Dead Heart escrita por Koneko-chan
Notas iniciais do capítulo
sei que a partir do capítulo anterior todo mundo resolveu deixar de postar review, mas vou continuar postando a fic porque sei que alguns tão lendo.
Kissu
– Everybody gets hurt –
– Rápido, rápido, rápido! – gritou Lock.
As portas do 4x4 se abriram rapidamente e se fecharam logo em seguida. Heart empurrou a cabeça dele para baixo do volante e pegou a M35, baixando a janela bem a tempo de atirar na cabeça de um zumbi. Ela se esticou para fora, atirando mais.
– Lock! – ela o apressou. – Vai logo!
– Eu tenho que achar os fios, calma!
– Calma?! Não me peça para ter calma, ou seu rosto vai ficar tão vermelho quanto esse 4x4!
Lock ignorou. Um grande grupo de zumbis começou a se aproximar rapidamente. Heart arregalou os olhos.
– Vocês estão vindo... rápido demais – Ela franziu o cenho. – Lock – chamou em tom de aviso.
– Já vai...
Os zumbis se aproximavam cada vez mais rápido. Pareciam mais rápidos que no dia anterior, tanto quanto mais vorazes e putrefeitos.
– Lock...! – ela chamou de novo, começando a ficar assustada.
– Quase lá.
Os monstros já estavam muito próximos e Heart se jogou no banco do carro de novo, fechando a janela.
–LOCK! – gritou quando eles começavam a pular no capô do 4x4.
– Prontinho!
Ele pulou de volta para o banco e enfiou o pé no acelerador, literalmente passando por cima dos zumbis. Heart encolheu-se no banco enquanto sentia o 4x4 passar por cima de alguns corpos.
– Você é maluco! Completamente! – gritou.
– Bom, sou a única pessoa que você tem agora – ele riu. – Não seja tão exigente. E a ideia de roubar um carro para levarmos po menor tempo possível para chegar ao colégio mais tarde foi minha.
Ela se emburrou e apoiou a cabeça no vidro da janela. Mas Lock não deu-se por satisfeito.
– Anda Heart – disse, cutucando-a nas costelas. Ela se encolheu com o toque, começando a rir. – Pelo menos eu sou divertido, não acha?
Antes que ela pudesse confirmar, – pois no final estava se rendendo à brincadeira – um estrondo na traseira do carro balançou todo o móvel.
– Mas que porra é isso?! – rosnou Lock, olhando pelo espelho retrovisor enquanto um zumbi escalava a traseira do carro. – Como diabos eles ainda não morreram?
Heart olhou para trás, mas quando seus olhos pararam no zumbi, ela entrou em estado de choque. "Ele..." pensou, "Ele tinha razão"
– Heart?! – chamou Lock. Outro estrondo indicava que mais um zumbi subira no carro. – Acorda, me ajuda a ter uma ideia!
Ela olhou para Lock como se apenas agora notasse que ele estava lá. Puxou a arma do bolso e trocou o cartucho de munição, abrindo a janela.
– Heart, o que você vai fazer? – ele perguntou.
Ela ficou de joelhos no banco.
– Tente dar voltas sem balançar muito – disse, colocando-se para fora do carro.
–O que você está fazendo?! – ele pegou no cós do jeans dela, puxando-a de volta.
Ela deu-lhe um tapa na mão, olhando-o com cara feia.
– Salvando nossas vidas – respondeu simplesmente, voltando para fora do carro até que Lock só pôde ver seus tênis na janela.
Heart segurou-se no back, erguendo o outro braço a fim de disparar alguns tiros, mas assim que o fez, um zumbi golpeou-a, ferindo sua mão. E no esforço, acabou pendurado na lateral do carro também.
Heart soltou um grunhido alto e colocou a arma na boca, segurando-a enquanto examinava o arranhão que ardia inumanamente.
– Heart! Tudo bem? – Lock perguntou.
Ela o ignorou, pegando a arma novamente, mas quando ergueu-a na direção do zumbi dependurado, sentiu uma dor semelhante à da mão no abdômen. Soltou um rosnado de raiva e ignorou a sensação, plantando um tiro certeiro na testa da criatura. Ficou em pé na janela e atirou no outro zumbi, derrubando-o bem em cima de outro que já saltava em direção ao 4x4.
