- Não acredito que eu aceitei vir aqui com vocês! – eu disse quando chegamos à boate.
- Relaxa! – disse Justin colocando seu braço ao redor do meu ombro. – Vai ser bem legal!
- Legal? Legal nada! Vocês vão ficar bebendo e agarrando os outros e eu sozinha!
- Nhá, você arruma alguém! – Chaz disse encostando em meu ombro.
- Sabem o que aconteceu a ultima vez que eu fui a uma boate? – eles me olharam com cara de “O QUE?” Eu continuei. – Aconteceu uma coisa nada legal!
- Fica sossegada Sara. – disse Caitlin. – Não vai acontecer nada de mais, a gente vai ta com você.
Revirei os olhos e o segui até lá dentro. Olhei ao redor daquilo... Ali não era o meu mundo, não era o meu lugar. Só gente bebendo, se agarrando, tinha uns quase transando ali. Ignorei.
- Hey, aonde vocês vão? – perguntei.
- A gente vai ao bar. – Chris apontou.
- Vocês são menores de idade, não podem beber!
- Quem disse? – Justin deu um sorriso sarcástico. – Passa uma vodka ai brother.
- O que? – olhei pro homem do bar. – Você vai dar uma vodka pra ele? Ele só tem 17 anos.
- E daí? - o homem riu. Que ódio. – Vai querer alguma coisa?
- Não obrigado... Eu não bebo. – sorri
- AAH, para de ser tão certinha Sara. – Justin riu e tomou um gole da sua vodka.
- Você é um idiota. – gritei e lhe dei um tapa.
- Sara, bebe alguma coisa... Relaxa.
- Sabe... Vou beber mesmo.
- Isso Sara... Você tem que ser mais sociedade, entende?
- O que? – eu ri – Passa uma coca-cola bem gelada moço.
- Coca cola? – o homem riu.
- VOCÊ OUVIU MUITO BEM O QUE EU DISSE! – gritei e dei um soco no balcão. Algumas pessoas me olharam.
- É melhor você dar uma coca pra ela mesmo. – Justin riu. – Se ela já é meia “alterada” sem beber, imagine bêbada?
- JUSTIN DREW! – gritei. – Só não dou um soco no meio deste seu nariz por que não quero arrumar encrenca por aqui.
- Que medo! – ele fez uma voz de garotinha e colocou as mãos na frente do rosto se protegendo.
Revirei os olhos e peguei minha coca. Eu sou diferente de todos esses adolescentes, eu sei. Eu não bebo, eu não sou de ficar com qualquer um, não namoro, sou idiota. Ou sou apenas alguém que tem a cabeça no lugar certo, já vivi muitas coisas, e não é por causa disso que vou ser uma adolescente revoltada e vou sair por ai bebendo, fumando, me drogando e fazendo sexo com qualquer um que aparece na minha frente.
Olhei ao redor, e bom... Aconteceu o que eu “temia”. Todos tinham sumido, havia somente eu ali, naquela multidão, sozinha... Forever Alone.
- Ok Sara... Relaxe e fique calma. – respirei fundo.
Me joguei em um pufe que tinha ali. Fechei os olhos e fiquei pensando em minha mãe... Como será que ela estaria?
Abri os olhos lentamente e olhei ao redor. Tinha muito mais gente, a boate tinha enchido. Eu estava com as costas doendo, acho que eu havia dormido. Olhei para um canto e vi Justin se agarrando com uma garota, tava quase comendo ela. Senti algo estranho, sei lá, ver ele com aquela garota desconhecida... Meu coração doeu. O que? Sara, você está bem? Não, não é o que eu to pensando. Eu estava apenas com dó daquele pobre garoto que se perdeu no mundo e infelizmente é como todo adolescente e que as fãs não o conheciam tanto assim. É, era isso... Ou algo do tipo. Nada relacionado a... Aff Sara! Eu ando falando muito sozinha.
- Oi gostosa! – disse um homem se sentando a um pufe do meu lado.
O olhei. Ele estava com um copo que tinha uma bebida liquida azul e com os olhos vermelhos. Ele cheirava a cocaína. Que nojento.
- Oi. – falei seca e virei o rosto.
- Você vem sempre aqui? – ele passou seus lábios em meu pescoço.
- SE AFASTA DE MIM SEU NOJENTO. – o empurrei. – E você, vem sempre aqui?
- Foi mal gata... – ele riu – E sim, eu to aqui todo dia.
- Ah, então essa foi a ultima vez que eu venho neste lugar. – revirei os olhos e encarei o chão.
- Poxa, que isso. – ele começou a beijar minha mão e foi subindo até meu pescoço. – Vamos para um lugar mais privado? Quem sabe a minha casa, ou a sua?
