Abri os olhos lentamente e olhei ao redor do quarto, todos ainda dormiam.  Olhei no meu celular e eram 2h30 da tarde.
Me levantei e fiz minhas higienes, coloquei uma roupa qualquer. Voltei ao quarto e eles nem haviam se mexido. Então, fui até a cozinha, peguei uma panela e uma colher.
- VAAAMOOOS ACORDAR CAMBADA! – eu disse batendo a colher na panela. Haha.
Todos acordaram um pouco assustados menos o Justin.
- Que isso Sara, ta louca? – disse Ryan esfregando os olhos.
- Já são quase três horas da tarde, vamos acordar... E como vocês chegaram aqui?
- Sabe que eu não me lembro? – disse Cait.
Fui até o Justin que ainda dormia, coloquei a panela perto do teu ouvido e comecei a bater com a colher nela. Ele deu um pulo da cama e caiu no chão.
- Nossa Sara. – disse ele se levantando. – Eu já to com dor de cabeça, e você querendo me deixar pior?
- Por que não? – eu ri
- Como eu cheguei aqui hein? – ele se sentou na cama.
- AAH, você só ta aqui agora por causa de mim sabe.
- Hã? – ele me fitou. – Bebi muito ontem?
- Acho que sim. Eu tive que te trazer a força aqui, por que se não...
- Awwn, obrigado Sara. – ele me abraçou.
- AAAAH, sai pra lá Justin. – o empurrei. – Fiz isso só por que fiquei com dó de você sabe.
- Não precisa se explicar. Você se importa.
- Não em importo, acabei de dizer que fiquei com dó.
- Importa sim.
- AAAAI JUSTIN!
- Ta bom, chega vocês né? – disse Chaz. – Mas, e aí, alguém viu o Chris?
Olhei ao redor, o Chris não estava no quarto.
- Onde será que ele se meteu?
- Vamos procurar né gente? – eu me levantei.
- Precisa não. – Chris estava saindo de baixo da cama. – Eu estou aqui.
- Chris, o que você tava fazendo ai embaixo? – perguntou Caitlin ajudando ele a se levantar.
- Eu vou saber... Só sei que acordei aí. – ele riu
Todos saíram e foram se trocar e fazer suas higienes. Então eu me dirigi até a cozinha para guardar as coisas que eu tinha pegado.
- Sara? – senti alguém segurar meu braço.
- Fala Justin. – revirei os olhos. – O que você quer desta vez?
- Quer sair tomar um sorvete? Sabe... Pra agradecer por você ter me ajudado.
- Não. – sorri – Não preciso de seus agradecimentos.
- Ah Sara! – ele revirou os olhos. – Para com isso... Miami é tão lindo, vamos dar uma volta, depois encontramos eles na praia.
Praia? Aquela palavra ecoava em minha mente. Era o ultimo lugar que eu queria ir.
- Não... Você sabe muito bem que odeio praia.
- Então a gente vem pra casa depois.
- Eu não vou Justin.
- Por favor? – ele fez biquinho.
Eu ri, ele estava me manipulando, isso não vale.


- Mas uma vez... Não acredito que aceitei vir aqui com você. – revirei os olhos.
O taxi havia parado em frente a uma ‘’pracinha’’ ali em Miami. Justin queria que fossemos até a sorveteria, que ficava dois quarteirões dali.
- Mas você aceitou. – ele riu.
- Eu te odeio. – cruzei os braços.
- Eu não acredito. – ele segurou minha mão e deu um beijo em minha bochecha.
Eu sorri. Senti um choque um tanto esquisito e corei. Eu me sentia estranha quando estava com ele. Quando percebi que eu ainda segurava sua mão me afastei.
- Hei Justin, sem isso.
- O que? Não pode mais andar de mãos dadas que você já fica nervosa?
- Você é um idiota né?
- E você é muito chata.
- Chata eu?
- É...
