- Não acredito! – Disse Paul, com a expressão raivosa.

 - Nem eu. – Eu disse. Pois quem havia saído da casa era nada mais, nada menos, do que a ruivinha.

 Eu estava irritada pelo fato de ter minhas suspeitas praticamente corretas, pois tudo indica que o Jesse me largou, pra ficar com esta daí. Ele comprou uma casa para morar com ela. Sem vergonha.

 Eu fiquei olhando a ruivinha, porque ela estava parada na frente da casa, ai de repente um taxi chega e ela entra nele.

 - Vamos entrar na casa. – Eu disse para Paul, e mestre.

 - Acho melhor não. – Disse Paul, com uma expressão de medo.

 - Você está com medo de que tenha mais alguém la dentro? – Eu perguntei. Porque vai que ele ta com medo de que tenha alguém armado la dentro vigiando a casa. Nunca se sabe não é mesmo.

 - É. É isto mesmo. – Disse ele rápido de mais. O que eu deduzi que fosse medo mesmo.

 - Relaxa Paul. – Eu disse tocando o ombro dele. – Não deve ter ninguém la dentro neste momento. – Eu disse, apesar de já estar começando a pensar o contrario.

 - Vamos logo Suze. – Disse mestre eufórico. – Eu quero participar desta aventura com você.

 - Aventura? – Paul perguntou um pouco mais distraído.

 - É. – Disse mestre de volta. – Ninguém vai acreditar quando eu contar que o garoto nerd aqui, pegou entrou em uma casa escondido, e ainda correndo o risco de ter bandidos dentro.

 - Suze, você ta vendo isto. – Disse Paul, apontando para mestre. – Ele é só uma criança, você esta responsável por ele, então você não ira querer que ele corra o risco de se machucar. – Ele disse, torcendo para mim parar com isto, e dar meia volta e ir embora.

 - Que se dane! – Eu gritei. – Mestre é o mais esperto de nós dois aqui. – Eu disse. – Ele precisa fugir um pouco da rotina mesmo.

  - Vamos. – Disse mestre, puxando o meu braço em direção a entrada da casa.

 Eu olhei pela janela que tinha na frente da casa, e não enxerguei ninguém, então fui em direção as outras janelas, para vasculhar melhor.

 Até que de repente eu vejo uma coisa que eu nunca imaginaria ver. Jesse estava amarrado em uma cadeira, e estava com uma mordaça e uma venda.

 Eu me direcionei a entrada da casa em passe de bala, de tão aflita que eu estava. E percebi que a ruivinha havia trancado a porta, então eu resolvi usar os meus dotes.

 Eu dei alguns passos para trás e dei uma pesada na porta, que teve força suficiente para arrebentar a fechadura da porta.

 Eu fui correndo na direção do quarto em que eu havia visto o Jesse. Quando cheguei a porta, percebi que ela estava apenas encostada, então eu abri ela em um rompante, enquanto ia correndo na direção do Jesse e arrancando a venda e a mordaça dele, e logo em seguida o soltando das cordas, o que iria levar alguns minutos, pois as cordas estavam bem firmes.

 - Minha hermosa! – Disse ele, a me ver. – Como achou este lugar?

 - Depois de conto, agora temos que ir embora daqui antes que a ruivinha volte. – Eu disse, terminando de desamarrá-lo.

 - Não sera preciso, eu já estou aqui. – Disse uma voz conhecida atrás de mim.

 Assim que soltei Jesse completamente, eu me virei para encará-la.

 - Quanto tempo, não acha? – Eu disse. – Parece que faz apenas algumas horas que nos vimos. – Eu disse com ironia.

 - Pois é. – Disse ela, sem perder o sorrisinho falso no rosto. – Parece que você encontrou o queridinho Jesse.

 - É. – Eu disse. – Acho que você não soube esconder muito bem.

 - Na verdade, pensei que você nunca iria encontrar, já que o Jesse nunca lhe contou da existência deste lugar. – Disse ela sincera.

 - Pois é. A probabilidade de a Suze encontrar este lugar era mesmo pequena, havia poucos por centos disto acontecer, mas ainda assim havia alguma porcentagem, e foi justamente o que ocorreu. – Disse mestre, passando pela porta atrás da ruivinha e vindo ficar ao meu lado.

 - Uma coisa que me intriga, onde estão seus capangas? – Eu perguntei.

 - Capangas? – Perguntou ela confusa.

 - Claro, ou você acha que eu não percebi que foi um homem que colocou um saco preto em minha cabeça, me trouxe até aqui e ainda por cima, me amarrou com tamanha força que impedia de eu fugir. – Disse Jesse, astuto.

 - Ai ai, que garota burra mesmo. – Disse a ruivinha para mim. – Você ao invés de se preocupar comigo, porque não olha ao seu redor, os amigos que te cercam.

 - Como? – Eu perguntei, pois não conseguia arrumar uma lógica para aquilo.

 - Se você me viu saindo, como acha que eu soube que você estava aqui, e voltei rapidinho?

 - Vai ver você esqueceu algo, e resolveu voltar pra buscar. – Eu disse, pois era a única lógica que eu conseguia arrumar.

 - E me diga mais, quem é a pessoa que não quer que você fique com o Jesse desde... vejamos, sempre! – Disse ela, rindo. – Quem seria forte o suficiente para prender o Jesse, e querer me ajudar?

 - Paul! – Explodiu Jesse ao meu lado.

 - Bravo! Temos alguém inteligente aqui. Paul meu garoto, venha aqui! – Berrou ela, para fora do quarto.

 - Oi. – Disse Paul, ao chegar.

 - Como você pode? – Eu disse, me segurando para não pular no pescoço dele. – Você me ajudou, ou pelo menos acho que fez isto.

 - Suze... – Dizia ele, mas eu o interrompi.

 - Agora eu entendo o porque de sua surpresa quando viu a ruivinha saindo daqui. Você não estava acreditando que ela tinha trazido o Jesse de alguma forma, para esta casa. Você não queria entrar porque não queria que eu encontrasse o Jesse, após você sem querer ter me trazido no cativeiro dele.

 - Por isto eu nunca confiei em você. – Disse Jesse, por fim.