Dead Heart escrita por Koneko-chan


Capítulo 3
First Shot


Notas iniciais do capítulo

Parem de xingar meus personagens por favor >3< HAUHAU jk. Nada começa a se resolver aqui, vocês só vão saber toda a verdade por trás de tudo mais tarde. Falando nisso, acho que aqui as coisas começam a se complicar.
Ignorem a respeito dos pais do Lock, ok? Todo mundo virou zumbi, quem quer que não tenha sido citado aqui virou zumbi, exceto o Obama, ele tava no Brasil -piadafail
Bem, espero que gostem e... reviews! Indiquem pros amigos também, por favor.



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– First shot –

Doze tiros.

O céu estava repleto de nuvens escuras e sombrias que indicavam que iria chover naquela tarde, de modo que não se via nem mesmo um pedaço mínimo do azul do céu.

Nove tiros.

Os prédios pareciam ainda mais acinzentados do que normalmente, mas a cidade em si parecia ser uma grande mancha vermelha graças a todo o sangue espalhado pelas ruas.

Cinco tiros.

Os muros do colégio nunca estiveram tão longe. Atirar em seus próprios colegas, apesar de agora eles serem mortos-vivos, não fora o ponto mais divertido do dia de Lock Ambrose.

Três tiros.

– O que você está fazendo?! – perguntou Heart quase num berro atrás dele. – Por que está hesitando?? São zumbis, mate-os com meia dúzia de tiros na cabeça!

Dois tiros.

– Em primeiro lugar – ele respondeu. – Não temos meia dúzia de tiros para gastar com cada um sendo que não temos nem mesmo um tiro para cada um deles! Em segundo lugar, eu conheço essas pessoas, estou fazendo o possível para atirar sem me lembrar de cada momento que passamos juntos!

Uma colega de classe de Lock começava a se aproximar cambaleante. O nome dela era Stacy Stamhope, pelo que ele se lembrava.

– Ali! Atire! – Heart disse. – Ou vai hesitar porque transou com ela?!

Ele atirou, mas errou.

– Você é um imprestável mesmo, Lock!

– O que posso fazer se você fica buzinando merda na minha orelha?!

Ele ergueu a arma novamente, mas só faltava uma bala e pelo menos trinta zumbis no pátio. Ele agarrou o pulso de Heart e começou a correr para a saída, dando chutes para tirar alguns dos monstros mais insistentes do caminho.

– Acabaram as balas? – Heart perguntou.

– Quase! Vou guardar uma última para o caso de você estar sob perigo extremo, pode ser?

– Ah, que cavalheiro – ela rosnou dando um chute em uma professora de educação física. Ela parou e olhou para a zumbi. – Nossa, eu sempre quis fazer isso.

– Heart, vamos!

Lock a puxou para os limites do colégio, mas quando chegaram à rua, arregalaram os olhos. Havia mais zumbis ali do que dentro do colégio. Era quase preferível voltar se não houvesse munição e armas na casa de Lock.

Aquela cidade estava uma bagunça, simplesmente.

– Minha nossa – Heart falou. – Vamos voltar.

– Sem chance – ele falou. – Vamos morrer caso voltemos!

– Então tenha uma ideia!

Lock olhou ao redor e pensou. Mas ele não tinha muito tempo, porque zumbis se aproximavam de todos os lados. Agarrou-se à mão de Heart e correu para uma motocicleta cor-de-rosa que estava jogada há poucos metros dali. Tentou dar partida, mas na primeira vez não funcionou.

– Tente de novo – Heart disse. Enquanto isso, uma zumbi de capacete rosa – provavelmente a dona da moto – se aproximava também.

Ele deu partida, mas não adiantou de novo.

– Tente de novo! – ela insistiu.

Novamente, nada. O monstro estava praticamente ao lado dos dois.

– Mais uma vez, Lock!

Dessa vez funcionou. Lock deu a partida e com um impulso, a moto começou a andar. Mesmo assim, eles passaram próximos o suficiente a motoqueira de capacete rosa para que ela se agarrasse à traseira da moto e fosse arrastada enquanto andavam.

– Tire-a daí! – gritou Lock para Heart.

– Segure firme!