Ela se sentou à janela do carro em movimento, suspirando pesadamente. Ela colocou a mão sobre o abdômen, pressionando de leve a ferida.
– Ai – gemeu.
Ela entrou novamente no 4x4 com certa dificuldade.
– Ah, cacete – Lock comentou. –Você se machucou. Deixa eu ver – ele estebdeu a mão, mantendo a outra no volante.
– Não, não toque! – rosnou Heart – Só dirija. Não sei até que ponto um arranhão de zumbi é contagioso.
– Contagioso? – Lock argumentou com uma ponta de incredulidade na voz. – Não me diga que você vai virar um zumbi?! – de certo modo, a ideia lhe pareceu tremendamente atormentadora. Mas por quê? Por que uma sensação tão intensa com alguém que acabara – praticamente – de conhecer?
– Não diga besteira seu idiota! Só dirija...
Ele poderia jurar que ouviu uma nota de angústia em sua voz nas últimas palavras.
O 4x4 chegou derrapando à casa e Lock saiu rapidamente do carro, batendo a porta atrás de si. Correu para o outro lado e ajudou Heart a descer.
– Está doendo?
Ela assentiu.
– Arde, queima, tudo ao mesmo tempo... Argh!
Ele pegou M35 da mão dela, virando-se e dando um tiro num zumbi mais lerdo que tentava se aproximar. Assim, eles cruzaram a porta e Heart se sentou no amontoado de colchões, examinando o ferimento do braço.
– Argh... Você tem água oxigenada? – perguntou.
– Tenho – ele disse, indo até a cozinha.
– Água potável também – ela disse, puxando do bolso uma cartela de comprimidos brancos com a marca VAZ e puxando um lençol mais fino para si. Ela o rasgou, em uma longa e grossa tira, torcendo-a nas mãos. Nisso, Lock estava de volta com uma garrafa de água oxigenada e um copo d’água.
– Aqui – disse estendendo-os para ela e procurando entender o que ela pretendia. – O que você vai...?
Ela tirou um comprimido e tomou com a água, guardando os demais.
– Não importa o quanto eu grite, – ela disse. – não tire isso da minha mão. Preciso desinfetar. E também providencie curativos, depois de derramar isso vou precisar enfaixar para não entrar em contato com nada que possa infeccionar.
Ele se levantou, correndo até o banheiro mais próximo. Enquanto isso, Heart colocou o tecido do lençol na boca e mordeu com força enquanto começava a derramar o líquido fresco sobre o braço. A dor era incompreensível, uma ardência sem igual. Quase como se sua pele estivesse sendo arrancada fora ao mesmo tempo em que se mergulhava o braço numa grande bacia de ácido.
Heart tentou não gritar, mas era impossível. Mordeu o tecido com força, sentindo os olhos começarem a lacrimejar. Lock voltou correndo com as ataduras. Ela parou de derramar a água no machucado do braço, erguendo a barra da blusa rasgada para começar a fazer o mesmo com a do abdômen. Por um momento sua mão trêmula hesitou antes de ela entornar a garrafa. Lock percebeu.
– Deixa que eu faço – disse e ela se deitou nas cobertas, entregando-lhe a garrafa.
Logo o líquido voltou a escorrer pelo corpo da garota. Um grunhido de dor foi seguido por um grito abafado. Lágrimas começaram a escorrer pelo rosto dela enquanto Heart comprimia os olhos e apertava as cobertas ao seu lado.
– Ughhh! – arquejou.
– Aguente firme – disse Lock, colocando a garrafa agora vazia de água sobre os lençóis úmidos e pegando os curativos.
Depois de alguns segundos ainda em agonia, a respiração da garota acalmou-se e ela sossegou, fechando levemente os olhos, cansada. Enquanto Lock fazia os curativos dela, mil coisas passavam por sua mente. Uma delas era como o perfil sereno daquela garota quando ela estava de olhos fechados lhe era semelhante – e não só porque a vira na noite anterior da mesma maneira. A preocupação que sentia por ela também era muito estranha a seu ver. Quer dizer, mal a conhecia! De onde, então, vinha aquela sensação de déjà vu que ele tinha toda vez que estava com ela?
Algo lhe dizia que descobrir seu nome era a resposta.
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