Filhas da Lua. escrita por JehNicolau


Capítulo 8
Céu em chamas. Final.


Notas iniciais do capítulo

Esse é o ultimo capítulo da primeira temporada. Espero que tenham gostado da história tanto quanto eu gostei de escrever.



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Desertos são congelantes a noite. Mas hoje, iluminado pela lua cheia, o Saara ferve tanto quanto o dia.

Ele só teve tempo de saltar para trás e eu de alcançar seu braço esquerdo. Foi apenas um tapa, mas o suficiente para cravar as garras e arrancar seu antebraço. Tive que admitir que August era durão, porque ele apenas trincou os dentes e segurou os gritos. Tinha certeza que não sairia viva dali, mas não morreria sem antes levar pelo menos um comigo.

Sabia exatamente o que iriam fazer. Primeiro me cercariam, depois dois deles me atacariam de frente como distração para que o terceiro me atacasse por trás. Só estavam esperando o momento certo. Se isso acontecesse, se me cercarem, estaria morta.

Derrepente Peter veio correndo pra mim. Tudo bem, admito que sou péssima em estratégia de luta. Nunca fui de fazer piadas, deve ser porque sei que vou morrer. Uma ultima piada suja, antes do ultimo suspiro.

Saltamos e nos encontramos no ar, a distânca até o chão era curta mas o suficiente para atacarmos um ao outro. Ele agarrou meu pescoço com uma das mãos e a outra podia sentir tentando entrar no meu peito para arrancar meu coração. Sentia o esforço que fazia para faze-la entrar em mim, mas não era tão fácil quanto cravar minhas garras em suas costas. No ultimo instante nos virei para que eu caisse por cima dele, soltei suas mãos de mim, juntando todas as minhas forças, arrancando seus braços e dando impulso para esmaga-lo com os pés.

Quando o olhei ele chaqualhava a cabeça frenéticamente, mas não conseguia se mecher, estava totalmente esmagado na altura do peito. Sentia algumas fisgadas de dor na região da coxa, minha perna estava quebrada. O olhei uma ultima vez, antes de cravar minhas presas em seu pescoço e chaqualhar até desprender do corpo.

Quando olhei para Ester, ela me parecia enjoada, August gemia baixo. Pelas minhas contas, já acabei com um deles, agora só falta eles acabarem comigo. Minha perna estava quebrada, meu pescoço quase esmagado, mal conseguia respirar e estava perdendo muito sangue. Ester relachou um pouco.

-Você definitivamente é diferente de seus irmãos. Talvez isso explique como conseguiu escapar de mim por tanto tempo. Mas isso acaba aqui.

Dei um passo em sua direção e algo aconteceu. August começou a tremer convulsivamente e olhava apavorado de mim para Ester.

-Sinto muito.- ele disse desesperado.

-Você não vai fazer isso.- disse Ester entre dentes.

Ele se foi, e Ester se limitou a suspirar.

-Vamos acabar logo com isso.

Corremos uma para a outra. Tentei alcança-la com a mão direita, mas ela me segurou antes e cravou metade de de sua mão em meu estomago. Mas quando tentou puchar de volta, sua mão ficou presa em mim, á puchei para mim e abocanhei seu ombro e metade de seu pescoço. Cai por cima dela, enquanto ela agonizava, eu segurava sua mão solta, Ester afundava ainda mais sua mão para dentro de mim, e eu a mutilava. Agora venceria quem morresse por ultimo. Comecei a arrancar pedaços de seu ombro até seu braço ficar pendurado. Metade de seu antebraço estava em mim, ela brincava com minhas tripas. Minha garganta não me deichava tossir, o sangue simplismente escorria pela minha boca.

O sangue escorria para o corpo palido de Ester e ela sorria com isso. Sua força era eterna, mas a minha sessava com o deitar da lua cheia.

E esse momento estava mais próximo do que eu esperava, quando não podia mais esperar para voltar a forma humana, me afastei de seu corpo imóvel. Ela sabia que meu tempo havia acabado, mas ela não se mecheu, sequer me olhou.

Quando voltei a forma humana mal conseguia me manter de pé, minhas pernas tremiam, perdi sangue demais. Depois de um tempo os primeiros raios de sol iluminaram o corpo diamante de Ester que se levantava lentamente com os olhos fechados, e os cabelos tingidos com o meu sangue. Podia sentir o sol em meu rosto, a sensação era boa para ser a ultima da minha vida. Estava prestes a cair quando senti os braços gélidos de Ester me segurarem, depois sua mão passando sobre meu rosto. Quando a olhei ela me sorriu gentilmente.

-Tem algo de que se arrepende Suzana?

-Não te-lo...- tomei folego várias vezes antes de continuar.- Não te-lo amado do jeito certo.

-Já me confessaram essas palavras uma vez.- ela me disse com um largo sorriso.- Um de seus irmãos, aliás.

Sorri e senti um fio de sangue escorrer pelo canto da boca.

-Serei breve.- Ester sussurrou.- Feche os olhos querida.

Mas não fechei, olhei para o céu. A ultima coisa que vi antes de Ester atravessar meu peito com a mão, foi um céu em chamas. Será que vou encontrar meus irmãos? Espero fervorosamente que sim.

Mas algo está errado. Porque ainda sinto dor?


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Notas finais do capítulo

Um abraço para todos os leitores e fãs da lobisomen durona Suzana, e a pequena e amável Helena.

Até não muito breve.



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