- Olha menino, eu ainda tive a capacidade de te ajudar ontem e você fala isso?
- Você ajudou por que você quis.
- Eu devia ter deixado você amanhecer jogado naquela calçada mesmo. – franzi a testa.
- Por mim... Pelo menos eu não ia me preocupar com você.
- Se preocupar comigo?
- AAAH, a sorveteria ta ali, vamos logo? – disse ele me puxando.
- NÃO! – segurei seu braço. – Você é um mal agradecido... Sabe, eu tinha razão.
- Tinha razão? Sobre o que?
- Você é mesmo um cantorzinho metido que só se preocupa com você.
- Eu não sou metido, e eu ajudo os outros também.
- Ajuda? Quem? AA, você ajuda o Scooter né? A ganhar dinheiro.
- O que? Quer saber? Eu to tentando ser legal te trazendo pra tomar sorvete e você só me xingando.
- Claro... Você sabe como é minha vida? A sua vida é uma maravilha perto da minha.
- Eu não tenho culpa se sua vida é ruim... Mas não estraga a minha.
Fiquei em silencio um pouco. Eu sou uma idiota.
- Tem razão Justin. – eu disse apertando os olhos para não chorar. – Ok, eu não vou mais destruir a sua vida.
- O que? Eu não queria...
- Eu já entendi.
 Me virei e fui em direção ao taxi. Sabe, eu não devia jamais ter aceitado vir até aqui com o Justin. Eu ajudo ele e recebo isso? Eu sei que posso ser muito chata e tudo mais, só que... Tenho culpa se a vida me transformou nisso?
- Espera! – ele segurou meu braço e me abraçou.
Retribui o abraço. De certo modo, era aconchegante, ao mesmo tempo que ele me fazia chorar, ele também me fazia sorrir.
- Desculpa Sara. Eu não queria te deixar mal.
- Eu entendi Justin. – me afastei. – Vou embora amanhã cedo.
- Não... Não vai!
- Justin, eu sei que você não gosta de mim... Eu te entendo, eu também não gosto de você.
- Espera, Sara, é que... -
- Olha, eu sou idiota mesmo e não vou mais atrapalhar sua vida ok? Boa viagem e...
Ele segurou minha cintura e me aproximou dele antes que eu terminasse. Minha respiração estava acelerada e foi se juntando com a dele. E então ele me beijou. Eu ate que tentei me soltar só que, ele conseguiu, era tão bom. Depois de uns segundos eu retribui. Meus lábios foram se movimentando com os dele. Eu não sabia o que eu estava sentindo, eu até queria me soltar só que, minha mente e meu corpo reagiam a isso e eu estava gostando. Quando percebi eu já estava nos seus braços. E estava ‘brigando’ com ele agora mesmo. Aliás, o que você ta fazendo Sara?
- Qual o seu problema garoto? – empurrei seu peito.
Ele estava sorrindo e um pouco corado.
- Desculpa é que... – ele coçou a cabeça e riu. – Você tava falando sem parar ai, esse foi o modo que veio em minha mente de fazer você ficar mais calma e calar a boca.
- Ual... Nossa... – fitei o chão. – Não faça isso de novo.
- Ta... Tudo bem... – ele riu
- Mas... Não tem nada entre a gente né? – eu ri
- Não... Claro que não.
- Ai... Que ódio Justin! – mordi o lábio. – Melhor isso não se repetir se não eu te afogo no mar.
- Se você não tiver medo de se afogar junto. – ele riu
- Seu idiota! – dei um tapa no seu ombro. – Vamos logo lá toma sorvete, sei lá.
- Claro, Sara irritadinha Butler.
- Cala essa boca.
- Por que você não vem calar hein?
- JUSTIN!
Eu ri baixinho e o abracei de lado. Ele sorriu e me fitou. Ele estava me iludindo, me hipnotizando, me deixando louca... Eu não sei o que eu estava sentindo naquele momento. Era uma sensação estranha, algo que eu nunca senti antes.