Estamos há três meses aqui em Seattle, minha barriga está pontuda com indícios da minha gravidez, é um menino de novo, cinco meses já.

A minha vida aqui é básica, eu trabalho durante o dia no mesmo horário, Ian na escola e com a babá; eu falo com os Cullens todo dia mesmo que seja rápido, e eu consegui driblar minha anemia, eu tenho me recuperado bem.

Hoje, eu recebi uma grande notícia, meu pai concordou em tomar um café comigo; e já é um bom avanço.

Ian até ficou um pouco melhor ao saber do avô, já que ele ficou muito triste em sair de Miami, na verdade ele ficou mais fechado. Mas eu disse que vamos voltar; tenho falado muito com o Edward também, principalmente sobre o futuro dos nossos filhos, ele está tentando compreender minha decisão de que é melhor assim para nós, e tenta respeitar meu espaço me visitando o menos possível. Eu estou me virando bem com a filial em Seattle, Alice cuida da loja de Miami pra mim.

Terminei de assinar alguns documentos da filial, então eu fui encontrar meu pai. A cafeteria era perto, decidi ir caminhando, Seattle é grande, mas Miami é bem mais.

Entrei no estabelecimento e procurei pelo meu pai. Ele estava lá sentado em uma mesa afastada, os cabelos castanhos grisalhos, uma aparência cansada e uma cara de ansiedade. Caminhei silenciosamente até ele.

- Pai? – Ele levantou os olhos e suspirou.

- Tudo bem Isabella? - Seu tom de voz era sofrido.

- Tudo sim. - Eu olhei para baixo.

Ele olhou para minha barriga.

- Está mesmo grávida?

- Arrã.

Ele suspirou.

- Queria falar o que comigo?

- Te pedir perdão por não ser a filha que esperava, eu só não... Não consigo mudar o que eu sinto pelo Edward, eu sei que errei, mas pai eu sinto sua falta, já se faz anos, e meu filho pergunta de você.

Ele ficou em silêncio por um bom tempo, foi igual quando eu contei que estava grávida. - Isabella, entenda que você traiu a confiança que nós te demos.

- Eu sei pai, mas eu não pude evitar, entende?

- Um pouco, mas era cedo, teu futuro.

- Eu sei pai e errei, mas o Ian é meu filho e desde o instante que eu soube disso, eu passei a amá-lo. Não te peço pra me perdoar agora, mas eu sinto falta de vocês, da minha família. - Eu disse.

- Já te perdoei faz tempo, mas não sei se posso voltar como antes. - Ele falou todo tranquilo, e caimos em um silêncio, ele olhava para a minha barriga.

- Tudo bem. – Sem minha autorização lágrimas começaram a descer. – Preciso ir embora tá na hora de pegar o Ian.

- Isabella, eu queria muito mesmo poder te olhar e ver a minha menina, mas você traiu a confiança e a liberdade que eu te dei, porém não justifica o fato de ter exigido o teu aborto e a falta de comunicação entre a família. Sinto muito. – Meu pai falou tudo isso pra mim? Eu até consegui sorrir um pouco. - Que tal sábado ir lá com meu neto para eu conhecê-lo? – Ainda tentou sorrir. É sério é bom demais pra ser verdade.

- Seria ótimo pai.

 E num ato despreparado ele me abraçou. Apertei-o contra mim e depois soltei.

- Tchau pai.

- Tchau Bella.

Sai de lá até mais feliz, caminhei tranquilamentepela calçada e alguém me gritou.

- Cuidado moça!

Me virei e fui atingida em cheio.