Aquilo foi à gota d’água. Que homem nojento, ele acha o que? Que eu sou qualquer uma? Da ultima vez foi à mesma coisa, e eu não quero cometer o mesmo erro. Não acredito que aquele dia eu cai na conversa do Nolan, o carinha do colégio que todas as meninas suspiravam por ele. E ele só pensa em uma coisa, e não tem sentimentos.
- ME SOLTA SEU FILHO DA... PUTA! – gritei. – Acha que eu sou o que? Qualquer uma ai que sai “dando” pra todo mundo?
- Você é difícil né? Eu gosto disso.
Ele continuava me perturbando. Sabe algo me veio na cabeça. Deu vontade de gritar pelo Justin. Mas no estado que ele estava, acho que ele nem me ouviria.
- Vamos ver como você é lá na cama. – ele começou a me beijar. Eu não retribui.
Ele estava babando em mim, cara, aquilo era muito nojento. Ele começou a me apertar e a pressionar seus lábios nos meus tentando me forçar a retribuir, mas eu não reagi.
- Hey, se afasta cara. – eu conhecia aquela voz.
O homem o olhou e arregalou os olhos. Era o Justin.
- O que tu quer hein? – o cara o olhou e riu.
- Eu to com ela. – Justin o puxou pelo braço.
- Ta mesmo? E daí. Você a deixou aqui sozinha.
- Melhor você ir embora seu filho da puta, antes que eu te mate.
- Justin! – segurei seu braço. – deixa, eu me viro.
Justin continuou encarando-o. O homem saiu bufando dali se dando por vencido. Ufa, Justin havia me salvado.
- Pronto, ele não vai mais incomodar Sara. – Justin se sentou ao pufe do meu lado. – E ai gata, o que acha da gente dançar um pouco.
- O que? Gata? Ta me estranhando Justin?
- Hoje eu sou seu. – ele se aproximou de mim tentando me beijar. O empurrei.
- Justin, seu idiota!
- Quer um pouco? – ele balançou a garrafa de vodka.
O olhei. Ele parecia estar super bêbado, seus olhos estavam vermelhos e ele cheirava a vodka. Sua camisa estava até um pouco rasgada e molhada.
- O que você tava fazendo Justin? – virei seu rosto pra mim. – Porque não volta a se agarrar com a menina?
- Por que agora eu quero você shawty. – ele segurou meu rosto e roçou seus lábios nos meus.
- JUSTIN, DÁ PRA PARAR? – o empurrei. – Não sou nenhuma puta pra você pegar não ok?
- Hey, o que você acha de eu e você... – ele disse colocando a mão em minha perna e mordeu o lábio. – A gente ta de férias! Esqueceu?
- Você ta bêbado. – fiz cara de nojo. – E está cheirando a vodka.
- E ai gostosa. – disse Justin assobiando para uma garota que passava em nossa frente.
Ela deu de ombros.
- Justin, vamos embora. – o puxei.
- O que? Mas eu nem terminei minha vodka ainda. – ele disse tomando mais um gole.
- Você fica muito chato quando bebe hein?
Ele começou a rir que nem idiota. Fui puxando-o para fora, passando por aquelas pessoas. Justin mexia com todas as garotas aquilo tava me irritando, muito mesmo.
- JUSTIN SEU VIADO! DA PRA PARAR? – gritei
- Com o que?
- De ficar mexendo com esse povo. – o empurrei pra fora da boate.
- Fica sossegada. – ele passou seu dedo em minha bochecha. – Aonde a gente vai hein?
Ele me olhou com um olhar malicioso e segurou em minha cintura me trazendo mais perto dele.
- Vamos pra casa. – empurrei seu peito.
- Ui, a gente vai pra casa. – ele riu
Revirei os olhos e tentei me controlar para não jogar o Justin no meio da rua para que ele fosse atropelado. Chamei um taxi que logo veio.
Joguei Justin no taxi de qualquer jeito. Ele apenas dava altas gargalhar e brincava com suas mãos.
- Sara, eu quero espaguete.
- Espaguete? Você vai ficar querendo.
- MOTORISTA, PARA NO RESTAURANTE ITALIANO POR FAVOR! – ele gritou - A GENTE TEM QUE COMPRAR ESPAGUETE!
- O que? Justin cala boca seu retardado! – o empurrei fazendo com que ele batesse a cabeça no vidro. – A gente não vai comprar porra de espaguete nenhum!
- Você me machucou. – ele fingiu chorar. – Não falo mais com você.
Revirei os olhos e fiquei fitando a janela. Eu às vezes já tinha que cuidar de minha mãe bêbada, e agora do Justin. Talvez seja difícil acreditar, mas, quando eu tinha 10 anos minha mãe saia para boate e essas coisas e me deixava sozinha em casa. Tinha dias que eu tinha que busca-lá. Às vezes ela chegava tão bêbada que eu tinha que ficar cuidando dela até ela dormir, o que era bem difícil. Foi por isso que eu tive que amadurecer rápido, que eu tive que começar a cuidar de mim... Eu não tive infância.
