Bella fica bem, Edward bem e etc.
Não deixem de responder isso please.
beeeijos.