A garota levantou-se, mantendo-se apenas com uma mão no ombro do rapaz e o pé no apoio da moto. Ergueu a outra perna e deu um chute na cara da zumbi, mas ela foi protegida pelo capacete e agarrou a perna de Heart, que quase se desequilibrou. Ela ergueu a perna novamente e deu mais uma sequência de chutes até que a criatura a soltou e caiu, sendo arrastada no asfalto por vários metros atrás deles.

Heart soltou um suspiro aliviado e sentou-se de novo, abraçando as costas de Lock.

– Você está bem?—ele perguntou.

– Na medida do possível – ela respondeu.

– Ótimo. Minha casa é daqui há alguns quarteirões, prepare-se.

Enquanto andavam, Heart olhou ao redor. Todas aquelas pessoas agora estavam mortas, embora ainda estivessem de pé e andando, apenas controladas por seus cérebros. Seus corações estavam mortos e apodrecendo junto com eles numa velocidade assustadora. Ela notou um grupo de garotas que em vida deveriam ser amigas. Bem, em morte elas continuavam juntas.

Alguns quilômetros depois, Lock parou e Heart se demorou um pouco a notar isso. Ela olhou um bando de zumbis se movendo na direção deles do outro lado da rua e ambos se ergueram, começando a correr para a entrada da casa. Lock começou a fuçar os bolsos em busca da chave e abriu a casa, sem nem fechar a porta e correndo para a quinta porta do corredor. Heart, enquanto isso, fechou a porta e deu uma olhada ao redor.

Era uma casa bonita e até bem moderna. Uma televisão de 42’’ na sala, um sofá de quatro lugares e uma poltrona em tons esverdeados. Uma mesa de centro em de madeira escura abrigava um vaso com flores que pareciam estar mortas há muito tempo embora quando Lock saíra de casa elas ainda estivessem bem vivas. Do outro lado, uma mesa de jantar com um vaso em estado semelhante.

Quando terminou a avaliação, Heart foi até o quarto onde Lock havia entrado. Mas quando pôs os olhos nas paredes, arregalou os olhos. Havia armas espalhadas por todos os lados. Fossem antigas, fossem novas, todas as armas do mundo deveriam estar ali.

– Lock, o que diabos é isso?

– Meu pai coleciona armas. Tem mais no sótão, mas acho que essas vão ser suficientes por enquanto – ele entregou a Heart uma Double Barrel. – Sabe usar isso?

Ela mexeu na shoutgun.

– Acho que consigo me virar.

– Então vai até a janela da sala e cuida daqueles que estavam do outro lado da rua porque eles devem estar quase aqui.

– Cert...

Antes que ela falasse, ouviu-se um estrondo e a porta da sala se abriu. Lock pegou o revólver de antes e uma munição de dentro de uma caixa e correu para a sala, mas parou na metade do caminho ao ver quem era o zumbi que invadia. Heart parou atrás dele, mas antes de começar a gritar, como normalmente faria, reconheceu a semelhança entre ele e a zumbi que se aproximava.

– M-Mãe? – Lock murmurou, ainda com a arma erguida.

Se é um choque saber que alguém que você ama está morto? Sim, sem a menor dúvida. Se é horrível ser obrigado a matar uma pessoa que você ama? É pior ainda. Mas se é doloroso ter que atirar em alguém que você sabe que está morto, mas parece perfeitamente vivo à sua frente?

Um disparo foi ouvido.

Ninguém merece ter que passar por isso.

O zumbi da mãe de Lock caiu no chão e ele olhou para Heart, estupefato. Ela baixou a Double Barrel e olhou para ele também.

– Desculpe – murmurou. – Mas ela ia te matar.

Fitaram-se por alguns minutos longos até que Lock se virou e entrou novamente na sala das armas. Heart suspirou e foi até a porta, começando a arrastar o zumbi para fora. Uma trilha de sangue ficou marcada no chão de madeira escura, mas ela não se importou. Arrastou-a até o quintal, dando a volta pela casa até chegar a uma casinha feita de madeira com cupins e atirou-a lá dentro junto às ferramentas – machadinhas, martelos, chaves de fenda. Voltou para dentro da casa ainda sentindo-se meio culpada. Mas o que poderia ter feito? De qualquer forma, agora tinha que se preocupar com apenas uma coisa:

Salvar sua irmã.


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