- Chegamos em casa Justin, desça do carro. – eu insistia ao Justin pela décima vez que ele saísse do taxi.
- NÃO, NÃO E NÃO! VOCÊ NÃO DISSE DESCULPAS! – ele parecia uma criança.
- Ai meu deus... – sussurrei. – Desculpa Justin. Agora da pra saí do carro?
Ele então saiu sorridente do taxi. Paguei ao motorista. Logo subimos para nosso apartamento. Justin foi tagarelando e cantando eu sei lá que musica até chegarmos lá.
- Justin, vá tomar um banho agora. – disse lhe dando uma toalha.
- Só se você tomar banho comigo. – ele deu um sorrisinho malicioso.
Eu já estava pra explodir de raiva, eram quatro e meia da manha e eu teria que ficar cuidando desse idiota.
- Justin, eu não vou nem te responder. – controlei minha voz.
- Isso quer dizer que sim?
- JUSTIN DREW, VÁ AGORA PRO BANHEIRO ANTES QUE EU TE JOGUE PELA JANELA!
- Ok, calma senhorinha mandona. – ele riu e foi pro banheiro.
Me joguei na cama e fechei os olhos tentando relaxar. Mas, não passou nem dois minutos e ele gritou.
- SAAAAAAAARA! TEM UM BICHO AQUI NO BANHEIRO, SOCOOOOOOOORRO!
- Ai meu deus, mais o que é Justin?
Revirei os olhos e me dirigi até o banheiro. Quando cheguei lá vi Justin enrolado na toalha em cima do banquinho, comecei a cair na gargalhada.
- Justin, é só uma borboletinha. – ela estava pousada na pia. – E sabia que ela voa?
- SOOOOCORRO, ESTAMOS SENDO DOMINADOS POR BORBOLETAS DEMENTES! – ele saiu correndo pelo apartamento. – CORRAM PRAS COLINAAAAAAAS!
- O que? – sai correndo atrás dele. – Justin seu idiota, volta aqui.
Comecei a rir. Não acredito que Justin estava com medo de uma simples borboletinha.
Logo vi ele parado olhando para o nada.
- O que foi? – eu ri
- O mundo esta sendo invadido Sara! Vamos todos morrer.
- Seu idiota. – eu ri. – era só uma borboletinha inocente que não faz mal a ninguém.
- É? Espera ela se torna um daqueles bichos gigantes.
- Você anda assistindo muito filme de ficção, né meu amor? – eu ri e tirei um fio de seu cabelo que cobria seus olhos.
- Então, promete que vai ficar tudo bem?
- Prometo... Agora se veste ai. – apontei pra roupa que estava na cama. – Já volto.
- Vai me deixar sozinho?
- Só vou tomar um banho também, eu já volto aqui. – eu ri
- Cuidado com a borboleta Sara!
- Pode deixar, eu sou uma ninja! – eu disse imitando uns golpes.
Peguei minha toalha e minha roupa e se dirigi até o banheiro. Entrei de baixo do chuveiro deixando a água escorrer, eu já me sentia cansada. E onde estaria Caitlin, Chris, Chaz e Ryan? Era pra eu estar cuidando do meu irmão, mas na verdade estou cuidando do Bieber. – eu ri
Logo sai, me sequei e me troquei rapidamente e fui até o quarto onde estava o Justin. O encontrei deitado na cama fitando o teto descoberto. Ele tava apenas de cueca, ai meu deus... Calma Sara... Eu ri
- O que foi bebê? – cheguei perto dele e o cobri com a coberta.
- To com medo Sara. – ele fez biquinho.
- Medo de que?
- E se uma barata mutante entrar aqui no quarto e matar a gente?
- Da onde você tira essas idéias Justin? Barata mutante?
- É... Baratas mutantes são perigosas.
- Isso não vai aparecer aqui Justin, fica sossegado! Esqueceu que sou uma ninja? – eu ri
- AAAH, eles te mandaram pra me proteger?
- Não sei do que você ta falando mais sim... Eu to aqui pra te proteger.
- Eba! Vai me proteger de todo mal?
- Sim. De todo mal. – eu ri e lhe dei um beijo na testa. – Agora dorme seu tapado.
Me deitei a cama ao seu lado. Me virei para ele e ele me fitava.
- Dormi comigo, Sara? – ele fez carinha de cachorro abandonado.
- DREW! QUE SAFADEZA É ESSA? – eu ri – Você vai dormir sozinho.
- Você vai me deixar sozinho? Sem proteção?
- Eu to aqui do seu lado.
- Ta bom. – ele fez cara de choro.